Hogsmeade
Vésperas do Natal.
- Locomotor Malão! – O feitiço brilhante fizera curvas pelo ar até acertar o malão gigantesco de couro de dragão que imediatamente ganhara vida, descendo as escadas flutuando dirigindo-se para o hall de entrada em uma velocidade já esperada, enquanto era seguido pelos passos rápidos da garota de vestes de um verde escuro profundo e cabelos negros, agora bem mais curtos do que antes. Havia cortado na altura dos ombros, um sinal de que sua nova vida iniciaria daquele ponto, deixando seus velhos costumes para trás, seus velhos modos, sua vida antiga. Severo havia detestado a escolha da filha em se livrar das longas madeixas que lhe conferiam um caráter mais parecido ao da mãe e não a si mesmo, mas compreendia que aquele capricho não poderia ser negado a ela, e apesar de ainda ser menor de idade teria de se acostumar a ver a sua garotinha seguir seu caminho precocemente. Seu gênio não deveria ser preso em um pequeno frasco de seu estoque.
Encarou-a terminar de descer as escadas carregando em suas costas a mochila que provavelmente tinha sido enfeitiçada para caber a sua infinidade de livros e apetrechos além de outras bugigangas que havia ganhado de seu avô durante todos aqueles anos. Seria incrível se não absurdo imaginar que ela guardara tudo o que ganhara desde o ínicio. A face risonha de antes agora estava séria, conservando apenas uma leve sombra de sorriso em seus lábios enquanto o encarava da sua maneira terna e admirada que somente uma filha orgulhosa em tê-lo como pai poderia possuir. Caminhara a passos lentos até onde ele estava sentindo a tensão aumentar a cada segundo.
- Pai.
- Sim?
- Acha que eu vou conseguir? – Indagara falseando em suas próprias palavras. Sentia-se competente até certo ponto, mas sabia que apesar de tudo ainda não seria totalmente suficiente para que se confiasse. Ele também não parecia ter estado tão feliz em lhe dar um aval que pedira por quase um ano.
- Sinceramente? – Indagara erguendo uma das sobrancelhas, irônico.
- Sim. – Concordara cruzando os braços, sentindo a vontade de sorrir desvanecer-se.
- Não criei você para ficar se questionando quanto a sua capacidade. – Retrucara ríspido.
- Eu sei que não. – Dera de ombros.
- Por que se deixou influenciar por Dumbledore, Evertys? – Indagou caminhando de um lado para o outro, reiniciando o caminho traçado e retraçado desde que descobrira a data de partida da filha.
- A culpa não foi do vovô. Muito menos do Sirius. – Completou sabendo a linha do pensamento do cansado Severo que a olhara duro. – Eu só não achei que seria tão difícil tentar se encaixar em algo. Não me refiro a vocês, não preciso afirmar pela milésima vez que os amo, mas em relação a minha convivência em Hogwarts. Não tenho capacidade para ficar tantos anos presa em algo. E, é uma oportunidade única a que estou recebendo em ter sido chamada para a França fazer parte de um dos mais importantes e seletos grupos de bruxos a exercitarem seu poder. Foi para isso que eu fui criada, ser ambiciosa, ir a lugares que ninguém se arriscaria.
- Mas por que na França? Não poderia ser mais próximo? – Sua rispidez indicava não que estava irritado, mas que não queria demonstrar que também estava sofrendo com aquela separação precoce.
- Pai, só usar a lareira. – Sorrira. – E todos os fins de semana livres eu prometo vir até aqui usando uma Chave de Portal.
- Poderia ter esperado até aprender a aparatar senhorita. – Retrucara ficando de costas.
- Severo Snape. Não transforme isso numa ópera. – Maeve retrucara risonha entrando pela porta da frente sendo seguida por Dimitrius que estava coberto de neve espanando-a de seu cachecol da Grifinória e Dumbledore que parecia sorrir de satisfação, seus olhos azuis atrás dos oclinhos meia-lua sabendo exatamente o que estava acontecendo.
- É isso o que você acha? – A olhara exasperado. – Nossa filha está nos deixando anos e anos mais cedo para ir morar com um velho senil irresponsável que sequer cuidou direito do afilhado verdadeiro e que agora se diz responsável para cuidar DA MINHA FILHA. Não sou obrigado a gostar daquele cachorro sarnento e muito menos agora! – Bufara.
- Não pode mantê-la debaixo de suas asas por tanto tempo, Severo meu filho. – Dumbledore retrucara aproximando-se, dando um abraço em Eve que beijara sua testa respeitosamente ao mesmo tempo em que sorria aliviada em tê-lo ali por perto. – É para sua evolução mágica. Sinta-se feliz em ter uma mente privilegiada entre os seus.
- Eu ainda não engoli toda essa história! – Retrucara irritado. – Não vou fingir que estou satisfeito.
- Severo, por favor. – Maeve tentara amenizar, mas era impossível. Sabia bem quando o marido fincava o pé em algo e tornava-se mais turrão do que era natural. – Apenas lhe dê um voto de confiança. É o que ela precisa.
A expressão de rendição só viera depois de vários minutos em silêncio, onde Eve terminara de arrumar suas coisas, resoluta, e em um silêncio que deixava claro uma espécie de mágoa que nunca diria ao pai com palavras. O entendia e não iria obriga-lo a dar aquele voto, mesmo que isso significasse passar um ano sabendo que ele não estava feliz com a situação. Recebera de Dimitrius uma pequena caixinha com algo que sempre guardaram juntos e que agora ele a dava de volta para que cuidasse como sempre fizera, assim como um dos seus cachecóis da Grifinória para que não se esquecesse dele e de sua rixa entre casas que nunca ocorrera. Ambos passaram um bom tempo sorrindo um para o outro. Além de irmãos tinha construído uma amizade incapaz de ser quebrada tendo passado juntos altos e baixos que ninguém imaginaria ser possível. No fundo Dimitrius sentia-se extremamente orgulhoso em ver sua gêmea crescer e se tornar alguém que sempre o falara que seria.
- Promete que vem todo fim de semana? – Perguntou cutucando a bochecha pálida da irmã.
- Nem todos vou poder vir, mas quando eu puder virei com toda certeza. Ainda temos nossos projetos para terminar lembra? – Sorrira dando-lhe um soquinho mínimo no braço. – Por favor, não se descuide. Precisa estudar.
- Calma ai, temos a mesma idade, não vem querer bancar a mais velha para cima de mim não. – Passara o braço pelos ombros dela bagunçando o seu cabelo em um gesto divertido, sabendo que ela detestava.
- Idiota! – Retrucara beliscando seu braço.
- Mas sério. – Dimitrius sorrira arrumando o cabelo da irmã que agora tinha o mesmo tamanho do próprio. – Eu vou me esforçar. Até por que né, a sonserina da vida é você não eu. – Fizera uma careta antes de virarem.
- Talvez seja hora de lhe dar o meu presente de ida. – O velho diretor sorria, erguendo a mão esquerda espalmada para cima enquanto a direita girava em sentido horário, a pequena cesta materializando-se em sua mão com uma infinidade quase espantosa e absurda de doces da Dedos de Mel, muitos os que mais dividiam pelos corredores enquanto contavam suas piadas onde o sentido somente era compreendido pelos dois. – Para que adoce os primeiros momentos de tensão.
- Obrigada vovô. – Agradecera segurando a cesta com as duas mãos. – Obrigada por tudo.
- Me sinto muito orgulhoso pela vida ter me dado uma neta tão dedicada e perseverante. Será um ano difícil, mas creio eu que iremos sobreviver. Com alguns cabelos brancos a mais, mas nada de tão absurdo. – Piscara para ela tão calmo quanto sempre fazia ao alfinetar o professor, cujos cabelos brancos que ainda eram raros em sua cabeleira negra haviam se tornado uma espécie de piada jocosa.
Severo tornara-se ainda mais carrancudo, todavia se queria dar suas palavras finais, entalara em uma irritação comum e pertinente apenas a ele ao ver entrando pela porta da frente, o seu arqui-inimigo e rival de tantos anos e que agora seria uma espécie de guardião para sua filha.
Sirius conservava-se ainda estranhamente jovial, como um adolescente que apesar de a cada ano envelhecer não parecia se dar conta de que o tempo estava passando por ele e pela sua aparência. A veste verde escuro que escolhera para aquela véspera de natal ainda lhe enaltecia o físico que ainda se mantinha esbelto e em muito combinava com a de Eve que sorria ao vê-lo arregalar os olhos surpreso. Trazia somente a varinha em uma das mãos, estando coberto de neve até os cabelos que em muito tracejavam apenas fios perdidos de um grisalho quase imperceptível.
- Espero não ter chegado tão cedo. – Sorrira sarcástico ao olhar para Severo que travara o maxilar ao vê-lo. – Algumas pessoas não me parecem ser adeptos as mudanças.
- Não comece com suas idiotices seu cachorro velho. – O moreno retrucara entredentes. – Eu sei o que está fazendo. Não ache que eu vou perdoar você por esse ano em que está me separando da minha filha. E caso se ache muito livre, se eu souber que algo a aconteceu você está morto. Continuo não confiando nisso.
- Achei que essa ladainha já tinha terminado. – Revirou os olhos cumprimentando Dimitrius. – Tem certeza que não está usando de magia para crescer desse tanto?
- Não. Até por que daria errado, eu acho. – Respondeu em seu tom imaginativo.
- Tentando é que se aprende. – Murmurara divertido, enquanto apertava a mão de Dumbledore depois de meses sem se verem. Notou quando Severo rosnara quando ele passara para o lado de Maeve a abraçando brevemente de maneira cordial. Divertia-se com aquele ciúme que nem mesmo os anos em que provara que tudo era passado apagara. – E ai? – Indagara a morena que suspirara cruzando os braços.
- Está sendo um tanto difícil se convencer de que a situação é algo propício. Mas, se ela quer não irei impedi-la, apenas lhe peço que cuide dela da melhor maneira possível. Sei que ela não é uma criança e sabe se virar, mas ainda sim, o cuidado sempre fala mais alto. – Sorrira de sua maneira terna, piscando para a filha do outro lado que gesticulara em seus sinais mandando um “te amo” mudo. – Tem certeza de que não quer que eu vá?
- Eu agradeço sua disposição Ma. – Rira incapaz de conter a satisfação em ver o velho Snape quase espumar de ódio. – Mas seria difícil para Dumbledore achar outra professora de poções tão dedicada e sempre presente para substitui-la. Sei que nunca pareci o tipo responsável, mas irei cuidar dela como se fosse minha filha o que já sinto há muito tempo. E você rapaz. – Virara-se para Dimitrius. – Espero que vá passar as férias conosco, temos preparado inúmeras rotas. – Fizera aspas com as mãos o que gerara uma sensação de compreensão por parte do mais novo.
- Gostei. Provavelmente eu irei também! – Concordara, mas murchando um pouco ao ver a reação do pai.
- O que está tentando fazer seu sarnento?! Afastar todos de mim!? – Rosnara.
- Vocês poderiam nos esperar lá fora? – Maeve pedira consternada. – Só alguns minutos.
- Sem problemas. – Sirius respondera prontamente caminhando até onde estava o malão de Eve erguendo-o para levar para fora sem problema algum. Dimitrius e Dumbledore seguiram atrás cochichando sobre o que poderiam fazer naquele natal, e Eve, que antes de sair buscara o olhar do pai que em sua raiva sequer notara seus olhos como os seus se nublarem em uma névoa distante. O barulho da porta pesada fechando-se sendo o sinal para o que a morena parecia pretender.
- Eu não vou ceder, Maeve. – Bufara.
- Você realmente pensou no que essa oportunidade significa para ela? – Indagou indo para o seu lado, segurando suas mãos grandes e frias contra as suas pequenas e que sempre pareciam estar em chamas mesmo no frio que fazia em Hogsmeade naquela época. – O quanto ela se esforçou para conseguir passar em tudo? Ela obteve as melhores notas nos N.O.M’s e N.I.E.M’s exatamente para poder conseguir. Sempre esteve tentando lhe agradar meu amor, até mesmo quando não queria fazer o que deveria, mas que por você ela sempre abriu mão. – O olhara com seriedade vendo-o vacilar no fundo de seus olhos negros, mas não se dar por vencido. – Eu entendo o que se passa em seu coração, o quanto não está em nada feliz ou contente com essa separação, exatamente por que é cedo e por que ela ainda não deixou de ser a sua menininha que ainda ontem estava em seu colo dormindo enquanto você lia o Profeta Diário. Mas ela tem que crescer. Andar com suas próprias pernas, usar seus próprios poderes. A única coisa que ela espera sinceramente é que você a apoie.
- Como ela quer que eu apoie esse absurdo, Maeve? – Retrucara baixo.
- Mas por que é absurdo Severo? É um caminho que se abriu. Se não hoje, amanhã ou depois vai acontecer. Já faz meses que estamos conversando a mesma coisa, mas você não se abre a ver que vai ser algo extremamente importante para quem ela quer ser. Consegue imaginar quantas noites ela passou chorando trancada no banheiro por que você sempre dava a cartada final negativa?
Saber que Eve chorara o desarmara quase que imediato. Sua expressão dura tornando-se culpada tão logo ouvira.
- Eu não sabia. – Confessara frustrado.
- Ela parece tanto com você que chego a me perguntar se é uma cópia fiel. – Sorriu acariciando o rosto dele com a ponta dos dedos. – Ela é silenciosa, não gosta de demonstrar em público o que sente, mas o que ela sente no fundo é bem maior do que qualquer um de nós consegue medir. Te ama tanto que em momento nenhum elevou a voz para discutir com você, o que qualquer outro adolescente faria ao ser contrariado. Evertys só irá de coração lavado quando você realmente der o aval.
- Não consigo, Maeve. Não quero ter os meus filhos longe de mim. – Virara o rosto de maneira dura.
- É só um ano meu bem. Só mais um ano. Nenhum pai quer ter seus filhos longe, mas é o que uma hora tem que acontecer, assim como aconteceu conosco.
Os minutos se passaram sem que a morena notasse qualquer mudança em sua decisão, seu rosto ainda permanecendo uma carranca frustrada, mas de certa maneira abalada. Respirou fundo e soltou as mãos dele virando-se para a porta da frente, a sensação de que tinha sido vencida ganhando força. Mas estacara.
- Quero falar com ela. Não irei demorar.
- Tudo bem. – Concordara lançando-lhe um olhar rápido, seguindo para a porta enquanto deixara-se observar por alguns segundos os quatro jogando bolas de neve uns nos outros, uma pequena guerrinha que os fizera virar montes de vestes quase brancas e cabelos úmidos pela friagem. Sirius e Dimitrius pareciam levar a melhor em se esquivar dos ataques de Eve e Dumbledore que se revezavam. Todavia a pequena guerra parara ao verem Maeve parada à porta. A morena apenas fizera o gesto para que Eve entrasse o que ela prontamente obedeceu respirando fundo, sem saber o que a esperaria de fato. A mãe a abraçara fortemente antes que entrasse, sussurrando palavras antigas de força e sabedoria em seu ouvido, o que fora respondido por um agradecimento.
Fechara a porta atrás da filha, e tão logo o silêncio retornara, Eve sentira a força do que estava para acontecer. Caminhara até onde Severo estava, esperando pelo seu veredito ou novamente por sua negativa em crer que aquilo era a melhor coisa a ser feita naquele momento, mas para seu espanto, ele apenas a puxara para o círculo de seus braços. O abraço quente e cheio de sentimentos que nunca seriam expressos em palavras fazendo-a sorrir como era de costume, mesmo que as lágrimas procedessem aquele signo de felicidade. Seus braços finos fecharam-se com força a cintura do seu pai, deixando-se chorar no lugar onde sempre se sentiria protegida, até mesmo quando os bichos papões já não a assustavam mais.
- Sabe que eu nunca vou concordar com isso realmente não é? – Indagara acariciando os seus cabelos curtos, ignorando se suas lágrimas o molhariam. Detestava vê-la chorando. A resposta fora apenas um balançar de cabeça positivo. – Sinto muito se pareço tão turrão. Há algumas coisas que não mudam, e eu sei que você também sabe disso. Porém... Se é o que quer, que seja. Mas com ressalvas. – Sua expressão comum de ironia perpassando suavemente seu rosto. – Quero corujas toda semana contando tudo e exatamente tudo, e se você esconder algo eu saberei. Está proibida terminantemente de andar sozinha sem que aquele cachorro sarnento de quinta a siga. Nada de namoradinhos, namoradinhas, o que quer que seja. E o principal. Não quero nada menos do que você é capaz. Não estou abrindo mão de um ano com você à toa, o use.
Eve arregalara os olhos, todavia ainda sem tê-lo soltado, permanecendo em silêncio enquanto fungava. Severo a separara de si com cuidado, limpando seu rosto com os polegares de maneira costumeira, mesmo que já houvesse anos que não fizesse aquele gesto.
- Eu te amo pai. Muito. – Retrucara rouca.
- Eu também amo você sua teimosa. Sempre.
Encararam-se apenas por mais algum tempo, recuperando-se ambos daquele momento antes de saírem para fora, todos os resquícios de sentimentalismo sendo guardados. Eve apenas virara-se se pondo na ponta dos pés para dar um pequeno beijo de despedida no rosto de Severo, o ruborizando mesmo que sem querer. Descera os degraus para a neve, onde Maeve parecia aliviada ao ver que tudo parecia ter se resolvido. Abraçara a filha com ternura balançando-a de um lado para o outro como fazia quando ela era uma criança, aproveitando os últimos segundos. Dimitrius fora o próximo, ambos se abraçando como se de alguma forma a separação fosse longa demais. Como gêmeos era natural que se sentissem de fato tristes ao se separarem, mas convenceram-se nos últimos instantes que era por pouco tempo. Dumbledore fora o último, sorrindo de sua maneira bondosa e tranquila, abraçando-a como sempre fazia a visão plena de um avô ao se despedir.
Sirius preparara-se segurando em uma das mãos o malão dela, enquanto oferecia o braço para Eve, que depois de arrumar a mochila nas costas, apoiara a sua mão na curva. O momento não se estendendo demais. Olhares trocaram-se e tão logo firmarem-se o som de aparatação ocorreu, os dois sumindo no vórtice tempo-espacial.
Maeve recolhera-se a entrada ficando ao lado de Severo que parecia não querer deixar a soleira da porta.
- Vai dar tudo certo. – Sussurrara segurando a mão dele.
- Vai. – Concordara enquanto Dimitrius subia, o abraçando pelo lado. – Não invente de ir embora você também.
- Não vou pai. Estarei aqui. – Sorriu.
- A família como sempre é um dos lugares mais perfeitos e límpidos para se encontrar paz e conforto. – Dumbledore recitara agitando sua varinha para o alto lançando um Patrono que voara em sua forma brilhante em direção a Hogwarts. – Algumas separações podem ocorrer em algumas medidas de tempo e distância, mas sentimentos não podem ser cortados ou divididos.
- Velho Senil. Você também é culpado nisso. – Ralhara.
- Mas do que eu não seria culpado meu filho? Nada mais quero do que o seu bem. – Rira. – O importante é que o amor inicial se dividiu e continuará a dividir-se sem nunca se acabar ou esmaecer. Você mudou e a sua mudança veio exatamente de uma mente teimosa.
Maeve sorrira enquanto Dumbledore entrava com Dimitrius deixando-a com Severo, naquele momento a sós de devida importância. Respirara fundo o ar gélido da tarde, observando o mar de gelo como se inúmeras lembranças repousassem naquele tapete branco, e muitas o eram, desde o ínicio quando o conhecera.
- Maeve. – A chamara virando-se, suas mãos alcançando o seu rosto de maneira gentil, como sempre o fazia, um cristal que sabia que nunca quebraria.
- Sim? – Sussurrara segurando suas mãos com suavidade.
- Obrigado.
- Eu que tenho que agradecer por ter me deixado morar em seu coração depois de tudo.
- É isso o que nos aguarda no fim? Ficarmos sós? – Indagou azedo.
- Bobo. – Sorrira. – Ainda teremos netos. Bisnetos, quem sabe trinetos. Nem sempre será tão vazio.
- Não quero nem imaginar. – Severo balançara a cabeça fingindo-se avesso.
- Estaremos juntos. Até o fim de nossos dias. E até mesmo do outro lado, eu irei te amar. – Murmurara sentindo os olhos marejarem-se.
- Para sempre? – Indagara beijando seus lábios como se fosse a primeira vez que o fizesse, o calor e o frio em uma mistura que traduzia a complexidade de duas almas que haviam sido construídas uma para a outra.
“Always.”
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