- Oppa levanta! – Eu balancei os ombros de Hyun Woo.
- Aigoo Eun Joo-Ah me deixa dormir! – Meu irmão gêmeo se virou na cama.
- Não levanta logo ou vamos nos atrasar. – Eu sentei em cima dele e o balançar com mais força.
- AISH! EUN JOO-AH! – Ele reclamou tirando minhas mãos de seu rosto.
- HYUN WOO-AH quantas vezes eu vou ter que te falar pra não passar a madrugada assistindo televisão! – Eu parafraseei a frase cutucando com força sua bochecha que começavam a ficar vermelha.
- Para de me julgar! – Ele falou agarrando minhas mãos. – Você fica acordada até as uma hora da manha assistindo dorama! – Eu não podia negar a verdade. - Sai de cima de mim e vá tomar banho!
- Entendi! – Eu rolei os olhos e dei a língua pra ele levantando da cama.
Eu andei depressa antes que ele olhasse que ainda eram cinco e meia da manha.
- EUN JOO! – Ele gritou quase acertando um travesseiro em mim que só não pegou por que me abaixei. – VOU MATAR VOCÊ!
Eu ri e corri o mais rápido possível para o banheiro antes que ele me alcançasse. Fechei a porta do banheiro na sua cara enquanto eu o ouvia reclamar por ser a segunda vez que faço isso esta semana. Ele provavelmente foi pra cozinha enquanto nossa tia nos xingava em japonês provavelmente pensando que não entediamos. Comecei a tomar banho e em menos de quinze minutos à porta foi aberta.
- Esqueceu a roupa de novo. – Hyun Woo entrou no banheiro e começou a escovar os dentes. – E sai logo do chuveiro que eu quero tomar banho!
- Hey você não deveria entrar no banheiro enquanto uma mulher toma banho! – Eu reclamei.
- Falou à garota que não me deixou terminar de fazer xixi ontem porque queria secar o cabelo. – Ele não perdia a oportunidade de jogar as coisas na minha cara. – E não é nada que eu já não tenha visto.
- Você é ridículo. – Resmunguei. – Me de a toalha.
Ele jogou a toalha por cima da cortina quando eu desliguei o chuveiro. Me enrolei na toalha e sai do Box dando espaço pra ele entrar, ele estava só de cueca e depois que ele fechou a cortina sua cueca foi jogada no chão do banheiro. Escovei os dentes e penteei o cabelo enquanto meu irmão tomava banho.
- Você mexeu nas minhas calcinhas? – Eu perguntei enquanto colocava a roupa que ele tinha-me trago.
- Querida, quarta-feira é meu dia de lavar as roupas, ou seja, eu vejo suas calcinhas toda quarta-feira. – Ele falou com desdém. – E a Nonna colocou suas roupas no meu closet outra vez.
- Por que ela sempre confunde? – Eu perguntei enquanto pegava minha bolsa de maquiagem.
- Eu sei lá! – Ele provavelmente tinha dado os ombros. – Posso usar seu shampoo?
- Você já o usou. – Eu disse por que eu o conhecia muito bem.
- Já acabei de tomar banho na verdade. – Ele riu. – Me de a toalha.
- Maldita convivência eu sei de tudo o que você faz. - Eu joguei pra ele a toalha seca.
- Eu é que deveria reclamar, sou eu quem atura você! – Ele disse com a voz abafada já que deveria estar secando o rosto. – Me da à cueca limpa.
- Toma. – Eu peguei a cueca no meio das suas roupas que ele tinha trago junto com as minhas e coloque na sua mão que estava do lado de fora.
- Você não deveria mexer nas minhas cuecas. – Ele disse irônico.
- Por favor, querido lavo as roupas todas as segundas-feiras, vejo suas cuecas todas as segundas-feiras. – Eu respondi do mesmo modo que ele tinha me respondido.
- Espertinha. – Ele me deu a língua pegando a sua calça.
- É um dom natural. – Eu pisquei pra ele. – Senta ai.
- Nem pensar! – Ele negou pegando o secador em cima da pia. – Não vou deixar você ficar passando base em mim de novo.
- Se quiser continuar andando com essa pele o problema é seu. – Eu dei os ombros.
- Por favor, Nonna, minha pele é maravilhosa, você sabe disso porque tem uma parecida. – Ele riu apertando minhas bochechas.
- Oppa a sua pele é parecida com a minha, eu sou a mais velha. – Eu disse passando o delineador.
- Você só nasceu 10 minutos antes. – Ele desdenhou pegando o batom pra mim. – E se você é a mais velha por que me chama de Oppa?
- Não sei costume talvez. – Dei os ombros pegando o batom de sua mão.
- Vê se não exagera no batom, ainda vamos tomar café. – Ele disse espirando um perfume nele e depois em mim.
- Isso é perfume masculino! – Eu disse sentindo cheiro.
- E daí? – Ele deu os ombros e saiu do banheiro. – Vamos logo!
Ele chegou antes de mim na cozinha e colocou a panela de arroz antes que minha tia. Peguei as tigelas no armário e coloquei as na mesa junto com os hashis. Hoje era a vez de Cho Tae Soo, minha tia cozinhar, o que nunca era uma boa ideia. Ela era bonita, talentosa em todos os tipos de arte e tinha um charme encantador, mas nunca a peça para cozinhar. Fazíamos o esforço já que ela nos criou, da melhor maneira que pode, como seus próprios filhos, mas a melhor decisão que já tomamos foi entrar para as aulas de culinária asiática quando tínhamos 9 anos ou morreríamos de intoxicação alimentar.
- Me passe os legumes. – Eu pedi para minha tia que abriu um sorriso encantador.
Meu irmão prendeu o riso porque ele percebeu que os legumes estavam crus quando olhou pra mim cara, mas deixei ele se ferrar que já que o arroz estava salgado. Todos pensavam que nossa tia era na verdade nossa mãe, mas não era nossa mãe nunca conhecemos nossos pais, mas vivíamos bem com nossa tia. Ela era meio maluca, imatura e péssima dona de casa e quase sempre estava trabalhando já que dividia o seu tempo sendo atriz, modelo, apresentadora e cantora, mas sempre estava em casa nas datas festivas. Cho Tae Soo também era conhecida na Ásia por ter uma beleza surreal e éramos, nós três, fisicamente parecidos o que fazia as pessoas se confundirem.
Eu e Hyun Woo éramos gêmeos idênticos apesar de sermos de sexos diferentes. Tínhamos os mesmos cabelos pretos e se ele deixasse o dele crescer mesmo com a diferença de altura ele era confundido comigo, o mesmo formato arrebitado de nariz, pele pálida, ambos tínhamos os olhos pretos brilhantes e idênticos formatos de queixo e maças do rosto. Já nossa tia é era o tipo de pessoa que tinha 38 anos com carinha de 22, seus cabelos eram castanhos escuros, mas seus olhos eram pretos e tinha o rosto delicado como o nosso, porém o nariz era mais fino, mas ainda poderíamos dizer que nós três somos trigêmeos.
- Olha a hora, vamos logo Eun Joo-Ah. – Hyun Woo se levantou depois de quase morrer engasgado e me puxou pela mão.
- Mas vocês ainda não acabaram de comer. – Minha tia disse olhando para as tigelas cheias.
- Comeremos algo no caminho! – Eu disse já colocando o salto perto da porta da frente. – Não se atrase para a seção de fotos!
- Até mais tarde Nonna! – Hyun Woo abriu a porta com pressa.
- Não esqueçam o bento! – Ela gritou da cozinha e viria atrás de nós.
Não respondemos já que o Oppa me puxou pela mão carregando nossas mochilas e antes mesmo que eu pudesse me dar conta nós já estávamos no elevador. Ela já estava no corredor do prédio, mas pode nos ver acenar antes da porta fechar. Mesmo já que já estivéssemos há quase um ano em New York não conseguíamos convencer ela de que as pessoas não levavam marmita pra escola neste país. Não que preferíamos fast food, mas qual quer coisa era melhor que a comida dela. Digo isso por que a amo.
- Da última vez que ela me fez comer sushi eu passei mal por uma semana. – Hyun Woo suspirou.
- Eu sei disso, eu também passei mal por sua causa. – Rolei os olhos e ajeitei meus sapatos que mesmo com eles eu ainda continuava mais baixa que ele.
Chegamos ao pátio do nosso prédio e o motorista já estava nos esperando. O senhor Jules-Albert que era bem calado, provavelmente por que ele era francês ou coisa parecida e não deveria saber inglês muito bem ou por que era tão antissocial quanto meu irmão já que nós sabíamos falar francês. De qualquer forma nós entramos no carro.
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