- Só pode ser brincadeira...
Amanda dizia isso depois que Gabriel explicou toda a história. Dylan se aproximou dele.
- Então você não é "o Gabriel"... é uma versão dele de outro universo que está aqui para ajudar a humanidade, se eu entendi direito.
Gabriel sorriu.
- Eu não poderia ter explicado de maneira melhor...
Pamella afastou Dylan enquanto se aproximava.
- Então, se você não é ele, cadê o Gabriel?
Ele olhou para ela.
- Está longe no momento, sem possibilidade de voltar. Ele, Beatriz e o asgardiano primo deles foram embora desta dimensão, e acredito que não vão retornar tão cedo.
Todos se entreolharam, e Amanda levou uma das mãos até a cabeça.
- Até a Bia se foi... que ótimo, um dos membros mais fortes resolveu tirar férias logo agora.
Benjamin se aproximou tocando no ombro de Gabriel.
- Lili... sabe onde ela está?
Gabriel olhou no fundo dos olhos de Benjamin.
- Ah sim... eu entendo. Você e ela tem uma ligação especial... está explicado o porquê dela não ter dito adeus. Seria doloroso demais para ela...
Benjamin olhou para ele sem entender.
- Como... como assim? Adeus?
- O construto criado por meu antecessor, ao qual você chama de Lili, decidiu tomar o mesmo destino que sua mãe, Beatriz. No momento, ela está a um universo de distância daqui. Sinto muito...
Benjamin tirou a mão do ombro dele, se virou e começou a se afastar, e Lisa foi até ele.
- Ben...
Ele abriu uma grande porta vermelha.
- Está tudo bem Lisa... vou ficar bem... só preciso de um tempo.
Lisa o deixou sair e voltou novamente ao grupo que conversava com Gabriel, onde Dylan o questionava.
- Então você está dizendo que tem um monstro em Marte que vai acordar em pouco mais de uma semana e destruir a Terra, é isso?
Gabriel se virou, caminhando até o painel onde Lisa comandava as missões.
- Eu não disse destruir... eu disse devorar.
Ele colocou um aparelho estranho no painel e várias imagens foram geradas na enorme tela a sua frente, então continuou.
- Marte abriga em seu interior, toda uma civilização, mais avançada que o Homo sapiens.
A tela exibia uma réplica do planeta vermelho, e em seu interior haviam várias estruturas parecidas com prédios. Dylan se aproximou da tela.
- Os Zate'Ranos... todo o conjunto de crenças deles é baseado na ciência, por isso Marte é um território além da nossa jurisdição.
Gabriel moveu as garras no teclado e a projeção se infiltrou mais no interior do planeta.
- O problema não são eles... é isso.
Amanda se aproximou.
- O que? Uma área vazia?
Gabriel se virou.
- Não é apenas uma área vazia... o interior do planeta abriga uma fera primordial. Um verme duas vezes o tamanho da Lua da Terra, prestes a acordar e vir direto em nossa direção, logo depois de destruir sua prisão...
Lisa se aproximou.
- Marte...
Zola veio atrás dela.
- Mas se esses Zate'Ranos são tão evoluídos, por que não resolvem isso sozinhos?
Gabriel olhou para ele.
- Não podem... não vão conseguir a tempo. Sinceramente, nem sei se estão tentando...
Li cruzou os braços.
- Como assim... por que eles não tentariam impedir a própria aniquilação?
Gabriel a olhou.
- Posso ter entendido errado... a criatura pode ser uma...
- Arma... apontada diretamente para nós.
Lisa completou sua frase enquanto ele a observava. Nesse momento, uma voz se projetou do alto.
- Se isso for mesmo verdade, temos que avisar algumas pessoas e ir até lá o mais breve possível.
Quem dizia isso era um garoto de cabelos rosas, vestido com uma roupa de aparência metálica da cor púrpura, caindo do alto lentamente, como uma pena. Ele pousou do lado de Gabriel, estendendo sua mão para um comprimento.
- Creio que não nos conhecemos ainda... eu sou...
- Eu li seu arquivo... Lorenzo, o Mandamento do Pavão...
Gabriel apertou sua mão enquanto sorria. Lorenzo sorriu em resposta.
- Você se parece muito com ele...
Dylan se aproximou dos dois.
- Tem razão Lorenzo, o Alto Conselho deve ser informado dessa crise...
Lorenzo voltou sua atenção para Dylan, assim como Gabriel, que se virou tocando novamente no teclado. Vários símbolos estranhos se formaram na tela, e ele virou novamente para o grupo.
- Acabei de enviar uma mensagem a Marte... acredito que em talvez seis horas já enviem uma resposta.
Dylan se aproximou dele.
- O que disse a eles?
Gabriel o olhou enquanto descia do painel.
- Ofereci nossa ajuda no problema deles. Enquanto esperamos, podemos tentar dialogar com o Alto Conselho.
Dylan o olhou um pouco irritado, talvez por Gabriel ter enviado a mensagem sem ter discutido com ele antes, afinal, ele era o líder. Dylan se virou.
- Lisa, Lorenzo, Gabriel e eu vamos contatar o conselho. O resto irá permanecer aqui monitorando.
Todos concordaram, e aqueles que haviam sido mencionados se dirigiram a sala de conferências. Eles se sentaram na mesa, de frente a outra grande tela suspensa, e esperaram... esperaram... até que, passado um bom tempo, Lorenzo resolveu quebrar o silêncio.
- Então... você é de outro universo... como era lá?
Gabriel o olhou.
- Ah... não muito diferente daqui. Pessoas vivendo suas vidas, ignorando os problemas... o de sempre.
- E por que veio para cá?
Gabriel ficou em silêncio, e Lorenzo sorriu para ele.
- Não me leve a mal... sou curioso.
Dessa vez Gabriel sorriu.
- Pensei que eu era o gato aqui...
Lorenzo deu uma pequena risada.
- Tem que admitir que é curioso... abandonar seu universo e todas as pessoas nele pra ajudar outro universo com outras pessoas...
Lisa o interrompeu.
- Vai começar...
Todos tomaram uma postura na mesa, e a tela ligou, exibindo várias pessoas sentadas em cadeiras de frente para uma câmera. Dylan começou a explicar a situação, deixando todos alarmados. Um homem negro com uniforme militar foi o primeiro a falar.
- Sugiro um ataque... vamos reduzir o planeta a pó antes que eles tenham chance de usar aquela coisa.
Gabriel o interrompeu.
- Seria totalmente ineficaz... estamos falando de um planeta cuja superfície já sofreu com uma guerra nuclear. Antes que suas ogivas penetrassem a camada superficial do planeta, eles já teriam liberado o Leviatã. Atacar daqui já não é mais uma opção.
Uma mulher de cinza que aparentemente estava em um gabinete fez a próxima pergunta.
- Então o que sugerem? Ir até lá resolver isso?
Lorenzo uniu as duas mãos se apoiando na mesa.
- É nossa melhor opção.
Dylan se levantou.
- Mandamos uma mensagem e iremos até lá oferecer nossa ajuda.
Um homem de terno o interrompeu.
- Ajudar os marcianos? Por que ajudariam eles quando tem uma arma pronta para nos destruir?
Gabriel se levantou.
- Porque não sabemos se é uma arma... estamos indo até lá por isso.
Nesse momento, Li e Amanda entraram na sala. Li foi até Dylan e disse algo em seu ouvido, que nesse momento se levantou.
- Queiram nos dar licença... eles responderam a mensagem mais rápido do que o previsto. Iremos preparar tudo para ir até lá.
Lorenzo se levantou, interrompendo Dylan.
- De qualquer forma, é melhor que deixem os mísseis prontos... caso aquela coisa resolva dar um passeio...
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