-Somos cobaias... –falei com receio.
Todas começaram a rir, me fazendo ficar com cara de tacho na frente delas.
-O que foi? –perguntei inocente.
-Você quase acertou Michelle... –Mila deu um passo à frente, e ainda com seus braços cruzados, olhou para a direção da única luz que iluminava todo aquele espaço. Com certa entonação de dramatização, terminou sua frase. –Somos a sujeira de alguém.
Michelle Johnson POV
Já havia se passado cerca de uma semana, e nada de Bieber. Às vezes passava em minha cabeça que ele não viria, até porque estamos em outro país, ou até melhor dizendo, em outro continente. Aqui as coisas andavam meio pressionadas, e eu odiava pressão. Ela fazia com que nós nos sentíssemos em um lugar pequeno, fechado e com pouca iluminação, e parecendo que ficava cada vez menor e cada vez com menos espaço. E podemos até dizer que era exatamente isso que estava acontecendo nesse velho porão. Mila me dizia “calma, aqui onde estamos é o lugar mais seguro”, mas porque eu não me sentia segura, além de saber que eu estava a mil e mil quilômetros longe de casa? Eu tenho casa? Eu tenho o porquê de esperar alguém vir me buscar? E... Eu tenho porque me preocupar?
[...]
-Michelle Johnson.
Levantei a cabeça para encarar o homem que havia acabado de me chamar.
Droga, era aquele cara.
Ele inclinou sua cabeça para minha direção e logo dois homens grandes se submeteram a vier me buscar.
-Mila... –falei baixinho. Sua mão apareceu abaixo de sua coxa, com sinal de “relaxa”.
Respirei fundo e esperei eles chegarem até mim, onde me seguraram pelos dois braços para trás e colocaram uma algema em minhas mãos. Joguei meu cabelo para trás com ajuda do meu ombro e comecei a ser direcionada para o homem. Seus olhos me fitaram e não pude deixar de perceber alguns dos olhares maliciosos sobre minhas pernas que estavam nuas por conta do pequeno shorts que me deixaram.
-Sabe garota... –começou a falar assim que fechou a grande porta de ferro, enquanto caminhávamos para algum lugar. –Você tem sorte de estar viva ainda. –ele deu uma rápida olhada para trás enquanto caminhava em minha frente. –É verdade. –falou como se soubesse que eu estava duvidando dele. –Você poderia estar morta.
Olhei para os seguranças ao meu lado.
A essa altura creio que estar morta seria bem melhor do que estar cercada por estes brutamontes.
-Para onde estamos indo? –falei algo pela primeira vez.
Ele virou lentamente sua cabeça para trás para me olhar, e aquilo foi suficiente para me calar.
Viramos no próximo corredor, o qual tinha apenas uma porta preta no final dele e claro que fomos à direção dela, na qual havia mais dois seguranças maiores do que os outros.
O cara na minha frente olhou para eles e antes mesmo de nós chegarmos à porta, ela foi aberta liberando completamente a nossa passagem. Estava meio escuro, apenas umas luzes coloridas passavam rapidamente pelo local dando um ar de boate. Descemos uma escada qualquer e chegamos a um corredor de cor rosa meio lilás, que tinha várias pessoas se beijando e umas que encaravam você de um jeito assustador. Eu não sabia muito sobre esse assunto, mas tinha certeza que todas aquelas pessoas estavam drogadas. O cara que estava na minha frente olhava raramente para trás, apenas quando precisava se certificar que eu ainda estava o seguindo –o que era claro que eu estava fazendo pois havia dois seguranças atrás de mim que não desgrudaram desde o porão.
Chegamos a mais uma porta, dessa vez a cor puxada para o vinho. O homem me olhou, como sempre nos olhos, e colocou a mão na maçaneta na mesma hora que me segurou pelo braço me puxando para perto e ao pé do meu ouvido sussurrou:
-Faça seu trabalho vadia.
A porta foi aberta e fui jogava sem delicadeza alguma para dentro de um puteiro.
O que eu estava fazendo aqui?
-Esper... –eu não consegui terminar a frase, pois ele fechou a porta assim que sorriu ironicamente para mim.
Eu tinha que dá um jeito de sair daqui o mais rápido possível.
Chace POV
-Ela está na arena Chace. –ouvi Michael atrás de mim, me fazendo levantar da cadeira e observar o local.
Não demorou muito para vê-la na porta que havia sido deixada como todas as outras, encolhida e esperando que tudo aquilo fosse um pesadelo.
-Ela foi injetada? –inclinei a cabeça para trás ainda a observando.
-Não senhor, não achamos necessário. –me respondeu logo em seguida.
-Ótimo. –afirmei. Senti Michael me olhar de um jeito duvidoso.
-Você sabe que a encomenda é para a semana que vem, não sabe? –me perguntou.
Semicerrei os olhos assim que vi ela mexendo no cabelo como se estivesse desesperada. Era difícil pensar em mata-la daquele jeito. Michelle podia ter a feição mais santa que possa existir, mas continua sendo a mulher mais sexy que já vi em minha vida.
-Injete. –ordenei.
-Mas...
-Eu sei Michael, apenas injete. Eu preciso saber oque há em baixo daquilo.
-Daquilo oque? –perguntou curioso.
Inclinei minha cabeça para trás.
-Roupa.
Allison POV
Abri a grande porta e vi uma morena tentando sair rapidamente dali. Segurei em seu braço e a prendi contra a parede. Ela rugiu, eu ri.
-Próxima vez tenta ser mais rápida gata.
-Me deixe ir. –a pressionei mais contra o cimento.
-Eu duvido que você queira sair daqui depois que essa droga chegar no seu sangue. –sussurrei em seu ouvido. Ela se debateu fortemente, mas não o suficiente para ter uma esperança. Peguei a seringa na minha cinta no mesmo momento que eu juntava todo o seu cabelo com a outra mão enquanto eu a mantinha imóvel apenas com o joelho.
-Boa noite cinderela. –fiz minha brincadeira de sempre e injetei em sua nuca, fazendo com que ela se contorcesse e seu corpo amolecesse.
Larguei-a dentro da boate novamente e subi para falar com Chace, seja lá porque, mas ele não queria que ela fosse injetada.
-Pode me dizer por que isso agora?! –adentrei o seu escritório que tem uma visão panorâmica de toda a boate.
-Injetou? –perguntou-me.
-Claro, você mandou. –falei como se fosse obvio.
Chace andou até a sua mesa e começou a procurar alguma coisa dentro de uma gaveta. Imagino que é difícil encontrar alguma coisa com aquela luz avermelhada fraca que vinha da boate.
-Porque não liga a luz? –me joguei no sofá e acendi um cigarro. Nada melhor do que isso para me relaxar.
-Eu não vou ficar aqui. –disse simples. –Achei!
Olhei por cima e vi que ele estava com seu notebook em mãos.
-Sério que você não conseguia achar um bagulho desse enorme? –comecei a rir.
-Fica na tua Alli. –me mandou rindo junto.
-Agora só preciso ver uma coisa... –comentou baixinho. Vi Michael espionar para a tela do note, mas tudo bem, eu também estava super ansiosa.
-O que é isso? –Michael perguntou e em um passo já estava junto com Chace na mesa.
Olhei atenciosamente para eles.
-Ela não reage a nada percebeu? –Chace apontou para a tela. Não aguentei mais aquele mistério e me levantei do sofá, indo ao encontro deles. Vi que era imagens da garota no porão, sempre quieta no seu canto. –Quero ver o que acontece quando ela está sedada.
-Sério isso? –perguntei e traguei mais uma vez, soltando a fumaça na cara do Michael, fazendo ele tossir. –E depois que você ver o que acontece? Essa droga que você me mandou injetar é forte, Chace! –larguei o cigarro no cinzeiro depois de apaga-lo. –Se ela voltar com problemas para a América você terá que pagar o pacto! Sabe muito bem o que ele nos avisou...
-Eu sei exatamente o que ele falou Allison! –disse num tom mais alto igual a mim. –Mas ela pode ser algo diferente, algo como.... –fez gestos com a mão.
-Eu não estou entendendo a lógica. –afirmei finalmente a ele.
-Eu só quero... –virou-se para a janela. –Eu só quero ver até onde ela aguenta.
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