História Between two worlds. - Hot head.

 Max chamava o meu nome com sua voz doce e calma, ao abrir os olhos a primeira coisa que vi eram lindos olhos azuis esverdeados, e um sorriso doce com covinhas.

- Oi você. – ele disse sorrindo.

- Oi. – voltei a fechar os olhos, espreguicei o meu corpo e me ajeitei na poltrona – Quanto tempo falta?

- Uma meia hora, – ele disse olhando em seu relógio – chamei você para comer alguma coisa. – ele fez sinal para a aeromoça, que veio sorridente pelo corredor empurrando o carrinho.

 Ela me deu um sanduiche e um copo de suco de laranja. Após terminar olhei pela janela ao lado de Max, lá fora estava escuro, do outro lado Luna dormia profundamente, com um leve sorriso nos lábios, era impressionante ver o quanto ela é jovem, pela história que ela me contou, presumo que ela tenha apenas trinta anos, e ainda não aparentava.

 Quarenta minutos depois nós estávamos caminhando ao lado da esteira rolante, quando vi um senhor de meia idade segurando uma placa escrito ‘’ Mia Avery.’’

- Olá, – sorri docemente para o senhor, que retribuiu um sorriso gentil. – eu sou a Mia.

- Olá Srta. Mia, o Sr. Yostaff me mandou aqui para buscar você e seus amigos, me chamo Jullian, – ele estendeu a mão num cumprimento, fiz o mesmo. – alguma bagagem? – neguei com a cabeça.

 Nós quatro fomos seguindo Jullian em silêncio, ele abriu a porta do carro para mim, deslizei pelo banco de couro, Luna se sentou ao meu lado, Max e Alex á minha frente.

- Então vamos para o apartamento de Shane? – Max perguntou.

- Sim, – respondi – é  melhor, e amanhã eu vou até o seu Plano, falar com Eliel e ver se ele irá manter sua palavra.

- Eu vou com você. – os dois disseram ao mesmo tempo.

- Certo. – já está na hora dos dois se acertarem com os Arcanjos, tomando as devidas punições para podermos todos seguir adiante sem ter que ficar se escondendo.

  O elevador subia lentamente até o ultimo andar, minha mãe parecia agitada, balançando a perna sem parar, até que a porta se abriu, Shane estava parado em frente ao elevador, com um sorriso alegre e uma garrafa de champanhe nas mãos.

- Bem vinda de volta ao lar Luna. – ele disse sorrindo, ela o olhou sorrindo também, e correu para abraça-lo.

 Confesso que não gostei muito disso, porque afinal de contas, é o meu pai que ela realmente ama, não é? É por isso que eu estou aqui hoje, porque o amor deles é o mais puro e verdadeiro.

- Obrigada Shane. – pude ouvir ela dizer enquanto o abraçava.

 Senti a mão de Max passar por minha cintura, ele sorria para mim, fez um sinal com a cabeça para irmos para a sala, eu fui o seguindo, com Alex atrás de mim, enquanto Luna e Shane ficaram em frente ao elevador abraçados.

- Não gostei nem um pouco daquilo. – disse me sentando no sofá.

- Para de ser chata garota, – Alex disse enquanto despejava um liquido marrom em seu copo – tecnicamente eles são casados, e não se viam a dezessete anos, dê um tempo aos dois.

- Mas ela ama o meu pai, não Shane. – franzi o nariz.

- Acho que ela deve saber isso melhor do que você, não acha? – ele disse piscando para mim.

 Alex consegue ser tão irritante quando ele quer, mas no fundo eu sei que ele tem razão.

 - Eu estou cansada, boa noite. – disse me levantando e indo em direção ao quarto que fiquei da outra vez.

 Em cima da cama havia uma camisola azul clara sobre a cama, e no guarda-roupa mais alguns vestidos longos, revirei os olhos com aquilo. Tomei um banho quente e relaxante, me esquecendo por alguns instantes tudo o que estava acontecendo em minha vida.

 Vesti a camisola e me deitei na cama, fiquei fitando o teto por longos minutos até que finalmente consegui pegar no sono.

 Acordei com a garganta seca, olhei no relógio ao lado da cama que marcava três e meia da manha, me levantei da cama e fui caminhando até a cozinha, despejei a água em um copo, me encostei na bancada enquanto a bebia aos poucos.

- Desculpa, não sabia que você estaria aqui. – ouvi a voz de Max atrás de mim.

- Eu só vim beber um pouco de água, – disse me virando para ele, que estava apenas com a calça jeans, seu peito estava á mostra, e seu abdome definido também, meu coração acelerou e a minha respiração ficou mais lenta, sentia o sangue ferver em minhas veias.

- Você está bem Mia? – ele perguntou encostando na bancada ao meu lado.

- Sim, eu só estou um pouco nervosa, e ansiosa para que tudo acabe logo.

- Você  quer que tudo isso acabe? - ele arqueou uma sobrancelha.

- Sim, quero poder voltar para minha casa, o meu pai, minha vida comum. – sorri.

- Entendi. – ele deu um sorriso fraco e abaixou a cabeça.

- O que foi Max? – perguntei me aproximando ainda mais dele e levantando o seu rosto, para que ele olhasse para mim.

- Nós provavelmente não nos veremos mais, depois que tudo isso acabar.

- Por que não? – franzi o cenho – você é o meu anjo protetor, esse é o seu trabalho.

- Ai é que está Mia, eu provavelmente não serei mais seu anjo protetor, os Arcanjos e os lideres irão querer trocar, pois agora você me conhece.

- Isso é proibido? – o encarei de baixo para cima, nossos corpos estavam quase colados um no outro.

- Eles querem evitar que aconteça o mesmo que aconteceu com a sua mãe.

- Isso é ridículo! – disse me afastando dele e virando o rosto, eu fiquei irritada, não queria que mudassem o meu anjo protetor, eu quero o Max ao meu lado.

- Ei! – ele me puxou pela mão, nossos corpos ficaram a centímetros um do outro, ele levantou meu queixo com o indicador – Eu vou fazer o possível para continuar sendo o seu protetor Mia. – ele sorriu, deixando á mostra suas covinhas.

- Obrigada Max. – dei um sorriso rápido.

 Max me puxou para junto seu corpo, e me abraçou, passando os seus braços em volta de minha cintura, fiquei surpresa por um momento, mas o abracei de volta, seu corpo estava quente, fechei os olhos e me deixei levar por aquele momento, enquanto o meu coração batia acelerado, senti as tais famosas borboletas no estomago, que antes eu só conhecia pelos livros.

- Ah Mia. – virei o rosto para cima para encara-lo, ele soltou um de seus braços, e colocou em meu rosto – Não quero proteger outra pessoa, quero proteger você. –  ao ouvir isso minhas pernas ficaram tremulas, e as borboletas dançaram em meu estomago, ele colocou uma mecha de meu cabelo para trás de minha orelha, senti seu hálito de menta em meu rosto, seus olhos estavam vidrados nos meus, cada vez mais próximos, e então segundo seguinte seus lábios estavam nos meus, ele estava me beijando, mesmo sabendo que não poderia acontecer.

 Max continuou me segurando contra seu corpo, com uma de suas mãos em minha cintura, e a outra em meu rosto, sua língua dançava em sintonia com a minha, seu hálito fresco de menta entrava por minhas narinas, e a temperatura quente de seu corpo em meus ombros nus, levei minha mão á sua nuca, trazendo seu rosto para mais perto de mim, enquanto apreciava maravilha que era seu beijo, calmo e doce, as pontas de seus dedos roçando em minha nuca, nós só paramos o beijo porque o ar me faltou, eu afastei o rosto, ofegante procurando desesperadamente pelo ar, seus olhos grudados em mim, e uma cara agora séria.

- O que você fez comigo Mia Avery? – ele me puxou, deixando minha cabeça sobre seu peito, e me abraçando forte, meu ouvido estava sobre seu coração, que batia forte e acelerado. - Antes disso tudo acontecer, eu era um bom anjo, sempre seguindo as regras, fazendo tudo certo, e agora... - ele deixou a frase no ar.

- Você ainda é um bom anjo. - ele não respondeu nada, seu coração batia pesado - Nós não podemos fazer isso, não é? – perguntei sem me mover.

- Não, nós não podemos. – ele disse suspirando.

- E se eu decidisse fazer o treinamento? – disse baixinho contra seu peito.

- O que? – ele me afastou um pouco, e virou meu rosto para que o olhasse – você está pensando em fazer o treinamento de anjo? – ele sorriu.

- Eu pensei nisso. – mordi o lábio superior.

- Por mim?

- Não só por você, – suspirei e me soltei de seus braços, era difícil pensar em algo com clareza estando tão próxima á ele – pelo meu avô também, ele disse em sua carta que gostaria que eu me junta-se a vocês anjos, e agora eu penso muito nisso.

- Mas á um minuto atrás você queria voltar para a sua vida normal Mia, isso não é uma decisão a ser tomada de cabeça quente, se levando pelo momento.

- Eu sei disso, – engoli em seco – eu estou com muita saudade de casa, e espero que eu possa ir até lá antes de tomar a decisão de fazer o treinamento ou não.

- Eu espero que tome a decisão certa.

- Que é?

- A que o seu coração mandar. – ele deu um sorriso de canto, e se aproximou me mim, me dando um beijo casto na testa, e me deixando sozinha ali na cozinha.

 Voltei para a minha cama, me deitando abaixo da coberta quentinha. Eu vou precisar tomar essa decisão mais rápido do que imaginei, mas tudo vai depender do que acontecer amanhã, da minha conversa com os Arcanjos e com Eliel, tenho que estar preparada para tudo.