História Between Roses (Taekook, Vkook - ABO) - Um almoço Calmo e Relaxante?

Jungkook On:

Eu já posso afogar o meu querido irmão na privada?

Desde o segundo que Soobin chegou no restaurante, ele não par de falar, sério, de onde que ele tira tanto assunto, e como que Taehyung não enlouqueceu ainda com toda aquela falação sem sentido do mais novo?

Eu não sabia se podia considerar sorte ou azar o pirralho não ter falado nada comprometedor até o momento para Taehyung, ou se ele não estava falando nada por estar aprontando algo... eu aposto mais na segunda por isso estava em alerta, prestando atenção em tudo que a pestinha falava.

Taehyung aparentemente tinha amado o Soobin, em nenhum momento ele demostrou ser um ômega arredio, o que me deixou um pouquinho irritado pela aproximação rápida entre os dois. Eu estou tendo que passar por o inferno para conseguir me aproximar do ômega... fiquei noites sem dormir, corri atrás de Taehyung várias vezes e recebia somente as respostas afiadas do Kim, estou tendo que jogar sujo para ter a atenção dele, enquanto meu irmão simplesmente fez nada para conseguir faze-lo rir.

Kim Taehyung estava sorrindo abertamente para meu irmão!

Aquela era a primeira vez que eu via o ômega sorrir de modo tão espontâneo, de modo tão natural, e ficar ainda mais lindo por estar sorrindo.

O que eu tenho que fazer para aquele ômega sorrir assim para mim?

Foco Jungkook, foco... não se deixe ser enganado. Seu objetivo aqui agora é sobreviver as armadilhas do seu irmãozinho.

— Por isso eu vou passar meu próximo heat com o Junie. — ouço Soobin falar de modo alegre, ele até bateu palmas por sua animação, enquanto eu quase me engasgo com o suco.

— Você vai o que? — pergunto abruptamente, mantendo o meu tom baixo e a compostura.

— Eu decidi que vou passar o meu heat com o Yeonjun. — Soobin repete sem nenhum pingo de vergonha — Só falta falar para ele e comb-

— Ah... mas você não vai não. — dito sério, o interrompendo, e vejo os dois ômegas me encarando com caras nenhum pouco contentes.

— Vai dar um de macho alfa, e falar que ômega tem que se manter puro para o casamento, enquanto alfas podem foder o tanto que quiserem? — Taehyung diz em um tom irritado, o que me faz suspirar antes de o responder.

— Não. Estou falando isso por Soobin ser meu irmão. — digo convicto, e vejo Soobin revirando os olhos — Mesmo se ele fosse um beta ou alfa a minha resposta seria a mesma... passar o heat dele ou até mesmo do namorado, só depois de terminar os estudos ou for maior de idade.

— Você e o papai são iguaizinhos. — o mais novo bufa irritado — Você passou o seu primeiro rut acompanhado quando tinha dezesseis anos, Kook, então porque eu tenho que seguir esta regra imposta por nossos pais à risca se você não seguiu? — ele diz revoltado, mas sem elevar o tom de voz para não chamar a atenção.

Respiro fundo e tomo mais um gole do suco.

Soobin já tinha me perguntado uma vez com qual idade eu passei meu rut acompanhado e eu lhe disse que foi aos dezesseis... e não era mentira, apesar de não ter sido da minha vontade aquilo.

Aquele era um assunto que eu não gostava de tocar muito, até meus pais evitavam falar daquele dia porque sabiam o quanto eu detestava ter que falar sobre, e, apesar de não estar somente eu e meu irmão na mesa, eu me senti um pouco confortável por tocar naquele assunto... ainda sentia raiva, mas por algum motivo não estava me deixando tão puto quando fico normalmente.

— Porque a pessoa com quem passei acompanhado no meu último dia do rut aos dezesseis anos, invadiu o meu quarto quando não tinha ninguém em casa e se aproveitou que eu estava inconsciente e invulnerável para fazer o que quisesse. — digo em um tom calmo, e vejo tanto Soobin quanto Taehyung ficarem surpresos com a revelação e o clima ficar um pouco tenso.

— Desculpa, hyung... — Soobin diz com um tom um pouco arrependido, entendendo rapidamente o que quis dizer, mesmo não tendo entrado em detalhes.

— Não tenho nada a desculpar... você... só não sabia sobre. — dou um sorriso um pouco forçado, bebendo mais um pouco do suco e deixando o copo em cima da mesa — Assim como você, Binie, os nossos pais sempre deixaram bem claros que o correto seria eu passar meus rut’s sozinho até completar a maior idade, pois eu já seria formado e poderia ser responsável pelas minhas atitudes... e eu particularmente concordo com eles e seguiria sim esta regra deles a risca, pois quando estamos no cio perdemos totalmente a consciência e nossos lobos ficam no controle, e qualquer coisa pode acontecer. Um alfa pode acabar marcando um ômega, pode acontecer uma gravidez, e se for descuidado pode até mesmo pegar alguma doença por não se proteger na hora do ato por o passar com uma pessoa desconhecida. E por mais que você ame e Yeonjun e queira passar o restante da vida de vocês juntos, os dois ainda são adolescentes e não tem controle nenhum sobre os seus feromônios... e, mesmo que você seja o que esteja no heat, seu lobo pode influenciar o dele durante estes dias.

Taehyung ficou calado, ele estava claramente constrangido, mas eu preferi não tocar mais no assunto e muda-lo um pouco... claro, mudando de assunto mas sem sair do tópico de um certo modo.

— Eu e nossos pais só queremos o seu bem, Binie, mas isso não quer dizer que você está proibido de ir para cama com seu namorado e perder a virgindade... só se lembre de usar preservativo para não engravidar, e se aquele alfinha não for gentil com você me fala, que eu dou uma bela surra nele. — pontuo, e recebo um forte tapa no braço do mais novo, que tinha ficado completamente envergonhado, o que me fez sorrir em deboche.

— Você é insuportável. — o ômega diz depois do tapa.

— Igualmente, dongsaeng. — revido, beliscando sua coxa e vendo ele se afastar com um bico e ir mais para perto de Taehyung.

— Taehyungie hyung, pede para o Jungkook parar... ele está me beliscando!

— Você que começou, tampinha. — revido, pegando um saquinho de sal e jogando em sua direção — Você me bateu primeiro.

— Mas você mereceu!

— Por quê? Por ter falado a verdade?

— Por ser chato!

— E você é imaturo.

— E esse é o alfa respeitado e CEO da Euphoria. — Taehyung disse rindo, daquela nossa implicância e por um momento eu me perdi no lindo sorriso do ômega — Parece duas crianças brigando.

Sério, porque ele tem que ser tão lindo!

— Jungkook só tem cara de sério, Taehyungie hyung, mas é um completo idiota narcisista que vive implicando comigo.

— Eu não sou narcisista. — tento me defender.

— É sim! A mamãe tinha que ir te buscar no quarto todas as vezes que a gente ia sair, só porque você demorava um século para se arrumar.

— Isso se chama ser vaidoso, não narcisista. — digo apontando o dedo em sua direção — Eu sou lindo assim porque cuido da minha pele, pirralho...

— Isso para mim é ser um pouco narcisista. — Taehyung diz em um tom baixo, e Soobin concorda com o outro ômega, me fazendo revirar os olhos.

— Eu só tenho uma excelente autoestima, okay. — revido, bufando ao ver os dois ômegas rindo — E qual é o problema em me achar bonito... por um acaso eu estou mentindo, Taehyung-ah?

Vejo o momento que Taehyung fica vermelho, e para não responder a minha pergunta ele pega uma colher da sobremesa que estava comendo e coloca na boca, virando o rosto e olhando para qualquer lugar, menos para mim, o que me faz estreitar meus olhos em sua direção.

— Você se acha demais, Kook... acho que você está andando demais com o Seokjin hyung.

— Aprendi com ele. — pisco para meu irmão, que dá uma leve gargalhada — E você não respondeu a minha pergunta, Taehyung-ah... você me acha ou não bonito?

Taehyung volta a olhar para mim, sua bochechas ainda estavam um pouco vermelhas, mas ele parece ter voltado a ter compostura, ou disfarçava eu estava tudo bem, e me analisou com o olhar por alguns segundo antes de responder.

— É... você não é de se jogar fora. — ele respondeu fazendo pouco caso e Soobin riu ainda mais, chamando um pouco da atenção das mesas que estavam próximas.

— Isso é um ponto positivo ou negativo? — apoio meus cotovelos na mesa e cruzo meus dedos um nos outros, antes de apoiar eu queixo sobre eles e fixar meu olhar no ômega.

— Isso é um ponto a se pensar, seu alfa atrevido. — ele responde desviando o olhar, e eu acabo sorrindo ladino ao ver o ômega se esquivando — Nós temos que voltar para a empresa... não?

E olha aí ele desviando o assunto na maior cara de pau e sem nenhum rodeio.

Eu já disse o quanto este ômega é difícil?

Só que infelizmente ele estava certo, nós tínhamos que voltar para a empresa, eu ainda tinha uma reunião para participar e acho que vou chegar bem em cima da hora e ele ainda tinha aulas a receber da Chaerin antes do desfile.

— Acho que roubei demais o tempo de vocês. — Soobin disse com um sorrisinho misterioso, e ele parecia estar prestando muita atenção em mim e no Taehyung — Eu vou chamar um aplicativo para poder ir para casa. — ele disse já se levantando e pegando sua mochila do chão — Foi muito bom te conhecer, Taehyungie hyung.

— Também amei te conhecer, Soobin. — Taehyung disse com sinceridade, e se levantou par abraçar meu irmão, se despendido do mais novo.

— Vamos marcar de nos encontrar depois e sair só nós dois... um dia de ômega, que tal? — Soobin propõe já empolgado, e Taehyung concorda com um acenar de cabeça, fazendo o mais novo ficar ainda mais eufórico — Eu pego seu número depois com o Kook e marcamos direitinho para sairmos em um final de semana, ‘tá bom.

— Okay. — Taehyung simplesmente confirma, com um sorriso carinhoso.

— Tchau maninho. — Soobin veio na minha direção e me abraçou com força — Desculpa ter falado aquilo sem pensar... — ele disse baixinho, só para me escutar — E eu super aprovo você namorar o Taehyung e tenho certeza que a mamãe também vai adorar ele.

Eu ia falar algo amoro... juro que ia confortar o pirralho para ele não se sentir mal de alguma forma por ter falado algo que ele nem mesmo tinha culpa... mas fica difícil se gentil quando se tem um pestinha como irmão.

— Peste. — é tudo que eu digo ao ver o mais novo se afastar sorrindo sorrateiramente e fugindo do puxão de orelha que eu iria dar nele.

Não demorou para que eu e Taehyung também fossemos embora, e durante o percurso de volta Taehyung ficou em silencio, do mesmo jeito que veio, a diferença era que agora ele se mexia mais no banco, como se estivesse incomodado com algo. Toda vez que parava o sinal no semáforo eu olhava para ele, o ômega ficava me encarando por alguns segundos e desviava o olhar logo em seguida.

Ele estava inquieto com algo, e aquilo estava começando a me deixar irritado... era como se ele quisesse perguntar algo, mas desistia no momento que havia decido perguntar e volta a estaca zero.

— O que você quer me perguntar, Taehyung-ah?

Taehyung fica estático por alguns segundos, me encarando enquanto eu dirigia, mas logo depois respira fundo de modo desanimado.

— Nada... não é nada.

Foi a minha vez de respirar fundo, antes de voltar a falar.

— É em relação ao que eu disse no restaurante... sobre o meu rut? — pergunto, mas Taehyung não diz nada, como se estivesse envergonhado, então resolvo continuar falando, e começo a contar a ele sobre — O nome dela é Eunbin e eu a conheci quando tinha uns 14 anos mais ou menos. Ela meio que ficava correndo atrás de mim na escola, tentava chamar minha atenção o tempo todo, e até já chegou a espalhar boatos pela escola que estávamos namorando. Em uma festa da escola eu fiz a burrada de ficar com ela, só para ver se ela saia do meu pé... só que as coisas ficaram piores. Eunbin ficou ainda mais obcecada comigo e começou a ameaçar e agredia betas e ômegas que se aproximavam muito de mim, tudo aquilo foi realmente sufocante... sabe, as vezes eu faltava na escola só para não ver ela.

Taehyung permaneceu calado, escutando tudo que eu dizia, sem me interromper, e enquanto eu relatava a ele eu tentava focar ao máximo na estrada, tentando não me distrair com o modo que o ômega me encarava de modo tão intenso.

— Mas teve uma época que a Eunbin começou a me perseguir de tal maneira que eu realmente fiquei com medo dela, principalmente quando ela começou a me ameaçar a ficar com ela para não machucar meus amigos da escola ou qualquer outra pessoa que tenha se declarado para mim e eu nem mesmo conhecia direito. Ela... aprecia do nada na minha sala e me beijava na frente de todos como se fossemos um casal feliz, se fazia de fofa na frente dos outros mas vivia me mandando mensagens ameaçando machucar alguém caso eu não fizesse o que ela pedia. Nós ficamos nisso por um pouco mais de um ano. Tudo que ela queria nós fazíamos... ela me chamava e eu ia, e caso eu não fizesse o que a Eunbin queria, ela começava as ameaças.

— Foi quando completamos 16 anos que ela começou a insistir para que eu a ajudasse em seus heat’s, Eunbin até chegou a ir lá em casa e se apresentar aos meus pais como minha namorada e falar que queríamos passar um dos heat’s dela junto... sendo que esta era uma vontade dela... eu nunca quis aquilo. Meus pais obviamente não deixaram, o que a deixou irritada, então quando eu entrei em meu rut, ela invadiu a casa dos meus pais e invadiu o meu quarto... eu não tinha nenhum controle e nem me lembro do que aconteceu naquele dia, só que no momento que eu acordei e a vi do meu lado, eu entrei em pânico, com medo por ela estar lá e o que ela podia ter feito enquanto não tinha nenhum controle.

— Eu peguei a primeira roupa que vi na frene e a vesti, e logo em seguida saí do meu quarto desesperado e comecei a procurar pelos meus pais pela casa, e os perguntei do porquê a Eunbin estar no meu quarto, de como eles insistiam em que eu não passasse meus rut’s acompanhados mais deixaram ela entrar... e foi vendo como eu estava que meus pais desconfiaram que tinha algo de errado acontecendo. Meu pai foi até meu quarto e expulsou a Eunbin lá de casa, enquanto minha mãe tentava me acalmar, e neste meio tempo ele de alguma forma conseguiu desbloquear meu celular e começou a ler as mensagens que a Eunbin vivia me mandando... No fim, meus pais a processaram por invasão domiciliar e ameaças, ela foi para o reformatório logo após tentar invadir novamente minha casa, mas desta vez armada com uma faca...

Quando eu acabei de contar eu já estava estacionando o carro na minha vaga da garagem da Euphoria. Eu desliguei o motor do carro, retirei o sinto de segurança, e olhei para Taehyung, pronto para mudar o assunto e fingir que aquele assunto nunca havia sido tocado, mas fiquei estático quando Taehyung sem nenhum hesitação me abraçou.

Eu definitivamente não estava esperando por aquela atitude do ômega, mas me senti tão seguro por estar nos braços dele, por sentir que ele estava espalhando seus feromônios de proposito, me marcando com seu cheiro, me acalmando, me passando confiança... Eu automaticamente rodeie minhas mãos na cintura dele e retribui, o trazendo para meu colo, o abraçando ainda mais forte, e sem nem perceber, eu comecei a chorar no ombro do Taehyung, um choro silencioso mas ao mesmo tempo aliviante.

Nós ficamos daquele jeito por alguns minutos... não sei quanto, só sei que em nenhum momento Taehyung se moveu, ele somente continuou ali do meu lado, passando suas mãos delicadamente sobre meu cabelo, até eu me acalmar.

— De modo positivo. — Taehyung disse baixinho, e eu fiquei momentaneamente confuso com aquilo que ele disse, e ele pareceu ter percebido minha confusão, por isso continuou: — Você não é um alfa tão mal como pensei que era, por isso você não é de se jogar fora, e isso é de um modo positivo.

Eu ainda estava um pouco estático, então Taehyung se aproveito deste momento para sair sorrateiramente do meu colo e abri a porta do carro, com certeza para fugir... quando eu me viro para protestar, Taehyung estava se aproximado, seu rosto extremamente próximo ao meu, e seus lábios tocaram rapidamente nos meus.

Taehyung ficou com o rosto muito vermelho e seus olhos se arregalaram, já eu senti meu lobo pular de alegria só com aquele simples contato, contente ao ponto que eu fiquei feliz e sorri pelo leve toque dos lábios do ômega nos meus. Taehyung saiu do carro rapidamente e fechou a porta com muita força, e logo em seguida saiu correndo pela garagem.

Eu fiquei o olhando correr, sorrindo abobalhado e tocando os meus lábios como um adolescente que acabara beijar pela primeira vez na vida, com o coração acelerado, batendo a mil pela grande euforia que estava sentindo.

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