Hoseok apertou os lábios visivelmente frustrado, mas também não era algo injustificável já que estávamos prestes a trocar o beijo mais gostoso e quente da face da terra, ai meu Senhor que até meu cu já estava preparado e tremendo, porém um filho de uma puta vem e bate na porra daquela porta e simplesmente estraga tudo, porque o infeliz continuou batendo até que alguém respondeu!
Desculpem-me pelos palavrões assim tão de repente e em tanta quantidade, mas ah mano, vai se foder! ATRAPALHARAM O MEU AMASSO COM HOSEOK NO BANHEIRO! Morram todos os empata foda de Kim Taehyung nessa específica e referida noite. Vou colocar o nome de todos na boca do sapo da minha tia macumbeira. Espera só pra ver. Quero é ver sobrar algum.
Continuavam gritando do outro lado da porta feito um enviado do inferno maldito e Hoseok ainda tentou se manter calmo, mas foi impossível, visto que ele socou a parede bem ao lado da minha cabeça.
— Já vai! — ele gritou. — Porra! Mas que merda! — tirei minha camisa e o entreguei rapidamente para que limpasse e ele me estendeu a camisa que havia tirado. A vesti completamente em silêncio ainda sentindo minhas perna completamente bambas. Hosana o que havia sido aquilo? O homem me prensou contra a parede, me puxou pela camisa e lambeu minha boca. Você tem noção do que é sentir a língua de Jung Hoseok sobre seus lábios? É do céu! É maravilhoso!
Ele ainda lavava minha camisa de forma improvisada na pia e eu fiquei parado ali, observando aquelas costas e imaginando até onde aquela tatuagem ia. Ai que esse homem nu deve ser a minha morte. O perfume dele na gola da camisa era tão intenso e presente que eu não pude evitar levar o tecido bem ao nariz e ficar cheirando como se fosse o melhor perfume do mundo, porque era o melhor perfume do mundo. Hello! Era de Hoseok, qualquer coisa de Hoseok era o melhor, até aquela risada de cavalo que ele soltava às vezes.
Percebi que ele me olhava cheirando sua camisa pelo reflexo do espelho e o que eu fiz, morri vergonha, isso mesmo. Soltei o tecido e o vi rir fracamente para aquilo. Me deu até um aperto no coração, porque senão fosse aquele ser humano infeliz que eu ainda não conhecia a face, nós estaríamos agora nos esfregando um no outro contra aquela parede. Era isso que eu queria!
Quando ele terminou, pegou a minha camisa e me chamou para sairmos. Assim que a porta foi aberta, uma criatura desesperada e já colocando os bofes para fora passou por nós e Hoseok me puxou pela cintura colando meu corpo ao dele e arrastando a nós de lá.
Certo, essa era a hora que nós dois íamos procurar outro lugar para finalmente se pegar? Me diz que sim!
Nós dois caminhávamos para, só Deus sabe onde, e eu nem queria saber, desde que lá eu sentisse uma boca chupando minha língua. E pelo visto parecia que ia ser isso. Eu ainda não acreditava que eu e ele quase havíamos nos beijado, mas na minha mente eu ainda ficava com aquela dúvida do que levou ele a fazer aquilo, se havia sido o clima envolvente do momento, a situação, ou porque de alguma forma ele também sentia algo por mim como eu sentia por ele.
Eu queria muito acreditar que ao menos alguma atração ele já sentia.
— Hoseok? É você? — ouvi a voz chamar e como um reflexo nós dois paramos nossos passos e no voltamos para trás. Quem era aquele baixinho?
— Yoon? — Yoon? Que intimidade era aquela?
— Ah que é o Hobi mesmo! — Hobi? Mas que audácia e ousadia era aquela com meu namorado? Ele se soltou de mim, vejam bem, se soltou de mim, e foi agarrar aquele outro. Olha que absurdo, aquele abraço agarrado demais já estava durando 2,3,4… 6 segundos! Larga! Larga!
— Por onde você tem andando? Senti a sua falta. — sentiu falta? Como assim sentiu falta? Ah que eu ia cometer um crime. Assim na minha cara Hoseok? Logo depois de quase ter tirado a quase virgindade da minha boca semi-virgem?
Aquilo era uma ultraje. Já haviam no mínimo uns dois minutos em que minha presença havia sido totalmente esquecida para Hoseok, o traidor, ficar conversando qualquer coisa inútil e aleatória com Yoongi, o albino. E eu estava ali, em pé observando aquela cena ridícula muito puto da minha vida e cheio de motivos para isso.
De repente minha autoestima voltou, e bom humor também, quando fui segurado pela cintura novamente por Hoseok que saiu dizendo que precisava conversar a sós comigo. Isso comigo, vamos conversar a sós, com a sua língua dentro da minha boca e a minha dentro da sua. Melhor conversa.
— Quem é seu amigo Hoseok? — cara, ele não queria deixar a gente ir embora? Era isso? Mas que cara chato!
— Ah esse é o Taehyung. — ele me apresentou e o tal Yoongi ficou sorrindo olhando para mim. Filho, se estava pensando que ia roubar meu homem, tava enganado. Podia vir para o duelo que eu ia lutar pelo bad boy.
— Hum, lindo nome, Taehyung. Lindo dono também. — ixi que ele estava achando que ia me comprar com elogios e fazer simpatizar com ele. Não ia rolar.
— Bem, agora temos realmente que ir resolver algumas coisas Yoongi. — Hoseok me pegou pela cintura novamente e eu estava quase chutando aquele Yoongi para deixar a gente sair dali nem que fosse na carreira. Eita que fogo no rabo estava grande!
— Ouviu isso?! — Yoongi gritou depois da voz de um cara ao microfone soar pelo local. Que saco! — Concurso de dança! Você tem que ir Hoseok! Vai acabar com eles totalmente! — ele agarrou a mão de Hoseok e saiu puxando ele pro inferno que aquele demônio saiu, só pode! Sério, eu queria matar aquele tal de Yoongi.
— Espera! — ele exclamou, enquanto Yoongi levava ele para bem longe de mim. Cara, não se separa o casal principal! Nunca te disseram isso? — Eu volto logo. — ele me disse colando sua testa na minha. E não foi somente um colar de testas, nossos olhares, nossa, eu parecia conseguir enxergar mais do que jamais havia visto na minha vida toda, era tão próximo, tão íntimo, tão… quente. — E aí a gente conversa. — disse quase como um sussurro e eu tenho certeza que ele queria me beijar, me agarrar ali mesmo, como eu queria fazer a exata mesma coisa com ele, mas não faço ideia do que o segurou. Ele apertou minha cintura novamente e me abraçou por ela, colando nossos corpos e eu juro que teria beijado ele ali mesmo, mas antes disso ele sorriu, piscou o olho, eu morri três vezes e então ele me deixou para participar dessa tal competição de dança.
Me aproximei um pouco, só o suficiente para ficar perto do palco onde tudo iria acontecer. Se eu estava feliz? É claro que eu não estava. Hoseok estava lá fazendo inscrição junto à Jungkook, provavelmente depois disso eles iriam fazer as trocas de camisas que ele havia me dito que faria para não ficar semi nu por aí. O que na verdade não era algo ruim, já que admirar aquele peito e costas maravilhoso nunca vai ser algo ruim, porém só eu que deveria ter esse prazer, então coloca uma camisa mesmo mozão!
E o pior era aquele tal de Yoongi no meu pé, na minha cola. Esse cara só pode ter se materializado nessa festa com o objetivo de desgraçar a minha noite que estava perfeita demais. E eu posso listar os motivos pelos quais ele me deixava muito puto.
1. Ele interrompeu o meu amasso com Hoseok. Fomos interrompidos de novo.
2. Ele foi todo intimozinho do meu Hoseok.
3. Abraçou por tempo demais.
4. Fez a minha existência ser esquecida
5. Quando a gente ia se pegar, ele interrompeu de novo.
Porra! Eu ia cometer um assassinato, porque esse abusado tava me testando com essa conversinha mole para cima de mim. Até parecia que ia colar ele fazendo a linha amiguinho comigo, sendo que eu sabia que ele queria mesmo era roubar meu macho! Não ia rolar queridinho. Não no meu turno, e o meu turno não ia passar, em nome do bom Deus!
— Como você conheceu Hoseok? — eu olhei de soslaio para ele bem desconfiado. Cara, eu não estava engolindo aquela conversa fiada.
— Ele meio que me ajudou numa situação depois da escola. — bem por cima, porque não sou obrigado a sair contando my love story com Hoseok para aquele ladrão de namorado de pele branca e sorriso gengival.
— Você ainda está na escola? — mas olha o abuso!
— Estou. Algum problema com isso? — ele deu de ombros e levou a garrafa que tinha em mãos à boca.
— Não, absolutamente nenhum. Mas você é mais jovem o que eu pensava. — revirei os olhos e respirei fundo. Por dois motivos na verdade: paciência para aguentar Yoongi ali me amolando e para aguentar Hoseok mozão que agora subia no palco para dançar. Ai meu coração. Será que ele era bom?
A música começou a tocar e acho que enquanto isso Yoongi falava alguma coisa que eu sinceramente não estava ouvindo por motivos bem óbvios que eu não vou ficar citando novamente aqui. Inacreditavelmente Hoseok era um dos primeiros, achei que ele fosse ser um dos últimos, já que ele havia se inscrito bem perto do início da competição.
— Por que Hoseok é o primeiro? — me inclinei e perguntei Yoongi que provavelmente deveria saber a resposta para aquela pergunta, já que parecia íntimo demais com aquela coisa de “Hobi”. Ainda não engoli isso.
— Ah, — ele sorriu somente com os lábios e colocou as mãos na cintura inclinando o corpo para trás de mim se aproximando da minha orelha. Perto demais chapa, perto demais. — É que ninguém vai conseguir ganhar dele. — o encarei confuso. Bem, eu não sabia das habilidades de dança dele, até aquele momento não fazia nem ideia que ele dançava. Logo, não podia opinar. — Você vai ver. Ele é um tremendo folgado. Tira onda com a cara de todos, porque sabe que é bom demais. E mesmo que ele nem dance sério, ninguém ganha.
Decidi acreditar por motivos de: falta de informações de base para comparações. E quando a música enfim ficou mais alta eu voltei toda minha atenção para o que viria a seguir, com imensa expectativa e ansiedade. E tenho que ser bem sincero: Hoseok não correspondeu ao que eu esperava. Ele extrapolou os limites do que poderia se considerar expectativa. O homem era simplesmente um furacão!
A cada nova batalha eu precisava escolher uma nova parte do corpo dele para admirar, sim, admirar é a palavra mesmo. Era impossível olhar para tudo de uma vez, só quando absolutamente todo seu corpo formava um conjunto inebriante composto por regiões que individualmente já eram de fazer um delirar.
As pernas, os pés, o quadril, a cintura, ombros, mãos, braços, cabeça, rosto… Tudo era simplesmente maravilhoso demais naquele espetáculo chamado Jung Hoseok. Porque não poderia ser chamado de outro nome que não esse, Espetáculo.
As músicas que embalavam a competição eram dos mais variados ritmos e letras e não era ele quem se adaptava ao ritmo delas, a própria música parecia se reformular inteira apenas para caber, entrar no ritmo de Hoseok e ser conduzida por ele. Fosse rápido ou devagar, todo movimento seu era sugestivo e hipnotizador, principalmente o quadril, e este não parava. Tenho certeza de que pensamentos nada puros estavam passeando pela cabeça de todos ali, e eu não gostava daquilo, me sentia enciumado, na mesma proporção que também gostava, porque quando ele olhou para a multidão colocou a língua para fora para umedecer sua boca e mordeu o lábio sorrindo foi exclusivamente para mim.
Os gritos eram altos, porque não era somente a dança sensual que levava o público ao delírio, e sim tudo. E cara, puta que pariu! Hoseok não tinha articulações, só podia ser isso, pois os movimentos que ele fazia me pareciam praticamente impossível para um ser humano duro como eu, mas para ele era o que havia de mais simples e natural.
Ele pulava, levantava os braços, animava a plateia e deixava claro para todos ali que ele era o melhor, e era isso que todo mundo sabia e gritava, Hoseok era o melhor.
— Gostando de ver o mestre do hip hop dance? — Yoongi me perguntou do nada me assustando e até mesmo me tirando do transe em que eu estava observando ele dançando. — Ele é bom não é?
— Muito… — coitado de mim, chorando por todos os buracos possíveis ao assistir aquela cena, só consegui dizer isso.
E o filho de um a mãe não colaborava com melhorar a minha situação, que estava gradativamente piorando. A forma como ele tirava os cabelos da testa, sugava o ar com força para recuperar a respiração, era fodidamente sensual e impossível de não me fazer suspirar e também respirar pesado como ele fazia, em puro reflexo.
A forma como as mãos dele percorriam seu corpo me faziam viajar pelo universo onde eu tinha o privilégio de ver aquele corpo nu, rebolando na minha cara, aquelas mãos grandes apertando meu corpo e… Deixa para lá o resto. Era claramente uma pessoa que tinha noção de que era um puta de um gostoso e fazia total uso disso para escravizar as pessoas, os pobres mortais que só podiam o ver de longe, admirar, desejar, e nunca tocar, nunca provar. Eu, Kim Inocente Taehyung, estava tentando me manter puro, livre de manchas como o bom garoto de Deus que eu era, bem criado pela mamãe. Mas me diga se isso é possível quando se tem um Jung Hoseok rebolando segurando o pau sem parar?
Não! Não era! Era impossível. Eu bem que tentava não olhar, mas como fazer isso quando tudo que eu queria era olhar, e focar naquilo, imaginar como era, imaginar no serviço - se é que vocês me entendem - ou seja, Hoseok não estava me deixando concentrar em outra coisa que não fosse pensar na rola dele! Pronto, falei!
Depois de batalhar com umas dez pessoas - creio eu, mas não confiem minha contagem, porque já falei para vocês onde que eu estava focado - finalmente acabou e Hoseok desceu do palco declarado oficialmente o campeão da batalha de danças da noite.
— Quer dar uma volta? — Yoongi perguntou enquanto eu ainda babava, quer dizer, olhava para Hoseok comemorando a vitória. Mas como assim gente? Que história de dar volta era essa?
— Jung Hoseok ganhou? — Jimin apareceu, lê-se brotou, do meu lado meio alegre demais, meio bicudo demais, meio corado demais, lábios vermelhos, inchados. E pelo copo em sua mão, eu logo soube que não havia sido uns beijo que ele tinha ganhado de Jungkook.
— Você tá bebendo Jimin? O que é isso que você tá bebendo? — ele estalou a língua no céu da boca, fez um bico e deu de ombros.
— Sei lá, ponche eu acho. Me disseram que era ponche.
— O quê? Você tá bebendo do ponche? — Yoongi se meteu visivelmente surpreso. — Qual a resistência a álcool desse seu amigo? — virou para mim e eu tava bem tipo “sei lá mano, zero?”
— Sei lá... Zero? — tá vendo? Não tinha como responder outra coisa.
— Cara, todo mundo sabe que ponche de festa é batizado. Se você não tem costume de beber, não encara isso. — o próprio Yoongi tentou tirar o copo que já estava pela metade das mãos de Jimin, que não deixou e ainda deu uma senhora golada reduzindo pela metade o que já estava na metade do conteúdo do copo.
— Jimin me dá esse copo. Você não pode beber. — dessa vez fui eu quem tentou tomar o copo da mão dele, mas parecia que bêbado aquele bochechudo era ainda mais teimoso que sóbrio.
— Sai Taehyung! Me deixa. — ele me empurrou, vê se pode. — Eu tô triste.
— Tá triste? — fiquei dengoso. Quem sabe assim conversando e dando consolo ele soltava aquele copo e esquecia de continuar bebendo. — O que foi?
— O Jungkook, Tae… eu quero tanto dar uns beijinhos nele. — ele agarrou meu braço e me abraçou por cima do ombro. — Quer dizer, olha aquela boquinha eu quero dar uns beijões. Chupar ele todo. — misericórdia! Olha o que esse menino tava falando gente!
De repente Jimin deu um grito e se soltou de mim. Não entendi direito o que ele falou, e provavelmente foi um “Eu vou matar Jungkook e aquela vadia que tá se jogando nele” e conclui que realmente foi algo nessa linha quando vi Jungkook conversando com uma das garotas envolvidas na competição de dança.
O que fazer?
1. Ficar parado no meu lugar esperando Hoseok aparecer para a gente se pegar?
2. Seguir Jimin e ficar perto o suficiente para ver ele metendo a mão na cara de Jungkook e de uma garota, sendo depois fichado pela polícia por bater em uma mulher? Porque no estado que ele estava era bem capaz de fazer.
3. Correr, segurar aquele bebum descontrolado doido para dar um vexame e impedir uma catástrofe de acontecer?
Acertou quem escolheu a opção 3.
— Jimin! — agarrei o braço dele e puxei. Para ser mais exato eu coloquei a mão sobre a boca dele para que ele não gritasse e saí arrastando para bem longe mesmo. Só assim para uma merda grande ser evitada. — Vem aqui comigo amigo. Tá tudo bem. Amigo. Amigo! — parei em um lugar, não sei bem onde, mas tinha um sofá para sentar, então foi por lá mesmo que eu fiquei. — Está tudo bem querido. O que houve? Conta pro Tae.
— Ah Tae, aquele viado do Jungkook! — ele choramingava. — Quer dizer, hetero Jungkook, porque ele não me quer só pode ser hétero. Mas eu sou tão lindo, tão fofo. E beijo bem, não beijo? — Yoongi olhava aquela cena com uma cara de quem julgava fortemente o meu querido amigo passando vergonha. — Eu beijo. Você sabe, você me beijou. — dei um riso bem sem graça e envergonhado. Porra ele tava falando aquelas coisa na frente do amigo do Hoseok! E se ele sai soltando isso na frente dele?
— Cala a boca infeliz. — coloquei levemente a mão sobre a boca de Jimin, mas o rosinha era forte e tirou. Ah desgraça.
— Você acredita que eu tentei de todas as formas e ele não me beijou. Ele ‘tava praticamente se esfregando em mim na pista de dança, eu fiquei até excitado Tae… e ele vai é atrás de racha? De bo-
— Cala a boca Jimin, pelo amor do que é mais sagrado. — eu já estava começando a ficar desesperado. Essa era a palavra.
— O que está havendo? — dessa vez quem brotou foi Hoseok e eu fiquei aliviado? Claro que não! Porque a primeira coisa que Jimin fez foi falar com ele.
— Olha aqui Hoseok. — chamou e ele sorriu cruzando os braços sobre o peito.
— Oi Jimin. — ele respondeu por educação mesmo, porque na hora sacou que tinha algo errado. — O que deu nele? — perguntou para mim discretamente.
— Bebeu do ponche. — respondi e Hoseok deu um tapa na própria testa. É, estávamos bem lascados.
— Primeiramente, parabéns por ter ganhado o coiso de dança aí. — ele riu e agradeceu. — Segundamente, aquele seu amigo é hetero, né? Nem pra ser viado mano! De que adianta se esfregar em mim, me deixar todo louco por ele, e depois ir atrás de comer mulher. Ele tinha era que me comer! — senhor da gloriosa sarrada de Jung Hoseok, segura a língua do Jimin!
Eu encarava Hoseok, porque depois da cena que eu vi dele em cima daquele palco não dá para focar a visão em outra coisa que não ele, por uns segundos eu até esqueci do Jimin, até que ele se agarrou na minha cintura e começou a chorar, dizendo que o Jungkook era muito mau e não queria ficar com ele e que ele ia fazer o Jeon virar gay só para ficar com ele.
E do nada, Jimin bodou. Desmaiou mesmo!
— Ai meu Deus Jimin! — Hoseok exclamou e logo se abaixou para ficar mais perto de nós.
— O quê aconteceu? Ele morreu? Me responde Hoseok! Ele morreu, ele vai ficar bem? — desespero tem nome e é Kim Taehyung.
— Ele só deve ter tido uma baixa de pressão brusca, tá com sono, não é desmaio, é muito sono. — Hoseok tentava a todo custo manter Jimin lúcido - quer dizer, quase isso - e acordado, porém o rosinha queria era dormir mesmo. Será que falar no nome do Jungkook iria funcionar? — Jimin, acorda. Vamos lá cara, não dorme que ainda quero dançar com você. — Epa filho! Que história era essa? Que promessas e desejos eram esses?
— Bem, aproveitando que seu amigo tá meio incapacitado e Hoseok já tá ajudando ele, você quer dar uma volta? Ir para algum lugar mais calmo? — por que eu ainda não tinha dado na cara do Yoongi, hein?
— Yoongi, por favor, me ajuda a carregar o Jimin. — Hoseok falou do nada puxando o branquelo para perto dele e longe de mim.
— Para quê?
— Ele não está mais em condições de ficar aqui, vou levar ele e o Tae para casa. — praticamente jogou Jimin por cima do Yoongi e pegou as pernas dele para facilitar o trabalho. Nada como uma distribuição do peso do bodado. Jimin era maior bebo bosta do grupo. Iria guardar essa informação para sempre.
Eles carregavam Jimin na frente e eu ia atrás carregando a jaqueta de Jimin e a camisa dele, não sei por quais motivos ele tirou a camisa, estava quase desmaiado, mas mesmo assim se debateu e tirou a camisa. Quando chegamos no carro, Hoseok deixou Jimin conosco, apoiado entre nós dois abraçando nosso ombros, e foi procurar por Jungkook e pedir a chave do carro para que fossemos para casa.
— Então… — Yoongi cortou o silêncio e falou enquanto eu limpava o suor de Jimin e levantava o rosto dele que insistia em cair o tempo todo. — Quer dizer que você já beijou o rosinha aqui, foi? — olhei de soslaio bem pensativo se me sentia invadido, meio violado, incomodado, ou se só respondia de boa.
— É, já. — respondi. Acho que mentir era pior e não era algo de que eu sentia vergonha, olha só cara, eu tinha beijado Jimin, tava bodado ali, quase morto, mas ainda era gostoso. Olha aquele corpo. Aqueles lábios gostosos, eu provei, eu sei.
— E já beijou o Hoseok? — não! Porque certos filhos de uma mãe, como o senhor também, impediram isso de acontecer a noite toda!
— N…
— Ah… E o que acha de me beijar? — arregalei os olhos com a pergunta, com Jimin deslizando do nada e caindo sentado no chão e com Hoseok muito bem parado na nossa frente com a chave do carro em mãos. Senhor, o que eu fiz para tanta merda estar acontecendo de uma vez só?
— Vamos? Acho que já até passou da hora. — impressão minha ou ele deu uma olhada mortal para Yoongi?
Colocaram Jimin no banco de trás do carro e logo eu me acomodei no banco do carona na frente, enquanto Hoseok ainda falava algo com Yoongi do lado de fora que eu não fazia ideia do que era, porque estava bem ocupado tentando manter meu melhor amigo vivo até o nascer do Sol, amém. Pela janela e com visão um pouco limitada, eu vi Yoongi fazendo uma pose de rendido e sorrindo um sorriso gengival bem debochado e saindo logo em seguida, deixando Hoseok de braços cruzados observando ele se afastar.
— O que foi? Tá tudo bem? — perguntei assim que ele entrou no carro e finalmente se sentou ao meu lado. Respirei fundo, era um quase a sós, algo que tinha realmente sido difícil durante toda aquela noite.
— Nada demais, só dando uns toques mesmo. — ele girou a chave na ignição do carro e deu a partida. — É, preciso fazer isso às vezes. — sorriu para mim e enquanto eu acompanhei com o olhar seu pé soltando levemente a embrenhagem e pisando no acelerador, enquanto sua mão direita engatava a marcha, o carro ganhou movimento e finalmente saiu dali nos levando para a casa de Jimin. — O que Yoongi estava perguntando para você? — eita. Será que eu deveria falar a verdade? O clima entre eles já não parecia agradável. Estaria Hoseok com ciúmes de mim? Gente, eu não posso pensar isso porque sou um iludido.
— Ah, coisas aleatórias.
— Do tipo?
— Se eu já tinha beijado o Jimin, essas coisas bem na cara de pau mesmo. — eu sei que eu fui cara de pau de dizer isso, mas Yoongi também foi de ter perguntado. Não lembro de ter dado intimidade.
— E você disse… — e agora? O que eu respondia para Hoseok? “Que sim. Eu e Jimin nos beijamos, porque eu era boca virgem e ele me ensinou para beijar você dignamente”? Hosana me ajuda!
— Jimin, você está bem? — fui salvo pelo gongo, ou melhor, grunhido de Jimin no banco de trás. Obrigado Deus. Obrigado Hosana. Obrigado Jimin. — Como está sentindo?
[...]
Quando chegamos na casa de Jimin, discretamente nós dois entramos com ele, subimos as escadas e ainda fizemos o favor de dar um banho, remédios para enjoos e ressaca no dia seguinte. Ele nem deu tanto trabalho, pois como estava praticamente caído, desmaiado, dormindo nos nosso braços não fez resistência nenhuma a nada, nem mesmo quando tiramos suas roupas para banhar, o que me levou a concluir que ele provavelmente não tinha problemas com sua própria nudez. Ou só estava bêbado demais.
Hoseok também me fez dar uma boa quantidade de água e uma sopa rápida para que ele não dormisse de estômago vazio. Resumindo, só depois de no mínimo uns trinta minutos era que eu estava indo me despedir o Jung Gostosão, que fica ainda mais delicioso de madrugada e camiseta.
E como eu era um ótimo anfitrião eu fui deixá-lo na porta da casa da família do meu querido melhor amigo Park Jimin.
— Bem, obrigado por hoje à noite Hoseok… — tínhamos um Taehyung bem tímido de frente para um Hoseok fodido de gostoso que estava para ir embora e só Deus sabe quando eu ia ver ele de novo em uma oportunidade tão dourada como aquela. — Por tudo, por ter nos chamado, nos levado, ter me ajudado com Jimin. — e curvei em sinal de agradecimento e respeito. Nossa, Taehyung tão formal e polido com o rapaz, nem parece que estava pensando no pinto dele dois minutos atrás. Opa! Está pensando de novo!
— Ah, foi ótimo! — ele coçou a cabeça e bagunçou os cabelos daquele jeito que só bastava isso para me deixar louco. Ele por acaso sabia disso? — Vou chamar vocês mais vezes com certeza.
— Desde que Jimin não chegue perto do ponche batizado.
— E Yoongi não chegue perto de você. — o quê? Hoseok havia realmente falado o que eu havia ouvido?
— O quê?
— Nada. Bem, boa noite Taehyung. Por favor faça o que eu te disse para ajudar o Jimin, vai ser útil. — ele disse e já foi logo dando as costas para ir até o carro. Era justificável ele estar com pressa, o carro não era dele, sua moto ainda estava na festa assim como o dono do veículo e bem, era relativamente tarde para ficar de conversa mole e sem sentido com um colegial como eu na porta de casa, quando obviamente se tinha coisas melhores de adulto para fazer.
— Tchau Hoseok. — disse com voz triste, deixando ela morrer no ar enquanto eu não conseguia tirar os olhos dele se afastando de mim. Era tão triste.
Eu não iria sair daquela porta até que visse o carro saindo com ele dentro finalmente me deixando ali, tendo que ter somente o bebinho Jimin de companhia. Porém foi nesse instante que eu fui surpreendido. Ele voltou correndo, subiu os três degraus que levavam até a porta e logo já estava parando bem à minha frente sorrindo, mas com um olhar de determinação felina.
— Desculpa Tae, mas eu preciso muito te beijar.
Ele ele me segurou pela nuca com uma das mãos, lembro bem que foi a direita. Senti ela se infiltrando em meus cabelos e os puxando levemente enquanto sua mão esquerda me puxou pela cintura e colou meu corpo ao seu. A essa altura as minhas estavam completamente enterradas nos seus cabelos incrivelmente macios e um pouco molhados por uma camada finíssima de suor na nuca.
Sentir finalmente a língua dele na minha boca e seus lábios sugando os meus, era uma sensação de outro mundo. Nem se compara a beijar Jimin. Não que ele beijasse mal, mas era que Hoseok me fazia tremer, ficar de pernas bambas e arder de algo que eu simplesmente desconhecia, mas já gostava. Nós puxávamos o corpo um do outro para mais perto e mesmo assim eu ainda queria desesperadamente mais toque, mais pele, mais calor, mesmo já conseguindo sentir bem o quanto nós dois estávamos pegando fogo.
Eu não tive pena em descontar na pele de Hoseok - que milagrosamente consegui criar coragem do mais além dos campos elísios, a ousadia concedida por Hosana para enfiar minhas mãos por baixo da camisa dele e toquei, arranhei, apertei fiz o que pude e quis com aquela pele gostosa e quente. Amém - o quanto eu queria muito ter ele bem junto a mim, o quanto eu desejei, esperei e lutei por aquele momento que finalmente havia chegado. E talvez sentir toda aquela vontade que ele também tinha de me beijar, era a melhor de todas as sensações. Eu podia sentir o quanto ele também me queria.
Hoseok era forte, intenso, claramente experiente e ousado. Isso tudo ficou muito claro quando ele me bateu contra a porta da casa de Jimin, segurou meu rosto deitando minha cabeça para o lado e passou a beijar meu pescoço exposto. Aquilo era muito bom, e eu me sentia derretendo na boca de Hoseok, ele conseguia enfim fazer isso. Mas quando ele apertou minha bunda com vontade, com as duas mãos eu fui ao céu. Não sei o que foi aquilo, mas o meu calor subiu em níveis drástico, quando ele fez aquilo, me fazendo soltar um gemido alto e como na noite da festa do pijama, suspirar pedindo para que ele fizesse isso mais uma vez, o que não me foi negado de forma alguma, rendendo a ele uns bons arranhões no ombro.
Eu estava bem ofegante e me sentindo até cansado depois de tanta atividade frenética como aquela nossa, quando Hoseok separou mais o corpo do meu e segurou meu rosto com as duas mãos me beijando com profundidade, mas em um ritmo lento e envolvente que pouco a pouco foi se acalmando.
— Tae… — um selinho. — Já está tarde. — outro selinho. — Você tem que entrar. — mais um selinho. — E eu tenho que ir embora.
— Eu não estou segurando você. — levantei as duas mãos para deixar bem claro que eu realmente não o estava prendendo ali.
— Está sim. — meu queixo foi segurado de forma firme e mais carinhosa possível. — Seus lábios estão fazendo isso. — ri, sorri, morri, derreti. Você estaria assim também que eu sei.
— Então… — dei alguns repetidos selinhos, enquanto sorria mais feliz do que criança quando ganha presente caro. — Tchau. — dei um longo selinho e num movimento rápido tentei o empurrar, mas ele me puxou junto e quase que caímos um por cima do outro, porém ele me segurou suspendendo no ar enquanto ríamos.
— Só se você me deixar no portão, e me der mais um beijo. — e se recusa um pedido desses?
Caminhamos juntos pelo jardim que havia até chegar ao portão baixo que dava para rua. Não fomos de mãos dadas, não fomos abraçados e muito menos parando o tempo todo para nos beijar fazendo com que um caminho de trinta segundos se multiplicassem em cinco minutos. Nós fomos rindo, e fazendo cosquinhas um no outro. Quer dizer, Hoseok fazendo cócegas em mim.
Quando chegamos no portão ainda nos seguramos por tempo indeterminado trocando beijos e mais beijos, agora bem mais calmos e contidos no portão. Foi algo tão romântico, parecíamos dois namoradinhos se despedindo no portão todo tímidozinhos e loucos para se ver logo no dia seguinte depois da escola. Algo assim bem adolescente e inocente. E era quase assim, tirando a parte de que não éramos namoradinhos, e que estávamos quase nos comendo dois minutos atrás ali mesmo na porta da casa dos outros.
Que indecência Kim Taehyung. Mas foi mamãe que incentivou. Vai ficar orgulhosa quando souber que eu finalmente dei uns beijos no Hoseok!
E meu fim da noite foi exatamente esse: assistir Jung Hoseok, o ladrão da meia noite que roubou meu coração e a semi virgindade da minha boca indo embora em seu carro - mesmo que não fosse de fato vamos fingir que era - e me deixando ali abobado ainda sem acreditar que aquilo havia sido real.
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