Sabe o que acontece com pessoas que guardam tudo para si mesmas?
Elas ficam velhas, malucas e estranhas.
(New Girl)
(Jess).
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Capítulo 29
Do you know what happens
To people who keep everything to
Themselves?
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Fazia um bom tempo que Castiel estava tendo um comportamento estranho. Ele estava mais quieto, não retrucava e nem reagia as minhas provocações. Ele realmente apertou o botão do “foda-se” e jogou no mar. O mais surpreendente, e que eu já estou percebendo, é que ele anda... Me “mimando” demais. Semana passada mesmo, ele comprou uma guitarra que eu queria. Eu andava namorando ela na vitrine á algum tempo, mas o problema, é que ela era cara pra caramba! Não que eu não esteja gostando disso, MUITO pelo contrário, mas sinto que esse não é ele e que ele está me escondendo alguma coisa. Eu vou descobrir, ou eu não me chamo Alice!
Rosa – Descobrir o que?
- AI! – dei um pulo e olhei para trás. – não me assusta assim menina! Vai que eu derramo minha Coca? – disse com a mão no peito, enquanto apertava a latinha. – e... Depois eu te conto o que está acontecendo. – disse indiferente, mas por dentro estava surpresa por ela não ter percebido o comportamento estranho do tomate... Ou era só comigo?
Rosa – Eeeeh... Tudo bem. – ela deu de ombros. – Ei. Já viu a aluna nova? Emmi Gosh? – dei de ombros e tomei um gole do refrigerante.
- Não prestei atenção. Por quê? – Rosa esfregou as mãos uma na outra com uma cara diabólica.
Rosa – Ela se veste que nem eu e o Lysandre... Estou prevendo o casamento... He, he, he!
- Assustador... – murmurei. – a menina nem o conhece, e você já está imaginando o casamento? – perguntei confusa.
Rosa – Claro! – aumentou o tom de voz e levantou o indicador. – tenho que ficar atenta e prever os casais da escola! – me inclinei para o lado, na direção oposta que ela estava e olhei para ela.
- Daqui a pouco está prevendo os filhos. – disse voltando a minha posição normal.
Rosa – Huuuum... Que tal um menino de cabelos pretos e os olhos do Lysandre? – cuspi o liquido que estava tomando e olhei para ela.
- Menina calma! – elevei meu tom de voz. – se você perceber que está rolando um clima entre eles, sim, é nessa hora que você deve imaginar essas coisas! – Rosalya fez um bico.
Rosa – Como você é chata.
- Não sou chata, eu sou realista!
Catarina – Yooooooo! O que estão conversando? – ela disse aparecendo do nada do meu lado.
- Rosa está imaginando o futuro da novata com o Lysandre. – a albina pegou da minha mão a Coca e tomou uns goles. – ei! Ladra de Coca! – ela riu.
Catarina – Não acha melhor ver se a aluna é digna de ter o senhor bicolor?
- Acho que esse apelido foi criado por Castiel. – disse dando de ombros.
Catarina – Ah, e você percebeu? O Castiel anda dando uns presentinhos pra Alice. – disse ela em um tom malicioso.
Rosa – SÉRIO?! Por que não me disse antes?!
- Não é nada disso!
Catarina – Huuum não? Então o que é? – revirei os olhos, mais vermelha que o cabelo de Castiel.
- E espera... Como você sabe disso? – perguntei desconfiada, e Catarina desviou o olhar, e começou a assobiar. – stalker.
Rosa – Se bem que é estranho... Que macumba jogou nele Alice?
- Eu não sei... Algo está o incomodado. Eu vou descobrir o que passa na cabeça de um especifico tomate!
Catarina – Deve estar estragado. – disse ela dando de ombros. – ah, e eu quero contar algo! – ela disse mais séria. – o Castiel estava gritando com uma menina de cabelos castanhos. A menina se vestia que nem uma prostituta! Não gostei dela. – ela disse inflando as bochechas.
Rosa e eu – Debrah!
Catarina – Conhecem? – perguntou jogando a latinha no lixo.
Rosa – A Debrah é uma vaca! Odeio-a!
- Não exatamente, eu não a conheço. Ela apenas me perguntou onde o Castiel morava.
Catarina – Pela conversa deles, essa garota não é flor que se cheire... Aigoo! Hoje tem aula de química!
- E daí? – ela me olhou desesperada.
Catarina – Eu sou péssima em química! Eu sou de humanas esqueceu? – eu ri.
- Não é tão ruim assim. – dei de ombros. – quer ajuda na matéria que ela deu?
Catarina – Sério? – assenti e ela me abraçou. – salvou minha vida Aliceeeeee!
- Ok, ok! – ela se soltou de mim. – chegamos bem cedo... – disse me sentando em um dos bancos do pátio.
Rosa – E faz um bom tempo que estamos conversando aqui.
- Oiiii! – olhamos para trás e vimos Alexy correndo em nossa direção.
- Bom dia meu Aoba da vida! – disse abraçando ele pelo pescoço.
Alexy – Quem dera dar pra seis gostosões. – disse sonhador.
Rosa – Safadinho!
Alexy – E você minha diva! Como está?
Catarina – Acho que chegamos cedo demais... – eu parei de ouvir o que eles estavam falando quando avistei certo tomate conversando com o Lysandre. Eu não conversava muito com ele, já que ele tem uma personalidade bem... Diferente e tranquila. Nunca consegui achar um assunto que o interessasse. O que me interessava naquela hora era o tomate. Ele estava normal, sua expressão e seu sorriso estavam normais. Ele parecia bem normal, mas eu duvido disso. Será que esse comportamento estranho é por causa da tal Debrah? Se Castiel estava gritando com ela, e Rosalya não gosta dela, Catarina também não foi com a cara dela, quer dizer que essa garota não é alguém que se possa confiar. Ela tem algo a ver com o passado de Castiel.
Rosa – Hellooo? Terra. Chamando. Alice! – ela disse pausadamente e eu fui tirada dos meus devaneios com ela passando a palma da mão diante dos meus olhos.
- Oi... É... Sobre o que estavam conversando? – eles me olharam estranho.
Alexy – Se for algo relacionado ao Castiel, relaxa que é normal. – ele disse dando de ombros. – ele é bipolar, e passa por mudanças em sua personalidade... Uma hora está querendo explodir metade da escola e queimar a outra metade, outra hora ele está quieto, outra está depressivo, e outra está caindo de amor por você. – revirei os olhos.
Catarina – Não negue! Eu sei que aconteceu algo entre vocês dois... Usaram camisinha? – eu dei um pulo.
- Idiota! Eu não fiz... Aquilo com ele! Se for o que estão querendo saber.
- Fazer o que? E com quem? – dei um pulo de susto e virei meu rosto, e me deparei com os olhos cinzentos encarando os meus.
Alexy – Um bofe que a Alice encontrou no Shopping! Ai meu Deus! Chama o bombeiro que aquele bofe era uma delicia! Apelidamos o boy de “Crush do pudim”, já que ele vende pudim. – eu fuzilei Alexy com o olhar e ele deu um sorrisinho maldoso.
Castiel apertou os olhos.
- N-N-Não é na-nada disso! – eu exclamei.
Alexy – Como não? Estava bem claro que ele queria ter algo com você! – se eu pegar o Alexy no beco... Ele morre!
O ruivo me olhou com um olhar que dizia “que Shopping? Nome? Em que loja?”.
Olhei para trás de Castiel, e lá estava Lysandre. Ele nos observava com um sorriso de canto, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo. Bem... Eles são amigos, vai que Castiel tenha contado algo a ele? Antes que acontecesse qualquer coisa, o sinal tocou, e todos começaram a ir para suas devidas salas, inclusive nós. Fomos para a primeira aula, que era de química. Minha aula de química era com a Rosa, Catarina e o Castiel. Os outros foram para as outras salas.
Ainda bem que a Ambre e as outras cachorras dela tinham outra aula. Não iria ter saco para aguentar Ambre me olhando com um olhar ameaçador. Se ela me odeia por estar perto do Castiel, imagine quando souber que eu estou noiva do irmão dela? Ah, Nathaniel, ele está bem ocupado e bem aéreo. Ele evita falar comigo, mas quando é preciso, ele está bem mais educado e se não for besteira minha, eu diria que ele está bem mais gentil. Enquanto a aula passava – exceto por uma Catarina bem desesperada e por um ruivo que não para de me olhar – eu diria que ela está bem tranquila. Sentia seu olhar sobre mim e isso já estava me deixando sem graça. Olhei discretamente para onde o ruivo estava e seus olhos cinzentos não se desviavam de mim. Porra! O que esse tomate tem? Eu tenho mesmo que ter uma conversa séria com ele!
A aula passou bem rápido, e a professora passou um trabalho para nós, e iria ser um saco. Eu queria rir da cara de desespero da Catarina, mas não iria fazer isso, ela era minha amiga. Eu arrumei meu material, e fui beber água. Estava indo em direção a sala que iria acontecer a aula de Português, e infelizmente Ambre estaria lá. Que porra hein? Andando tranquilamente pelos corredores, fui interrompida por mãos. Uma delas tapou minha boca, e a outra rodeou meu corpo. Fui puxada para o vestiário masculino. Esse cheiro... Não pode ser... Castiel!
Quando ele me soltou eu me virei rapidamente.
- Você enlouqueceu? Fumou uma maconha? Cheirou pó roxo? – eu suspirei – temos que ir para a aula.
Castiel – Foda-se! Por acaso você liga?
- De alguma forma sim. – cruzei os braços.
Castiel – Quem é o cara?
- Castiel! Deixa de ser criança! Você deve saber que o Alexy estava brincando!... Aproveitando que nós já estamos aqui, e que já perdemos a aula, eu quero falar com você. – ele não respondeu, e eu levei isso como um pedido para eu continuar. – o que você está escondendo? – ele me olhou confuso. – eu sei que está acontecendo alguma coisa com você... Você está estranho desde o hospital.
Castiel – Não é nada com o que tenha que se preocupar.
- Não? Castiel... Desde que aquela garota... Debrah não é? Apareceu, você está estranho! – quando ele ouviu o nome Debrah, ele segurou meus ombros.
Castiel – Onde você ouviu esse nome? Ela sabe que você está morando comigo? – eu estranhei o desespero dele.
- S-Sim... N-Naquele dia que eu sumi... Nós nos encontramos, e ela me perguntou onde você estava. – ele ouvia atentamente o que eu estava falando.
Castiel – Você estava sozinha? Com quem você estava?
- C-Com a Rosalya... M-Mas por que... – ele me interrompeu.
Castiel – Escuta... Não chegue perto daquela garota! – eu ia responder, mas ele continuou. – por favor, Alice... Não chegue perto dela!
- Por que não me diz o que está acontecendo? Por que não me conta absolutamente nada? Prefere guardar tudo para si? – ele permaneceu calado. – sabe o que acontece com pessoas que preferem guardar tudo para elas? Elas ficam velhas, malucas e estranhas! – disse arrancando uma risada curta e baixa dele.
Castiel – Por que você consegue ser tão curiosa? Você não tem nada a ver com isso.
- Se é comigo, tem a ver sim! – eu disse zangada, mas me acalmei. – Castiel, eu não sei o que se passa nessa sua cabeça de vento, mas eu quero te ajudar! Eu me importo com você de qualquer forma e se tiver algo o incomodando, talvez eu possa ajudar.
Castiel – Um dia eu te conto o que está acontecendo... Mas não vai ser hoje...
Alice off
- Vá estudar. – ela disse autoritária. – por que acha que te aceitamos nessa família? Você precisa ser perfeito, tanto em aparência, quando em mente. – o menino abaixou a cabeça. – quero que memorize esse livro. – depois de dizer isso, a mulher saiu, e fechou a porta. O menino esperou os passos dela se distanciarem, e abriu a janela. Com os lençóis, enrolou-os um no outro, e fez um tipo de corda. Amarrou a corda de lençóis fortemente na perna de sua mesa, e desceu pela corda, saindo daquela casa.
- Um dia... Eu vou ser livre...
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