História Black Demigod - Duelo

- Tem certeza que quer duelar comigo garota? – Ele perguntou cheio de si. – Não duelo para perder garota você com certeza acabaria morta e seria um desperdício.

- Verdade eu não sou muito boa em feitiços. – Eu menti descaradamente.

- Escolha o desafio. – A voz fria e irônica de Dorian sussurrou desnecessariamente no pé da minha orelha. – O quanto mais se achando ele estiver mais rápido você derrota ele. – Eu o olhei pelo canto do olho perguntando como diabos eu voltaria pra casa. – Simples. Você ganha isso e depois volta pra chave do portal perto do cadáver junto com o quatro olhos.

- Posso sugerir outro tipo de duelo? – O plano de Dorian me parecia melhor do que nada. Meio suicida, mas melhor que nada. – Sabe, o senhor meu lorde com anos de experiência e sabedoria avançada nos feitiços que eu mal poderia sonhar que existem, concorda que não seria justo contra uma garotinha que acabou de conhecer o mundo da magia. – Do jeito infantil que eu falava parecia que já tinha funcionado com os comensais. – Seja misericordioso, meu lorde.

- Pois bem. – Tinha dado certo. – Escolha o que quiser e quando perder terá que se juntar a nós.

- Justo. – Eu disse sentindo mãos frias e firmes em volta da minha cintura onde colocavam um cinto com uma Katana de aço estigiano que não eram para o meu tamanho. – A única coisa que eu sei fazer é lutar com força bruta, meu lorde.

- Tente não morrer senhorita Black. – Ele deu um riso estridente que foi acompanhado pelos outros.

- Não se esqueça de me devolver. – Dorian parecia perversamente entretido com aquilo tudo quando se sentou no topo da lapide.

O cara do vestido conjurou uma espada inglesa. Prateada, porém obviamente muito pesada e grande pra ele, ainda mais que não tinha nenhuma experiência com esse tipo de coisa. Já a Katana de Dorian era linda, preta e na bainha tinha um dragão chinês vermelho sangue, segurei de leve o seu cabo, ela era um pouco grande pra mim e um pouco mais pesada que as katanas normais, mas não era nada impossível de manusear.

Não pude mais analisar a linda e mortal katana quando percebi que o falso lorde das trevas veio correndo em minha direção com a espada enorme em mãos e teria me acertado se eu não tivesse desviado pra direita e rapidamente puxado a katana pra acertar ele em cheio no estomago. Eu não dei muito tempo pra ele pensar acertando o meu pé com toda a força em suas costas o fazendo bater contra a lapide do próprio pai.

- SUA INSOLENTE! – Ele gritou puxando a varinha.

Eu rebati o feitiço com a lamina da espada e pelo barulho de corpo caído alguém deve ter morrido. Eu agradecia aos deuses por ter bons reflexos e pude rebater o feitiço que um dos covardes atrás de mim tinha feito, mas quase não consegui me livrar de um Avada Kedavra se Dorian não tivesse me empurrado pro lado. Saquei a minha varinha tentando lembrar de um feitiço qualquer.

- PETRIFICUS TOTALUS! – Nem eu acredito que disse isso, mas funcionou e não iria durar muito. - HARRY!

O garoto pareceu entender e eu corri o mais rápido possível até o corpo de Cedrico, assim que eu cheguei Harry segurou a minha mão enquanto eu segurava o corpo de Cedrico com a outra e o garoto puxou a taça com um feitiço nos puxando de volta pra sei lá aonde, mas ainda podíamos ouvir um berro furioso enquanto girávamos de um jeito que parecia que ia durar para sempre.

Não era justo. Nada na vida era justo e isso doía, doía saber que meu colega de classe estava morto por me defender, morto por ser altruísta. Tudo isso por culpa de um cara se achava melhor do que um deus ou sei lá. Fora o leve trauma psicológico minha cabeça latejava fortemente fora o meu antebraço que ardia em brasas. Eu não conseguia ouvir nada em minha volta e eu nem sequer tinha noção do que eu estava fazendo.

- Nina! – Eu ouvi uma voz distante. – NINA!

- Ayd... – Eu abri os olhos vendo que estava ajoelhada ao lado do corpo de Cedrico.

Aidan estendeu a mão pra mim e assim que eu a peguei ele me puxou pra cima me afastando do cadáver e me sufocando em um abraço. O caos estava estabelecido, alunos gritavam por todos os lados, algumas pessoas tentavam tirar Harry que chorava drasticamente no corpo do nosso colega. Nico e Draco estavam perto de nós tentando entender o que estava acontecendo.

- Senhorita Black, nos explique como isso aconteceu! – Pude ouvir a voz do Ministro da Magia aos berros se aproximando de mim.

- Se continuar gritando com minha filha vai desejar não ter boca. – Hades disse isso com uma voz fria puxando o Ministro pelas costas do terno o puxando para trás. – Não me olhe com essa cara, eu disse que iria acontecer.

- Mas não disse que ele ia morrer pra servir de escudo! – Eu atirei, meu rosto estava molhado de suor e lagrimas. – Não é justo!

- Isso não é injustiça o ato fazia parte da personalidade do garoto. – Ele disse com uma postura totalmente racional tentando não se estressar comigo. – Era o destino dele, não sou eu quem controla as Parcas.

- Não é justiça que nossas vidas sejam julgadas e destinadas por três idosas que dividem um único olho! – Os três garotos arregalaram os olhos esperando que um raio caísse na minha cabeça. – Eu to cansada disso! Não suporto mais ser caçada por ai por gente que eu nem conheço, não quero mais ser obrigada a testemunhar rituais malucos de um cara sem nariz que se auto declara “Lorde das Trevas”! – Isso oi o bastante para o resto do povo calar a boca. – Eu quase morri por duas vezes hoje e sem falar no terror psicológico e no fato de ter sido presa a uma lapide ouvindo o Harry berrar e ver os “Comensais Ridículos” acharem que estão num tipo de seita onde cortam pulsos de adolescentes e arrancam a própria mão fora! Nem Cronos era tão retardado!

- Onde pensa que esta indo? – Meu pai perguntou com sua habitual voz gélida.

- O que você acha? – Eu deveria ser a única pessoa que usa sarcasmo com os deuses. – Vou trazer Cedrico de volta.

- É proibido trazer os mortos de volta. – Ele disse passivo, sem nenhuma intenção de me impedir.

- E eu to pedindo permissão?! – Eu ergui uma sobrancelha abrindo um buraco negro para o submundo.

- Eu vou com você. – Ayd disse segurando a minha mão.

- Alguém precisa levar o Draco para o acampamento. – Eu neguei com a cabeça. – Eu vou voltar, eu prometo.

Ele concordou com a cabeça e ignorou Hades me dando um beijo rápido, não um beijo de adeus e sim um beijo de te vejo mais tarde. Draco me deu um aceno com a cabeça e eu coloquei parte do meu corpo dentro do portal quando eu senti uma mão gelada no meu ombro. Eu virei meu rosto e vi Nico que provavelmente me achava maluca, mesmo que apoiasse a minha ideia.

- Não precisa vir comigo, Nico.

- Eu to pedindo permissão? – Ele perguntou irônico erguendo uma sobrancelha.

Nico passou primeiro pelo portal e logo em seguida eu o segui pelo meio da conhecida escuridão e cheiro de enxofre. Não seria fácil, mas nada aqui em baixo era impossível.