Universo B629 - Paris, França.
Pouco depois da transmissão enviada pela nave sonda Marte Express, verificando positivamente através de instrumentos a descoberta de um lago subglacial, cerca de uma milha abaixo da superfície, a Agência Espacial Europeia confirmou também que o radar havia encontrado grande quantidade de minério de ferro, formando o que parecia ser uma superfície metálica abaixo do solo. Infelizmente, o radar de penetração teria acidentalmente perturbado a eterna hibernação de uma indescritível criatura com eras de idade e devastadora fome. A entidade foi despertada de seu sono de 500 milhões de anos no reservatório subterrâneo do Planeta Vermelho. A abominável besta de tamanho colossal se ergueu das profundezas estígias de seu covil, liberando um medonho urro ululante que causou a imediata fissura e explosão do planeta em bilhões de fragmentos. O evento registrou magnitude equivalente a 18,5 na escala Richter, segundo cientistas do ESA. Os astronautas à bordo da Estação Espacial Internacional que acompanhavam o trabalho evidentemente perderam sua sanidade diante da visão da maldita abominação gerada pelas estrelas e aprisionada naquela rocha. Antes, porém, eles conseguiram enviar para o Controle da Missão através de transmissões cada vez menos coerente um alerta de que a criatura se dirige agora para a Terra, devendo chegar até a próxima semana. Poucos instantes depois o sinal foi abruptamente cortado pela tripulação, seguindo-se gritos histéricos. Administradores da ESA, inicialmente otimistas com a descoberta de água em estado líquido em Marte e com as implicações positivas para uma futura colonização, mudaram sua mensagem para um alerta... gritando e xingando em mensagem apenas parcialmente compreensível, a medida que arrancavam os próprios olhos de suas órbitas no esforço vão de apagar a imagem daquele horror vasto avançando contra o pequeno planeta azul. A criatura avançava, prestes a devorar todas as vidas daquele insigniificante planeta da mesma maneira que um dia iria devorar a luz das estrelas. E o mesmo estava prestes a ocorrer aqui...
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Universo A626
Os mandamentos acabavam de pisar no solo de Marte, mas não na superfície vermelha, e sim no piso liso de metal no subsolo marciano. A frente deles, haviam sete seres de pele azulada e brilhante, bípedes, com quatro longos braços e sem nenhum rosto, apenas cabeças em formas ovais que cintilavam... olhar para o interior delas era como contemplar o universo. Um deles se aproximou de Dylan e, mesmo sem nenhum órgão de sentido aparente ou mesmo uma boca, a criatura começou a falar com ele.
- Sejam bem vindos... espero que não se importem pelo elo mental que estabelecemos com vocês a fim de facilitar a compreensão mútua.
Dylan deu dois passos a frente.
- De maneira alguma... isso vai facilitar muito nossa comunicação. Meu nome é...
A criatura o interrompeu.
- Sei quem você é.
Uma outra atrás dele se aproximou também.
- Sabemos quem todos vocês são.
Zola passou na frente de Dylan.
- Se sabem quem nós somos, então também sabem o que viemos fazer aqui.
A criatura no centro moveu a cabeça para ele.
- Vocês vieram para destruir a criatura a quem chamam de... Leviatã.
Zola sorriu.
- Exatamente...
- Não podem.
A criatura exclamou, mas Zola continuou com o sorriso.
- É mesmo? E por que não poderíamos destruir sua arma de destruição em massa?
Dylan se aproximou e tocou Zola no peito.
- Fica frio... não queremos começar uma guerra.
Uma dos aliens se aproximou.
- A criatura não é uma arma... ela é a fonte de vida do planeta.
Todos ficaram confusos com o que o marciano havia dito. Ele ainda continuou enquanto mantinha os quatro braços levantados.
- Vou lhes mostrar enquanto os levamos até o problema.
Várias imagens começaram a ser projetadas nas mentes de cada um dos mandamentos, que ajudavam a acompanhar a narrativa que ele contava enquanto o piso onde estavam se movia acima do solo, flutuando até o desconhecido.
- A muito tempo, quando seu planeta ainda começava a se desenvolver, nossa civilização já prosperava, graças a ajuda da energia vinda do centro do planeta... não entendíamos o que era a principio, mas compreendiamos que estava ligada à cada ser vivo do planeta. Mas, como vocês devem saber, onde existe uma fonte de poder, existe um conflito. Conforme nossa espécie evoluía rapidamente graças a energia vinda do centro, novas formas de guerrear surgiam... novos armamentos eram criados. Até que chegamos ao ápice...
Li o interrompeu.
- Guerra nuclear...
Ele continuou enquanto mostrava as imagens mentais.
- Sim... isso forçou os sobreviventes a recomeçar no centro do planeta. Foi quando descobrimos a origem da energia que nos nutria.
Foi aí que as imagens pararam, e eles perceberam que estavam sobre um tubo de metal. Eles passaram por uma extensa e enorme janela de metal, que dava para algo escuro. Ele então continuou...
- Contemplem... a fonte de vida que tem nos mantido vivos por todo esse tempo...
Nesse momento, um grande e colossal olho se abriu do lado de fora, preenchendo completamente aquela gigantesca janela, fazendo todos os mandamentos ficaram em silêncio, até que Amanda se aproximou da janela.
- Puta que pariu... olha o tamanho desse olho... como vamos lutar contra uma coisa do tamanho de um planeta?
Zola se aproximou.
- Pensei que gostasse de coisas grandes.
Amanda se virou irritada.
- Vai se foder Zola... isso é sério.
Lisa se aproximou tocando o vidro.
- Agora eu entendo... destruir essa criatura significaria destruir sua civilização.
Um dos marcianos se aproximou dela.
- Ainda não sabemos explicar como, mas ao que tudo indica, um dos seus aparelhos que sondavam a superfície árida do planeta aparentemente gerou vibrações sísmicas que o acordaram, depois de tanto tempo.
Dylan se aproximou.
- Então está decidido, não iremos destruí-lo. Não podemos, já que isso significaria a morte do planeta.
Lorenzo tocou no ombro dele.
- Dylan, será que podemos conversar... a sós?
Gabriel se aproximou deles.
- Eles são telepatas e só se comunicam por elos mentais... creio que o conceito de privacidade não exista nesse planeta.
Dylan olhou para Lorenzo.
- Algum problema?
Lorenzo o olhou.
- Acha mesmo que devemos deixar... isso aí vivo?
Dylan removeu a mão de seu ombro.
- E que escolha nós temos? Foi culpa da Terra ele ter acordado.
Lorenzo olhou para os marcianos.
- Eles mesmos não tem certeza de como o monstro veio a acordar, além do que, temos um dever para com a Terra... acho que temos que escolher: todos aqui contra cada criatura viva na Terra.
Gabriel o empurrou.
- Não viemos aqui para destruir nada... viemos para oferecer nossa ajuda.
Gabriel se aproximou dos aliens.
- Terão nosso auxílio.
Lorenzo cruzou os braços.
- E desde quando você fala por todos nós?
Gabriel olhou para trás.
- Você ouviu o Dylan... iremos ajudar. Mas se discorda conosco quanto a isso, sei que nossos amigos ficariam felizes em te mandar de volta à Terra.
Lorenzo ficou em silêncio por alguns segundos.
- Que seja... quando tudo der errado, estarei aqui pra dizer que avisei a todos vocês.
Li se aproximou, ficando no centro.
- Ótimo... se os meninos já terminaram a disputa de poder, temos dois mundos para salvar.
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