O Silêncio é a melhor forma de esconder seus sentimentos, e a pior forma de suportá-los.
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Capítulo 21
Douglas and Catherine: The first party.
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Ela mal sabia que esse alguém, que esse menino, era o único que não a achava invisível, era o único que a notava e que sabia de sua existência. Caminhava em passos curtos e demorados, não estava com pressa, ainda tinha tempo para fazer as coisas que gostava, mas não pareceu perceber que estava sendo seguida. Por mais que não tivesse com quem conversar, ela ainda conseguia ser feliz apenas com suas músicas, seu piano e, claro, seus livros!
Andou um pouco, até os seus olhos azuis como o céu avistarem a sua loja de doces preferida. Todos os dias ia lá, e hoje, estava indo pela segunda vez lá para comprar suas amadas balas de chocolate e seus amados chicletes de menta. Entrou lá e a senhora que vendia os doces deu uma boa tarde á Catarina que respondeu educadamente logo pegando a cestinha e a enchendo de doces. Depois de escolher, ela pagou e toda feliz se dirigiu para fora da loja. Já planejava ir para o orfanato, pois não podia esquecer sua ida diária, se não fosse, as crianças ficariam desapontadas. Catarina adorava crianças e pensava em ter uma filha um dia, ou até mesmo, um dia, adotar alguém dali. Andou um pouco e finalmente chega á seu destino.
Ao empurrar o portão várias crianças saíram do orfanato atravessando o gramado e logo indo abraçar Catarina que olhou para a porta do orfanato, onde várias senhoras sorridentes acenavam para ela.
– Tia Catarina! Conta uma história Tia Catarinaaa! – gritavam as crianças eufóricas
– Acalmem-se crianças! – disse Catarina com sua voz totalmente calma e doce.
– Vamos entrar, está frio e logo vai chover, não quero que peguem um resfriado depois. – disse docemente ás crianças que logo obedeceram, puxando a menina com eles para dentro.
– Boa Tarde Lourdes. – disse dando um leve sorriso á senhora responsável por aquele grupo de crianças.
– Catarina querida! Quando tempo! – disse a abraçando.
– Mais Lourdes, faz apenas um dia que eu não venho aqui.
– Mais para nós é uma eternidade! – disse se afastando do abraço.
– Vamos Tia Catarina! – disse uma das crianças. Catarina deu uma risadinha e subiu com as crianças, mas uma voz parou-as.
– Se esquecem de mim? – perguntou uma voz masculina.
– Tio Douglaaaaas. – as crianças logo deixaram Catarina sozinha e correram para os braços do rapaz que sorria.
– Parece que roubei sua plateia Catarina. – ela logo corou.
Ninguém nunca se lembraria do nome dela, mas por que aquele rapaz sabia seu nome?
Ela desceu as escadas calmamente e as crianças puxaram os dois para cima, onde haviam os quartos que elas dormiam, e também tinha os quartos em que elas podiam brincar.
Com certeza, ali, seria uma longa tarde.
[...]
Quando saiam daquele orfanato já era tarde, e então Catarina resolveu perguntar quando saíram de lá.
– Como sabia meu nome? – pergunta Catarina não conseguindo olhar para o rapaz, ela pensava que ele não sabia que ela existia, mas mesmo assim ela ainda tinha uma queda por ele.
– Por que não saberia o nome de uma moça tão linda? – pergunta fazendo Catarina corar imensamente.
– E-Eu sou l-linda? – pergunta Catarina indignada, ela pensava que ninguém a achava linda, mas ela não acreditou totalmente, aquilo podia ser uma mentira.
– Sim, nunca te disseram isso? – pergunta ele olhando para ela, que se recusava a levantar a cabeça e olhá-lo nos olhos.
Ela suspirou, e por mais que doesse falar aquilo, em sua cabeça, ela sabia que era mentira.
– Quanto vão te pagar? – perguntou, já tinha passado muitas vezes por aquilo, que nem mais se iludia.
O garoto a olhava confuso.
– Mais do que está falando? – pergunta sem entender. A albina deu uma risada doce.
– Quanto que vão te pagar nessa aposta? – pergunta e o garoto suspira.
– Não tem aposta alguma, do que está falando? – pergunta.
– Não se faça de bobo. – disse com as mãos para trás, e ainda, se recusava a olhar para o garoto de olhos cinza. Este não parava de olhar para ela.
– Não tem aposta alguma, acha mesmo que sou como eles? – pergunta ofendido.
– Sim, todos são assim. – disse ela colocando uma mexa de seu cabelo atrás de sua orelha.
– Nem todos são assim. – falava contrariado e então, ela finalmente levantou a cabeça e seus olhos azuis fitaram os olhos cinzentos do menino.
– Todos são assim, aprendi da pior forma que todos são assim. – disse sorrindo.
O menino não entendia o porquê de aquela garota ser tão triste consigo mesma.
– Eu aprendi da pior maneira que deixar de viver por causa do preconceito dos outros, era mais sufocante do que fingir que nada aconteceu. – disse ele olhando para o céu já escuro. Ela olhou para ele. O menino tinha através daquele sorriso uma enorme dor no coração, mas ele prometeu á si mesmo que não iria mais lamentar.
– Eu preciso ir. – disse a mesma andando na frente, o menino insistia em segui-la. – por quê?
– Por que o que? – perguntou confuso.
– Por que está conversando comigo? É tanto dinheiro assim? – o menino suspirou. Ele cansou-se da negatividade daquela menina.
– Por que é tão triste consigo mesma?
– Por que eu sou estranha. Eu odeio esses meus cabelos. – disse com raiva ignorando as mexas de cabelo que tampavam lhe a visão. O menino sorriu e tirou as mexas de seu rosto e delicadamente pondo-as atrás de sua orelha. A menina olhou ruborizada para o mais alto que deu um sorriso sincero.
– Eu amo a cor do seu cabelo, é tão diferente. – e naquele momento, ela teve certeza, de que não havia mentira alguma em seu olhar, e em seu modo de dizer, e então, ela teve mais certeza de que estava aprendendo a amar seu cabelo.
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– Ei, vamos á uma festa Catarina. – dizia o menino seguindo a albina que não dava a mínima para ele.
– Não. – disse simplesmente surpreendendo o menino de olhos cinzentos.
– Por quê? Vem! Vai ser legal! – disse o menino pegando em seu braço.
– N-Não obrigada... – disse a garota tirando seu braço da mão do garoto.
– Eu não vou te deixar só. – ela de repente parou.
Era como se ele lesse seus pensamentos, ela apenas não queria que a deixassem sozinha, pois essa era a sua primeira festa.
– É sua primeira festa não é? – ela olhou para o lado.
– Sim, como sabe? – ele riu da pergunta obvia dela.
– Está bem obvio, e por que eu também me senti assim na minha primeira festa. – disse ele sorrindo para ela que desviou o olhar e começou a andar novamente, e ele continuava a segui-la.
– Não obrigada, não tenho o que vestir. – disse despreocupada.
– A festa é da Melissa, ela te empresta um vestido. – insistiu o menino fazendo a garota suspirar.
Por que ele insistia tanto? Era isso o que ela queria saber, por que queria tanto que ela fosse?
– Não, obrigada. – disse, e por fim, foi embora deixando o menino para trás.
[...]
– Você ficou linda! Não seja tímida vamos! Qual seu nome? – disse a menina de cabelos rosados sorrindo para a albina que corou. Ela ainda se perguntava o que estava fazendo ali, sim, depois de muita insistência da parte do garoto, ela finalmente resolveu ir.
– C-Catarina... – dizia baixo para a menina de cabelos rosa.
– Bem, como o chato do Douglas deve ter falado, eu sou a Melissa! – dizia sorrindo para a menina que se encolheu.
Ela realmente não sabia o que estava fazendo ali, mas mal sabia que iria se apaixonar pelo primeiro garoto que roubou seu primeiro beijo e arrancou um sorriso seu.
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