História Between the Lines - Capítulo 1

Cate POV.

Porque as coisas têm que ser assim? Eu não estou mais aguentando! E ainda tinha o Andrew que não largava do meu pé dês de que eu perdi o bebê. Sim, eu estava grávida, porém a mídia não sabia disso. Minha gravidez não durou muito tempo e a culpa disso é toda minha e daquela porcaria de escada na qual cai a algumas semanas.

Já faz cerca de 3 anos que frequento uma psiquiatra, em menos de 2 meses ela já havia me receitado alguns antidepressivos, antidepressivos esses que só a Sarah sabe que tomo regulamente. Não sei exatamente quando comecei a me sentir triste e desanimada, só sei que faz um longo tempo. Minha vida era pra ser perfeita, tenho tudo que quero e mais do que preciso, mas mesmo assim me sinto vazia por dentro, às vezes é como se tivesse tivesse algo faltando.

— Cate! Não sabia que já tinha acordado, está tudo bem?

— Sim Andrew, estou bem.

— Tem certeza? Se você estiver sentindo algo pode me falar.

— Como eu já disse eu estou bem, obrigado.

— Você não parece bem!

— Mas estou! — disse já irritada —

— Tem certeza?

— Sim.

— Eu li um artigo que dizia que quando as mulheres perdem seus bebês seu estado de humor pode decair tornando-as mais tristes, então caso tenha algo acontecendo você pode me contar e... 

— EU ESTOU BEM UPTON! SÓ ME DEIXE EM PAZ! — Disse logo após o interromper, corri para o banheiro do meu quarto e me tranquei —

Porque ele tinha que rodear-me tanto? Eu até entendo que ele está preocupado, mas ele não pode ficar me sufocando o tempo todo! Tudo que consegui fazer no momento foi chorar enquanto me sentava no chão gelado do banheiro, alguns minutos se passaram e eu finalmente acalmei-me, logo peguei meu celular e liguei para a dona dos melhores concelhos, vulgo minha melhor amiga.

•cell on•

— O que foi vagabunda? — sorri de imediato —

— Oi pra você também ridícula! — sorrimos — Enfim... Não tô bem então parei e pensei, que conselho uma alcoólatra como você pode me dar no momento?

— Estou extremamente ofendida com o apelido mas não irei reclamar porque é verdade... Só poderia te aconselhar se soubesse o motivo da sua infelicidade no momento, o que pode ser facilmente resolvido se você aceitar meu convite para sair hoje à noite, encher a cara de tequila, e dançar até nossos saltos calejarem nossos pés... O que acha?

— Imaginei que diria isso, é a sua cara mesmo!

— Isso é um sim?

— Talvez!

— Ótimo, sabia que você iria concordar! Te pego em casa as 9 PM. 

— O que! Sarah eu disse talvez! TALVEZ!

— Tchau tchau querida, não se atrase!

— Espera! Sarah, eu não... Isso mesmo! Desliga na minha cara sua palhaça! — disse no momento que percebi que ele tinha desligado o celular e me deixado falando sozinha —

•cell off•

O tempo passou voando, e com a ida dele chegava a hora do meu "passeio". Já estava pronta e lindíssima. Desci as escadas e dei de cara com Andrew que me olhou e me questionou.

— Onde você vai?

— Vou sair com a Sarah.

— A essa hora?!

— Essa foi a hora que combinamos então sim, essa hora!

— E você nem me pergunta se pode ir?

— Como se eu precisasse te pedir permissão pra sair de casa — falei ironicamente, não era a primeira vez que ele agia como se mandasse em mim. —

— Sou seu marido! Óbvio que precisa me pedir!

— Como você disse, você é meu marido, não meu dono! — ele segurou com força em meu braço deixando a marca de sua mão, logo recebi uma mensagem da Sarah avisando que estava em frente à minha casa — faça-me um favor e saia do meu caminho! — puxei meu braço de suas mãos e falei caminhando até a porta, mas antes de sair, olhei para ele e disse — Não precisa me esperar, possivelmente chegarei muito tarde.

Logo cheguei no carro de Sarah me sentei, a abracei e coloquei o cinto de segurança.

— O que houve?

— Só o Andrew sendo o Andrewn!

— O que ele fez dessa vez?

— Só agiu como se fosse meu dono outra vez!

— Ele te machucou?

— Só segurou meu braço com força.

— Cate por favor, deixe-me socar a cara daquele estupido e denunciá-lo, por favor! — Pediu Sarah em súplica —

— Não posso fazer isso Sarah! Eu tenho uma filha pequena, não posso mandar o pai dela pra cadeia!

— Você não precisa dele para criar ela! 

— Eu sei, mas não posso fazer isso com ela!

— Ela vai ficar melhor sem ele!

— Não posso fazer isso!

— Okay, mas se ele te bater eu não me importo se você vai ficar com raiva ou não, mas eu irei denunciá-lo!

— Tá certo senhorita mandona.

Passamos mas um tempo dentro do carro, e enfim chegamos no local escolhido por Sarah.

— Isso é uma boate gay?

— Sim! Nada melhor que um humor purpurina erótico pra te animar. — Sorrimos —

Ao entrar no bar já senti um "up" na alma, o lugar era deveras alto-astral, as coisas só melhoraram quando vi que estava tendo um show de dreg queens, sem duvidas essa noite seria a melhor! Eu e Sarah estávamos dançando e bebendo sem parar, algumas mulheres chegaram em mim na intenção de trocar alguns beijos — talvez até mais que isso — Porém, eu não podia trair o Andrew — mesmo eu tendo gostado da ideia de ficar com algumas garotas. —

Logo mais, eu disse a Sarah que iria no banheiro e assim fiz, ao chegar lá encontrei duas mulheres se beijando, sorri e retoquei minha maquiagem em frente ao espelho, quando as duas perceberam que tinha alguém a mais no local, trataram de se afastar e eu não acreditei no que vi.

Era ela, a mulher que tinha sido escalada para fazer um filme junto comigo e com a Sarah, eu simplesmente fiquei pasma ao ver a Sandra Bullock beijando uma mulher, sempre achei que ela fosse o tipo de pessoa preconceituosa, mas pelo visto eu estava muito errada. Meu sonho sempre foi fazer um filme ao lado de Bullock, eu sempre quis conhecê-la e talvez poder chamá-la de amiga, porém, achei que isso nunca fosse acontecer, mas agora com esse filme eu tenho uma chance.

Quando Sandra me viu, instantaneamente se afastou da mulher que antes beijava, sua feição denunciava um certo medo, mas porque? Qual era o problema de estar aos beijos com uma menina? Ela então olhou pra mim e deixou algumas poucas lágrimas caírem e logo saiu do banheiro, mas antes olhou para a mulher em sua frente e disse "por favor não conte".

Aquela cena me chamou bastante atenção, porque Bullock teria ficado com tanto medo quando me viu? Nós nem nos conhecíamos! Logo sai do banheiro e fui atrás dela, a vi indo para os fundos da boate e a segui, ao chegar perto ela me viu e me dirigiu a palavra.

— Você vai contar para as pessoas o que viu no banheiro?

— Porque eu faria isso?

— Eu não sei, querendo ou não isso é notícia pra mídia.

— Foda-se a mídia! — disse e nós duas sorrimos —

— Prazer em te conhecer Blanchett — falou esticando a mão e eu a cumprimentei.

— Pode me chamar de Cate, é um prazer te conhecer também Bullock.

— Pode me chamar de Sandra. — rimos 

— Okay Sandy — disse para tentar provocá-la e logo sorrimos de novo —.

— Sandy?! Okay então... eu gostei de como esse apelido saiu em sua voz. — corei imediatamente ao ouvir aquilo! Era impressão minha ou ela estava dando em cima de mim?! — Me... Me desculpa eu não deveria ter dito isso.

— Não se preocupe... Isso acontece pelo fato de eu ter uma voz extremamente sexy — ambas rimos —

— Não só a voz — piscou o olho direito em minha direção, junto com um sorriso —

— Estamos realmente flertando? — lambi e mordi os lábios para provocá-lá

— Talvez — nos olhamos por um tempo e logo em seguida gargalhamos — 

— Obrigado Cate.

— Pelo que?

— Por ter me feito sorrir.

— Eu que agradeço por me dar a honra de poder ver esse lindo sorriso.

— Estamos realmente fazendo isso? — gargalhamos novamente —

— Talvez!

— Cuidado senhorita Blanchett, não comece uma coisa que não pode terminar — sorriu —

— Porque não posso terminar?

— Porque você é casada e tem uma filha.

— Uau! 

— Pois é, sou sua fã. Já pesquisei muito sobre você, principalmente agora que faremos um filme juntas!

— Também sou sua fã, você deveria ver o quão histérica fiquei ao descobrir que faremos esse filme, e pra melhorar a Sarah ainda estará nele!

— Você conhece a Sarah?

— Claro que eu conheço minha melhor amiga! — sorrimos — Você a conhece?

— Sim! Ela é minha amiga.

— Ela veio comigo.

— Ela está lá dentro?

— Sim! Gostaria de juntar-se a nós?

— Seria um prazer Ms. Blanchett.

Fomos ao encontro de Sarah que me xingou bastante por ter deixado-a sozinha, mas logo se acalmou quando viu Sandra. A noite foi maravilhosa, bebemos bastante e dançamos mais ainda, saímos da boate por volta das 3 AM. Mas antes de ir embora, me despedi de Bullock que me abraçou e beijou o canto de minha boca, fazendo com que alguns poucos centímetros de seus lábios tocassem os meus, logo nos separamos do abraço e sorrimos uma para a outra, novamente ela piscou para mim e eu mordi os lábios, após isso, Sandra chamou um uber e foi embora e Sarah ligou para Holland — sua namorada — que pegou um táxi até a boate e depois o carro de Sarah e nos levou pra casa.