Camila
Os dias foram passando e já estávamos na sexta feira. Era hora da saída, os alunos deixavam a escola rapidamente. Eu já havia chegado ao carro de minha amiga, estava esperando as meninas chegarem. Faltava apenas mais uma semana para acabar as aulas e eu poder dedicar o primeiro mês de férias inteirinho para a minha ômega.
Pelo menos nos horários em que eu não estivesse trabalhando. Após ter recusado a proposta do meu amigo, ele me pediu então para que trabalhasse na academia daqui. Começaria na primeira semana de junho, o salário era satisfatório e o melhor, era perto de casa.
Eu estaria super feliz se não fosse pelo comportamento esquisito de Lauren nesses últimos dias. Logo após nosso dia em minha árvore, eu senti certo distanciamento por parte dela. Já aconteceu de, três vezes durante essa semana, eu me aproximar dela enquanto a mesma falava ao telefone, e assim que a mesma notava minha aproximação, rapidamente desligava.
Mas o que realmente me deixou preocupada, foi uma conversa dela que eu ouvi quando fui ontem em sua casa. Eu havia passado em casa para tomar um banho e logo subi a rua em direção à residência de Lauren, não me preocupei em tocar a campainha, eu sabia que estaria somente ela em casa.
Flashback
Entrei sem bater na porta, estava feliz que finalmente poderia ter um tempo com ela depois de ter passado por uma prova de física dificílima.
- Não posso dizer isso, ela não vai acreditar. - Minha ômega falou.
Parei atrás no pé da escada. Ela falava alto, cuidadosamente me aproximei de seu quarto. Pensei que ela fosse sentir meu cheiro, mas Lauren nem se tocou.
- Vamos no sábado… Eu invento alguma coisa. - Franzi o cenho. Com quem ela estava falando? - Ela não vai saber. Serei discreta. - Mas o que diabos ela estava falando? - Ok, tchau.
Silenciosamente, desci as escadas e saí da casa. Toquei a campainha, como se tivesse acabado de chegar e esperei que ela abrisse a porta. A ômega pulou em meu colo e me encheu de beijos. Eu retribuí todos. Nós havíamos feito uma promessa. Cedo ou tarde, ela me contaria tudo. Eu posso confiar nela.
Eu sei que posso confiar em Lauren.
Logo senti braços passando por minha cintura e o cheiro doce de morango tomou conta de mim, minha garota estava divina hoje.
Usava uma calça jeans justa, coturnos e um cropped cinza que deixava sua barriga amostra. O lápis estava mais forte hoje, destacando bem as esmeraldas verdes.
- Que tal passarmos sábado juntas? - Falei quando me virei de frente para ela. - Prometo que faço bolo de chocolate para você. - Coloquei uma mecha atrás de sua orelha.
- Tentador. - Respondeu e envolveu meu pescoço, me dando um rápido selinho. - Mas tenho compromisso.
- Posso saber o que vai fazer? - Eu poderia muito bem usar minha voz de alfa e a forçar falar.
Mas eu nunca quis controlá-la. Então só pedi em silêncio que ela me dissesse a verdade, como havia prometido fazer.
- Não posso te contar agora, mas você vai saber logo. - Seus olhos brilharam quando a frase foi terminada.
Estávamos ao lado do carro de Dinah, esperando que ela e Normani terminassem de se agarrar para podermos ir embora. Luís parou o carro ao nosso lado, oferecendo a Lauren uma carona e acabou recebendo uma resposta bem malcriada, que me causou risos.
- Já que não pode no sábado… No domingo... - Cocei a nuca. Eu nunca havia feito isso na minha vida. Respirei fundo. - Quer… Gostaria… Bom… Quer ir no cinema comigo? - O chão pareceu ser bem mais interessante de se observar. - Eu vou entender se não puder… Afinal você terá prova e tem que estudar e-
- Ei… - Ela segurou em meu rosto e sorriu para mim. - Cinema abre de domingo? - Eu assenti nervosamente e ela me beijou.
- Sim… - Me lembrei de quando ia com a Keana. Sempre pegávamos a última sessão. - A última sessão é às sete…
- Então passe em casa às seis, ok? - Sorriu e voltou a me beijar.
- Parem de se engolir e entrem no carro. - Dinah disse assim que destravou a porta.
Fui no banco de trás trocando carinhos com Lauren e conversando sobre assuntos bobos. Ela se recusou a ficar em minha casa. Disse que estava cansada e que iria dormir um pouco para depois começar a estudar para as provas de física e matemática que teria na segunda.
Estudos são importantes, então concordei e fiquei na calçada, vendo o carro vermelho partir, levando minha ômega consigo. Eu já havia perguntado sobre Lauren para as meninas durante todos esses dias e todas me deram exatamente a mesma resposta.
“Não sei, Camila. Ela não me falou nada.”
Eu acreditei quando Dinah e Ally me deram essa resposta, mas foi impossível acreditar em Normani, ela com toda certeza sabia o que estava acontecendo com a minha ômega. De qualquer forma, mais uma vez, preferi confiar.
Não se preocupe, Camila. Quando ela estiver pronta, irá te contar.
Passei sábado inteiro estudando e mandando mensagens para Lauren. Todas foram ignoradas, aquilo já estava me preocupando, liguei algumas vezes mas só caía na caixa postal, então liguei para a única pessoa que poderia me dar algumas respostas.
- Boa noite, Clara, é Camila.
- Oi, Camila, tudo bom?
- Sim, desculpe ligar a esse horário, mas… Lauren está?
- Ela saiu com um amigo hoje de manhã, não chegou ainda.
Meu coração apertou. Lauren não tinha amigos homens. Pelo menos em todas as nossas conversas, ela não mencionou nenhum. E agora ela resolveu passar o dia todo com esse cara? Não foi ela quem recusou a passar uma tarde comigo porque tinha duas provas dificílimas na segunda? Olhei para o relógio em minha prateleira.
22h54.
- Amigo? Sabe onde ela foi?
- Sim… - Percebi que hesitou, mas logo respondeu. - Sim, um garoto alto, cabelos e olhos castanhos. Não sei onde foram.
- Ah… - Tentei prender o choro. - Ok. Desculpa ter incomodado. Boa noite, Clara.
- Imagina, querida. Boa noite.
E então fiz algo que não havia feito há um certo tempo. Chorei. Coloquei para fora todo o meu medo e todas as minhas inseguranças em formas de lágrimas. Claro que era questão de tempo até que ela arrumasse outro.
Mas eu não me daria por vencida. Não posso desistir dela. Eu disse que seria capaz de tudo por aquela garota então, eu serei. Vou lutar por Lauren e prová-la que eu… posso ser uma alfa de verdade.
O problema de alguém como eu querer lutar por alguém como Lauren Jauregui, é que por mais que eu quisesse, eu sabia que não teria chances.
Afinal, o que eu posso oferecer à ela? Eu não tinha experiência sexual, então esse cara deve ser muito melhor do que eu. Eu não sabia brigar, então não poderia protegê-la. Não sabia como cuidar de alguém, então se ela ficasse doente, não saberia o que fazer.
Tudo que eu tinha a oferecer a ela, era o meu amor. Mas isso não basta para sustentar uma relação. Ela tem necessidades e eu não sou capaz de supri-las. Talvez fosse melhor terminar e deixá-la livre para ser feliz com alguém que dê o que eu não posso dar.
Quando era uma hora da manhã, eu já havia parado de chorar. Estava pensando em tudo que podia fazer para reconquista-la, mas ao mesmo tempo em que pensava em diversas coisas que ela pudesse gostar, minha mente tratava de me dar uma rasteira falando que não ia funcionar.
Eu estava em um impasse. Investir ou não em Lauren?
[Lauren]
Ei, desculpa não ter respondido, estava ocupada.
Mal posso esperar para te ver de novo <3
Não a respondi. Preferi deixá-la pensar que eu já estava dormindo. Pensei e repensei se minha ideia de lutar por ela valia à pena. Eu… eu meio que a amo… Se ela estiver feliz com esse cara, eu… Eu não tinha o direito de me meter entre eles.
Passei o resto da noite rolando na cama, imaginando como tudo acabaria.
[...]
Olhei para o relógio, eram cinco horas da tarde de um domingo ensolarado. O clima já dava indícios do início do verão, o fim de semana havia passado rápido. Em uma hora eu teria que buscar Lauren. Ainda sem saber o que fazer, fui para o banho, escovei os dentes e arrumei o cabelo, deixando-o completamente liso.
Eu não estava animada para essa noite, afinal, como estaria? Minha ômega havia passado sábado inteiro com outra pessoa. Sacudi a cabeça e decidi que não valia a pena me arrumar toda, então resolvi me vestir como sempre.
Quanto mais eu pensava em tudo isso, mais confusa eu ficava. Não fazia sentido Lauren ser tão perfeita e tão atenciosa, para no dia seguinte, mudar assim. Me perguntava se tudo aquilo foi real, se alguma vez houve sentimento por parte dela.
Acontece que eu vi, em seus olhos, todo amor que ela sentia por mim. Eu senti as emoções dela quando estávamos juntas. Porra ela tinha feito um plano somente para me arrastar para o seu cio. Ela abriu o coração para mim, não é possível que tudo aquilo tenha sido falso. Não é possível que ela tenha fingido tudo aquilo.
Pode ter sido real, Camila... Há duas semanas atrás.
Vesti uma calça jeans azul clara, peguei a primeira camiseta que vi, era uma do Star Wars, com todos os droids desenhados e calcei um converse sem cadarço totalmente preto. Me olhei no espelho e suspirei. Por último, coloquei meu moletom e fui em direção à garagem.
Adentrei a Fiat Toro preta de meu pai e fui em direção à casa dela. Eu me sentia uma joaninha dirigindo aquele carro enorme, mas meu pai era chefe da Oncologia no South Miami Hospital e digamos que o chefe tem que ter um carro à altura.
Não levou cinco minutos para que Lauren adentrasse meu carro após eu ter parado no meio fio, o cheiro maravilhoso que ela tinha tomou conta do ambiente.
- Oi amor! - Falou com uma animação que eu não possuía. - Está tudo bem?
- Claro, anjo. - Retribuí seu beijo e dei partida no carro.
- Eu amo o jeito que você se veste. Sempre me lembra de quando eu comecei a me interessar por você. - Ela deu uma risadinha e não pude conter um sorriso.
A ômega abriu minha bolsa e tirou meus óculos de dentro. Parei no semáforo e me virei para ela. Lauren levou a armação vermelha em meu rosto e ajeitou as lentes em meus olhos. Soltou um suspiro ao se afastar de mim. Voltei minha atenção para a rua a tempo de ver o sinal passar para verde.
- E então, deu tudo certo com seu compromisso? - Sondei.
- Sim! Deu tudo certo! - Falou com grande contentamento. - Tive alguns problemas, mas no fim, acabou dando certo.
- Vai me contar o que foi fazer? - Ela riu de minha curiosidade e ligou o rádio.
Million Reasons.
Olha que trilha sonora brilhante para o momento, Camila.
- Não, mas você vai saber logo, amor.
Seguimos o resto do caminho em total silêncio, desconfortável para mim, mas aparentemente confortável para ela. Eu não parava de pensar nisso. Minha mente tentava entender suas atitudes e ao mesmo tempo, trazia todas as minhas inseguranças à tona. Em minha cabeça, estava sendo travada uma guerra contra mim mesma.
Você nem sabe de nada, Camila. Às vezes é só um amigo. Clara nem disse se era um alfa ou não.
Ela passou a porra do dia todo com ele! Nem se deu ao trabalho de responder um sms!
Respirei fundo, tentando me acalmar, tentando acalmar o turbilhão em minha mente.
[...]
- O que quer ver? - Questionei enquanto estávamos na fila.
Ela inconscientemente esfregou as mãos nos braços, antes de responder.
- Romance. - Falou sorrindo e piscando os olhos.
Ômegas. - Pensei ao revirar os olhos.
Aquilo me fez sorrir, mas com toda certeza eu sorriria muito mais se as circunstâncias fossem outras. Ela pareceu perceber e se aproximou para me abraçar, me esquivei e vi o quanto aquilo a machucou. Para disfarçar, levei minhas mãos à gola do meu agasalho.
- Aqui, pegue. Sei que está com frio. - Tirei meu moletom do Harry Potter e a coloquei em seus ombros.
O meu gesto a fez sorrir e ela rapidamente o vestiu. Ficou perfeito nela, mas o que não ficava perfeito em Lauren?
Ela usava um shorts jeans desfiado, uma camiseta preta estampada, nos pés, coturnos e na cabeça, um gorro cinza. Claro que cedo ou tarde ela sentiria um pouco de frio, olhei em seus olhos verdes e meu coração apertou.
Linda.
- Tem o seu cheiro. - Disse enquanto cheirava o colarinho. - Obrigada, minha alfa.
Meu coração doía. Porra, como eu fui perder uma garota como ela? Tentei dar a ela o meu melhor sorriso. Se aquele fosse nosso último encontro, que pelo menos ela se divertisse.
E então algo me ocorreu. Ela passou um ano me admirando. Tinha todo um ideal à meu respeito e quando passou um tempo comigo, viu que eu não atendia a todas suas expectativas.
Então naqueles dias, ela talvez realmente gostasse de mim, mas isso mudou quando percebeu que eu não era tudo aquilo que ela pensava.
E então ela arrumou alguém que fizesse o que eu não era capaz. Ela arrumou alguém que valesse à pena. Engoli em seco e olhei para cima, tentando prender as lágrimas dentro dos olhos. Ela me olhou curiosa.
- Camila, o que está havendo? - Os verdes antes sorridentes agora estavam preocupados.
“Próximo!”
A voz do caixa se fez presente e eu agradeci mentalmente por ter sido livrada daquela pergunta. Paguei pelos ingressos depois de uma pequena discussão com Lauren, que insistia em querer pagar por sua entrada.
Por fim, entramos na sala. O filme era dramático e meloso, como todo romance. A ômega ao meu lado parecia profundamente entretida com a trama, enquanto eu não via a hora de acabar e eu poder ir para casa, voltar para os meus livros e estudar um pouco mais. Era a única forma de parar de pensar nisso.
No meio do filme ela se aconchegou em mim. Passei meu braço pelos seus ombros e beijei sua cabeça. Senti o cheiro de seus cabelos e me apaixonei ainda mais por aquela garota que agora não era mais minha.
Eu não conseguiria terminar com ela. Não conseguiria deixá-la na porta de sua casa e voltar à minha rotina de antes de conhecê-la.
Bom, ela terminará tudo, eventualmente.
Olhei novamente para ela, que estava concentrada no filme e deixei algumas lágrimas escaparem. Eu jamais seria capaz de vê-la com outra pessoa. Imaginá-la nos braços de outro alfa era torturante.
[...]
Estacionei em frente a porta de sua casa e desci do carro para acompanhá-la até a porta, com as mãos nos bolsos da calça jeans. A morena de olhos verdes levantou meu rosto assim que paramos em frente a barreira de madeira.
- Por favor, confia em mim. - Seus olhos suplicavam. - Não precisa de toda essa insegurança. Eu estou com você. Eu quero você. Sexta você saberá de tudo, amor. Não precisa ficar assim.
Seus olhos demonstravam sinceridade, mas era tão difícil acreditar. Ela havia passado sábado inteiro com outra pessoa, falava no celular e sempre que notava minha aproximação, desligava.
Eu nunca fui de ter confiança em mim mesma e ela sabia bem disso. Some isso aos três anos de bullying sofrido e você saberá que pedir para que eu confie cegamente é algo grande demais para mim.
- Camila, eu sou sua. - Suas mãos escorregaram para minha nuca e me puxaram para perto.
Um beijo lento foi iniciado, mas havia certo desespero. Como se ela estivesse tentando mostrar para mim o quanto ela gostava de mim, o quanto eu era importante. Mas como acreditar em suas palavras, quando suas atitudes eram outras?
Levei minhas mãos à sua cintura e a puxei para mim, com força, com desespero, com amor. Nossas línguas se acariciavam, subi uma das mãos até sua nuca, a puxando mais, a segurando mais firme. Eu queria sentir que ela era minha.
- Meu pai está acordado. - Ofegou. - Ele… Não vai te deixar entrar. - Voltamos a nos beijar.
Eu pouco me importava com o pai dela. Eu só a queria. Eu a queria para mim, mais do que qualquer coisa.
- Eu vou entrar e-
- Ah, mas você não vai mesmo. - Apertei meus braços ao redor dela e beijei seu pescoço, ouvindo-a suspirar.
- Eu vou… - Parou quando chupei a pele sensível. - Vou entrar e você… Ah… - Passei a língua no lóbulo de sua orelha e coloquei minhas mãos por baixo de suas blusas. - Entra pela janela…
Me afastei um pouco dela rapidamente, os verdes tinham um brilho confuso pela minha atitude inesperada. Coloquei uma mão no bolso e levei a outra aos meus cabelos quando a porta foi aberta. Mike não tinha uma cara muito boa e estava arrumado demais.
- Papai? - Sua voz saiu tremida, provavelmente devido à pegação de agora pouco. - Vai sair?
- Emergência no hospital. - Ele olhou para mim. - Mas minha esposa vai ficar e eu volto logo. Você já a deixou aqui, pode ir embora.
- Sim, senhor. - Me aproximei de Lauren para lhe dar um beijo mas seu pai entrou em minha frente.
A morena bufou e eu levantei as mãos em sinal de rendição, dando-lhe um sorriso cínico, que o fez fechar ainda mais a cara, para o meu divertimento. Desci as escadas da varanda e andei até o carro. Tudo sobre o olhar atento de Michael Jauregui. Dei partida e saí de lá, cheguei em casa rápido e estacionei o bebê de meu pai na garagem.
Fui andando novamente à casa de Lauren, o carro do pai dela não estava mais ali. Sorri e fui até a janela de seu quarto. Seria bem complicado de subir até lá, mas não impossível. Comecei a escalar a árvore que havia ali, escorreguei algumas vezes mas deu certo.
Como estava escuro, precisei do dobro de cuidado para saber onde estava pisando, até que fiquei a uma distância razoável da sacada. Com cuidado, pulei. O contato firme dos meus pés com o chão fez um baque, mas aparentemente, não havia chamado atenção.
Lauren abriu a porta corrediça, vestia uma camisola de seda marfim. Ela estava fodidamente gostosa. O tecido fino não apertava, era leve e caia perfeitamente bem nela, realçando cada curva que aquele corpo fazia. Eu queria falar que ela estava… queria elogiá-la, mas as palavras não saíam. Eu devia estar com uma cara muito idiota, pois a morena soltou uma risadinha.
- Entra. - Abriu passagem para mim.
Sem tirar os olhos dela, dei passos à frente e logo eu estava dentro de seu quarto. Ela segurou minha mão e me puxou até a escrivaninha. A decoração do quarto havia sido mudada, a forma com que os móveis estavam dispostos deixaram o cômodo mais espaçoso. A cama baixa agora tinha uma colcha preta e almofadas brancas.
- Aqui, beba isso. - Me estendeu um copo com água e um comprimido.
- O que é isso? - Questionei, intrigada com seus gesto.
Desviei dela e fui em direção ao banheiro, lavei as mãos que estavam sujas de terra e sujeira do tronco da árvore. Assim que a água suja escorre para dentro do ralo, sequei as mãos e me virei, encontrando Lauren ainda segurando o copo e o comprimido.
- Inibidor. - Continuei a olhando sem entender, ela revirou os olhos. - Para inibir o seu cheiro, Camila! Meu pai não podem saber que você veio aqui.
- Você tem uma mente diabólica. - Falei dando uma risada divertida e ela me deu um sorriso malicioso.
- Eu sou um anjo. - Peguei o que ela me oferecia. - Você quem acabou de invadir o meu quarto.
- Nossa, sou muito bad girl. - Dei risada e fiz o que ela pediu. - Eu acabo de invadir o quarto de uma ômega.
Com a mão livre, a puxei pela cintura. Lauren não perdeu tempo e começamos um beijo apaixonado, fui andando com ela sem interromper o beijo e tomando cuidado para não soltar o copo que ainda continha um pouco de água.
Coloquei o recipiente em cima da escrivaninha e levei minha outra mão em sua bunda, apertando-a. Céus ela estava divina usando aquilo.
Nos afastamos um pouco e eu vi seus olhos tornando-se mais escuros. Com um olhar inocente que estava me enlouquecendo, passou seus dedos pelo passador de cinto de minha calça jeans e me puxou mais contra ela.
Apoiei minhas mãos em sua bunda, sem apertar, apenas as deixei ali e levei minha boca ao seu pescoço. As mãos ousadas dela adentraram minha camiseta e arranharam a minha barriga, me fazendo arrepiar. Ela começou a subir as mãos, erguendo a peça de roupa.
Levantei os braços e ela terminou de tirar aquele tecido que no momento era inconveniente. Senti meu membro endurecer ainda mais quando a puxei de volta contra mim. O tecido liso da camisola roçava de uma forma gostosa contra minha pele.
Lauren passou os braços ao redor de meu pescoço e arranhou minha nuca, forçando mais o contado de seu quadril contra o meu.
- Planejei algo para você… - Disse olhando em meus olhos. - Mas não dê risada se não sair tão bom… - Colocou as mãos em meus ombros e me empurrou, fazendo-me cair sentada na cadeira do computador.
(play)
Ela mexeu no mouse e deu play em alguma música. Milhões de pensamentos passaram por minha cabeça, nenhum inocente. Uma voz melodiosa se fez presente e ela começou a rebolar para mim.
Meus olhos ficaram vidrados em cada movimento. Ela caminhou até mim devagar e deu a volta ao meu redor parando atrás de mim.
Apertou meus ombros, massageando-os e desceu as mãos, passando pelos meus seios, onde se demorou um pouco, para logo passar para a minha barriga até a barra dos meus jeans. Passou somente a ponta dos dedos por baixo do tecido espesso.
- My body is your party, baby - Sussurrou em meu ouvido com a voz rouca.
Começou a subir as mãos, arranhando minha pele e me enlouquecendo ainda mais. Segurei firme no assento da cadeira.
- Nobody's invited but you, baby - Sussurrou no outro ouvido e deu uma leve mordida.
Deu a volta e se sentou em meu colo, de frente para mim. Rebolou de uma forma tão gostosa que não pude evitar levar as mãos às suas coxas. Lauren sorriu e aproximou mais nossos corpos me segurando pela nuca.
Tinha um sorriso malicioso nos lábios avermelhados, rebolou com mais intensidade sobre meu membro já completamente duro e jogou os cabelos para um só lado com uma das mãos.
Levei minhas mãos até suas coxas, erguendo o tecido, até parar acima de sua bunda, enquanto ela lambeu meu pescoço até chegar novamente ao meu ouvido, sussurrando a letra da música.
- Touch me right, yeah, rub my body. - Fiz exatamente o que me pediu.
Apertei sua bunda com força, a trazendo para mais perto, o movimento fazendo nossos corpos roçarem com mais intensamente. Beijei seu pescoço, sentindo ela puxar meus cabelos, sem interromper nossos movimentos.
Lauren levantou, sorrindo para mim e ficou em pé na minha frente, a malícia não deixava seus olhos em nenhum momento.
Apoiou suas mãos em meus joelhos e inclinou seu corpo, beijou minha clavícula e desceu sua boca, beijando cada parte de minha pele, distribuindo chupões pela minha barriga e dava leves mordidas.
Conforme sua boca descia, as mãos subiam, arranhando minhas coxas por cima do jeans. Quando chegou na barra da calça ela olhou para mim, o encontro de nossos olhos causou uma pontada dolorosa em minha ereção.
Com um olhar inocente que fez sérios estragos em meu psicológico, ela mordeu o tecido perto do botão e puxou de leve, soltando em seguida.
- Laur- Falei ofegante a fazendo sorrir.
Vadia.
Ela mordeu o lábio e abriu minha calça, sem quebrar nosso olhar. Minha respiração estava completamente descompassada, enquanto ela aparentava ter uma calma sem fim.
- Baby, take your time now...There's no need to rush - Sussurrou roucamente antes de se levantar.
Ela sentou-se em meu colo novamente, de costas para mim dessa vez, rebolando sua bunda sobre meu membro.
Levei minhas mãos em sua cintura mas não auxiliei em seus movimentos, a deixei livre para fazer da forma que quisesse.
Apenas alisei seu corpo, apertando-a, subi mais e apertei seus seios, massageando-os lentamente, beijei suas costas, na pele que a camisola deixava exposta.
Aquele momento estava sendo maravilhoso, apesar de meu pau estar dolorido e implorando por atenção, eu estava amando toda aquela provocação. Porém, eu não queria esperar mais, eu a desejava agora.
- Sabe que não vai dançar essa música inteira, não é? - Sussurrei em seu ouvido.
- I'm doing this little dance for you - Cantou mais uma vez com a música.
Segurei firme em sua cintura e a puxei fortemente contra minha ereção, fazendo-a ofegar. Peguei na barra de sua camisola e tirei completamente de seu corpo. Ela usava uma lingerie de renda branca.
A renda da calcinha ia do quadril até sua cintura, mas deixava sua bunda toda a mostra. O sutiã pelo que senti também era rendado.
Me levantei ainda com nossos corpos colados, ela empinou mais a bunda, roçando-a contra mim. Apertei mais minhas mãos ao seu redor e comecei a beijar seu ombro, enquanto caminhávamos até a cama.
A essa altura eu não sabia se a música havia terminado, se começara outra, se parou. Não importava. A única coisa que tinha a minha atenção, era a ômega em meus braços.
A virei de frente para mim e a joguei na cama. Caí por cima dela com uma perna entre as suas e os braços um de cada lado de sua cabeça.
Ataquei sua boca com fome e toquei entre suas pernas com a minha coxa. Lauren gemeu contra meus lábios e suas mãos foram rapidamente parar em minhas costas, soltando o feixe do meu sutiã.
Tirei a peça de meu corpo sem interromper o beijo delicioso que estávamos tendo e devagar, soltei meu peso sobre ela.
Suas unhas me arranhavam de cima a baixo. Levei uma de minhas mãos até sua coxa e puxei sua perna para cima, ela a envolveu em minha cintura e jogou todo seu peso para o lado, invertendo nossas posições.
Me sentei na cama com ela sobre mim e distribui beijos pelo seu pescoço, chupando a pele branca algumas vezes. Minhas mãos soltaram seu sutiã e logo tirei aquela peça de seu corpo. Levei minha boca até um de seus mamilos e chupei com calma, aproveitando a sensação de tê-la em minha boca, enquanto a ômega se movimentava sobre mim, segurando em meus cabelos.
Passei minha língua sobre o mamilo rígido para logo voltar a chupá-lo. Quando já estava satisfeita, fui para o outro. Ela me puxava mais contra si, soltando gemidos baixos e ofegantes. Uma de minhas mãos foi parar em sua barriga, passei as unhas por ela até a barra de sua calcinha.
Lauren arqueou o corpo e gemeu um pouco mais alto do que deveria. Então eu a beijei, nossas línguas se encontraram com desespero, devagar, desci mais minha mão por dentro da renda e a toquei.
Ela estava muito molhada, meus dedos deslizavam facilmente por alí. Massageei seu clitóris, fazendo-a enlouquecer um pouquinho mais.
- Camila-a… Por favor… - Falou contra meus lábios, rebolando em meus dedos com mais força.
- O que você quer, amor? - Falei e pressionei ainda mais aquele ponto. - Isso? - Assim que perguntei, enfiei o indicador e o médio dentro dela.
Ela soltou a respiração com força e sua boceta se fechou com força ao redor de meus dedos.
- I-isso… Assim… - Disse com dificuldade e começou a sentar neles, tomando novamente minha boca.
Com a outra mão, apertei sua bunda e lhe dei um tapa, a fazendo aumentar um pouco a velocidade.
O cheiro dela ficou refrescante e aquilo se tornou ainda mais atrativo para mim. Aquele aroma doce e gelado entrou por minhas vias respiratórias, alterando tudo dentro de mim.
Meus sentidos ficaram mais aguçados porém totalmente voltados para ela. Eu ouvia perfeitamente as batidas aceleradas mas compassadas de nossos corações, o barulho de sua respiração, me senti mais forte.
- E-eu preciso de mais… - Falou baixinho e eu entendi perfeitamente o que ela quis dizer.
Com cuidado, tirei meus dedos de dentro dela. Ela puxou minha calça junto com a cueca, liberando finalmente o meu membro que só agora tive noção do quanto estava doendo. Lauren se esticou por cima de mim até o criado mudo e tirou uma camisinha de lá.
Olhou para mim e sorriu. Seus olhos brilharam, peguei a embalagem de sua mão e abri, desci o preservativo por toda a minha extensão, tudo sob seu olhar. Até que uma ideia me ocorreu. Masturbei meu pau e pude vê-la morder o lábio.
Sorri internamente e continuei meus movimentos, até que ela rosnou e se jogou contra mim. Rapidamente a virei na cama e rasguei sua calcinha.
- Era a minha favorita, sabia? - Ela disse com uma expressão contrariada mas ainda excitada.
Sorri para ela e dei de ombros, a morena bufou e eu levei minha boca para a sua barriga, comecei a dar beijos por lá até que cheguei em seu ventre e fui descendo apenas com a língua. Reparei que ela segurou com força no lençol.
Desci até seu clitóris e passei minha língua por ali, fui contemplada com um gemido de pura satisfação. Brinquei com a minha língua em seu ponto de prazer, deixando minha ômega cada vez mais molhada, seu cheiro estava mais forte, mais gostoso.
Sem esperar mais, coloquei minha língua dentro de sua entrada, forçando-a mais conforme ela se movimentava contra mim. Em um ato de maldade, tirei minha boca dali e assoprei, suas pernas flexionaram e esticaram rapidamente, arrastando seus pés pelo lençol negro. A vi levando o travesseiro até a boca e o mordendo, para abafar seus gemidos.
Sorri e fiz de novo, lambi debaixo até em cima e assoprei, chupei os pequenos lábios levemente e passei mais uma vez minha língua pela sua entrada, levei um dedo até ela e enfiei bem devagar.
Lauren gemia e se movimentava contra meu dedo, coloquei mais um, enquanto chupava seu clitóris e a ouvi rosnar.
- Pare de aumentar aos poucos, caralho! Enfia algo realmente grosso! - Falou com a voz rouca realmente irritada.
Seus olhos tinham uma mistura de fúria e tesão. Subi novamente, ficando cara a cara com ela. A morena rosnava baixo para mim e eu rosnei de volta para ela.
- Grosso assim? - Usei minha voz e meti com tudo dentro dela.
Um choque percorreu pelo meu corpo, me fazendo esconder o rosto em seu pescoço. Ela me arranhou com força e apertou suas pernas ao redor de minha cintura. Sua boceta se contraía conforme eu deslizava para dentro e para fora dela.
Lauren mordeu meu ombro com força, minha voz havia a descontrolado completamente. Isso parecia ter um efeito realmente interessante nela.
Aumentei a velocidade conforme ela foi necessitando de mais. Eu não tirava meu rosto de seu pescoço, sentia a refrescância enlouquecendo meus sentidos e me fazendo agir mais instintivamente, passei a meter com mais força. Rosnei e segurei com firmeza no lençol da cama. Trinquei minha mandíbula, me esforçando para não cravar meus dentes na pele branca.
Chegamos ao orgasmo juntas, o corpo de Lauren tremeu e logo em seguida relaxou, senti minha porra enchendo a camisinha e devagar saí de dentro dela. Estávamos suadas e ofegantes, mas satisfeitas. Me levantei da cama e puxei a ômega pelos pés até que ela estivesse na beirada, causando uma risada gostosa nela.
Passei meus braços por baixo de suas pernas e envolvi sua cintura. A morena prontamente passou os braços pelo meu pescoço e fomos até o banheiro.
Depois disso eu tinha duas certezas:
Uma, ela era minha.
Duas, eu detesto usar camisinha.
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