História Between Loves (Chaennie, Chaesoo, Chaelisa) - O que você quiser que eu seja.

Era uma segunda feira extremamente quente. Lisa estava quase se arrastando no serviço. Se jogou na primeira poltrona que encontrou.

— Você tá péssima — Tália falou.

— Oi para você também ...

— Oi, oi — falou se sentando do lado dela a empurrando — me fale o que rola entre vocês e a Rosé?

— Que? — Lisa endireitou o corpo.

— Andei pensando, pensando e reparando como vocês parecem hum ... mais que amigas eu acho. Enfim, o que é que rola?

— Não faço ideia do que você está falando — se levantou pronta para deixa-la sozinha, mas Chaeyoung surgiu no elevador no mesmo segundo.

— Lili!

Tália juntou as sobrancelhas pensando, mas não disse nada.

— Olá Tália, como está? — Rosé a cumprimentou educadamente.

— Bem, bem ... eu já vou indo.

Rosé não entendeu muito, mas não disse nada, apenas jogou os ombros.

— Vamos a praia? — Perguntou a fotografa que parecia surpresa.

— Agora?

— Uhum.

— E aquele lance de sermos pessoas responsáveis e blábláblá ....

— Você quer ir ou não? — Ela abriu um sorriso de canto.

Lisa nunca recusava matar o serviço. Dentro do carro de Chaeyoung se lembrou de todas as vezes que elas saiam escondidas dos pais. Riu ao se lembrar da vez que foram pegas pela mãe da loira.

— Do que está rindo? — Rosé a olhou de relance.

— Estava lembrando da vez que sua mãe nos pegou matando aula, ela quase matou nós duas!

Rosé sorriu junta, realmente sua mãe havia ficado uma fera na época.

A praia não ficava muito longe da cidade, uma hora e meia mais ou menos, e como era uma segunda-feira, não tinha quase movimento nenhum nas estradas. Estavam quase chegando quando Lisa disse:

— Terminei com Jack.

Rosé ficou tão surpresa que passou com tudo em uma lombada.

— Aí! Caramba, deixa que eu dirijo — a tailandesa reclamou.

Entretanto, a modelo não lhe deu ouvidos. Estacionou próximo ao calçadão vazio e desligou o carro.

— Como assim terminou com o Jack? — Se virou para a amiga que agora fitava o céu por fora da janela.

Ela jogou os ombros e saiu do carro. A Park estava realmente preocupada. Saiu atrás da amiga.

— Quando isso aconteceu? Como isso aconteceu? Você está bem?

— Vamos entrar na água? — Ela desconversou. Tirou os chinelos e colocou dentro do carro. Amarrou a blusa e terminou de rasgar a calça para que virasse um short.

Rosé já usava um, só que de pano, ela também estava de top. Precisou andar mais rápido para alcançar a amiga.

— Lisa! — Parou em sua frente a segurando pelos braços.

— Eu estou bem, sério!

— Lili é normal não estar, vocês estavam juntos a tanto tempo ...

Ela concordou com um aceno e entrelaçou os dedos nos da amiga a puxando para beira da água.

— Podemos conversar depois? Seria incrível se hoje nós fingíssemos que nada mais existe ...

Rosé apenas sorriu e a puxou para dentro a água.

— Chaeng! Está gelada — ela ria e gritava ao mesmo tempo, tentando molhar Rosé que corria dela.

Correram até não aguentar mais. Se jogaram na areia, tentando recuperar o folego.

— Estou morta, preciso fazer alguns exercícios — Rosé falou ao respirar fundo.

Fizeram um castelo de areia, tomaram sorvete. Nadaram um pouco, pois o sol estava muito quente, então correram para de baixo de um dos coqueiros.

— Seria incrível morar na praia, não? — Lisa falou enquanto se sentava encostada no tronco da arvore.

— Não sei, talvez se víssemos todos os dias a mesma paisagem ela perdesse um pouco da mágica — respondeu se sentando ao lado da amiga.

— Eu posso olhar para você todos os dias e te garantir que cada vez mais continua sendo mágico — ela falou com sinceridade.

Rosé sentiu o coração errar uma batida. Se inclinou devagar até que seus lábios se juntaram em um beijo calmo.

Era estranho como tudo parecia tranquilo, ainda mais envolvendo ela e Lisa, que quase sempre era uma bagunça. Terminou o beijo selando seus lábios.

— O que acha de almoçarmos?

As duas encontraram um restaurante ali próximo. Riram das palhaçadas de Lisa, comentaram sobre a adolescência e a faculdade. Por fim descansaram nas redes próximas as águas. Com certeza uma segunda-feira atípica.

O sol já estava quase sumindo quando decidiram andar na areia próximo a água. A maré estava subindo, por isso as ondas sempre alcançavam os seus pés.

— Estou me sentindo bem mais leve — Lisa falou ao caminhar um pouco na frente — Jack é um cara incrível e merecia ser livre ... Eu nunca poderia ser quem ele queria.

Rosé não falou nada, continuou caminhando mais atrás, apenas escutando.

— Ele tinha razão, meu coração sempre foi dividido. Na verdade, acho que te amo desde a primeira vez que te vi — se virou para poder olhar Rosé que a fitava sem dizer nada — a primeira vez que te perdi achei que fosse morrer, mas só tínhamos quinze anos.

Ela riu de maneira triste, e abaixou a cabeça olhando para a água que batia em seus pés.

— Então quando te perdi a seis anos atrás, achei que estava evoluída. Que era a coisa certa a se fazer, eu ia ficar noiva, começar uma vida nova, com alguém que de certo modo eu amava. Você estava seguindo seu caminho, se fosse para ficarmos juntas, isso já teria acontecido, não é?

Rosé continuou a observando, sem falar nada.

— Acontece que eu não evoluí como pensei, dentro de mim eu continuei te amando mesmo sem nem se quer saber sobre você. E quando você voltou foi como se tudo tivesse vindo a tona de uma vez, sua partida, sua volta, Hanna ...

— Lis ...

— Eu sei que errei em maior parte da minha vida, mas eu realmente quero fazer a coisa certa Chaeng, quero que você saiba, mesmo que nós nunca fiquemos juntas na vida, eu quero que você saiba que eu amo você, eu sempre amei.

Rosé se aproximou rápido e segurou em seu rosto com as duas mãos. Beijou várias vezes os seus lábios, até que ela sorriu.

— Espera Chaeng ... sério — disse segurando as mãos dela — eu odeio dizer isso, porque eu não quero que se vá, mas ... se Hanna é a pessoa que te faz feliz, bom, então eu ... vou tentar entender.

— Lisa, eu e Hanna não temos nada.

— Espera o que? — A fotografa ficou meio perdida.

— Quando eu cheguei em Paris, passei por coisas que jamais imaginei passar. Sofri de tantas maneiras que não consigo nem explicar. Sofri por ter partido, por ter sido deixada, por você, por Jisoo, por Jennie. Sofri porque não sabia nada sobre a cultura, o choque cultural foi enorme. Não conseguia me adaptar. Nem mesmo no serviço. Eu nunca era boa o suficiente, não era magra o bastante. Não tinha o andar perfeito. Tudo era um problema.

Lisa estava surpresa.

— Hanna foi como um anjo na minha vida. Me socorreu de todas as formas possíveis. Me ensinou, me abrigou. Literalmente cuidou de mim. O meu maior erro foi me envolver romanticamente com ela — respirou fundo — por um momento eu até pensei que poderia esquecer vocês, que Hanna era a pessoa que ia me fazer seguir em frente. Contudo, eu me vi colocando qualidades nela, qualidades que eram de vocês. Eu não queria alguém diferente. Eu queria uma cópia de vocês. A todo momento eu ficava procurando nela qualquer característica que me lembrasse vocês.

Sem conseguir olhar para a amiga, se virou de frente para o mar.

— Quando eu percebi o que estava fazendo decidi terminar. Ela não aceitou muito bem, mas então eu contei a verdade. Contei tudo, ela entendeu. Até tentamos mais um pouco. Mas não deu, então ela recebeu uma proposta para cuidar de uma revista em outro país. Eu a apoiei em tudo, era algo bom. Eu só quero o bem dela. Depois de alguns meses que ela tinha vindo, ela me mandou uma mensagem. Pedindo minha ajuda, pois estava com problemas para conseguir levantar a revista. Precisava que eu a ajudasse. Como eu poderia dizer não? Como eu posso dizer não a ela depois de tudo que ela fez por mim?

Ela riu, mais para ela do que para Lisa.

— O destino é esquisito. Não imaginei que seria na mesma revista onde comecei. E bom, lá estava vocês três. Eu não precisei dizer a ela que era vocês as pessoas que eu me envolvi, ela descobriu sozinha. Por isso aquela cena no dia da convenção.

— Deve ser por isso que ela odeia a gente — Lisa comentou pensativa.

— Hanna não é muito fácil, mas é uma pessoa incrível depois que você a conhece.

— Então você está solteira ... Jennie e Jisoo sabem?

— Não sei, acho que sim ...

— Mesmo depois de tudo, parece que todas nós voltamos ao que éramos, exceto pelo fato de você parece um pouco mais fria ...

— Depois que você tem seu coração despedaçado, acho que você fica um pouco mais na defensiva — suspirou — quando percebi que não ia conseguir ficar longe de vocês, decidi que seria do meu jeito dessa vez. Assim, quando a decepção viesse eu já estaria preparada.

Lisa a abraçou por trás.

— Não faço promessas porque sou horrível nisso, mas hoje eu abrir uma exceção — Lisa a virou de frente para que pudesse olhar em seus olhos — prometo nunca mais te deixar escapar.

Rosé riu e abraçou sua cintura.

— Será que agora você está criando alguma maturidade?

— Que afronte! Eu sempre fui muito madura — beijou a bochecha de Chaeyoug, depois seu queixo e por fim seus lábios — estou disposta a ser o que você quiser que eu seja.

— Lis ...

— Estou falando sério Chaeyoung, eu amo você, e estou disposta a viver isso, nem que seja para ser apenas sua amiga, mesmo que eu esteja querendo te levar para minha cama nesse exato momento ...

— Você não tem jeito — Rosé a cutucou com a ponta do dedo, só para vê-la rir.

— Podemos ser responsáveis amanhã, o que me diz de procurarmos um hotel?

— Claro, mas hoje você vai ser toda minha — Rosé disse com um sorriso malicioso.

— Chaeng!

— Tudo o que eu quiser, você que disse — falou e saiu correndo para o carro.

— Isso é jogo sujo!

— O que me diz Lili? — Perguntou da porta do carro — tudo o que eu quiser?

Lisa respirou fundo. Como poderia dizer não a ela? Ainda mais quando estava tão linda? Se aproximou dela e roubou um beijo rápido.

— Eu amo você.