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História Aventuras em Johto: Alma de Prata - A Batalha Fantasma! Uma Estratégia Vencedora! - História escrita por Dento - Spirit Fanfics e Histórias
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História Aventuras em Johto: Alma de Prata - A Batalha Fantasma! Uma Estratégia Vencedora!


Escrita por: Dento

Capítulo 32 - A Batalha Fantasma! Uma Estratégia Vencedora!


A manhã no Centro Pokémon de Ecruteak estava bastante aconchegante. Ethan, Amy e Forrest estavam no refeitório tomando café. Forrest parecia visivelmente chateado.

Ethan acabara de contar para o amigo os eventos da noite anterior.

— Poxa vida, queria eu ter participado disso... — Lamentou o moreno.

— Tirando o fato de que eu quase morri de susto treze vezes, caí de uma altura monstruosa correndo o risco de partir minha coluna em milhares de pedacinhos e quase morri devorado por três seres envoltos por uma luz demoníaca... Foi até legal. — Comentou Ethan devorando grandes pedaços de pão.

Amy mantinha sua feição séria e irritada. Blue, o Gastly, estava próximo do ombro da garota, que o acariciava no queixo com a ponta do dedo.

— Desde que você pegou essa bola de gás ambulante e desde que chegamos nessa cidade que você não dá um sorriso. Acho que o espírito dessa coisa sugou a sua alma. — Disse Ethan olhando para a amiga.

Aquelas palavras foram o estopim.

Amy ergueu-se da mesa de forma violenta. Seus cabelos sempre arrumados agora estavam embaralhados, cobrindo seu rosto enfurecido. Sua respiração estava ofegante e seus punhos, fechados.

— A única causa, razão e circunstância de eu estar assim é porque você é um idiota, garoto.

A passos largos, a garota se retirou do local. Forrest, de boca aberta, ficou olhando o vazio que segundos antes era preenchido por Amy e levantou-se da mesa quando a ficha caiu.

— Você não vem comigo atrás dela? — Perguntou o moreno olhando para Ethan que continuava a mastigar seus pedaços de pão de forma vagarosa, como se fizesse questão de que seus dentes triturassem cada pedaço do alimento da forma mais dolorosa possível.

— Os incomodados que se mudem. — Disse o garoto de forma seca.

Forrest, sem dizer mais nem uma palavra, deu as costas e seguiu por onde Amy havia saído.

A estadia em Ecruteak não estava sendo das melhores. Amy andava estressada, Ethan perdia a paciência com quem era grosso com ele sem motivo e Forrest ficava em cima do muro tentando impedir que os amigos discutissem. A situação ficava cada vez mais insustentável.

A garota e seu Gastly azul permaneciam em silêncio, parados alguns metros a frente da entrada do Centro Pokémon. Encarando a linda paisagem da cidade, pensamentos atormentavam a mente da garota. Ela não sabia o que fazer.

Ela ouviu passos aproximando-se. Ao olhar para trás, viu Forrest encarando-a com um olhar sério. Mas não havia ódio ou rancor no olhar do moreno. Era um olhar sereno, terno. Um olhar que fez os nós na cabeça de Amy se desamarrarem e fez seus joelhos cederem. Bastou apenas um olhar para que todo peso em seus ombros desaparecessem imediatamente e fizesse seus joelhos tocarem o chão. Um olhar para que as lágrimas encontrassem de volta o caminho dos olhos azuis e todo sentimento remoído fosse expelido em forma de choro todo de uma vez.

Há muito tempo Amy não chorava. Tanto tempo que ela até mesmo havia se esquecido de que podia chorar.

Forrest ajoelhou-se de frente à amiga que chorava como uma criança que havia se perdido de seus pais e se permitiu abraça-la. Abraço que nunca havia dado. Abraço que aconchegou a cabeça de Amy de uma forma inédita em sua vida tão jovem. Os dois se permitiram chorar ao mesmo tempo.

Ethan assistia a cena ao longe. Não intrometeu-se de forma alguma. Dentro de si, apenas um sentimento esquisito. Seu coração queria libertar-se do peito, saindo pela boca. Sua garganta estava seca como areia. Seu estômago embrulhava-se como se quisesse abrir passagem entre outros órgãos.

O garoto fechou o punho e voltou para o Centro Pokémon, sem olhar para trás.

***

Aproximava-se do meio-dia quando os nervos se acalmaram. Amy e Forrest haviam retornado para o Centro Pokémon e se dirigiram ao quarto onde estavam hospedados. Ethan estava sentado em sua cama, encarando suas seis PokéBolas e com seus pensamentos aflorando em sua mente. O garoto ergueu o olhar para os amigos e levantou-se imediatamente. Ele caminhou até Amy e apontou o indicador para o rosto da garota.

— Eu desafio você.

Amy deu um passo para trás, surpresa.

— Me... Desafia?

— Sim. Eu te aguardo lá embaixo. — Ethan recolheu suas PokéBolas, pegou sua mochila e retirou-se do quarto. Amy e Forrest se entreolharam sem entender nada.

***

No campo de batalhas existente atrás do Centro Pokémon, Ethan aguardava Amy com Sandshrew, Larvitar e Butterfree a postos. A garota caminhava devagar em direção ao seu lado, não desgrudando nem por um segundo seu olhar de Ethan.

— Espero que você saiba o que está fazendo. Não adianta chorar depois.

Ethan, pela primeira vez no dia, sorriu para a amiga.

— Eu não vou chorar.

Amy arrumou seu chapéu para ter uma melhor visão do campo de batalha. Blue, seu Gastly azul se materializou ao lado da garota. Ela ergueu o braço para frente e deu sinal para que aquele Pokémon tomasse o campo para si.

— Larvitar, Sandstorm!

O pequeno Pokémon ergueu seus braços e instantaneamente o céu começou a mudar de cor. Nuvens densas de poeira começaram a se formar e a ficar mais próximas do chão. Uma tempestade de areia se formou e se espalhou por todo o campo de batalha. Forrest precisou proteger seus olhos.

Gastly não pareceu sentir nada. Apenas ficou flutuando no ar. Aquele ataque não surtia efeito em seu corpo gasoso, pois não tinha massa para ser atingida.

Amy sorriu de forma irônica.

— Já começou errado. Hypnosis!

As íris nos olhos de Blue desapareceram. Ondas telecinéticas atingiram Larvitar que nada pode fazer a não ser deixar-se ser dominado por uma forte onda de sono, que o fez bater os joelhos no chão e encolher-se em uma bola, dormindo profundamente.

Ethan sorriu. Retornando Larvitar de volta para a PokéBola, permitiu que Sandshrew entrasse em campo.  O Pokémon caminhou vagarosamente e colocou-se na frente de Ethan com toda a confiança do mundo.

Amy cruzou os braços e encarou Ethan de forma séria.

— Você sabe muito bem que Gastly não pode ser atingido por golpes físicos.

— E você sabe muito bem que eu odeio quando as pessoas me dizem o que fazer. Sand, Sand-Attack!

A tempestade de areia causada pelo Sandstorm ainda estava em campo. Sandshrew era mais ágil quando esse efeito estava em campo de batalha, auxiliando-o a atingir Gastly rapidamente. A areia jogada pelo ataque de Sandshrew entrou no olho de Blue, cegando-o temporariamente.

— Blue, Hypnosis! — Gritou Amy.

— Sand, Rollout!

Blue até tentou, mas não conseguiu executar o ataque. A dor em seus olhos era grande e o incomodava. Sandshrew, aproveitando que o oponente havia baixado sua guarda, rolou ao redor do próprio eixo e, com velocidade, o atingiu certeiro. Ainda que Gastly não tivesse massa, o próprio não havia conseguido ocultar-se em seu gás venenoso, seu grande truque.

Ethan sorriu.  Retornando Sandshrew, viu em Amy uma feição surpresa. Foi a vez de Butterfree.

— Confusion! — Exclamou o garoto.

A borboleta disparou com velocidade. Ainda que a tempestade de areia fizesse-a perder o equilíbrio no bater das asas, ela concentrou-se e disparou ondas invisíveis de seus olhos, atingindo Gastly que veio ao chão.

— Blue! — Exclamou Amy.

O Gastly conseguiu erguer-se novamente e encarou Butterfree com um olhar maligno.

Ethan e Amy trocaram olhares fulminantes. O garoto tinha o controle da batalha e Amy havia feito algo imperdoável: Ela tinha subestimado seu oponente.

Mas ninguém ali estava preparado para o que vinha a seguir.

— Eu desisto da batalha. — Disse ele em voz alta. Ele queria ter certeza que aquelas palavras saíram da forma mais clara possível de sua boca.

Amy e Forrest o encararam assustados.

— Ethan...? Por quê? — Perguntou o moreno.

— Eu já consegui o que queria. Muito obrigado pela batalha, Amy. Você me ajudou muito. — O garoto retornou Butterfree e sorriu. Sorria como nunca. Era como se ele mesmo tivesse vencido a grande batalha de sua vida. Um enorme sentimento de satisfação pulsava junto ao seu coração e ele não poderia estar mais contente consigo mesmo.

Ethan se dirigiu até Forrest e o encarou com firmeza.

— Obrigado por ter julgado a batalha.

Encarando os grandes olhos azuis de Amy, Ethan entrou de volta para o Centro Pokémon, certificando-se de deixar seus Pokémon sob os cuidados de Joy antes de subir de volta para o quarto.

***

A estadia em Ecruteak havia deixado os amigos diferentes. Não se sabia se era o clima da cidade, se era consequência do evento na Torre Queimada ou se simplesmente um desgaste natural na convivência dos três. O fato era que os três estavam muito estranhos uns com os outros.

A grande esperança, porém, era o desafio de Ginásio de Ethan. Foi quando os três conversaram decentemente no quarto do Centro Pokémon sobre estratégias e Pokémon, mas Ethan recusava-se a dizer qual estratégia usaria contra Morty. Suas únicas palavras sobre esse tema foram “eu hoje vou fazer a melhor batalha de todas!”.

Aproximava-se das três da tarde quando o trio desceu na recepção, juntos, para irem até o Ginásio da Cidade. Enquanto Forrest tirava dúvidas sobre o caminho até o Ginásio, Ethan fazia mudanças na Equipe com o professor Elm. O garoto recebera uma PokéBola enquanto enviava Larvitar até o laboratório.

Novamente com a posse de seus Pokémon, agora tratados e alimentados, Ethan se certificou de levar algumas Berries na mochila. Amy se questionara em silêncio sobre aquela atitude do amigo, visto que ele nunca antes havia feito tal coisa em suas outras batalhas de Ginásio, mas ela nada comentou. Afinal, aquilo podia significar uma súbita melhora no comportamento e um visível amadurecimento de Ethan, que começava a pensar mais antes de agir. Ela estava feliz com aquilo.

Ethan reservara uma última Berry. Ele não havia colocado na mochila. De um dos bolsos, retirou uma espécie de correntinha e, no lugar do pingente, prendeu a fruta. Liberou Sandshrew da PokéBola e estendeu o item.

— Nós vamos batalhar pela nossa quarta insígnia. Se você estiver em apuros, não hesite em usar. É um presente por tudo o que você fez por mim até aqui.

Sandshrew sorriu. Aproximou-se de seu treinador e permitiu que Ethan colocasse a correntinha em seu pescoço.

Com Forrest guiando o grupo, os três saíram do Centro Pokémon. A caminhada até o Ginásio foi rápida, ele ficava apenas algumas quadras de distância.

Os telhados eram de cor acinzentada e a estrutura era de madeira. Em uma típica arquitetura ancestral, o Ginásio da Cidade de Ecruteak parecia tão antigo quanto os prédios e casas da própria cidade. Se não houvesse uma placa nos grandes jardins de pedra indicando que aquilo era um Ginásio Oficial da Liga Pokémon, com certeza os desafiantes passariam batido. Do lado de fora, já se via que o lugar era grande. Parecia ter três andares ou mais e uma escada de pedra guiava os visitantes até a grande porta de madeira rústica tão dura quanto carvalho. Em relevo, desenhos de Pokémon e seres humanos em uma representação do que poderia ser facilmente Ecruteak em tempos passados, pois se via a Torre de Bronze e a Torre do Sino lado a lado, com criaturas que lembravam grandes pássaros alados sobrevoando o topo.

Ethan cruzou as portas e surpreendeu-se. Um frio súbito percorreu sua espinha e pareceu congelar seus órgãos. Sua respiração ficou pesada e um fraco cheiro de mofo chegou até suas narinas.

As luzes acenderam-se de uma vez. O garoto pode ver as paredes de cascalho que se sustentavam sozinhas, apenas com seu próprio peso como um grande quebra-cabeças, mas não conseguia ver o teto do Ginásio. Havia uma neblina muito densa no local que encobria qualquer coisa a dois metros de altura do chão.

  — Os Pokémon fantasmas gostam de locais nessas condições. Algum problema pra você, Ethan? — A voz de Morty surgiu no campo de batalha. Ao olharem para a direita, Ethan, Amy e Forrest viram o Líder na arquibancada, de braços cruzados, como se ele já estivesse esperando sua chegada.

— Não... Nenhum... Atchim! — Respondeu o garoto espirrando.

— Muito bem. Eu, oficialmente nomeado no cargo de Líder do Ginásio da Cidade de Ecruteak, aceito seu desafio. Contra mim, você poderá usar dois Pokémon e eu também assim farei. Você concorda?

— Perfeito! — Respondeu Ethan enérgico.

Amy e Forrest dirigiram-se para a arquibancada e Ethan e Morty tomaram seus lugares no campo de batalha.

— Vamos começar. Meu primeiro Pokémon... Vai, Misdreavus! — Morty lançou uma PokéBola.

Um Pokémon roxo saiu da capsula. Tinha olhos esbugalhados amarelados e pupilas vermelhas. Sorria maliciosamente. Tinha uma espécie de colar com pérolas vermelhas ao redor do pescoço e flutuava levemente pelo campo de batalha.

Ethan pegou sua PokéAgenda e apontou para o Pokémon de Morty.

— “Misdreavus, o Pokémon Grito. Adora pregar peças nas pessoas. Adora morder e arrancar o cabelo delas por trás só para ver suas reações chocadas”.

— Para esse Pokémon... Eu te escolho, Wobbuffet!

Wobbuffet saiu da PokéBola.  Batendo continência para o seu treinador, pareceu estar disposto a batalhar.

— Certo, Misdreavus! Prenda-o no campo de batalha! Mean Look! — Começou Morty.

Misdreavus encarou Wobbuffet e de seus olhos saiu um raio vermelho que o envolveu por alguns segundos.

— Mean Look? — Perguntou Ethan.

— Wobbuffet não pode ser retirado do campo de batalhas de volta para a PokéBola até ser derrotado. — Informou Morty.

— Droga... O que eu vou fazer? — Pensou o garoto sério.

— E então, Ethan? Vai agir ou vai desistir? — Perguntou Morty.

— Vou jogar com a mesma moeda... Vai, Wobbuffet, Destiny Bond!

Uma aura rósea saiu do corpo de Wobbuffet e envolveu Misdreavus.

— Você criou uma armadilha me fazendo manter Wobbuffet até o final da batalha. Retribui o favor e com Destiny Bond, caso derrote Wobbuffet, Misdreavus também cai nocauteada junto. — Sorriu Ethan.

— Inteligente... Eu realmente nunca vi ninguém usar um Wobbuffet assim... Geralmente os treinadores evitam capturar os Wobbuffet por causa de seu treinamento complicado e por ele aprender poucos golpes. Mas você me surpreendeu. Mas permita-me terminar essa brincadeira. Misdreavus, use o Shadow Ball!

Misdreavus criou uma bola negra na frente de sua boca e a atirou em direção a Wobbuffet.

— Às vezes, o melhor ataque é a defesa. Rebata com Mirror Coat!

Wobbuffet criou um escudo ao redor de seu corpo absorvendo o ataque de Misdreavus. Logo depois, o Pokémon de Ethan pareceu segurar a respiração e encheu seu peito. Wobbuffet liberou o ataque mandando-o de volta, atingindo o oponente em cheio.

Da arquibancada, Amy e Forrest assistiam atônitos aquela batalha.

— Ethan está usando a cabeça... — Murmurou Amy.

— Mirror Coat devolve o ataque duas vezes mais poderoso. E Misdreavus tem fraqueza ao tipo Fantasma... Um golpe duas vezes mais efetivo do que um ataque normal. — Comentou Forrest.

Morty encarava o desafiante com um brilho nos olhos.

— Vamos lá, Misdreavus. Confuse Ray!

Ondas psíquicas saíram de Misdreavus e foram enviadas em direção à Wobbuffet. O Pokémon de Ethan começou a ficar tonto e a girar confuso pelo campo.

— Wobbuffet! — Exclamou o garoto.

— Acabe com isso, Misdreavus! Psybeam!

Um segundo raio púrpuro foi disparado por Misdreavus e atingiu Wobbuffet, que caiu nocauteado.

Misdreavus girou no ar e instantaneamente caiu nocauteada também.

— Resta um. — Sorriu Morty enquanto retornava Misdreavus.

Ethan encarou o oponente e deixou uma gota de suor escorrer de sua testa.

— Vai, Sandshrew! — Chamou Ethan lançando o seu Pokémon para fora da PokéBola.

— Vai, Gengar! — Morty lançou seu último Pokémon na arena.

— Sandshrew, Rollout! — Começou Ethan.

— Vai, Gengar! Use Sucker Punch!

Gengar disparou na frente em uma velocidade impressionante e desferiu um soco em Sandshrew que caiu no chão.

— Sandshrew, corra pelo campo! Rollout! — Exclamava Ethan eufórico.

O Pokémon de Ethan virou uma bola e começou a girar. Rapidamente percorria pelo campo de batalha confundindo Gengar, que permanecia concentrado esperando uma ordem de seu treinador.

— Vai, Gengar! Shadow Ball agora! — Gritou Morty.

Gengar começou a disparar bolas negras ao redor do campo e Sandshrew conseguia desviar correndo com Rollout.

O Pokémon de Ethan chegou por trás. Gengar foi atingido e Sandshrew passou em alta velocidade, parando na frente de Ethan e encarando seu oponente caído.

— Gengar, Hypnosis!

Gengar colocou as duas patas na frente de seu corpo e encarou Sandshrew fixamente com seu olhar assustador. Ondas psíquicas foram emitidas e o Pokémon de Ethan sentiu as pernas bambearem. Uma súbita tontura tomou conta de seu corpo e o fez cair no chão em sono profundo.

— Sand! — Exclamou Ethan.

— Dream Eater! — Disse Morty.

Gengar começou a desaparecer, entrando no chão. Uma sombra negra seguiu em direção ao adormecido Sandshrew que nada pode fazer para se defender.

Os sonhos dominaram o subconsciente do Pokémon de Ethan.

***

Sandshrew estava sozinho em um grande jardim florido. A grama verde em que pisava era a mais fofa de todas as gramas do mundo. Estava um dia lindo. O sol brilhava, o vento soprava, mas não havia a presença nem de seu treinador, nem de Amy ou Forrest.

De repente, um chamado. Uma voz conhecida. Sandshrew se virou e viu Quilava correndo em sua direção com um sorriso que ia de um canto a outro. Sandshrew sentiu-se aliviado por ter alguém conhecido naquele momento insano. Onde estavam todos? Cadê seu mestre?

Sand tentou correr em direção ao companheiro. Mas, quanto mais ele corria, mais longe parece que ficava de Quilava.

Uma risada maligna foi ouvida. O sol que brilhara forte de repente ofuscou-se. Nuvens escuras de tempestade tomaram conta daquele céu, trazendo consigo raios e trovões. Sandshrew e Quilava pararam e olharam para cima. O chão partiu-se em dois quando um poderoso raio o atingiu, jogando cada Pokémon para lados opostos.

Um Gengar gigante apareceu por entre as nuvens e se materializou na terra. Soltou um urro tão forte que o próprio céu temeu aquele Pokémon.

Sand e Quilava começaram a atacar, mas Gengar parecia se fortalecer sugando os golpes para dentro de si. Pegou Quilava pelo cangote e o devorou, dando um olhar tão cruel que congelou a alma de Sandshrew.

O Pokémon de Ethan sentiu-se acuado.

— Resista, Sandshrew! Eu sei que você consegue! — A voz de seu mestre, Ethan, ecoava em sua cabeça.

Sandshrew sentia o medo lhe segurar como se fosse um golpe Constrict, impedindo-o de enfrentar o seu oponente.

— Sand, eu acredito em você! — A voz de Ethan continuava a ecoar.

Sandshrew soltou um berro. Sua sombra ganhou vida.

Libertando-se do corpo, a sombra cresceu e foi ficando do tamanho de Gengar e transformou-se em um Sandshrew maior, com garras maiores e mais afiadas e com espinhos saindo das costas.

A Sombra transformou-se em um Sandslash e confrontou Gengar de forma corajosa. Ao ver sua sombra lhe dando proteção e a voz de Ethan o incentivando, Sandshrew sentiu-se mais poderoso. Seu coração, outrora dominado pelo medo, emanava uma esperança enorme dentro do Pokémon. Sandshrew soltou um raio de luz de seu corpo e fez Gengar evaporar.

 

***

 

Fora do mundo dos sonhos de Sandshrew, no Ginásio, Gengar foi arremessado do chão. Havia sido expulso de dentro de Sandshrew, que levantava do chão exausto e cansado.

— Impossível! — Exclamou Morty surpreso.

— Incrível... Sandshrew conseguiu expulsar Gengar do seu subconsciente... — Disse Amy da arquibancada.

— Fantasmas se alimentam do medo das criaturas... Seu único ponto fraco é a coragem. — Disse Forrest.

Sandshrew, exausto, olhou para a Oran Berry pendurada em seu pescoço. Ele a pegou e devorou a fruta numa mordida só. Após alguns segundos, Sand demostrou mais disposição. Havia recuperado um pouco de sua energia que havia sido sugada pelo Dream Eater de Gengar.

Morty sorriu. Aquela batalha havia deixado ele extasiado.

— Recuperar a energia de Sandshrew com frutas Oran? Esperto... Mas ele não vai durar muito. Gengar, Shadow Ball!

Gengar materializou entre suas patas uma bola negra e disparou em direção à Sandshrew.

— Evasiva e depois use o Swift!

Sandshrew saltou e esquivou da bola negra arremessada por Gengar, que acabou atingindo a parede. Em seguida, o Pokémon lançou várias estrelas douradas que atingiram Gengar, mas não surtiram efeito.

— Ataques do tipo Normal não funcionam em Gengar. Shadow Ball de novo! — Exclamou Morty.

— Dig! — Retrucou Ethan.

Gengar disparou novamente uma esfera negra das patas. Sandshrew cavou um buraco e se escondeu nele. O ataque de Gengar atingiu a parede.

— Gengar, Shadow Ball no buraco!

Gengar lançou a esfera negra por onde Sandshrew havia cavado. Ouviu-se uma explosão e uma fumaça negra saiu do chão.

— Check-mate. — Sorriu Morty.

— Agora, Sandshrew! — Gritou Ethan.

Sandshrew surgiu por trás de Gengar. O Pokémon de Ethan girou no ar e atingiu as costas do oponente com Rollout.

Gengar veio ao chão nocauteado.

— Conseguimos! — Exclamou Ethan correndo para abraçar Sandshrew.

— Retorne, Gengar, você foi fantástico...  — Disse Morty retornando seu Pokémon.

Amy e Forrest desceram correndo da arquibancada.

— Parabéns, Ethan! Essa batalha foi incrível! — Exclamou Forrest.

— Você foi incrível! — Cumprimentou Amy abraçando-o e o deixando vermelho de vergonha. Forrest riu.

— Ethan, seus amigos têm razão. Sua batalha foi fantástica. Meus parabéns. — Morty estendeu a mão. Dentro dela, havia uma insígnia em formato redondo, azul com duas pequenas fendas brancas no centro. — Aqui está a Insígnia da Névoa, a prova da sua vitória no Ginásio de Ecruteak.

Ethan, com um sorriso, pegou a Insígnia das mãos do líder e a estendeu para o céu.

— Conseguimos... Nossa quarta insígnia! — Comemorou o garoto.

— Você é um baita treinador. Conseguiu bolar estratégias incríveis... Se você quiser uma indicação, siga para o litoral. O ginásio da Cidade de Olivine, além da Rota 38, pode ser uma boa experiência pra você.

Amy pareceu se encantar.

— “Litoral”?! Não vejo a hora de pegar um bronze!

Forrest sorriu.

— Acho que estamos precisando de um descanso mesmo.

 

***

 

O sinal de recuperação do Centro Pokémon anunciava que Sandshrew e Wobbuffet estavam em perfeitas condições de saúde.

— Seus Pokémon estão ótimos, Ethan. — Sorriu Joy.

— Obrigado, Enfermeira. — Agradeceu Ethan.

— O que vamos fazer agora? — Perguntou Amy.

— Vamos seguindo. Acho que é legal a gente chegar logo em Olivine pra curtir a praia, aproveitar que a gente tá no verão... — Disse Ethan.

— Por mim, tudo bem. Mas vamos passar no PokéMart pra abastecer nossos estoques de itens primeiro. Eles estão quase acabando.

— Tá de boa. Deixem só eu enviar Wobbuffet de volta pro laboratório. Ele foi bem útil nessa batalha, mas eu preciso deixar espaços vagos na equipe, né? — Comentou Ethan.

Amy e Forrest sorriram.

— Tá começando a ficar esperto. — Disse Amy.

— Vamos nessa então. — Emendou Forrest.

Ethan ganhou sua quarta insígnia da Liga Pokémon e se prepara para seguir viagem com Amy e Forrest. No Centro Pokémon, os garotos nem perceberam o barulho das hélices do helicóptero da Equipe Rocket, que chegava naquele instante na cidade. O plano mais audacioso da organização iria ser iniciado agora.

 

TO BE CONTINUED...



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