Capítulo trinta e nove –
Nova Iorque, NY, – Sexta-feira.
27 de Outubro de 2017
POV Cheryl Scott
Justin me acorda com tantos beijos no rosto, que me sinto até sem ar. Mas antes que eu possa reclamar, ele sai da cama e volta, segundos depois, carregando um grande buquê de flores brancas. Há mais rosas ali do que posso contar e assim que me sento para pegá-lo no colo, ele abre um grande sorriso, dizendo “hoje é o seu dia!”. Com isso, eu deixo o buquê sobre a cama e sigo para o banheiro com ele.
― Você está nervosa com hoje?
― Não, na verdade. Estou ansiosa, talvez. Como eu não vi os episódios, eu quero ver como a produção final ficou.
Bieber liga o chuveiro, enquanto eu estou sentada sobre a pia.
Ele tira a roupa antes de entrar e faz um sinal para que eu o acompanhe.
― Tenho certeza que tudo estará incrível. Você tem cuidado disso há tanto tempo, que se que você não vai esperar menos do que a perfeição.
Eu concordo, arrancando todas as peças de roupa que estão no meu corpo, antes de entrar embaixo do chuveiro com ele. Com cuidado, ele lava os fios do meu cabelo e só desligamos o chuveiro depois de começar bem o dia.
― Você vai para o salão que horas?
Eu encaro o relógio do móvel de cabeceira, enquanto calço as botas de salto alto. O relógio marca onze e meia e meu horário com as garotas começará à uma da tarde. Informo isso a Bieber, que assente enquanto fecha o botão da jeans de lavagem clara que ele está vestindo agora. O terno escolhido para ele usar hoje está pendurado no closet e é um Giorgio Armani recém lançado.
― Onde está o sua roupa?
― No salão. ― eu informo. ― A roupa de amanhã também está lá, porque eu não queria que ninguém visse antes da hora. O zíper está fechado com um cadeado que só eu tenho a chave.
Justin arregala os olhos com o meu comentário, como se não acreditasse realmente nisso. Mas ele não diz nada, apenas termina de colocar a camiseta branca e lisa, pronto para ir para a casa dos meus pais, encontrar Zac e papai.
Conforme me aproximo da janela do quarto, pronta para pegar no móvel ali a minha bolsa e o par de brincos que eu colocaria, posso ouvir alguns barulhos vindo do lado de fora. Pela cortina, eu puxo um pouco o tecido para ver melhor a rua. Ela está inundada de fotógrafos, disparando flashes contra a minha casa, mas ao verem o tecido se mexer, as câmeras são apontadas para cima.
― Puta que pariu! ― eu murmuro, alto o suficiente para Justin ouvir. Ele dá a volta na cama, para se aproximar. ― Não, não vem. Vai ser pior.
Pego o telefone em mãos e tiro uma fotografia da rua ali embaixo, para mostrar a ele. Se Justin ousasse em aparecer aqui, nós iriamos ter problema com os fotógrafos. Assim que viro a tela do celular para ele, um olhar de espanto cobre seu rosto.
― Caralho. A gente tá fodido, você sabe, não sabe?
― Sim! ― eu me exalto um pouco. ― Como eles sabem que você está aqui? Puta que pariu, eu não acredito nisso.
Justin passa a mão no rosto, visivelmente frustrado, assim como eu. Ele volta para onde estava antes, tirando o telefone do carregador e colocando no bolso da calça. Eu junto minha bolsa finalmente e saio do quarto com ele, descendo as escadas em sua frente, sabendo que seu olhar está focado na sainha curta que uso.
― Você poderia ser mais discreto. Sinto seu olhar queimando em mim.
― Você poderia ser menos gostosa. As coisas seriam bem mais fáceis. Olha só o que você faz comigo ― eu me viro para olhá-lo. ― Não tem nem meia hora que eu transei com você no chuveiro e a minha vontade do momento é jogar você no balcão da cozinha e fazer isso de novo.
― Eu não tenho regra nenhuma de só transar uma vez...
A frase morre no ar e eu volto a descer as escadas, em direção a sala. Graças a Deus todas as cortinas estão fechadas, o que facilita para que a gente possa passar por ali sem chamar atenção dos fotógrafos na rua. Enquanto descemos o outro lote de escadas para ir à cozinha, um dos lugares seguros da casa, Justin liga para Scooter.
― Você já está em Nova Iorque?
Não escuto o que ele responde, mas o suspiro de alívio de Justin indica que sim.
― Precisamos de uma escolta enorme de seguranças na casa de Cheryl. Tem mais fotógrafos aqui que no MET Gala. Não sei como faremos para sair daqui sem levantar suspeitas... seria bom ter pelo menos alguns seguranças, apenas para garantir.
Bieber encerra a ligação alguns minutos depois, no exato momento em que despejo para ele um copo de vitamina recém feita com as frutas congeladas. Bieber agradece, enquanto eu procuro nos armários algo que possa no servir. Não há muitas coisas ali, mas encontro algumas caixas com sucrilhos, que servem para nós agora.
― Eu acho que está na hora de dizer a todos que nós voltamos.
Solto, de repente.
Bieber ri, mas quando a ficha cai, seu semblante empalidece.
― O que?
― É. Eles não vão sossegar enquanto nós não dermos algum tipo de declaração pública e eu estou cansada de precisar esconder tudo deles. Nós combinamos que agora nós tomaríamos as rédeas da nossa vida, não é? Então pra que esconder?
― Você quer realmente dar a eles o prazer de publicar em primeira mão sobre a gente?
― Eles não publicarão em primeira mão, se nós fizermos isso primeiro.
― Como assim?
Eu sorrio para Bieber, pegando o telefone no bolso.
― Se nós publicarmos uma foto juntos primeiro, as que sucederão essa não terão o peso que eles esperam. Logo, serão vendidas por um valor bem menor. É simples.
Justin parece entender o que eu quero dizer e se anima com a ideia. Ele pega as caixas de papelão onde o nosso café da manhã estava e as empilha, formando um quase tripé. Em seguida, abre a câmera e prepara o temporizador. Eu esperava apenas uma selfie, mas Justin parece ter planos maiores para isso. O fundo clean da cozinha combina com nossas roupas monocromáticas e Bieber se aproxima de mim, envolvendo suas mãos em meu corpo.
Quando estamos colados um no outro e o temporizador indica cinco segundos, ele põe a mão em minha saia, erguendo um pouco e eu envolvo meus braços em seu rosto, lançando para ele o sorriso mais sincero que consigo. O peso de parar de nos esconder me preenche, deixando-me com uma sensação de liberdade e felicidade genuína. Ele encara meus lábios e sorri para mim no exato momento em que ouvimos o disparar da câmera. Pronto, a nossa foto estava ali.
Assim que eu a encaro, na tela do telefone, um sorriso emocionado surge em meu rosto. Bieber me abraça por trás e beija meu pescoço, enquanto eu abro o Instagram para publicar a foto. Assim que ela está ali, pronta para ser publicada, eu o encaro de lado.
― Precisamos de uma legenda.
Ele tira o telefone de minhas mãos e começa a digitar, sem que eu possa ver.
Jamais deixaríamos o prazer de anunciar isso para outra pessoa.
Para sempre eu e você.
Para sempre, nós.
Clico em enviar no segundo em que termino de ler e deixo o telefone sobre o balcão, envolvendo seu corpo no abraço mais forte que consigo dar em Justin. Ele sorri contra meus lábios no momento em que colidimos em um beijo tão apaixonado como podemos dar. O romantismo não dura tanto, porque logo suas mãos apertam minha bunda por baixo da saia e seus dedos rocam o tecido fino da minha calcinha.
Paro antes que eu não consiga mais evitar cair em tentação com Justin Bieber.
Ele sorri para mim mais uma vez.
― Você está pronta? Quero ter o prazer de te levar até o salão onde você vai se arrumar.
― Não estaria pronta se você não tivesse aqui comigo.
Com mais um beijo, ele segura os dois lados do meu rosto.
― Não responda ninguém. Os seguranças estão aqui para nos ajudar. Eles já estão aqui e há um carro nos esperando ali na frente. Eu e você, tudo bem?
Eu concordo, juntando a bolsa no braço. Nós andamos juntos até perto da porta, onde pegamos os óculos escuros no móvel. Bieber respira fundo mais uma vez, antes de girar a chave na porta. A escolta de segurança está ali, pronta para nos auxiliar a entrar na SUV que está parada ali. As escadas que dão acesso à rua estão limpas graças aos seguranças que formam um cordão de isolamento bom o suficiente para Justin e eu.
Coloco o óculos Fendi sobre os olhos e ergo a cabeça quando me viro para trancar a porta já do lado de fora. O tanto de flashes que disparam é ensurdecedor e Justin está parado atrás de mim, protegendo o meu corpo de todos o assédio dos fotógrafos. Assim que tranco a porta e aperto no controle em minha mão, o botão que ativa o alarme, Justin deixa que eu passe na frente e segura minha mão forte o suficiente para dizer que ele está ali comigo.
Juntos, nós andamos até a SUV, com a porta aberta. Eu deslizo para dentro do carro e Justin entra depois, fechando a porta. Os vidros no banco de trás são escuros o suficiente para que não sejamos vistos ali, mas só relaxo o corpo quando viramos a esquina, ainda sendo seguidos pelas malas com alças.
Repouso minha cabeça no ombro do Justin, puxando o telefone de dentro da bolsa. A primeira coisa que vejo, são milhares de mensagens de John, falando sobre a foto que eu havia acabado de publicar no perfil.
Eu fecho a conversa sem responde-lo, sabendo que em alguns minutos nós nos encontraríamos e abro o perfil no Instagram. A foto ganhou uma repercussão maior do que eu imaginava e há tantos comentários, que não consigo nem acompanhar. Mas todos os que vejo são positivos, indicando que as pessoas estão felizes com a nossa volta.
Eu sorrio para Justin, mostrando a tela do celular para ele.
― Finalmente, depois de mais de um ano, eu voltei a acreditar no amor. ― leio o comentário para Justin, que sorri para mim.
― Quer saber de uma coisa?
― O que?
― Eu também.
As pessoas batem palmas quando Justin e eu entramos de mãos dadas no salão, alguns minutos depois. Tanto Bieber quanto eu sorrimos para eles e cumprimos o que eles pedem. Ele envolve sua mão em minha cintura e beija minha boca, como se há tempos não fizesse isso. É claro que escutamos gritos de comemoração, que são interrompidos pela voz estridente de Charlotte, vindo diretamente da porta do salão.
― Esse é o melhor presente de aniversário de todos os tempos!!
Sem esperar, ela corre até nós e cai em nossos braços, prendendo-nos num abraço quase sufocante. Zac vem atrás dela, envolvendo-se em nós complementando o abraço. É tudo tão genuíno, que não consigo parar de sorrir. Minutos depois, quando nos soltamos, minha mãe e meu pai aparecem na porta.
― Onde está ele? ― a voz naturalmente grossa do meu pai sobressai em meus ouvidos.
Quando penso que ele baterá em Justin, pela forma que ele adentra o ambiente, papai apenas envolve Bieber em um abraço apertado, murmurando “finalmente você conseguiu, rapaz!”. Eu não entendo o que isso significa.
― Talvez, mas só talvez, eu tenha contado para o papai sobre os encontros de vocês ― Charlotte começa ― E talvez, mas só talvez, o papai tenha nos ajudado com algumas coisas.
Surpresa e perplexa, eu encaro Justin e meu pai, que se encaram com uma cumplicidade nunca vista por mim. Mas isso não demora muito, porque logo os cabelereiros expulsam os homens dali. Justin me beija mais uma vez, como uma promessa de que em algumas horas, estaria ali por mim novamente.
Com o salão fechado somente para as garotas, suas mães, Charlotte, mamãe e eu, nós aproveitamos para nos arrumarmos com calma para a nossa grande noite. Agora, é questão de horas para que nós estejamos lá para celebrar o nosso sucesso, com quem torce por nós.
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