História Between Revenges (REESCREVENDO) - Vovô

Julie Bieber POV

- Eu sabia!

Tio Ryan ressaltou praticamente esbanjando alegria.

Anthony negou levemente com a cabeça e me olhou por baixo. Ele não acreditou nem um pouco nessa historinha do Charles, e com razão. Eu mesma não estou convencida.

- O que estamos esperando? - León se levantou.

- Tio, calma. Não estão desconfiados que o Charles possa estar mentindo? E se é uma emboscada? E se ele tem algo haver com...- travei - com a morte do Cameron.

- Não vamos descobrir se não tentarmos.

- O León tem razão Julie, e nós conhecemos o Charles a vida toda. Ele não faria mal ao Cams, eles eram como irmãos.

Tio Ryan continuava na defesa do filho.

- É, como irmãos até que a Julie escolhe ficar com o Cameron - Anthony opina pela primeira vez.

- Do que está falando? - tio León pergunta.

- Não vamos nos fazer de ingênuos, Charles gosta da Julie, Julie prefere o Cameron ao invés dele aí ele acha uma oportunidade maravilhosa de matar o concorrente e ainda jogar a culpa no Christian, o mesmo Christian que já o apresentou para todos os compradores e incluiu ele no tráfico. Uma vez que ele consiga fazer vocês o ajudar a matar Chris ele irá ser o único a tomar o lugar dele nos negócios.

Ele tinha um ponto, mas eu realmente não acho que Charles queira esse mundo para ele. Não acho que o maior sonho dele seja ser um gangster tendo que matar para conseguir dinheiro.

- Charles não é assim, meu filho só quer vingança pela mãe. Só isso!

Anthony sai da sala irritado.

Encaro meus tios e percebo aqueles olhares que já me dizia tudo.

Eu seria a pessoa que tomaria essa decisão

Não me sinto nem um pouco preparada para fazer isso, eu sou impulsiva, me deixo levar pela emoção.

Querendo ou não eu comecei isso, eu terei que decidir. Escolher uma das opções que pode resultar na pior decisão da minha vida… ou não.

Ou atrás do Anthony no jardim.

- Não precisava ter saído daquela forma, eu preciso de você! - digo.

- Sabe que não pode confiar nele, você está melhorando, não por completo mas finalmente está superando o luto do seu namorado apesar de tudo isso, mas... Outra decepção como a que o Charles pode lhe dar… não acredito que consiga se reerguer.

- Não se preocupa com isso - me aproximei - acho que estou vacinada.

Sorri.

Ele sorri de volta e coloca as mãos em volta do meu rosto.

- Vou te apoiar e te ajudar no que você decidir, mas, por favor… pense bem antes de começar alguma coisa.

- Eu vou, prometo.

Ele beija levemente minha testa e sorri mais uma vez.

- Eu já vou indo, amanhã pode ter o dia de folga para pensar.

- Muito obrigada treinador.

Rimos.

Ele se afasta e eu o observo até que entre em seu carro.

Anthony é um grande amigo, uma pessoa maravilhosa. Um policial incrível.

Mas não é segredo para ninguém que ele gosta de mim, não quero que fique me esperando. Não me sinto no direito de namorar ou ter qualquer outra relação amorosa com outra pessoa.

Não posso fazer isso com o Cams.

Sinto alguém vindo e me viro para checar quase que instantaneamente.

- Você precisa relaxar - ela ri do meu espanto.

Ah, preciso mesmo. Quando o Christian estiver morto.

- Tem razão - concordo.

- Eu deixei o Charles entrar.

Suspiro.

- Imaginei.

- Julie…

- Não Sara - vou me afastando mas ela me para atravessando na minha frente.

- Ele gosta de você, de verdade. Nunca faria mal ao Cams, ele sabe que iria te deixar devastada e quando a gente ama alguém queremos que a pessoa seja feliz mesmo que não seja ao nosso lado… e Julie, o Charles te ama.

- Isso é o que você faz? - pergunto.

Tentei me fazer de segura mas o que ela me disse com toda certeza me atingiu.

Peguei meu celular e digitei uma mensagem para o Charles.

“Eu gostaria de ouvir o seu plano”

[…]

Acordei cedo. Já estava até acostumada, antes mesmo do sol nascer.

Tinha marcado com o Charles para ele vir aqui às 07:00hrs.

Eu não aguentava mais de tanta ansiedade.

Não tinha decidido ainda, mas decidiria depois de ouvir o que ele tem a dizer.

Quero ter certeza do que estou fazendo.

Caso o plano dele seja egoísta, tudo bem. Não ligo que ele nos use para matar o Chris e tomar o lugar dele. Já se ele estiver realmente envolvido na morte do Cameron eu vou descobrir mais cedo ou mais tarde.

E eu vou atrás dele, até o fim do mundo. Por hora eu quero quanta ajuda puder para acabar com o Christian.

Enrolei mais alguns minutos na cama e depois fui tomar um banho.

Não foi demorado, queria me livrar da tontura e doe excessiva que sentia no pescoço, então tomei mais alguns analgésicos.

Eles ajudam por alguma horas.

Sai do meu quarto ao notar a movimentação estranha na sala.

Quase não acreditei quando vi meus pais sentados no sofá. Eles não deveriam estar aqui.

- O que estão fazendo aqui? - pergunto.

Eles se entreolham.

- Eu fiz uma pergunta.

- Calma mocinha.

Meu pai se levanta e me abraça forte.

- Nós não somos idiotas Julie.

- Continuo sem entender mãe.

- Queríamos que o Christian acreditasse que estávamos em Atlanta, assim ele abaixaria a guarda e seria mais fácil pegar ele.

Fico sem ter o que dizer.

- Precisam saber de algo… - começo a falar.

- Ele já fez contato? - minha mãe pergunta.

- Não, não. Na verdade o Charles veio dizer que pode ajudar a matar o Chris, para vingar a morte da mãe.

Novamente se entreolham.

- Nós já sabemos. Sabemos que ele vem hoje, queremos ouvir o que ele tem a dizer também. Você fez o certo filha.

Fiquei com uma pontinha de felicidade ao ouvir aquilo da minha mãe. Ela estava orgulhosa.

Meu medo também passou um pouco só por estar na presença deles.

Sorri.

- Estou feliz que vieram… cadê o Louis?

- Ficou com seu tio Chaz em Atlanta, é melhor para ele - meu pai explica.

É melhor mesmo que ele fique longe desse fogo cruzado.

Clarke Bieber POV

Estávamos todos esperando o Charles. Julie estava pálida. Até demais.

Peguei se ela se sentia bem três vezes ela sempre repetia que se sentia ótima.

Mas não estava. Apesar de dez anos sem exercer a profissão eu ainda era formada em medicina, sei como é estar ótima e não estar nada bem.

Nesse caso, ela não estava nada bem.

Justin não queria desgrudar dela, quanto mais sabendo que um provável inimigo pode aparecer do nada na porta.

Sentei ao lado deles e comecei a observar de perto.

A respiração não estava boa. Batimentos acelerados.

Julie não tem problema respiratório nem cardíaco.

- Filha? Será que pode pegar meu celular na mesa da cozinha por favor? - peço.

Ela balança a cabeça positivamente e se levanta.

Não sei se minha mente preocupada de mãe me enganou mas vi ela meio desorientada no caminho até a cozinha.

- O que houve? - Justin pergunta.

- Ela não está bem.

- Como assim?

- Saúde. Não está bem de saúde - suspiro - respiração descompensada, batimentos anormais, desorientação…

Parei de falar ao perceber ela retornando, quando já estava perto de nós ela para por alguns segundos e balança a cabeça levemente.

- E tontura - Justin completa - O que pode ser?

- Muita coisa, estresse, infecção… muita coisa mesmo.

Ela me entrega o celular e vai sentar perto da janela.

- Ela esteve em algum tipo de cirurgia, mesmo que pequena antes de eu chegar? - pergunto.

- Não, Julie sempre teve saúde de ferro.

- Quebrou a perna?

- Nunca, por que? Tem alguma ideia?

- Não, ainda não. Vamos ficar de olho.

Ele concorda e volta a responder as mensagens no celular.

Não conseguia tirar os olhos da minha filha.

Acho que de alguma forma meus instintos de mãe previa o que estava por vir.

Ela encostou a cabeça na janela e começou a escorregar.

Me levantei em questão de segundos para impedir o choque contra o chão. Justin foi mais rápido e a segurou primeiro.

Ele me olhou assustado.

- O que ela tem?

Me abaixei.

Não tinha pulso.

- Deita ela no chão.

Feito isso comecei a massagear o peito dela.

Ela voltou a si.

- Julie! - exclamo - consegue me ouvir?

Ela balança a cabeça e logo começa a se contorcer levando a mão ao peito.

- Justin, a gente tem que levar ela para um hospital agora!

[…]

Demorou exatos três minutos para chegarmos no hospital, todo mundo lá conhecia o Justin. Julie teve mais dois ataques no caminho.

Eu estava certa do que era, só não via motivos.

Chegamos e colocaram ela na maca, dois médicos vieram rapidamente.

- Três ataques em menos de dez minutos, tontura, desorientação, dores agudas no peito, respiração descompensada e batimentos acelerados. - vou ditando os sintomas - Administrem duas ml de heparina e a coloquem no tubo.

Eles olham com as sombrancelhas arqueadas.

- E quem é você? - um deles pergunta.

Justin toma a frente.

- A minha mulher, mãe da garota e a médica da família.

Eles obedeceram e a levaram.

Eu estava com medo do meu diagnóstico estar errado mas provavelmente não estaria. Já vi casos assim.

Muitos deles.

Não é problemas cardíacos, nem respiratórios. Só pode ser uma embolia pulmonar.

Malditos coágulos sanguíneos.

É um risco de tiver casos na família ou se ficou tempo demais deitado, sem movimentação. Essas são as principais causas para um coágulo, mas Julie não teve nenhuma lesão, nenhum caso na família, nunca ficou sem movimentação.

Só restava uma causa para a coagulação do sangue.

- O que ela tem? - Justin pergunta.

- Embolia pulmonar - ele me olha como se eu tivesse dito algo em outra língua - É quando um coágulo sanguíneo de descoloca da veia e entope uma artéria cardíaca ou a do pulmão.

- O que provoca isso?

- Todas as causas possíveis para ela estão descartadas… só falta uma.

- Qual?

- Existe um excesso de hormônios fazem o sangue circular mais rápido, sobrecarregando as veias. Por isso, alguns coágulos sanguíneos podem se formar. Se esse for o caso… Você pode ser vovô!