P.O.V. Taylor
Um lado da história eu tentava sanar, mas a outra eu mal conseguira começar. Camila estava distraída: Ponto! Mas eu não sei quanto ao Austin... Isso me deixa preocupada ao extremo! Preciso cuidar do meu menino (não levem para o lado pessoal, apenas somos amigos chegados). O Austin que eu via com a Camz não é o mesmo agora que está com a Becky. E não posso negar uma pitada de dúvida em questão a história dele com a minha boneca Kawaii. Uma coisa ainda não foi esclarecida entre eles e eu necessito descobrir.
Estou deitada em meu quarto, trancada aos meus pensamentos, sozinha. O Calvin fora resolver umas pendências com seus agentes. Momento perfeito para pensar em como dar uma de cupido! Porém esse tal “momento” dura pouco até que sinto meu celular vibrar...
Preciso de você, agora :/
Era uma mensagem do Austin. Engraçado, há tempos o mesmo não dizia que precisava de mim ou coisa parecida. Bom, só posso supor que algo aconteceu.
Estou a caminho.
Respondi sem complementar. Agora é a hora!
Estacionei o carro diante da sua casa e buzinei para ele saber que havia chegado. E parece que entendeu o recado, pois abrira a porta no mesmo instante, me dando as boas vindas.
Após a cerimonia até que eu me acomodasse na residência, fomos direto ao ponto.
- Comece. – pedi confiante e o surpreendi.
Austin cobriu o rosto com as mãos e me fitou.
- Nós terminamos. – declarou e arregalei os olhos de acordo com o meu espanto.
- Você e a Becky?!
- Sim. Ontem. – desviou o olhar.
- Nossa, sinto muito... – essa frase parecia não se encaixar com a ocasião, pois o Austin não estava com uma expressão arrasada.
- Não sinta. Quer dizer... – se atrapalhou nas próprias palavras e encarou o teto tentando compreender o que havia dito.
- Espera. Como assim? Austin, como você está diante disto?
- Se eu disser que eu não sei, você acredita?
- Acredito. Mas espero que se explique também.
- É que não me sinto mal por meu namoro ter terminado. – cerrou os olhos.
- Acho que estou te entendendo agora.
- Está?! Então me ajuda entender também! – implorou.
- Vamos lá. Digamos que eu seja sua Psiquiatra por hoje e me esclareça sobre sua relação com a Becky desde o início, Austin! – endireitei-me no sofá e cruzei as pernas para dar mais destaque ao que disse.
- Nossa! Desse jeito quase me convenceu mesmo. – riu fraco. – Mas tudo bem. O que quer saber?
- O que sente ou sentia pela Becky? – notei que o coloquei contra parede, pois o vi engolir em seco.
- B-bem... Antes de namorarmos, e-eu a encarava apenas como amiga. Saíamos com a maior inocência, cantávamos juntos por lazer. Não passava disso, apesar de alguns fãs criarem a imagem de que éramos um casal. – justificou.
- E então...? – Austin não parecia confortável. Mas é o meu trabalho, tenho de fazê-lo.
- As coisas foram mudando. A-as pessoas mudam! Tudo muda! Sentimentos surgiram e vimos que os fãs não eram tão loucos quanto, então decidimos tentar a sorte. Apenas isso! – falara tão rápido enquanto gesticulava (entre gaguejos) que mal pude acompanhar.
- Austin. - virei-me para encará-lo mais a sério. – Entenda, se você não for sincero comigo nunca poderei te ajudar. Colabore. – O mesmo aceitou a condição e suspirou um pouco antes de tentar novamente.
- Tudo bem. Olha, foi como eu disse, a Becky era minha amiga. Às vezes, na presença dela eu ficava sem graça, por isso tantas fotos minhas corado ou até sem jeito, mas não passava disso. Ela me fazia e ainda me faz rir. Ela é ótima, legal, divertida, porém nunca a enxerguei mais do que uma amiga. Já cheguei a hipótese de sermos irmãos, mas então seria estranho demais e tudo tem limite. – rimos. – Porém, contrapartida eram tantos fãs nos sufocando com boatos de que éramos namorados, de que nos amávamos, de que devíamos namorar, que causou uma turbulência entre nós dois. – parou pensativo.
- E onde entra a parte em que vocês começaram a namorar. Ou melhor, por quê?! – perguntei impulsiva.
- Três palavras, uma acusação: Empresário da Becky.
- Isso tudo foi uma ideia dele? – tentei confirmar e Austin apenas assentiu. – Então vocês apenas aceitaram por...?
- Pulo na escala de sucesso. Dr. Luke imaginou que se fizéssemos a vontade dos fãs, avançaríamos em nossas carreiras. Mas por um momento eu e a Becky pensamos que poderia dar certo porque deduzimos sentir algo um pelo outro. – balançou negativamente a cabeça condenando-se por aquilo. – Nos enganamos. – deu de ombros e voltou a sua atenção para mim.
- E insistiram nessa ideia louca pensando que havia algo mesmo entre vocês, não é? – franzi o cenho.
- Já estávamos tão acostumados que nem ligávamos mais.
- Eu não podia imaginar...
- Ninguém podia! Era algo que tão restrito e inusitado... Mas eu e a Becky levamos a sério. Por isso me sinto estranho agora. Não sei como estou. Decepcionado, angustiado, estável...
- Pronto para dar o próximo passo. – decidi por ele.
- Como assim? – questionou.
- Austin, você apenas estava preso a ela! Preso a uma coisa que não existia! Preso a uma ilusão! – sorri o confortando.
- Você sabe mais de mim do que eu mesmo. Impressionante! – riu torto.
- Mas é claro! – confirmei convencida. – E quer saber como sei disso? – o olhei desafiadora.
- Sim, por favor! – entrou na brincadeira.
- É só lembrar do seu namoro com a Camila. – Austin pareceu congelar.
- Hey, Mahone! – acenei a sua frente.
- S-sim, o meu namoro com a Camila! – voltou.
- Nossa, você me dá cada susto. – ri sapeca. – Mas recapitulando: Você e a Camila... Foi algo tão diferente do seu mais recente “relacionamento”, se é que posso denominar assim, com a Becky. Qualquer um que te conheça bem o suficiente, nota o mesmo!
- Não posso discordar.
- A Camila te fazia sorrir sem o mínimo esforço. Os vídeos da sua turnê revelam o jeito como você a observava, havia um brilho inexplicável no seu olhar. E vocês tentaram manter esse acontecimento o mais reservado possível. Foi a primeira vez que eu vi o meu menino encantado de verdade! – mais um pouco e eu me emocionaria.
- A Camila é realmente uma garota especial. Que me conquistou. – falou orgulhoso. – Nossos produtores não poderiam ter feito coisa melhor do que unir nossas equipes num mesmo local.
- Então porque tudo acabou assim tão de repente? – perguntei num tom de angústia. Seus olhos estavam marejados.
- Olha Tay...
- AUSTIN, VOCÊ VAI SE ATRASAR, GAROTO! – gritou Robert correndo desesperado pela casa e interrompendo a explicação do Austin.
- Do que está falando, cara?
- O EVENTO NO MADAME TUSSAUDS, SEU IMBECIL! – e sua expressão só piorava.
Austin procurava algum arquivo em sua mente que se referisse àquele nome. E quando lembrou sua feição se tornou similar a do Robert.
- MEU DEUS, VOU ME ATRASAR! – levou suas mãos a cabeça.
- Ah, não diga... Porque eu nem disse isso não é? – disse Rob irônico.
- DEIXA DISSO ROB, ME AJUDA! – correram.
- Bom, então eu vou indo. – falei o mais tranquila possível e logo vi alguém se aproximar. Puxou-me para um abraçou e logo pronunciou:
- Obrigada Tay. Não sei o que seria de mim sem você. – sorriu finalizando.
- VAMOS, MAHONEEEEE!!! – e sem mais delongas vi o Austin novamente adiantar seus passos.
P.O.V. Austin
E aquelas palavras não poderiam ser mais sinceras! A Tay tem um dom incrível de me fazer entender o que se passa comigo mesmo. Não sei como fui capaz de esconder a verdade dela por tanto tempo! Mas considerei tudo a tempo. Sem mais cerimônia, resolvi acertar as coisas com a Becky, por mensagem. Afinal, o caminho para Orlando seria comprido. Entramos em um acordo e decidimos que iríamos declarar aos nossos fãs e à imprensa. Começando por agora!
Enfim, chegamos ao Madame Tussauds e tudo parecia estar a minha espera, absolutamente caraterizado com a ocasião. Adentrei mais o local do evento e dei de cara com um objeto alto coberto por um pano vermelho e milhares de Mahomies em volta do palco. Em minha mente, ensaios rolavam a respeito de como eu iria expor o meu término com a Becky.
Minutos depois, o tal pano foi arrancado e pude ver do que se tratava a surpresa: Uma estátua minha! Nossa, eles arrasam mesmo! Ver aquilo foi tão gratificante e curioso ao mesmo tempo. Me senti uma criança, pois busquei ver detalhes da estátua. Me diverti brincando, uma vez ou outra suspendendo a camisa do boneco enquanto a imprensa tirava fotos deste momento engraçado. Imitei a pose da estátua e virei-me para um fotógrafo a minha frente. Fiz outras poses mais estranhas, até que retomei o postura e fiz uma sessão normal. Por fim, preparei a câmera frontal do meu celular e tirei uma foto minha com meu “clone” e postei no Instagram de imediato.
Então chegou a vez das entrevistas, e eu me declarei pronto para dialogar.
Falaram de diversos assuntos até que alcançaram o ponto que seria assunto por muitos dias... Perguntaram como estava o meu namoro com a Becky e eu simplesmente respondi:
- Nós terminamos. – jurei que havia visto o(a) entrevistador(a) ir ao chão com aquela informação, mas foi apenas um susto. Surgiram milhares de perguntas após a primeira.
- Decidimos que seria o melhor, além de termos muitos trabalhos e distantes um do outro o que acaba impedindo de nos vermos constantemente. Mas está tudo bem, continuamos amigos e nos falando normalmente. – completei, mas não mencionei o verdadeiro motivo que nos levou a terminar tudo. Seria demais! E não queremos mais polêmica. Esse era o acordo!
P.O.V. Camila
Aqui estava eu trocando mensagens com o Shawn entre risadas. Era um meio que eu tinha de não pensar na minha vida conturbada e mais especificamente no Austin. O Shawn é um amor de pessoa e não me fazia mal, porém eu não sinto nada mais, nada menos que amizade por ele. Espero que ele sinta o mesmo.
Dentre essa conversa ele tentava saber quando eu iria cantar com ele em algum de seus shows. Respondi que não havia tempo por enquanto, mas na verdade eu ainda não estou a vontade com isso. E para não prolongar, despedi-me dele e fui checar o Twitter. Minhas notificações nunca estiveram tão lotadas, mal conseguia mexer direito no aplicativo. Finalmente observo os Trends e noto uma tag em especial. Dou um pulo da cama ao ver do que se tratava: Austin e Becky terminam.
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