-LEIAM AS NOTAS DO AUTOR-
Ashley engoliu seco. Qual seria o motivo para Nathan voltar? Com certeza, não era ela. A garota em um ato de desespero tentou fechar a porta, mas foi impedida, quando Nathan pôs seu pé entre a madeira maciça. Ele podia sentir o desespero dela, podia sentir as reações que ela sentia ao vê-lo. Nathan gostava daquilo, tudo isso mostrava que não importava o tempo, ela ainda sentia algo por ele, não interessava se era medo ou amor. Ela sentia algo por Nathan e para ele aquilo valia muito.
- Está com medo de mim, Ash? - Sorriu travesso e se aproximou mais da garota, consequentemente da porta.
- O que faz aqui? - Ashley perguntou um tanto fria. Ela nunca esperou que Nathan voltasse, depois que ele saiu pela porta há dois anos atrás, escolhendo matar invés de amá-la.
- Pergunta errada! - O sorriso no canto dos lábios não saía de seu rosto por um instante. Ele era um cretino, mas por dentro ele enfrentava um conflito interno. Matar ou não matar Ashley. Talvez, ele brincasse um pouco com sua família antes de tomar alguma decisão, afinal, causar o caos na "vida perfeita" deles, seria divertido. - Tente novamente. - Zombou.
- Por que voltou? Achei que sua vida fosse matar pessoas e receber por isso! - A garota começara a se estressar e seu tom de voz começava a ficar mais alto.
- Não posso mais visitar minha família? A falar neles, aonde estão nossos pais? - Sorriu novamente e se aproximou mais de Ashley, fazendo-a recuar e dar-lhe passagem para adentrar sua antiga casa. Seus olhos passaram pela sala de estar rapidamente, nada fora mudado de lugar, era a mesma casa patética.
- Eles saíram, só estamos eu e Thomas em casa! - Ashley disse rapidamente e logo notou a merda que havia dito. Nathan a encarou com olhos transbordando em fúria.
- Thomas? Então, ele roubou minha vida de vez! Ham? - Nathan balançou a cabeça negativamente e fechou os punhos. Ninguém sentia sua falta? Ele era tão facilmente substituível?
- Cale a boca! Você foi embora, você escolheu que eu seguisse a minha vida! - A garota - por mais curiosa e com medo que estivesse - falava alto e cuspia palavras na cara de Sykes.
- Você não conseguiu aceitar o que eu faço, o que eu sou, Ashley! - Ele disse calmo e suspirou em seguida, seu olhar procurou pelo dela. Seus olhos verdes brilhantes ainda fascinavam Ashley. Como ela havia sentido falta daquele olhar.
- Você é doente! - Ela disse baixinho e rapidamente enxugou uma lágrima que escorria no canto de seus olhos. - Por que você voltou? - Repetiu a pergunta.
- Voltei para... - Nathan empurrou Ashley de leve na parede e a encarou ainda sorrindo. - Recuperar o que sempre foi e sempre será meu. - Ela se arrepiou ao sentir o hálito quente dele batendo contra sua bochecha.
- Eu não sou sua! - Nathan foi empurrado pela garota. - Eu não sou a porra de um objeto que você pode brincar e depois jogar fora e depois brincar de novo!
- Se passaram dois anos e você continua sendo a mesma. - Ele riu e jogou seu corpo no sofá.
Era como um dejavú, os dois vestindo suas armaduras. Ashley agindo como se nunca sentira falta dele, como se não tivesse passado noites chorando por saudade ou preocupação. Nathan agindo como o cretino de sempre, apesar de querer abraçá-la, além de não fazer ideia de como teria coragem de matá-la. Quando somos crianças lemos histórias com finais felizes, quando crescemos percebemos que nada disso existe no mundo real.
- Você também pelo visto! - A garota engoliu o choro e encarou Nathan deitado no sofá, ele parecia tão tranquilo, como se eles nunca tivessem passado por tudo aquilo. - Como está a W.A.R.Z.O.N.E? Matando muitos inocentes? - Ela perguntou irônica.
- Um pouco. - Deu ombros. - Quando Thomas vai acordar? Estou afim de bater em alguém! - Nathan deu um riso nervoso e fechou os olhos.
- Por favor, faça o que tem que fazer e vá embora!
- Ashley, se você soubesse o que eu tenho que fazer não diria isso. - Ele a encarou sério. Não era mentira. Ela mal sabia que o cara que amava tinha a missão de matá-la.
- Nathan, eu, finalmente, estou vivendo! Por favor, vá embora! - Sua voz era fraca, mas aveludada.
- Você está vivendo - Nathan se levantou e a puxou pela cintura. - Mas não está feliz.
- Não ache que minha felicidade depende de um monstro como você. - Ela se afastou dele. - Espere nossos pais chegarem, eles devem querer questionar seu sumiço! - A garota começou a subir os degraus da escadaria. Pretendia voltar a dormir e só acordar quando aquele traste fora embora. - Eu não consigo acreditar que em algum dia de nossas vidas você disse que me amava. - Ashley subiu os degraus pisando forte no chão.
Nathan encarou o chão com uma expressão melancólica no rosto. Ele a queria de volta, não importava a W.A.R.Z.O.N.E, não importa o Thomas, ele precisava dela.
[Ashley's P.O.V]
Subi os degraus enquanto lágrimas se formavam em meus olhos. Por que ele tinha que voltar justo agora? Justo quando eu consigo ajustar minha vida? Muitos diriam que é o destino, eu chamo de azar. Entrei no meu quarto e Thomas ainda dormia jogado na cama. Queria poder dormir, mas com Nathan Sykes em casa, dormir não é seguro. Saí do quarto e fui até o banheiro, fechei a porta e me encarei no espelho. Respire fundo, Ash. Respire fundo. Ele é apenas seu ex-namorado assassino! Girei a torneira e lavei meu rosto. Minha cabeça doía, meus músculos se contraiam graças a tensão do estresse e meus olhos ardiam. Eu tentava entender, porque ele voltou depois de dois anos. Tanto tempo para seguir sua vida e ele volta? Nathan Sykes era um enigma, um enigma que não podia ser solucionado. Nunca.
Escutei passos pelo corredor, provavelmente, Thomas. Ele teria um ataque ao ver Nathan novamente. Abri a porta do banheiro e fui empurrada de volta para dentro do mesmo por Nathan. Meu coração disparou e minha respiração se descompassou.
- Na-than? Sai daqui! - Perguntei andando para trás até encostar na parede gelada do cômodo.
- Me dê uma chance pra te fazer se apaixonar por mim de novo. - Ele sussurrou no meu ouvido enquanto me pressionava contra a parede com seu corpo. Não eu não podia ceder a tentação. Pense nas pessoas mortas, Ashley. Pense em como ele é insano. Como ele preferiu matar a ficar com você e ter uma vida. Mas quer saber? Eu cansei de me importar com o que ele faz, eu quero ele. Nada mais importa se eu estiver com ele.
- Quem disse que eu ainda não sou apaixonada por você? - Tentei sorrir, ao vê-lo me encarar. Eu podia jurar que ele estava feliz. Logo, Nathan juntos nossos lábios de forma intensa e agressiva. Oh como eu senti falta dele, do toque dele, de tudo nele. Suas mãos apertaram fortemente a minha cintura e meus braços automaticamente se entrelaçaram em seu pescoço. Nossas línguas travavam uma batalha acirrada, eu poderia ficar ali para sempre sentindo ele. Quando ficou difícil de respirar, separamos nossos lábios lentamente. Nathan me olhou com seus olhos verdes e sorriu de lado. Não havia mudado nada também. E era assim que eu devia amá-lo. Nathan James Sykes, o garoto mau.
- O Thomas não vai gostar disso... - Ele selou nossos lábios e riu entre eles.
- Ninguém vai gostar disso. - Mordi de leve o lábios inferior dele e puxei. - Você promete que vai ficar? - O encarei.
- Ashley, você sabe que eu... - Nathan fechou brevemente os olhos.
- Shiuu - Tampei seus lábios com meu dedo indicador. - Não diz mais nada.
- Se eu pudesse mudar algo do passado, eu mudaria o fato de ter te conhecido.
- Por que?
- Porque você merecia alguém como o Thomas. - Ele sorriu fraco e colou nossas testas.
- Eu morava em um manicômio, lembra? Eu merecia alguém tão problemático quanto eu e consegui. - Nós dois sorrimos e ele me deu outro selinho.
- Você não se importa que minhas mãos estejam "sujas de sangue"?
- Parei de me importar no dia que você se foi. - Mordi o lábio inferior.
- Ashley, tenho que dizer uma coisa... - Nathan parecia preocupado.
No momento que abri minha boca para dizer algo, a porta foi praticamente atirada longe. Thomas estava parada em frente a ela com uma arma apontada para nós. O que estava havendo? Um grito de desespero saiu da minha garganta. Nathan me empurrou, me tirando da mira da arma, mas eu perdi o equilíbrio, batendo a cabeça na beirada da pia. Logo cai no chão e senti sangue escorrer de minha cabeça, minha visão turva só conseguia enxergar sombras. De repente um estrondo de tiro e com isso meu desmaio.
Continua...
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