Justin Bieber POV
- Eu acho que fechar com o Walther está fora de questão - Digo impondo a minha opinião aos outros que estavam sentados a mesa.
- Por que? - Ryan pergunta.
- Você sabe muito bem, ele ficou me devendo e deu a própria filha para pagar, eu que tive piedade e…
- Usou ela para chantagear o Dallas, já sabemos disso - Jones, um dos acionistas, disse com olhar desafiante.
- De qualquer forma um cara que deu a própria filha para pagar uma dívida merece ter alguma participação na transportadora? - Questiono e eles se calam e olham entre si.
- E você? Chantageou um homem com um filho que nem era dele e ainda ameaçou matar a criança, o que te da o direito de estar entre nós?
Eu vou matar esse Jones.
- Ah, eu não sei - Bebo um gole de água - Será por que eu sou o acionista maior aqui dentro e posso chutar todos vocês a hora que eu quiser? O Walther não entra.
- Justin, pensa bem. Ele tem passagem livre para a China, dando dois por cento das ações para ele a gente pode expandir o negócio sem ter que pagar ao governo, e você sabe as taxas que eles cobram - Ryan fala, até que me fez considerar um minuto, mas só por um minuto.
- Eu disse não - Encaro todos - Fim da reunião.
Me levanto e antes que atravessasse a porta a voz do Jones soa novamente.
- Se o Walther não entrar eu retiro a minha parte e você perde a passagem livre para a América do Sul.
- O que você disse? - O encaro desacreditado, quem esse iniciante pensa que é?
Ele se levanta e vem até mim.
- Pense nisso Bieber, você não vai ser tão poderoso sem que a sua droga passe para o Brasil e o México que também é comandado por mim, tem até amanhã para decidir.
Dito isso o desgraçado sai da sala, todos me olhando com curiosidade e algumas risadinhas se soltam.
Sai de lá também e fui para o meu escritório, mesmo sabendo que o Ryan ia atrás.
- Tem que aceitar o Walther - Diz batendo a porta.
- Não.
- Para de ser cabeça dura Justin, se o Jones fazer isso…
- Ele só tem controle de um país na América Sul e o México - O corto - Eu tenho a América central e América do norte aos meus pés, sem falar na boa parte dos negócios na África e Europa. Não preciso daqueles dois países.
- Legal, mas os lucros desses dois países são muito grandes e você sabe disso, na Europa os governos estão cada vez mais fechados enquanto no Brasil e México a coisa tá largada e você sabe que aquilo na África não voga muito - Ele fala passando a mão na cabeça freneticamente, ele só faz isso quando tá nervoso.
- Me diz uma coisa Ry - Me levanto e seguro seu ombro - Quanto tempo faz que você e a Emily não fazem sexo?
Dou um risada e ele me olha com raiva.
- Eu tô falando sério Justin, se você mexer mais alguma coisa sem autorização para esses países as embaixadas vão pegar você, e daí você sabe que o seu contato na CIA não vai te safar - Ele para um pouco - Sem falar que se o Jones sair, os outros que movimentam os países pequenos de lá também caiem fora, você sabe disso. Querendo ou não você precisa da América latina, de toda ela, não só a parte que você tem controle
- Não se preocupe Ryan, é sério. Eu tenho tudo sobre controle.
- Não é hora de ganhar inimigos Justin, tenho certeza que você não vai querer voltar a assaltar bancos.
Não falei mais nada e ele saiu balançando a cabeça negativamente.
Droga.
Eu preciso dar um jeito nesse Jones, não sei qual o propósito dele querendo o Louis nos negócios e arriscando tanto assim só para ter passagem para a China, os chineses nem são do ramo de drogas, os carregamentos que vão para lá a maioria é pirataria e também algumas informações sobre a NASA a ONU, eles são obsecados para passar a América.
Só tem uma pessoa que poderia me ajudar nisso.
Disquei o número do meu contato na CIA, se tem alguém que pode me ajudar com o México é o León e quem melhor para encontrar ele a não ser a CIA?
••
- Obrigado por vir me encontrar - Chris fala enquanto me acomodo na cadeira a frente dele.
- Imagina, eu queria me desculpar pelo Ryan e o Chaz, eles estão meio desconfiados sabe.
- Eu posso entender, só querem te proteger. Sinto falta deles.
- Tudo vai se ajeitar Chris, mas, por que você me chamou aqui? - pergunto.
- Eu tenho um novo negócio a te propor.
- Qual seria?
- Vamos vender.
- Tá Chris, vender o que?
- Mulheres - Ele diz sorrindo.
Que?
- Tá maluco cara?
- Não é desse jeito que você tá imaginando, ninguém é forçado a nada, só, venha comigo esta noite e eu te mostro como é.
Olhei no relógio e já eram 19:26, fiquei de voltar para o jantar e estava quase na hora.
- Desculpa Chris, prometi que…
- Fica só alguns minutos, juro que não vai te atrapalhar.
Suspiro tentando achar outra saída mas eu não podia dizer não, ele tinha salvado o Chaz, é o mínimo que eu posso fazer por ele.
- Vou logo atrás de você - Digo e ele se levanta sorridente.
Saímos do café e logo após ele dar partida no carro o sigo.
Tentei ligar para o celular da Clarke mas ela não atendeu e o da casa estava ocupado, Julie deveria tá brincando com ele.
Dirigimos por muito tempo, se não me engano esse tal lugar era quase fora, ou fora da cidade.
Só chegamos das 20:15.
Entramos no lugar e logo de início tinha algumas mulheres vestindo quase roupa nenhuma se jogando em cima de nós.
- Christian, quer me explicar agora? - Pergunto entre os dentes, tentando não chamar atenção.
- Isso é uma casa de prostituição, e eu - Ele faz uma pausa para admirar uma moça que passou por nós - Sou o dono.
Sentamos em um bar que tinha lá dentro e logo uma morena veio nos atender exibindo boa parte da bunda.
Não pedi nada, ao contrário do Christian que pediu uma bebida quente.
- De onde elas saíram? - Pergunto.
- Da rua, a maioria são adolescentes que saíram da casa dos pais, também tem as modelos que não conseguem emprego, as usuárias de drogas, as mães desesperadas e é claro, as mais caras, mais cobiçadas: As virgens.
- Pera, você vende elas?
- Não todas, na verdade a maioria não tem para onde ir e eu dou um teto, comida, e o parte do lucro que elas conseguem é delas. As que são realmente vendidas são as virgens e as adolescentes, elas agradecem sabia? Seus donos são sempre empresários, banqueiros, traficantes é essa turma da alta. E como eu arrumo os compradores todas são gratas a mim, e é claro, eu fico com o dinheiro.
Fiquei pasmo.
É claro que eu sabia que esse ramo é muito lucrativo mas não imaginava que o Christian estava nisso.
- Como você conseguiu tocar isso de lá do Canadá? - Pergunto.
- Não consegui, trouxe elas comigo e aluguei aqui a pouco tempo - Ele diz tomando um gole da bebida, que era roxa por sinal.
- Mas já é tão movimentado, como conseguiu isso?
- Antes de me mudar para cá eu pensei e ajeitei bem as coisas, falei com alguns caras que eu conheço.
Uau.
Isso que é inteligência, eu acho.
- Mas eu preciso de um sócio - Ele me olha sugestivo - Não precisa me dizer agora, eu te dou um tempo.
- Você traí a Amanda? - Pergunto sem enrolação.
- Eu sou muito grato a Amy, muito mesmo. Mas, nós não estamos em um momento bom.
- Não foi isso que eu perguntei.
- Sim Justin, eu traio a minha mulher, todos os dias na verdade. Só não me separo dela por causa do Charles.
Meu coração se apertou um pouco só por me imaginar nesta situação, eu nunca trairia a Clarke e Deus me livre ficar com ela só por causa da nossa filha, ainda bem que nós sempre damos um jeito, e que o nosso amor é forte.
Como uma tempestade.
- Vocês brigam muito? - Pergunto.
- Não, a gente só não transa.
Não seguro a risada mas paro assim que percebo que era sério.
Não entendi muito, Amanda sempre foi quente e cheia de vida.
- Ela se desgastou muito sabe? Com a coisa dá amnésia e teve que frequentar alguns psicólogos, ela até já bateu no nosso filho, bateu muito mesmo.
- Ele parecia tão apegado à ela - Falo em um tom baixo.
- O Charles é um garotinho incrível mas está amadurecendo muito rápido, por causa das crises da Amanda.
- Então por que ainda deixar ele em contato com ela?
- Ela perdeu toda a família, nós somos a única coisa que ela tem e sinceramente eu a amo demais para larga-la, além do mais, ela está melhorando.
- Se você diz - Dou os ombros.
Vi uma loira de longe e comecei a reconhecer, era a Chanel.
- Conhece ela? Filha de um traficante, é tudo que a gente sabe sobre ela - Chris diz a olhando também.
- Eu te explico depois, vou falar com ela.
Me levantei e fui até a outra mesa onde ela se exibia para um velho asqueroso.
Assim que me viu tentou sair correndo mas eu a segui até um corredor.
Segurei seu braço e a parei bruscamente.
- O León não tá comigo - Diz assustada.
- Por que o seu pai quer entrar na minha empresa? - Pergunto.
- Eu… eu não sei do meu pai, estou por conta própria.
- É melhor que você não esteja mentindo ou…
- Não estou mentindo Justin, olhe para mim, estou me virando para alimentar o meu filho, agora, me solte.
A deixei ir.
Voltei para dentro do local e vi o Chris bastante entretido com a morena que estava nos servindo antes.
Chamei sua atenção e fiz sinal que estava indo embora.
••
Clarke Bieber POV
- Mas mãe - Julie se senta na cama e faz bico - Eu não quero ir dormir sem o meu pai.
- Ele ainda não chegou filha, então, você tem que ir dormir e amanhã ele te coloca para dormir OK?
- Deixa a luz ligada? - Ele pede e se enrola até o pescoço.
- Claro amor - Dou um beijo na testa dela.
- Mãe, tranca o armário? - Ela pede, olho para o mesmo e a porta estava entreaberta, vou até ele e faço que que pediu.
- Pronto meu docinho, a mãe te ama.
- Eu te amo mais mãe - Ela me entrega um sorriso e se vira para parede.
Saio do quarto e fui até a Emily, ela disse que queria conversar comigo.
Felizmente ela e o Ryan não estavam se comendo quando entrei no quarto, acredite, é muito constrangedor quando acontece.
- Quer conversar agora? - Pergunto colocando a cabeça para dentro da porta.
- Claro, entra aí.
- Ela tem uma teoria de conspiração - Ryan diz rindo.
- Qual seria essa? - A encaro.
- A Amanda bate no Charles.
- Emy, tenta da uma chance…
Começo a falar mas ela me corta.
- Ele tem um machucado na testa e quando a Julie disse que você poderia examinar ele disse que a mãe já tinha feito.
- Crianças se machucam, a Julie tem machucado até dentro do ouvido.
- Clarke, você não tá entendendo, eu senti. Ele tava estranho - Ela fala meio rápido.
- Quanto tempo faz que vocês não transam? - Pergunto rindo.
- É incrível como o seu senso de humor e do seu marido são iguais, isso é macumba - Ryan resmunga.
Não entendi.
- É sério, por que vocês não acreditam em mim? Clarke você sabe sobre psicologia infantil não é? Não pode examinar ele?
- Eu nunca exerci essa profissão, e em falar em profissão, eu tenho trabalho amanhã bem cedo - Faço uma pausa - Eu irei chegar se tem alguma coisa na ficha médica dele amanhã, e irei ficar de olho. Não se preocupe.
Digo e não espero uma resposta para sair de lá.
Voltei no quarto da Julie e ela já estava dormindo, desliguei a luz e deixei a porta meio aberta.
Onde será que o filho da puta do Justin foi parar?
Tô começando a ficar preocupada.
Liguei para ele mais uma vez e deu caixa postal, provavelmente tinha acabado a bateria, vou querer a melhor explicação que ele tiver sobre não ter vindo para casa até às...
Olhei as horas, dez horas dá noite.
Me deitei na cama cansada, senti todos os meus músculos reclamarem e uma forte pontada no abdômen, na minha situação qualquer dor era motivo de alerta, quanto mais nessa região.
Decidi não me levantar, era só relaxar.
Não.
Como eu iria relaxar sabendo que eu logo perderia aquele bebê? Como eu iria relaxar sabendo que por minha causa uma vida tão inocente não iria adiante?
Senti o líquido quente já bem conhecido sair de mim, então era esse o momento.
Não teria volta.
Eu estava perdendo outro filho.
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