- Black os campeões vão se reunir na câmara vizinha ao salão depois do café. – Disse Snape, sem nem sequer dar bom dia.
- Mas a tarefa é só à noite. – Eu disse estranhando.
- Sei disso, Black. – Ele respondeu seco crispando os lábios finos. – As famílias dos campeões foram convidadas a assistir a última tarefa.
Franzi a testa enquanto ele saia sem me responder. Vitor se levantou e começou a andar em direção a câmara e parou no meio do caminho como se me chamasse com os olhos. Fiquei no meu lugar e pude ver Ayd me olhando, deve ter ouvido Minerva falar com Potter e me olhava confuso.
- Vá logo Carrie. – Disse Draco. – Estão te esperando.
- Draco a minha mãe esta morta e você esta aqui. – Eu olhei pra ele arregalando os olhos.
- Carrie, estão te esperando. Ande logo. – Cedrico me chamou da porta.
Não esperei ele chamar de novo, me levantei e quase corri até lá, quem quer que tenham chamado já deve ser bom. Entrei na sala logo depois de Potter e pude ver a senhora Weasley, que me puxou para um abraço apertado, e um ruivo alto com brinco feito de dentes, que provavelmente era um dos filhos mais velhos delas. Assim que a senhora Weasley me soltou pude ver quem haviam chamado.
– Nico! – Abracei forte o guri e beijei a sua bochecha.
- Como vai querida? – Senhora Weasley perguntou enquanto eu abraçava meu irmão. – Esta tão magrinha.
- Estou bem senhora Weasley, obrigada. – Eu tinha um sorriso que não cabia na cara. – Esse é meu irmão, Nico.
- É um prazer conhecê-lo. – A senhora ruiva deu um sorriso gentil, mas ele não esta acostumado com isso então se limitou a apertar a mão dela.
- Sua escola mandou uma coruja, nos chamando pra assistir a tarefa. – Nico disse. – Entrou mesmo em um lago cheio de sereias? Pensei que tinha parado com isso.
- Imprudência sem tamanho, ambição maior ainda e quase custou a sua vida. – Falou uma voz fria que quase fez meu coração saltar pela boca.
- Não fiz isso para ganhar o premio. – Eu respondi o olhando firme. – E assim como da outra vez eu sobrevivi, senhor. – Era força do hábito ver meu pai e ficar em sentido como um soldado.
- E fico feliz com isso. – Não parecia. – Desculpe o atraso. - Meu pai tinha acabado de atravessar a porta, expelindo aura sombria usando terno e gravata preta, como se fosse um executivo serio e um pouco malvado. – Como esta criança?
- Enfrentar um dragão, sereias, enganar Thanatos e adiar a reunião de família pra um castelo menos sombrio. – Eu brinco com um tom cauteloso. – Muito bem, obrigado por perguntar.
- Já enfrentou coisas piores. – Pude perceber um sorrisinho bem pequeno em seus lábios que me fez relaxar.
- Esse lugar é seguro? – Nico olhou em volta e viu a mulher do quadro piscar pra ele.
- Hogwarts é perfeitamente segura. – Disse Harry. – Não há perigos nesse castelo.
- As barreiras daqui são fortes, nada além de alguns fantasmas. – Eu dei os ombros. – Fantasmas não são problemas.
- Nós vamos fazer um tour pelo castelo, se quiserem nos acompanhar. – Disse a senhora Weasley com um sorriso gentil, apesar que eu conseguia sentir o medo dela.
- Seria um prazer. – Meu pai respondeu cortes fazendo a mim e a Nico arregalarmos os olhos e franzirmos as testas.
Saímos da câmara e ainda tinha pessoas tomando café para olharem apavoradas pra nós. Éramos parecidos fisicamente, nós três tínhamos a pele branquela e pálida e uma postura sinistra. Quando passamos entre as mesas da Corvinal e da Grifinória, Lucas cuspiu seu café, mas logo parou de pé assim como Ayd e ambos estavam de pé como bons romanos faziam quando um deus passava. Com os pés juntos a postura impecável, os punhos cerrados, o esquerdo nas costas e o direito sobre o peito.
Meu pai mudou de forma diante dos alunos. De Hades ele mudou pra Plutão. Seus cabelos ficaram bem penteados sobre o cape. Sua expressão estava mais suave e agora vestia um uniforme militar americano de 1940.
- Achei que os gregos fossem bons em reconhecer formas. – Ele diz com a voz firme, porém mais suave e calmo. – Só evitem me confundirem novamente ou as consequências não serão melhores, soldados.
- Sim senhor. – Eles disseram fazendo um curta reverencia. Eu nem tinha percebido que já estava na mesma posição que eles e que invés da capa negra de Hogwarts eu usava uma capa roxa.
Hades não era mal, mas Plutão era muito mais sociável e educado. Se limitava até de dar um sorrisinho pequeno e gentil pra mim uma vez por ano. Meu pai é Hades, mas passei tantos anos na companhia romana que pra mim não tinha diferença. Hades geralmente tinha o cenho franzido, a barba e o cabelo desalinhados e o visível mau humor pelos problemas do mundo inferior. Já Plutão era mais militarista, sempre com boa aparência, cortes e um pouco mais simpático. Sem contar o fato de que a aura negra de Plutão era mais controlada e menos assustadora e em comparação a outros deuses meu pai é o mais estável sobre suas formas.
- Não ia me mostrar sua escola? – Ele me pergunta com um sorrisinho pequeno, mas perceptivo pra qualquer um.
- Claro, pai. – Eu sorri. Quando passei por Ayd ele continuava em continência, mas tinha uma careta cômica por ver Hades mudar pra Plutão e ainda sorrir.
Mostrei pra ele e Nico os jardins, onde eu e Draco treinávamos e algumas salas de aula que no momento estava sendo ocupada pelos alunos que faziam provam.
Enquanto a noite caia entramos para o jantar que tinha mais pratos que o comum e vários pratos gregos e romanos servidos o que definitivamente era pra agradar a um certo deus que nem sequer deveria comer. Quanto maus tempo passava, mas nervosa eu ficava.
- É Cedrico, não é? – Eu pergunto olhando pra mesa da Grifinória.
- Se você se refere ao garoto de vestes amarelas... Sim é ele. – Plutão respondeu sem me olhar com a postura firme sentado ao lado dos alunos da Sonserina com o cape sobre a mesa revelando os cabelos negros bem penteados. – Quanto tempo levou pra perceber?
- Algumas semanas, com exatidão. – Eu dei uma garfada no cordeiro.
- Não pode impedir. – Ele me alertou.
- Já enganei a morte demais pra um único ano. – Eu disse com um sorriso sem humor.
Dumbledore se levantou fazendo todos ficarem em silencio enquanto o teto enfeitiçado ganhava um tom azulado sobre o por do sol. Eu não tinha comido muito e estava ansiosa pra que tudo acabasse logo, com sorte eu não assistiria a morte de Cedrico.
- Senhoras e senhores, dentro de cinco minutos, vou pedir a todos que se encaminhem para o estádio de Quadribol para assistir à terceira e última tarefa do Torneio Tribruxo. Os campeões, por favor, queiram acompanhar o Sr. Bagman ao estádio agora.
Eu me levantei e assim a minha mesa se rompeu em aplausos, exceto por meu pai que analisava a mim e a todos com no mínimo curiosidade, mas continuava com a expressão seria de sargento. Pude ver seus olhos lampejarem revelando almas sofredoras e um aceno confiante. Nico e Draco me desejaram sorte e ambos estavam tão tensos quanto eu sobre a presença do deus.
- Que os deuses estejam com você Nina. – Ayd disse quando eu passei perto de sua mesa.
Uma simples e tradicional frase já me fez ficar mais confiante.
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