OH SHIT! OH SHIT! OH SHIT! OH SHIT! Isso e sirene de bombeiros era tudo o que eu conseguia pensar depois de ter ouvido o meu nome. Eu só podia ter colado chiclete no templo de algum deus, por que se eu estava alguma coisa essa coisa era fudida. Eu só me ferro nessa merda. Como caralhos o meu nome tinha parado lá e eu tinha sido escolhida. Se estava silencio antes agora então parecia que todos estavam mudos e se revezavam pra olha pra mim e pra Harry.
- Vai lá. – Draco sussurrou me chacoalhando, mas o silencio era tanto que todos deveriam ter ouvido ele.
- Puta merda... – Essa foi a minha única e patética reação. – Eu nem me inscrevi.
Snape e Minerva falavam algo entre si enquanto Dumbledore nos avaliava sério. Ele voltou ao normal e acenou a cabeça positivamente como um sinal para que nós nos aproximássemos. Snap me olhou serio e ouvi a professora Minerva chamar Harry e eu ali parada sem reação.
- Black! – Snape chamou a minha atenção. – Levante!
Ele não precisou pedir duas vezes e eu me levantei automaticamente como se seguisse ordens de ataque por um comandante em uma formação de guerra. Eu me direcionei até a tal porta e vejo Harry tropeçar nas próprias vestes aparentemente mais nervoso que eu. Eu já tinha atravessado o mundo inferior, vários campos de batalha e o labirinto de Dédalo, mas nenhum desses parecia ser tão longo quanto caminhar entre as mesas com vários alunos me encarando.
Eu e Harry atravessamos a câmara e pude sentir o menino tremer levemente. Vítor Krum, Cedrico Diggory e Fleur Delacour estavam reunidos em torno da lareira. Pareciam estranhamente imponentes, recortados contra as chamas. Krum, curvado e pensativo, apoiava-se no console da lareira, ligeiramente afastado dos outros. Cedrico estava parado com as mãos às costas, contemplando o fogo. Fleur Delacour virou a cabeça quando Harry entrou e jogou para trás a cascata de cabelos longos e prateados.
- Que foi? - Perguntou ela. - Querrem que a jante volte ao salon?
Eu queria saber como fui escolhida se nem sequer coloquei o meu nome no cálice e ainda tinha que aturar a garota achando que eu fui levar recados. Aquilo só podia ser piada ou desafio dos deuses, mas o que eles queriam de mim? Já fiz varias coisas, todas as missões que eles queriam, mas cara Hogwarts era as minhas férias, porque eles queriam que eu fosse expulsa ou algo pior.
- Extraordinário! - Murmurou Ludo Bagman entrando na sala, apertando o braço de Harry. - Absolutamente extraordinário! Senhores... Senhoras. - Acrescentou, aproximando-se da lareira e falando aos outros três. - Gostaria de lhes apresentar, por mais incrível que possa parecer, o quarto campeão do Torneio Tribruxo.
Vítor Krum se empertigou. Seu rosto carrancudo nublou-se ao examinar nossas caras. Cedrico fez cara de estupefação aviadada. Olhou de Bagman para nós e de volta como se tivesse certeza de que ouvira mal o que o bruxo acabara de dizer. Fleur Delacour, porém, sacudiu os cabelos, sorriu e disse:
- Que grrande piada, Senhorr Bagman.
- Piada? - Repetiu Bagman, confuso. - Não, não, não é não! Os nomes de Carina Harry acabam de sair do Cálice de Fogo!
As grossas sobrancelhas de Krum se contraíram ligeiramente. Cedrico continuou a parecer educadamente surpreso. Fleur franziu a testa.
- Mas evidaman houve um engano. - Disse a Bagman com desdém. - Eles non pode competirr. São jovem demais. – Se aquela cadela soubesse um terço das coisas que eu já fiz.
- Bom... É surpreendente. - Concordou Bagman, esfregando o queixo liso e sorrindo para nós. - Mas, como sabem, o limite de idade só foi imposto este ano como medida suplementar de precaução. E como o nome dele saiu do Cálice de Fogo... Quero dizer, acho que a essa altura não podemos fugir à responsabilidade... Somos obrigados... Eles terão que se esforçar o máximo que...
A porta às costas deles se abriu e um grande grupo de pessoas entrou: o Professor Dumbledore, seguido de perto pelo Sr. Crouch, o Professor Karkaroff, Madame Maxime, a Professora McGonagall e o Professor Snape. Eu ouvi o estardalhaço de centenas de estudantes do outro lado da parede, antes da Professora McGonagall fechar a porta.
- Madame Maxime! - Chamou Fleur na mesma hora, indo ao encontro de sua diretora. - Eston dizando que essas crriaançass vai competirr tambá!- Que vaca eu era mais alta que ela e tinha quase a mesma idade.
Madame Maxime se empertigara até o limite de sua considerável altura. O cocuruto da bela cabeça roçou o lustre repleto de velas, e seu imenso peito coberto de cetim negro se estufou. Se fosse em dias comuns eu teria rido e depois matado ela por ser metade gigante.
- Que significa isso, Dumbly-dorr? - Perguntou imperiosamente.
- Eu também gostaria de saber, Dumbledore - Disse o Professor Karkaroff. Em seu rosto havia um sorriso inflexível e seus olhos azuis eram duas lascas de gelo. Três campeões de Hogwarts? Não me lembro de ninguém ter me dito que a escola que sediasse o torneio poderia ter três campeões, ou será que não li o regulamento com a devida atenção? - Ele deu um sorrisinho maldoso.
- Impossível - Exclamou Madame Maxime, cujas enormes mãos com numerosas e soberbas opalas descansavam no ombro da vadia. - Hogwarts não pode terr trrês campeons. Serria muito injusto.
- Tivemos a impressão de que a sua linha etária deixaria de fora os competidores mais jovens, Dumbledore - Disse Karkaroff, o sorriso inflexível ainda no rosto, embora seus olhos estivessem mais frios que nunca. - Do contrário, teríamos, naturalmente, trazido uma seleção de candidatos mais ampla de nossas escolas.
O Professor Dumbledore olhou então para mim e para Harry, que o encarou, tento perceber a expressão dos olhos do diretor por trás dos oclinhos de meia-lua.
- Você depositou seus nomes no Cálice de Fogo? — perguntou Dumbledore calmamente.
- Não. – Eu digo com firmeza. Eu queria acrescentar um “Porque caralhos eu faria isso”, mas achei melhor não.
- Não. – Ouvi Harry responder e pelo menos pra mim ele parecia sincero. Nas sombras, Snape fez um barulhinho impaciente de descrença.
- Você pediu a um estudante mais velho para depositá-lo no Cálice de Fogo para você? - Tornou o diretor, sem dar atenção a Snape.
- Não - Dissemos com veemência.
- Ah, mas é clarro que ele está mentindo! - Exclamou Madame Maxime.
Snape agora sacudia a cabeça, a boca crispada. De que lado esse cara ta?
- Eles não poderiam ter atravessado a linha etária. - Interpôs a Professora Minerva energicamente. - Tenho certeza de que todos concordamos nisso...
- Dumbly-dorr deve terr se enganado ao traçarr a linha - Concluiu Madame Maxime, encolhendo os ombros.
- É claro que isto é possível. - Respondeu Dumbledore polidamente.
- Dumbledore, você sabe muito bem que não se enganou! - Exclamou a Professora Minerva, aborrecida. - Francamente, que tolice! Eles não poderiam ter cruzado a linha pessoalmente, e como o Professor Dumbledore acredita que eles não convenceram um colega mais velho a fazer isso por eles, decerto isto deveria bastar para todos nós! - Ela lançou um olhar de muito puta ao Professor Snape.
- Sr. Crouch... Sr. Bagman. - Começou Karkaroff, a voz mais uma vez untuosa - Os senhores são os nossos... Hum... Juizes objetivos. Certamente os senhores concordarão que isto é extremamente irregular?
Bagman enxugou o rosto redondo e infantil com o lenço e olhou para o Sr. Crouch, que estava parado fora do círculo das chamas da lareira, o rosto semi-oculto pelas sombras. Parecia um pouco sobrenatural, a obscuridade fazia-o parecer muito mais velho, emprestando-lhe quase uma aparência de caveira. Quando falou, porém, foi em seu tom habitualmente seco.
- Devemos obedecer ao regulamento e o regulamento diz claramente que as pessoas cujos nomes saírem do Cálice de Fogo devem competir no torneio.
- Bom, Bartô conhece os regulamentos de trás para diante. - Disse Bagman, sorrindo, e se voltou para Karkaroff e Madame Maxime como se o assunto estivesse definitivamente encerrado.
- Eu insisto em tornar a submeter os nomes do restante dos meus alunos. - Disse Karkaroff. Ele agora deixara de lado seu tom untuoso e o sorriso. Seu rosto tinha uma expressão realmente feia. - Vocês prepararão novamente o Cálice de Fogo e continuaremos a depositar nomes até cada escola ter três campeões. Seria o justo, Dumbledore.
- Mas Karkaroff, a coisa não funciona assim - Comentou Bagman. - O Cálice de Fogo se apagou, e não voltará a arder até o inicio do próximo torneio...
- ... No qual Durmstrang, com toda a certeza, não irá competir! - Explodiu Karkaroff. - Depois de tantas reuniões e negociações e tantos compromissos, eu não esperava que acontecesse uma coisa desta natureza! Tenho até vontade de me retirar agora mesmo!
- Uma ameaça inútil, Karkaroff. - Rosnou uma voz próxima à porta. - Você não pode abandonar o seu campeão agora. Ele tem que competir. Todos têm que competir. Um ato contratual mágico, conforme disse Dumbledore. Conveniente, não é mesmo? - Moody acabara de entrar na sala. Encaminhou-se, mancando, até a lareira, e a cada passo que dava, ouvia-se uma batidinha.
- Conveniente? - Perguntou Karkaroff. — Receio não estar entendendo, Moody. – Seu tom era de desdém, mas eu conseguia ver ele serrando os pulsos com ódio.
- Não mesmo? - Perguntou Moody em voz alta. - É muito simples Karkaroff. Alguém depositou os nomes deles naquele cálice sabendo que os garotos teriam que competir se saísse os seus nomes.
- Evidaman algém que querria oferrecer a Hogwarts maiss oporrtunidades de vancerr! - Comentou Madame Maxime.
- Eu concordo, Madame Maxime - Disse Karkaroff, com uma reverência. - Vou reclamar com o Ministério da Magia e a Confederação Internacional dos Bruxos...
- Se alguém tem razão para reclamar são a Black e o Potter. - Rosnou Moody. Até que enfim alguém queria saber se nós queríamos. - Mas... O que é engraçado... Não estou ouvindo eles dizer uma única palavra...
- Por que eles irriam reclamar? - Disse Fleur Delacour de repente, batendo o pé. - Eles tam a chance de competirr, não é? Durrante semanas vivemos a esperrança de serr escolhidos! A honrra de nossas escolas! Mil galeões de prrêmio, é uma chance pela qual muita jante morrerria!
- Talvez alguém tenha esperança de que Harry ou Carina morram. - Disse Moody, com um leve vestígio de rosnado na voz.
- Esse alguém vai ter que entrar na extensa fila. – Eu murmuro dando uma risadinha nervosa o que chamou atenção seguida de um silêncio tenso.
Ludo Bagman, que parecia de fato muito ansioso, balançou-se nervoso e disse:
- Moody, meu caro... Que coisa para você dizer!
- Todos sabemos que o Professor Moody considera a manhã perdida se não descobrir seis conspirações para assassiná-lo antes do almoço — disse Karkaroff em voz alta. - Pelo visto, agora está ensinando a seus alunos o medo de serem assassinados, também. Uma estranha qualidade para um professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Dumbledore, mas com toda a certeza você tem suas razões.
- Será que estou imaginando coisas? Vendo coisas? - Rosnou Moody. - Foi um bruxo ou uma bruxa habilitada que pôs o nome do garoto naquele cálice...
- Ah, que prrova há disso? - Exclamou Madame Maxime, erguendo as enormes mãos.
- Porque enganou um objeto mágico de grande poder! - Disse Moody. - Seria preciso um Feitiço para confundir excepcionalmente forte para mistificar aquele cálice a ponto de fazê-lo esquecer que apenas três escolas competem no torneio... Estou imaginando que alguém tenha inscrito os dois como quarta e quinta escola, para garantir que ele fossem os únicos de suas categorias... – Tinha que admitir que fazia sentido.
- Você parece ter pensado muito no assunto. - Disse Karkaroff com frieza. – E não deixa de ser uma teoria criativa, embora, é claro, eu tenha ouvido dizer que recentemente você meteu na cabeça que um dos seus presentes de aniversário continha um ovo de basilisco ardilosamente disfarçado e o fez em pedaços antes de se dar conta de que era um relógio de viagem. Então você compreenderá se não o levarmos inteiramente a serio... – Era muito difícil não rir, mas eu me contia.
- Há pessoas que usam ocasiões inocentes em proveito próprio. - Retrucou Moody num tom ameaçador. - O meu trabalho é pensar como os bruxos das trevas pensariam, Karkaroff, como você deve se lembrar...
- Alastor! - Exclamou Dumbledore em tom de aviso. O professor se calou e ficou observando prazeroso o Karkaroff que fervia de raiva.
- Como foi que essa situação surgiu, não sabemos. - Disse Dumbledore dirigindo-se às pessoas reunidas na sala. - Parece-me, no entanto, que não temos alternativa alguma senão aceitá-la. Os três, Cedrico, Carina e Harry, foram escolhidos para competir no torneio. E, portanto, é o que farão...
- Ah, mas Dumbly-dorr...
- Minha cara Madame Maxime, se a senhora tiver uma alternativa, ficarei encantado em ouvi-la.- Dumbledore aguardou, mas Madame Maxime não disse nada, apenas o fitou de cara amarrada. E não foi a única, tampouco. Snape parecia furioso, Karkaroff, lívido. Bagman, porém, parecia bastante excitado.
- Bom, vamos agilizar isso, então? - Disse, esfregando as mãos e sorrindo para os presentes. - Temos que dar nossas instruções aos campeões, não é mesmo? Bartô, quer fazer as honras da casa? - O Sr. Crouch pareceu despertar de um profundo devaneio.
- Sim. – Disse ele. – Instruções. E... A primeira tarefa... - Encaminhou-se, então, para a claridade das chamas.
- A primeira tarefa destina-se a testar o arrojo dos campeões. - Disse ele a nós. - Por isso não vamos lhes dizer qual é. A coragem diante do desconhecido é uma qualidade importante em um bruxo... Muito importante... A primeira tarefa terá lugar, em vinte e quatro de novembro, perante os demais estudantes e a banca de juizes. É proibido aos campeões pedirem aos seus professores, ou aceitarem deles, ajuda de qualquer tipo para realizar as tarefas do torneio. Os campeões enfrentarão o primeiro desafio armados apenas de varinhas. Receberão informações sobre a segunda tarefa quando a primeira estiver concluída. Por força da natureza árdua e demorada do torneio, os campeões estão dispensados dos exames do fim do ano letivo. – Até que enfim algo que presta.
Dito isso Madame Maxime já passara um braço pelos ombros de Fleur e a conduzia rapidamente para fora da sala. Ouvi as duas conversarem muito depressa em francês, ao atravessarem o Salão Principal. Karkaroff fez sinal para Krum e eles, também, agitados, saíram em silencio.
- Carina, Harry, Cedrico, sugiro que vocês vão se deitar. - Disse Dumbledore, sorrindo para os dois. - Tenho certeza de que Sonserina, Grifinória e Lufa-Lufa estão aguardando vocês para comemorar e seria uma pena privar seus colegas desta excelente desculpa para fazerem muito barulho e confusão.
Enquanto saiamos eu olhei para os dois. O Salão Principal agora estava deserto; as velas já estavam pequenas, dando aos sorrisos serrilhados das abóboras um ar misterioso e bruxuleante.
- Então... Me conta... - Disse Cedrico, quando chegaram ao saguão de entrada, que estava agora iluminado por archotes, na ausência do Cálice de Fogo. - No duro, como foi que você conseguiu inscrever seus nomes?
- Não me inscrevi. – Eu levantei as sobrancelhas pra ele, como todos diziam ele era um babaca.
- Não coloquei o meu nome no cálice. – Harry parecia ter mais intimidade com ele.
- Ah... ta. – Ele não parecia acreditar.
- Vejo você amanha Harry. – Eu comecei a ir em direção as escadas. – Até Cedrico.
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