Rin abriu os olhos sem entender como havia voltado para o quarto. Estava indo para o trabalho, não estava? Mas tudo havia ficado escuro.
“O que aconteceu?” (Rin)
Rin se levantou e saiu do quarto. As luzes do corredor estavam acesas, mas a morena não se atentou a isso.
Cambaleando, foi em direção às escadas. Tinha que ir trabalhar. Mas foi impedida, quando o seu braço foi segurado.
- Onde pensa que vai? – Sesshoumaru perguntou, impassível, como sempre.
Ele estava de calça moletom, sem camisa, com uma toalha jogada por cima dos ombros, com o cabelo úmido do banho recém tomado.
- Eu tenho que trabalhar. – Rin tentava raciocinar. Além da leseira do desmaio, tinha perdido a noção do que queria direito quando olhou para o platinado sem camisa.
Agindo como se não houvesse a escutado, o platinado a puxou de volta em direção ao quarto, empurrando-a delicadamente novamente para a cama.
- Já resolvemos isso. Agora você precisa descansar.
- Resolveram? – Ela perguntou sem entender. – Resolveram o quê?
Sesshoumaru suspirou, criando paciência para explicar. Rin tentava se levantar, enquanto ele insistia em segurá-la na cama.
- Você desmaiou enquanto descia as escadas. – ele disse colocando o dedo indicador no meio da testa da morena, empurrando-a para que deitasse.
- Mas...
- Sem ‘mas’. Você precisa descansar. – ele a encarou seriamente, quase que desafiando que ela tentasse levantar novamente para ver o que ia acontecer.
- Rin, querida, você acordou. – Izayoi entrou no quarto empurrando o filho para o lado. – Como você está se sentindo?
- Eu... eu...
- Ela ainda está desnorteada. – Sesshoumaru respondeu pela morena.
- Oh querida. Eu vou trazer algo leve para você comer e aí você volta a dormir. Não se preocupe, eu mesma arrumo suas coisas para amanhã. – Izayoi, que já estava sentada na cama, levantou-se rapidamente.
- Não acho que ela deveria ir. – O platinado se intrometeu novamente.
A matriarca fez uma leve careta para o filho.
- Ela precisa se divertir um pouco. – disse alisando e beijando a cabeça de Rin. – Ela não precisa participar das competições, ir e torcer para os amigos já fará muito bem para ela. E você pode cuidar dela.
- Eu o quê? – Ele mal teve tempo de raciocinar.
- Pronto, estamos resolvidos. Eu arrumo as coisas da Rin para amanhã e lá, você cuida dela, caso ela precise. – a mais velha foi em direção a porta, parando ao ouvir o filho reclamar com Rin.
- Já disse para não se levantar...
- Mas eu preciso trabalhar... – Rin insistia.
- Oh querida. – Izayoi se intrometeu, percebendo que Rin ainda não tinha entendido o que aconteceu. – Não se preocupe. O Sesshoumaru já resolveu tudo.
- Mas o meu dia vai ser descontado...
- Você não disse a ela, filho? – ela o perguntou, que negou com a cabeça. – Ahh querida, o Sesshoumaru foi trabalhar no seu lugar. Está tudo certo. Inclusive seus dias de folga para os jogos internos.
Rin parou de tentar se levantar, relaxando na cama. Isso era sério? Por que ele fez isso por ela?
- Obrigada!
- Agora descanse, querida. Já está tarde. Trarei algo para você comer, só para não ficar tanto tempo sem se alimentar. Com o resto, pode deixar que eu resolvo.
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Sesshoumaru terminava de arrumar a sua mala, quando foi pegar seu quimono. Ficou em dúvida em qual escolher. Tinha uma pequena parte de trajes de artes marciais no guarda-roupa, o restante ficava armazenado no subsolo da academia. Se levasse um traje muito desgastado, poderiam especular que ele não era um iniciante. Resolveu pegar um mais novo.
Pegou um quimono branco de karate. Mas separou a faixa preta e colocou novamente no guarda-roupa ao lado de outras faixas de outras artes marciais. Usaria alguma emprestada.
Kagome havia mandado por InuYasha outros amuletos, agora em faixas adesivas. Já que ele não poderia competir com o pingente. Além disso, a sacerdotisa também o daria algum tipo de chá. Ele ficaria o mais próximo de se sentir um humano do que em qualquer momento da sua vida quase milenar. Mas pelo menos estaria sendo o mais justo possível com Kohaku.
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No dia seguinte, Sesshoumaru, InuYasha e Rin pegaram uma carona com Toga. Mesmo tendo dormido desde a tarde do dia anterior, a garota ainda cochilava nos ombros do platinado mais novo, que ia no banco de trás com ela. Pelo espelho interno, vez ou outra o irmão mais velho observava.
- Chegamos meninos. – Inu no Taisho avisou. – Nossa... A Rin está mesmo muito cansada. Cuidem dela, ok? Se não... vocês já sabem...
Não havia dúvidas que Rin era a pessoa mais paparicada daquela casa.
O trio pegou as malas e se despediu do mais velho, que tirou as malas de Rin de suas mãos e entregou para Sesshoumaru.
“Agora eu virei empregado também...” (Sesshoumaru)
Reuniram-se com o restante do grupo que já havia chegado e esperaram o restante. Basicamente todo mundo iria. Do 1º ao 3º ano.
Sesshoumaru esperava com a maior cara de tédio do mundo. Aturou a chegada dos amigos de Rin, que falavam muito alto.
- Atenção alunos. As turmas irão juntas da seguinte forma: cada ano se agrupará em A e F, B e E, C e D. Cada ônibus tem a placa informativa. Por favor, se organizem com calma.
O platinado carregou suas coisas e as de Rin, aguardando para colocá-las no bagageiro externo. Quando entrou no ônibus, viu que Kohaku já havia se sentado do lado da morena, lançando-o um olhar cínico de vencedor. Rin cochilava em seus ombros.
“Ela dorme em qualquer lugar assim? Confia em qualquer um?” (Sesshoumaru)
Seguiu e viu que Sara o chamava para que ele se sentasse ao seu lado. Suspirou. Seria uma longa viagem.
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Todos os anos, os jogos internos eram realizados fora das dependências do colégio num local dotado de uma melhor infraestrutura para versar de diversos esportes e atividades. Os alunos ficavam três dias acampados, realizando as atividades.
Sesshoumaru nunca ia. Já Rin aguardava o ano todo por isso.
Quando chegaram, ouviram um longo sermão dos professores sobre libertinagens e afins.
O platinado reparou que um grupo de garotos do 3º ano fuxicava algo sobre como burlar as normas.
“Crianças...” (Sesshoumaru)
(...)
O primeiro dia de competição seria focado nos esportes coletivos, já que os alunos estavam mais cansados da viagem para competir individualmente.
O platinado era obrigado a reconhecer que a turma de Rin realmente era a melhor na maioria das competições. Acontece que nenhuma turma era excelente, cheia de atletas. Tanto é que os times oficiais do colégio, que competiam contra outras escolas, eram formados por alunos de todas as turmas. Mas naquele momento, a competição era interna.
Talvez a pessoa mais atlética do 3º A fosse Miroku, que era do time oficial de diversas modalidades da escola. Mas o resto da sua turma era uma negação. Era fácil para turma F vencer, porque tinha diversos jogadores medianos e alguns realmente bons.
- Você nunca vem, Sesshoumaru. O que aconteceu dessa vez? – Sara perguntou quando o platinado dispensou a turma que insistia para ele se juntar às equipes das competições coletivas.
- Vou competir amanhã.
- Só veio para isso? – insistiu.
- Sim. E será rápido. – ele cortou a conversa e seguiu para a parte do acampamento.
Não precisava ver as equipes competindo. Não tinha essa vontade. Aproveitou para observar o local em que estavam. Não entendeu direito porque havia toda a infraestrutura desportiva, mas eles dormiriam em cabanas. Talvez fosse para alimentar o espírito de aventura dos humanos. Estavam rodeados de mata fechada, conseguia ouvir um rio a poucos quilômetros.
“Onde eu fui me meter? Por que desafiei aquela criança para um duelo? Eu não tenho nada melhor para fazer do que ficar brincando de adolescente?” (Sesshoumaru)
Depois de muito tempo sem fazer nada, o platinado resolveu observar alguns jogos e ficar criticando mentalmente os humanos. Viu de longe, enquanto passava, que atrás de uma das barracas, seu irmão e Kagome discutiam, enquanto ela tentava fazer ele tomar alguma coisa a pulso.
(...)
- Eu não quero tomar isso!! – InuYasha segurava a mão da sacerdotisa.
- Mas você precisa! – ela continuava tentando empurrar o copo.
- Esse negócio fede! – tapou o nariz.
- Você não pode competir se não tomar. – ela reclamou.
- Você não manda em mim! Eu vou competir se eu quiser...
- Senta.
Então o platinado foi com tudo ao chão. A morena se agachou ao seu lado.
- Sua bruxa velha! Tire isso de mim!
- Não tiro, você é muito desobediente!
O hanyou se virou e tentou se levantar, mas foi impedido por Kagome, que o prendeu no chão com o joelho em seu peito.
- Senta.
O platinado sentiu a força do kotodama o prender ao solo novamente. Tentou usar as mãos para tirar a mulher de cima de si, mas ela estava determinada. Tão determinada que montou em cima dele, totalmente concentrada em fazê-lo beber o líquido.
Sem reação, por estar completamente ciente da morena montada em seu tórax, InuYasha não conseguiu impedi-la de sorver o chá em sua boca.
- Isso! – Ela comemorou. – Agora preciso ter certeza.
Ela fechou os olhos e colocou as mãos na lateral do rosto dele. Depois de alguns segundo, sorriu, satisfeita.
- Pronto. Agora você pode... – abriu os olhos, encarando o olhar atordoado do rapaz. – Você está bem? – Pôs as mãos novamente no rosto do platinado. – Oh não... será que eu fiz alguma coisa errada?
A respiração de InuYasha foi ficando mais profunda e frequente.
- O que eu faço? – Kagome o segurava pelo rosto, desesperando-se.
- Ka... – ele segurou sua mão a tirando de seu rosto.
Finalmente ela se deu conta de sua posição, levando a própria mão ao rosto, em espanto.
- Ohhh, desculpe-me!! – tentou levantar-se rapidamente. Porém, foi impedida pelo hanyou, que a segurou pela cintura.
A tensão era quase palpável. InuYasha a segurava pela cintura e eles se encaravam. Parecia que séculos poderiam se passar daquela forma. Até que algum barulho próximo os trouxe de volta à realidade e eles se separaram.
- Éééé... – Kagome tentava disfarçar. – Desculpa. Eu exagerei um pouco. Mas pelo menos agora você pode... Competir de igual com os outros.
- Esse negócio é horrível. Por que só eu que fui obrigado a tomar isso?
- Porque o Sesshoumaru só precisa tomar amanhã.
- Duvido que ele tome depois de sentir o cheiro desse negócio.
- Vai tomar sim! Até parece que eu vou deixar que ele entre numa luta com um humano dessa forma... Nem que eu também tenha que o obrigar...
- Vai usar essa mesma técnica? – “Por que infernos eu perguntei isso?” (InuYasha)
- Oras seu... seeen... – “Seu idiotaaa” (Kagome)
Todavia, foi impedida quando InuYasha tapou sua boca com a mão. Ela tentou se soltar, mas ele a segurou. Ela parecia querer gritar algo, mas o platinado resolveu ignorar.
- Tá... tá... Eu fui um idiota em te perguntar isso. Desculpe-me, ok?
Eles ficaram se encarando por um tempo, próximos demais. Até que ele se afastou.
“O que tá acontecendo?” (InuYasha e Kagome)
- SEEEN – Kagome ficou tão frustrada que nem sabia por que estava com raiva dele. Mas antes de terminar, foi novamente impedida.
InuYasha levou o dedo indicador à boca de Kagome, dizendo que ela deveria fazer silêncio.
- Agora que estou quase humano, caso você faça isso vai desfalcar o meu time. E isso é trapaça. – Disse isso muito próximo do rosto da morena, deu uma piscadela e saiu.
“O que está acontecendo? O que está acontecendo????” (Kagome)
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