- Tenha calma.
- Eu já tentei de tudo, mas nada até agora deu certo. – Madame Pomfrey parecia aborrecida ao andar de um lado para o outro no corredor. – Não sei como isso pode estar acontecendo aqui, é um perigo!
- Não se preocupe, Papoula. Quem pode reverter isso já está a caminho. – Minerva parecia estranhamente tranquila. – Dumbledore e o professor Snape acabaram de chegar.
Apenas alguns minutos depois um Dumbledore sério e centrado virava o corredor sendo seguido pelo professor de poções que parecia satisfeito e ao mesmo tempo irritado. Nenhum dos dois estava ali para resolver aquela situação de forma espontânea.
- Graças a Merlin! – Pomfrey exclamou entrando na enfermaria, sendo seguida pelos três. – Já tentei todas as poções que tinha em mente para trata-los, mas só fez piorar cada vez mais.
Lockhart, Umbridge e Melania jaziam deitados em cima das camas de uma forma estranha como se tivessem sendo retorcidos por cordas invisíveis, a pele de todos estava coberta por machucados quase podres o que os faziam parecer lagartos cheios de escamas pretas. Os olhos mexiam-se freneticamente como se estivessem vendo coisas pela visão periférica, qualquer movimento aumentava a área escura e machucada que sangrava e de vez em quando Lockhart tinha espasmos que o faziam pular da cama.
- Dumbledore, eu exijo uma explicação! – Umbridge rosnou com a voz alterada. Seu timbre mais parecia com o de um sapo o que realmente condizia com a sua cara naquele momento.
- Quem deve explicações aqui são vocês, Umbridge. – Dumbledore continuou inflexível. - O que estavam fazendo nas masmorras?
- Ficaram alunos, estávamos apenas monitorando. – Lockhart grunhiu de dor.
- Suponho que achavam que minha sala estaria disponível para os alunos, que são... tão dedicados durante as férias. – Snape retrucou com uma calma fria beirando a acidez e começou a caminhar pela enfermaria com seu jeito autoritário.
- Sim. E achei extremamente.... Perigoso o uso desses feitiços ofensivos. – Umbridge se retorcia.
- Deveria ser proibido. Qualquer aluno teria se machucado! – Melania se retorceu feito uma cobra sendo pisoteada.
- Que pena, a mentira tem pernas curtas, não é mesmo Umbridge? – O moreno retirou a varinha e apontou para eles com um sorrisinho sádico. – Não mintam para mim, não tolero histórias mal contadas.
- Mas esta é a verdade! – A voz de Umbridge se tornou uma espécie de coaxar estranho.
- Estávamos apenas monitorando os alunos. – Outra voz ressoou no recinto.
Cassandra Storm vinha acompanhada por Filch. Ambos pareciam estar lá apenas para confirmar os álibis. Snape sabia muito bem disso.
- Suponho que saiba que nas salas principais dos professores é terminantemente proibido a entrada de alunos nas férias. – O moreno virou-se.
- Sim, eu sabia disso. Mas até Filch viu a movimentação estranha de alunos perto das masmorras. – Cassandra estava tentando fingir indiferença.
- Não vi movimentação alguma durante o dia em que isto ocorreu, senhorita Storm. – Minerva levantou a sobrancelha desconfiada.
- Eu posso confirmar, professora McGonagall. – Filch dispôs-se.
- Dumbledore. – Snape virou-se para o velho que estava calado.
Os três trocaram olhares significativos.
- Creio que devemos averiguar isso em uma situação mais adequada. – O olhar do velho revelava que ele também não havia caído naquela. – Por favor, Severo, desfaça os efeitos do feitiço.
O moreno crispou os lábios em desgosto e irritação e desfez soltando um encantamento inaudível. Rapidamente a pele dos três voltou a se recuperar, entretanto ainda tinha um segredo.
- Sugiro que não se aproximem mais da minha sala, para o bem-estar de vocês. – Aquele sarcasmo era inconfundível. - Não garanto que haverá como desfazer nada da próxima vez. Cuidado ao caminharem por aí.
A última frase havia soado como uma ameaça, entretanto eles descobririam cedo ou tarde que não era de fato uma, mas sim uma realidade. Dumbledore, Minerva e ele saíram da enfermaria de imediato deixando o grupo aos cuidados de uma Pomfrey histérica.
- Alvo o que realmente está acontecendo aqui? – Minerva perguntou. – Esta história está muito mal contada.
- Irei lhe explicar tudo assim que chegarmos a minha sala. Temos muito o que discutir.
✥✥✥
- Então é isso o que está acontecendo. – Minerva bebericou o seu chá. – Mas o que faremos para manter eles longe? E principalmente da senhorita Maeve, até o final do ano letivo ela terá aula com todos eles, e ainda tem Cassandra que pelo visto não sairá daqui até que consiga o que quer.
- Não podemos evitar que ela encontre eles, e também não podemos levantar suspeitas dos nossos planos. – Dumbledore observava lá fora pelas janelas. – A tentativa de invasão a sala de Severo, é a prova que necessitávamos de que estamos entre comensais e de que ainda não é seguro confiar no Ministério.
- Temos o risco de sermos atacado por Lucius e seus comensais pelo lado de fora, não é?
- Sim. Por enquanto o nosso objetivo é mantê-los crentes de que o maior desafio atualmente é encontrar e capturar quem conhece o paradeiro dos outros instrumentos.
- O senhor Malfoy então corre riscos, além de Maeve. – Minerva franziu a testa.
- Sim. Provavelmente, Lucius contará com a opção de usar o filho como arma para atingi-la. São muito amigos, e, portanto, um ponto fraco a ser tido como alvo. – Dumbledore concordou. - Entretanto todos nós correremos risco se falharmos.
- Precisamos fortalecer as defesas de Hogwarts, Dumbledore. Você sabe muito bem as brechas que nos impedem de ter o total controle de quem entra ou sai. – Snape continuava carrancudo e irritado. – Sem contar os feitiços usados aqui dentro. Filch não parecia de fato estar agindo por pensamento próprio, ou suponho que se bandeou para o lado da Umbridge.
- Concordo, Alvo. Estamos deixando passar algo importante com todos esses acontecimentos. – Minerva levantou-se. – Suponho que Hagrid deva ser avisado, qualquer movimento estranho na floresta proibida ele tem de estar ciente.
- Ainda não, Minerva. – Dumbledore virou-se. – Por enquanto manteremos isto entre nós, quanto menos pessoas souberem de nossos planos melhor. Hogwarts tem ouvidos em suas paredes.
✥✥✥
- Mais forte!
Inima gritava com as três garotas que começavam a serem afetadas pela neve e pela ventania.
O dia havia sido de treinamentos pesados em Chateau Raven, nenhuma das cinco mulheres da casa tinha tido folga ou pausas desde que Dumbledore, Snape e Draco voltaram para Hogwarts. Dana sofria cada choque errado com resiliência, não queria ser a mais fraca do grupo apesar de saber que nunca havia sido a melhor, precisava proteger a prima. Kate havia começado a pegar o jeito, mas ainda era lenta demais e acabava por também levar descargas erradas e cair no meio da neve.
- Vocês precisam se concentrar! Usem seus sentimentos, todos eles são fontes de eletricidade, são estímulos, não estão tentando esconder seus sentimentos e sim usá-los como fonte! – Pecky gritou contra o vento.
- Maeve! – Inima apontou. – Mais forte! Deixe a eletricidade tomar conta de você e a mantenha sempre aumentando o nível!
“Você vai acabar matando a garota, Inima. Vá com calma, ela não sou eu e nem você. Necessita de tempo. ” – Henkel apareceu abrindo as enormes asas e colocando-se contra o vento diminuindo a neve que caia sobre elas.
- Ela precisa estar forte! Ainda nem começou a controlar. Vamos!
A morena se concentrou no resto do raio que ainda estava dentro dela, e forçou-se a aumentar o nível. Como sempre acontecia o pequeno campo de descargas ao redor do seu corpo apareceu, seus olhos ganharam o brilho típico e a estática voltou a aparecer.
- Mantenha!
Forçou.
- Mais!
Foi quando Maeve pensou em um dos sentimentos mais presentes em sua vida desde que aprendeu a reconhece-los.
O campo ao seu redor aumentou drasticamente criando uma onda de calor que ia derretendo o gelo ao seu redor.
- Isso! – Inima sorriu. – Continue! Meninas vamos continuar!
Dana sorriu ao ver o avanço de Maeve, e se animou. Conseguiu desviar um dos raios lançados nela concentrando-se. Kate conseguiu segurar a descarga com sua varinha por mais tempo do que achava possível, o cabelo rosa brilhava com a luz.
“Concentrem-se. Terão menos de dois meses para conseguir controlar o que está presente em suas veias, e suas tias não lhe darão descanso. ”
- Eu não aguento mais isso! – Maeve gritou jogando a descarga em direção a floresta. Várias árvores tombaram com um estrondo. Sua respiração entrecortada piorava cada vez mais naquele frio, seus pulmões pareciam congelar a cada respiração.
“Tem certeza? ” – Henkel perguntou soltando uma lufada de ar quente.
Maeve não sentiu o ar chegar até ela. Havia criado a barreira certa para evitar ataques sem perceber.
- Conseguiu! – Dana pulou de alegria escorregando em seguida caindo de cara na neve.
A morena sorriu apesar de se sentir esgotada e a barreira se desfez.
- Era isso que eu estava falando! – Pecky sorriu. – Iremos treinar essa capacidade de criar barreiras e escudos gerados por eletricidade, não somos apenas ataques, mas também defesas.
- Que tal comer, ein!? – Kate gritou acima do barulho que o vento fazia. – Temos que treinar, eu aceito, mas ainda precisamos comer!
- Concordo! – Dana gritou ainda deitada na neve.
- Podem ir! – Maeve gritou. Uma nova chama de determinação acendia-se dentro de si. – Eu continuo com Henkel!
- Certeza? – Inima perguntou levantando Dana. - Você também deveria entrar!
- Absoluta. Irei daqui a pouco!
As quatro entraram não sem protestos. Maeve continuou tentando expandir, ignorando metade das dores que começava a sentir pelo frio. Não iria se dar por vencida tão fácil.
“Meu tempo é curto demais para ser desperdiçado. ” – Pensou. – " Não vou desistir."
A lembrança de Snape veio em sua mente, e ela sentiu-se mais forte do que achava que poderia naquele momento.
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