Rin chegou na frente da porta de sua sala e suspirou. “Coragem Rin. Vai dar tudo certo... Vai dar tudo certo... Ai meu Deus eu vou fugir daqui...”. Mas antes que qualquer atitude fosse tomada, a garota sentiu seu corpo sendo levado junto com os alunos que entravam dentro da sala. Logo em seguida o professor entrou com o saco de provas, mandando os alunos se sentarem.
- Bom dia. Vocês já conhecem os procedimentos. Guardem todo o material, deixem apenas lápis, caneta e borracha na mesa. Vocês terão o total de 4 horas para terminar a prova. – o professor disse enquanto distribuía os papeis. – Pronto, podem começar. Boa sorte.
Rin, diferentemente de toda a sua turma, abriu o caderno de provas com um certo receio. Sentia o peso em suas costas, queria se provar, sim, era capaz. Ao seu redor, seus amigos olhavam as provas com indiferença, pois já estavam acostumados a não se saírem bem nos exames.
“Se concentra, você precisa tentar.” (Rin)
Começou a ler a primeira questão e incrivelmente sabia a resposta antes mesmo de terminar de ler o enunciado, confirmando sua suspeita quando viu que era uma das opções de resposta. Seguiu para a segunda questão e também se lembrou da resposta...
“Nossa... como ele sabia que eram essas as questões que iriam cair?”(Rin)
FLASHBACK
Duas semanadas antes.
Sesshoumaru estava se sentindo esgotado. Mas isso tinha um motivo: o período fértil de Rin. Como um chamado hipnótico, ele foi percebendo a mudança no cheiro da garota ao longo dos dias. A ligação que os dois tinham ainda não tinha se dissipado, então aqueles dias pareciam uma tortura.
Sabendo de seu eminente descontrole, Sesshoumaru passou a treinar ao máximo todos os dias. Esgotar o seu corpo foi a melhor solução que encontrou.
- Pai, você quer treinar?
- Ora ora... Acha que pode vencer o velho aqui? – seu pai ficou feliz com o pedido. Seus filhos nunca pediam para treinar com ele.
- Eu só preciso treinar a sério.
- Hum... Tudo bem. Prometo me esforçar. – disse enquanto seguia o filho.
No salão de treinamento, ambos se encontravam em posição de luta, sem armas ou equipamentos, apenas estando em forma youkai humanoide. Sesshoumaru partiu em direção ao pai, que conseguiu desviar, empurrando o filho por trás.
- Ainda lento. De novo.
Continuariam assim por algumas horas.
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Rin já se encontrava em seu quarto estudando sozinha quando o prateado chegou, sentando-se ao seu lado.
- Conseguiu responder a lista?
- Acho que sim...
- Deixe-me olhar... – Ele tentou pegar os papeis, mas Rin se projetou para a frente os protegendo. – O que foi?
Com uma cara um pouco emburrada Rin o encarou.
- Não quero que você olhe.
- Deixe de palhaçada, Rin... Me dê isso aqui... – Ele tentou puxar os papeis, enquanto a garota puxava de volta. – Eu sempre olhei as coisas que você respondia! Qual o problema agora?
- Mas... esse eu fiz todo sozinha... Eu... Eu... Deve estar tudo errado, é melhor fazer de novo...
- Besteira. – Sesshoumaru puxou de vez os papeis e começou a analisá-los rapidamente, dando um suspiro no final.
- ...
O prateado se aproximou dela, colocando o material sobre a mesa, pegando uma caneta vermelha e marcando algumas coisas.
- Você acertou basicamente 70%... Tem que tomar mais cuidado com...
...
Foi quando reparou que Rin não prestava atenção no que ele dizia.
- Rin! Rin! Você está me escutando? – disse a sacudindo.
Então a morena sorriu e o abraçou, deixando-o estático.
- Obrigada! – ela disse ainda o apertando.
- Rin... – Sesshoumaru então a afastou de seu corpo, inspirando todo o ar que havia dentro do quarto.
- Ohh, me desculpe! É que eu...
Sesshoumaru se levantou abruptamente e se dirigiu em direção a porta.
- Não se preocupe. Olhe as coisas que eu marquei. Volto daqui a pouco. – disse saindo do quarto rapidamente.
Rin estranhou a atitude dele e cheirou sua própria roupa, cabelo e axilas para ter certeza que não estava cheirando mal. Mas estava tudo ok. “Pela cara que ele fez... Parecia que algo o incomodava...”(Rin)
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Sesshoumaru entrou como vento no seu próprio quarto. Estava furioso. Estava furioso porque estava excitado.
“Mas que DROGA!
Ela é uma HUMANA, Sesshoumaru! UMA HUMANA! Você está ficando doido? O que ela está fazendo com você?
É esse sangue! Esse maldito sangue correndo aqui dentro de mim.”
Não conseguindo se controlar, pulou pela janela de seu quarto e foi para a ala de treinamento. Precisava ‘explodir’ alguns segundos e lá era o único lugar que poderia fazer isso sem chamar a atenção de ninguém.
Sabia que não poderia liberar seu youki por muito tempo. Além disso, ficar em sua forma bestial o fazia perder mais facilmente o raciocínio e isso poderia ser pior. Com todas as forças que conseguiu unir, voltou a si.
“Eu não posso voltar pra lá assim... Mas que inferno! Por que essa garota está aqui em casa mesmo?
Desde que ela entrou na minha vida, tudo virou uma bagunça!
Eu não posso sentir o cheiro dela. Nem ter algum tipo de contato físico. Pensa... Pensa...”
(...)
Sesshoumaru entrou na cozinha da casa e começou a pegar diversos tipos de temperos, pimentas, alho... Alguns comeu, outros inalou... Os espirros foram invitáveis... Seu olfato era muito sensível e era exatamente com isso que ele contava.
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Rin já estava estranhando o fato de Sesshoumaru demorar tanto para voltar. Quando ia se levantar para procurá-lo, ele apareceu na porta, com uma bandeja com chá e um nariz bem vermelho.
- Você está bem? – Rin se levantou para ajudá-lo com a bandeja.
- Sim.
- Você está com a cara estranha. Parece gripado, com alergia ou coisa do tipo...
Sesshoumaru voltou a espirrar.
- Eu tenho um remédio que pode ajudar! – Rin não esperou que ele respondesse e já foi buscar o remédio no meio das suas coisas. – É um antialérgico.
- E você por acaso é médica agora? – ele respondeu sem querer aceitar o remédio da morena.
- Vai ajudar nesses espirros. Alguma coisa deve ter desencadeado isso... E tome esse cachecol. – disse enrolando seu cachecol ao redor do pescoço do prateado.
“Ou várias coisas...” (Sesshoumaru)
Sesshoumaru não sabia como se livrar do remédio de Rin, já que ele era um youkai e não estava doente de fato. Além do que, as doenças dos youkais eram diferentes e remédios humanos não adiantariam.
Por garantia, Sesshoumaru havia pego o talismã reserva e estava com os dois para segurar seus instintos. Resolveu aceitar o remédio de Rin, sabia que não faria efeito.
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Depois de revisar com a Rin as questões que ela havia errado, Sesshoumaru começou a indicar as prováveis questões de cada assunto daquela matéria.
- Como você sabe que vai ser isso? – Rin perguntava descrente.
- É o mais óbvio.
- Óbvio? Como assim óbvio?
- Você tem que ver que essas questões conseguem abordar bem o tema e fazer com que alunos que não saibam bem o assunto, caiam nas pegadinhas. É bem típico de prova essas questões.
- Humm... Entendi. Você é mesmo um gênio.
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- Querido, irei levar um lanche para as crianças. – Izayoi adorava mimar todos da casa. Se afastou do marido que estava assistindo um filme e foi na cozinha separar algumas comidinhas.
Quando chegou no quarto de Rin, teve uma surpresa. Sesshoumaru e Rin dormiam debruçados sobre a mesa de estudos, com os rostos virados um para o outro, com os cabelos mesclados e um semblante sereno.
“Eu preciso registrar esse momento!!!!” (Izayoi)
FIM DO FLASHBACK
O sinal tocou. Rin era a única de sua turma que ainda estava na sala.
- Muito bem senhorita Rin, o tempo acabou. Agora você precisa me entregar a prova.
Rin assentiu. Não tinha conseguido terminar. Mas havia respondido boa parte das questões. Nunca tinha se sentindo tão bem depois de uma prova. Mesmo sem terminar, sentia que tinha cumprido o seu dever.
Do lado de fora da sala, seus amigos a esperavam, sem entender a demora.
- Rin, por que demorou tanto? Você não sabe que usamos os dias de prova para largar mais cedo?
- Eu estava fazendo a prova, Kohaku.
- De verdade? Mas por quê?
- Que pergunta idiota, Kohaku. – Sango deu um cascudo no irmão. – Mas Rin, você realmente está levando a sério a aposta?
Rin confirmou com a cabeça.
- Rin, esquece esse traste do Sesshoumaru! – Kohaku colocou o braço pelos ombros da garota, a puxando para si. – Já disse que o homem certo para você sou eu!
E o grupo seguiu andando em direção a sorveteria.
Lá estava um grupo da turma A. Sesshoumaru estava junto. Rin estranhou, Sesshoumaru só andava com o irmão e Miroku.
- Ohh! Olha só quem chegou... A sua desafiante, Sesshoumaru! E então, Rin? Fez boa prova?
Rin se surpreendeu com a recepção. Sara era o nome da garota que lhe falava em tom de deboche. Ela era uma aluna da turma A, muito bonita e arrogante.
Sesshoumaru se virou para encarar Rin, esperando ouvir sua resposta.
- É... É... eu acho que sim...
- Uiii Sesshoumaru... Será que você que vai ter que cumprir o trato? – Sara ainda debochava e tentava trazer o prateado para a conversa.
- Até parece... – ele respondeu friamente.
O grupo da turma A começou a rir e Rin se sentiu mal com isso. Deu um sorriso forçado e se despediu de todos, ainda sobre risos.
Pouco tempo depois, Rin se despediu dos amigos que ainda continuaram na sorveteria. Eles queriam a levar até a estação, mas ela os dispensou. Estava irritada com os alunos da turma A, tão esnobes. Sesshoumaru foi tão indiferente, como se não tivesse passado o último mês ao seu lado todas as noites a ajudando. Aquilo era realmente frustrante.
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- Bem, estou indo. Até amanhã. – Sesshoumaru se levantou de sua mesa, quando foi impedido por Sara, que segurou o seu braço.
- Eu também estou indo. Você pode me acompanhar até o ponto de ônibus? – ela falou se levantando e pegando suas coisas.
- Na verdade, não posso. Sinto muito. Vocês podem acompanhá-la, certo? – Sesshoumaru disse se virando para os remanescentes que estavam sentados, alguns assentiram. – Pois bem,
Sesshoumaru se retirou, deixando para trás uma Sara visivelmente ofendida pela desfeita.
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Sentada no banco da estação, Rin estava de cabeça baixa olhando para o chão, enquanto balançava os pés, já que era pequena e não alcançava o chão quando estava sentada. Estava emburrada e não entendia o motivo. Sentiu quando alguém sentou ao seu lado, mas não deu atenção e continuou em seus devaneios.
“Ele precisava estar andando com um pessoal tão prepotente? Será que ele virou esse tipo de gente? Quer dizer... Na verdade ele é bastante arrogante... Mas nunca andou em grupo.
(...)
E aquela garota... Ai como ela é irritante!!” (Rin)
Foi tirada de seus pensamentos quando se sentiu sendo puxada pelo braço, tendo sua bolsa retirada.
- Deixe para sonhar quando chegar em casa. O metrô chegou.
Era Sesshoumaru. Era ele que havia sentado ao seu lado e estava alí, calado o tempo todo.
“Eu não falei nada daquilo em voz alta né?”(Rin)
- Não se preocupe, eu ainda não leio pensamentos.
Disse a puxando para dentro do vagão.
- Vo... Você não estava com seus amigos na sorveteria? – Rin gaguejou, por que ele estava alí?
- Eu já estava há mais de uma hora naquela sorveteria... Você demora muito para responder uma prova.
- Eu não consegui terminar... – Ela baixou a cabeça triste.
- Não se preocupe. Na próxima você consegue.
Rin assentiu e deu um pequeno sorriso.
- Mas eu sabia muitas respostas! Foi legal sentir que eu poderia responder as coisas.
Sesshoumaru a observou, ela realmente estava feliz por colher algo do próprio esforço.
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Três dias se passaram. Finalmente o resultado iria sair.
As notas eram colocadas em ordem decrescente no painel geral do colégio. Todos os alunos sabiam as notas dos outros. Isso era terrível.
- Será que o Sesshoumaru ainda será o melhor aluno? Me disseram que ele estava muito distraído durante o exame, chegou até a cochilar...
Rin ouviu a conversa de duas garotas que andavam pelo corredor do colégio. Aquela informação lhe fez sentir muito mal. Será que o rendimento dele tinha caído por sua culpa?
Sentindo-se culpada, Rin saiu correndo para olhar o resultado, passando na frente de diversas pessoas, que protestavam pela atitude da morena.
Sesshoumaru Taisho – 100
“Ele ainda é o melhor aluno! Sesshoumaru é realmente incrível! Que bom que eu não atrapalhei a vida dele...”(Rin)
De repente, diversos alunos começaram a gritar...
- Pensei que você não se importava em olhar o painel, Sesshoumaru. – InuYasha observava a atitude do irmão.
Logo em seguida, Sesshoumaru se aproximou de Rin, que extremamente distraída olhando os primeiros colocados da lista.
- Sesshoumaru! Você conseguiu novamente! Parabéns, você realmente é um gênio. – Rin o cumprimentou.
“Você realmente é impossível garota, se importa mais com os outros do que com si mesma.”(Sesshoumaru).
Todas as pessoas ao redor pararam para olhar o que se passava alí.
- E então? Já olhou o resultado? – Sesshoumaru a perguntou com pequeno sorriso.
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