História Between Revenges (REESCREVENDO) - Inimigo em comum

Clarke Bieber POV

Abri meus olhos devagar, senti a brisa fresca se instalar pelo meu corpo e decidi finalmente sair da cama.

Já deveria se passar das onze da manhã, não me importei em acordar cedo. Depois de tanto tempo naquele inferno me dei o prazer de acordar tarde por um dia.

Dez anos comendo o pão que o diabo amassou, ou melhor, o pão que o diabo é toda sua família amassou me fizeram querer descanso para a vida inteira.

Mais não era bem assim, ainda tinha a Sara desaparecida e um Charles traidor.

E sem esquecer a minha misteriosa irmã gêmea.

Não posso deixar este problema nas mãos da Julie, eu mesma vou contar ao Justin e decidir com ele o que fazer.

Se ela não apresentar nenhum risco é claro que farei questão de tê-la por perto.

Louis e Julie nunca tiveram avós, de nenhum dos lados. Eu acho que seria útil ter algum parente com ligação sanguínea.

Voltei meus pensamentos para a noite anterior, eu estava satisfeita. Plena. Foi bom fazer o Justin perceber que ainda pode ter prazer comigo.

Não posso correr o risco de perdê-lo, primeiro por causa dos meus filhos, não quero que eles tenham ainda mais do que já tiveram uma família separada e segundo que eu o amo. Eu amo Justin com todas as minhas forças, não suportaria não tê-lo perto. Me separar dele não é uma opção. Nunca será.

Brianna tinha me arrumado algumas roupas, escolhi um vestido de tricô marrom claro e o deixei pronto em cima da cama.

Precisava de um banho.

Acabei demorando mais do que imaginava. Que culpa eu tenho? Tinha uma hidromassagem dentro do banheiro.

Eu não me lembrava disso.

Talvez fosse novo.

Consegui ficar pronta mais ou menos quarenta minutos depois que deixei a cama.

Passei pelo quarto da Julie mas não tinha ninguém, nem no do Louis.

Desci as escadas esperando encontrar todo mundo na sala mas tudo que vi eram o Justin junto com os meninos é um cara com alguns computadores.

Fui me aproximando devagar.

Meu coração me dizia que tinha algo errado.

Por que todos pareciam tão preocupados?

- Justin? - o chamo.

Ele levanta o olhar triste para mim.

- Justin o que está acontecendo? - chego mais perto deles.

Justin me segura antes que eu pudesse ver o que tinha nos computadores.

- O que está havendo? - questiono novamente - Cadê os meus filhos?

- Amor fica calma, o Lou está na casa do Chaz brincando com os primos.

- Certo - ele ainda segurava meus ombros - E a Julie?

Ele não conseguia falar.

Tentei me soltar mas foi em vão.

- Ryan? - ele também me ignora - Chaz!

Ninguém se quer conseguia olhar nos meus olhos.

- Clarke você precisa se acalmar - Justin diz num tom estranho.

Ele estava segurando o choro.

- O que aconteceu? MENINOS? - minha respiração já estava falha - MENINOS POR DEUS! ALGUÉM PODE ME EXPLICAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?

- O Justin recebeu uma mensagem hoje cedo - Chaz traz o celular até mim.

Senti medo de ler aquilo mas mesmo assim me deixei ler pela preocupação.

O que eu li não tinha sentido.

Não era do Chris fazer isso, ele sempre deixou bem claro do que ele era responsável. Ele gosta de ter o crédito.

- Essas são as últimas imagens que consegui dela até agora - o moço dos computadores colocou um vídeo para rodar - Essa é ela entrando em um restaurante as 20:55, tem alguém com ela mas é impossível identifica-lo.

Ela estava linda, parecia tão confiante de si. O cara que estava com ela não era o Cameron mas ela parecia confiar nele. Céus!

Eu entreguei a minha filha para um maluco.

Outro vídeo.

- E aqui está ela saindo do restaurante só que sem ninguém - ele da play em outro - A última vez que uma câmera da cidade a captou…

Ela estava bêbada, ria e não apresentava medo nenhum. De repente um cara encapuzado carregou até um carro sem placa.

- A localização Anthony… - Justin pede.

- O restaurante fica no centro, entre a Handrock e a St. Olli. O segundo local é atrás de uma boate fechada a pouco tempo na St. Lewis.

- Existe algum lugar abandonado ou alguns prédio comprado a pouco tempo que fique entre esses lugares? - tomo a ousadia de perguntar.

Ele me olha por alguns segundos e volta para o computador digitando alguns códigos estranhos.

- Tem… um prédio que era usado para abrigar imigrantes ilegais a troco de trabalho mas a polícia invadiu o local e ficou abandonado desde então.

- Acho que descobrimos onde o Christian está escondido…

Léon diz carregando a arma que estava em sua mão desde que eu tinha chegado na sala.

- Não é coisa do Christian - digo.

- Quê? - Chaz pergunta espantado.

- Por que acha isso Clarke? - Ryan questiona.

- Por que o Christian se acha bom demais para não assumir o que faz, o ego dele não deixaria.

Justin responde por mim.

- Se não foi o Christian…

Chaz começa.

- Tem algo que eu preciso contar - falo.

- Anthony você pode ir, cuidamos daqui em diante - Justin o dispensa.

- Mas chefe a…

- Nós assumimos daqui em diante Anthony.

Justin não precisou falar mais nada, ele já estava saído.

Todos me encaravam.

Ok.

Isso não vai ser fácil.

Julie Bieber POV

- EU ESTOU COM DOR DE CABEÇA - grito com raiva.

Como eu conseguir ser tão estúpida?

Eu sou a filha de Justin Bieber, eu não sou sequestrada por um stalker maluco. As últimas doze horas haviam sumido completamente da minha mente, acredite, tive dificuldade até de me lembrar como me chamava assim que acordei.

Não consegui ver o rosto dele, o que me deixava ainda mais furiosa. Não com medo. Furiosa.

Ele sequestrou a filha do delegado e nem conseguir mostrar o rosto e a voz é capaz? Que covarde! Ou não. É difícil decidir seus sentimentos e pensamentos quando tudo que se tem é vontade de vomitar e uma dor de cabeça infernal.

- Mandarei alguém levar remédios para você, enquanto isso, não grite.

Soou pelo auto falante, sempre com a voz disfarçada.

Eu estava em um quarto, não estava machucada, nem amarrada. O quarto tinha uma visão maravilhosa da cidade, provavelmente estava em um prédio de luxo no centro dela.

Queria que alguém pudesse me ver através do vidro mas qualquer tentativa era falha. Mas a questão não é essa, o ponto é que quem quer que esteja fazendo isso não quer me machucar, é como se quisesse me proteger do mundo lá fora.

- Eu quero ir para casa - digo.

- Você irá, assim que não for mais perigoso.

- Que perigo? - pergunto.

- A sua tia é o primeiro deles, o filho dela nasceu com uma doença terminal e os médicos deram a ele até os seis anos, e adivinhe, ele acaba de completar seis anos. E se está se perguntando, ele não está morto. Ao contrário das pessoas que a sua tia sugou para que ele continuasse vivo.

- Eu não estou te entendendo.

- Um tratamento experimental Julie, eles tiram tudo que pode da sua medula, até você estar tão danificada que o seu corpo não poderá produzir mais e aí… você estará morta. Sua tia quer a sua medula, é preciso que tenha uma ligação sanguínea e todos os parentes por parte do pai do menino estão mortos... Você, sua mãe e o seu irmão foram os únicos que sobraram para ela sugar.

- Não acredito em você - tento parecer fria - Alana não me machucaria.

- Ela ia te forçar a ir com ela ontem a noite, você apenas não se lembra.

- Quem é você?

- Você sabe quem eu sou senhorita Bieber, olhe pela janela. Na terceira linha, conte até sete.

Que tipo de jogo é esse?

Agora eu tenho que brincar de adivinhação com esse maluco?

Me levantei da cadeira que estava sentada e fui até a enorme janela de vidro.

Na terceira linha.

Terceira linha de prédios! Isso.

Conte até sete.

O sétimo prédio ali era da delegacia.

Flashback on

- Estou começando a achar que você é um stalker maluco

- Eu posso ser muitas coisas senhorita Bieber

Flashback off

Meu Deus!

- Precisa de mais pistas Julie?

- Depende do que mais você irá me mostrar Tony.

Depois que eu disse isso demorou alguns minutos e a porta foi aberta por ele. Sorrindo de lado, me olhando por baixo.

Meu Deus!

É uma armadilha do diabo.

- Posso te mostrar o que desejo fazer com você desde o dia que te vi.

Isso não está acontecendo. Eu não estou sentindo atração sexual por um stalker maluco.

Ou estou?

Justin Bieber POV

Eu tive que agir como se nunca tivesse ouvido falar na Alana quando na verdade eu tinha matado ela a dezenove anos atrás. Como essa mulher conseguiu escapar daquele incêndio? Eu não precisava dela naquela época e ainda não preciso, Alana é fria. Perigosa. Tudo que a minha Clarke não é.

Não posso deixar esse demônio em forma humana se aproximar ainda mais da minha família, e se por algum acaso ela tenha pegado a Julie, eu mesmo vou enterrar aquela vadia viva.

- Meu cérebro vai explodir - Chaz fala.

- Me desculpe - Clarke diz para mim.

Eu a abraço.

- Tudo bem! Não é sua culpa.

- Isso é loucura - Léon fala passando a mão nos cabelos pela milésima vez.

- Será que a Julie está com ela? - Ryan pergunta.

- Com toda certeza ela não está.

Espera. Aquela voz era da…

- Emily! - Clarke exclama surpresa.

- O que essa traidora está fazend…

- Ou, ou, vai com calma Chaz. Estou aqui por algo sério.

- Devolva o meu filho e a Sara - Ryan aponta uma arma para ela.

- Vocês vão me deixar falar ou…

Foi calada por um soco da Clarke. Essa é a minha garota.

- Diga onde eles antes que eu te mate com as minhas próprias mãos.

- Eu direi onde a Sarinha está, já o Charles… ele é igualzinho a mãe… de qualquer forma, só vou entregar a Sara quando vocês me ajudarem a matar a sua querida irmã que surgiu do nada.

- Se você acha que nós…

- Me deixa terminar Clarke - Emily altera a voz - A louca pegou o Christian e disse que só irá devolver até a filhinha de vocês aparecer e for direto para as mãos dela… eu não sei o que ela quer com a mini naja mas não é algo bom, sendo assim, nós temos…

- Um inimigo em comum - completo a frase.

Emily assente rindo cínica.

- Vocês estão longe do crime por muito tempo e sem mim não vão conseguir parar a irmã maluca e também ficaram sem a linda Sarinha, ou seja, não posso vencer ela sem vocês e nem vocês sem mim - chega perto do Ryan e se coloca bem em frente a arma - Então… estamos fechando? Porque se não o Ryan pode me matar aqui e agora, pelo menos não veria o Christian morrer. Não iria aguentar ver o amor da minha vida morto.

Dava para ver o sorriso diabólico dela enquanto Ryan segurava a arma tenso.

Ela pegou pesado. Ryan ainda é e sempre foi apaixonado por ela.

Mas agora nós teríamos uma decisão difícil, se juntar ao inimigo para vencer ou arriscar fazer sozinhos?