Ano: 1200
Valquíria estava sentada em um tronco de árvore, fazia alguns minutos que Hunter e Wolf haviam saído, os dois tinham ido até a vila pegar as roupas de Wolf, ele não queria ir da forma que estava, mas ou era correr o risco de ser visto por outras pessoas estando nu, ou correr o risco de ser atacado e até morto por Valquíria, ele preferiu a primeira opção.
Valquíria encostou sua cabeça no tronco da árvore enquanto balançava suas pernas para frente e para trás, ela fechou os olhos sentindo a brisa fria, ela amava o vento. Ela ficou assim por um tempo até sentir uma presença ao seu lado, ela abriu os olhos se deparando com uma mulher de capuz a olhando.
- Olá Valquíria, quanto tempo – Cayena abriu um sorriso largo.
- O que faz aqui?
- Vim ver a minha garota, estava com saudades – Cayena retirou o capuz de sua cabeça e passou as mãos em seus longos cabelos loiros o arrumando.
- O que você fez comigo? – Valquíria soou brava.
- Eu só cumpri a profecia, mas não se preocupe, você está bem melhor assim.
- Melhor? Como eu posso estar melhor? Eu me alimento de sangue – Valquíria gritou – eu não posso mais ficar perto de alguém sem correr o risco de atacá-lo, eu nem posso sair ao sol, eu nem sei o que eu sou.
- Você ainda é você, porém mais forte, mais rápida, perigosa e fatal.
- Eu estou morta? – Valquíria questionou ignorando o que Cayena tinha acabado de falar.
- Sim e não, como humana você está morta, mas você pode viver séculos, até milênios dessa forma – Cayena apontou para Valquíria – você pode fazer o que quiser.
- Mas eu não quero ser assim, você precisa desfazer o que você fez.
- Não tem como querida, e eu tenho certeza de que irá mudar de ideia, você amará a sua nova forma de viver.
- Nunca – Valquíria vociferou.
- Acho melhor eu ir, daqui a pouco seus amiguinhos chegarão – Cayena com um salto desceu da árvore.
- Espera – Valquíria a seguiu, tendo cuidado para não ficar no sol – foi você quem transformou o Wolf naquela fera?
- Eu não fiz nada, claro, tirando o fato de quebrar o seu pescoço, mas todo o resto foram vocês, quando entraram naquela caverna e pegaram as pedras, naquele momento o destino de vocês foram traçados.
- Eu me transformei nisso – Valquíria apontou para seu próprio corpo – o Wolf naquele animal e o Hunter, ele vai se transformar em algo?
- Preocupada com o seu namoradinho – Cayena abriu um sorriso cínico – se eu fosse você eu me preocuparia mais com você, esqueça ele e se importe em sobreviver.
- No que ele vai se transformar?
- Ele não vai se transformar, ele já é o que ele é, ele só ainda não sabe disso, e para o seu bem, reze para que ele não descubra.
- Do que você está falando? – Valquíria encarou a bruxa.
- Eu volto para conversarmos mais – Cayena se aproximou de Valquíria ficando apenas alguns centímetros de distância – se cuida, eu preciso de você viva.
Logo surgiu uma fumaça escura e Cayena desapareceu.
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- Heather eu já disse, você bebeu muito aquela noite, deve ter imaginado coisas – Peter tentava convencer a morena de que o que ela tinha visto não era real.
- Eu sei muito bem o que eu vi, eu não estou louca, pelo menos ainda não – Heather disse a última parte só para si.
- Eu não disse que você está louca, mas talvez tenha tido uma alucinação devido ao álcool, ouve o que você está dizendo Heather, vampiros não existem.
- Não minta para mim Peter, eu vi o que aconteceu, eu estava na festa com você, dai eu vi o Hicc saindo e decidi ir atrás dele já que ele não parecia bem, você se lembra que eu te falei para você esperar que eu já voltava? – ele assentiu – Eu sai e vi o Hicc se despedindo da Kirsten, então eu decidi voltar para a festa, foi quando a Astrid puxou a Kirsten e a pressionou contra a parede, elas conversaram algo que eu não me lembro, mas eu vi quando a Astrid mordeu o pescoço da Kirsten.
- Elas devem ter discutido sobre algo, como sempre, só isso.
- Não foi só isso – ela aumentou o tom de voz – eu achei estranho na hora, eu pensei que a Astrid tivesse beijando ela ou algo assim, eu até pensei em como iria contar para o Hicc que as duas garotas que estavam disputando ele estavam ficando, mas você apareceu, você tentou afastar a Astrid e ela te empurrou, você colidiu contra uma caçamba de lixo, foi quando a Astrid se virou.
Heather mantinha o seu olhar no painel do carro à sua frente, só de se lembrar do que tinha visto seu corpo se arrepiava e seu estômago embrulhava.
- Eu vi o rosto dela, estava diferente, os dentes dela estavam maiores e a boca dela estava suja de sangue, vocês discutiram sobre o fato dela ter atacado a Kirsten e você a levou ao hospital, vai me dizer que eu fantasiei tudo isso ou vai me dizer a verdade?
- Heat eu não sei o que falar.
- Me fala a verdade – ela o encarou – eu podia ter contado para alguém, mas eu mantive em segredo, eu só quero que você seja sincero comigo Peter, se você em algum momento sentiu algo por mim, por favor, me fala a verdade – os olhos dela ficaram marejados.
- Foi por isso que você me evitou depois da festa, por que acha que eu sou um vampiro?
- Eu não acho, eu sei que você é, mas sim, foi por isso, eu estava assustada.
- Você tem medo de mim? – ele estava sério.
- Sim, eu sei muito bem que se você quiser você pode me matar em menos de um minuto, não tem como não ficar assustada com isso.
- E por que você está trancada nesse carro comigo?
- Por causa do John, ele é um vampiro também certo?
- Ele te fez algo? – Peter soou preocupado.
- Não exatamente, mas eu acho que ele está se alimentando da minha mãe.
- O quê? Ele não pode fazer isso, vai contra todas as regras, a gente não ataca – Peter se deu conta do que estava falando – quer dizer, não faz nenhum sentido o que você acabou de dizer.
- Você acha que eu sou idiota? Você mesmo acabou de admitir que é um vampiro.
Peter passou as mãos no cabelo e bufou.
- Está bem, você tem razão, eu e a minha família somos vampiros.
- Eu sabia – Heather gritou – espera, agora que eu sei, você vai me matar?
- Não, claro que não – Peter disse ofendido – eu nunca te mataria, eu não sou um assassino.
- Desculpa, eu não sei o que pensar direito, não sei como isso funciona.
- Eu quem tenho que pedir desculpas, eu vou te contar tudo Heather, mas eu preciso que você me prometa que não vai contar para ninguém.
- Eu prometo.
- Meus irmãos vão me matar – Peter respirou fundo – o que você quer saber?
- São tantas coisas, eu pesquisei um pouco, mas nada faz sentido porque você não parece ter problemas com sol, sal ou prata e você aparece em espelhos e fotografias – Heather falava rápido – você é forte e frio, e acho que tem super velocidade, mas além disso não sei o que você pode fazer, você lê mentes?
- Não – ele sorriu – nós não lemos mentes.
- Então isso é coisa só do Edward Cullen, seu reflexo aparece em espelhos, então isso anula a teoria do filme minha mãe saiu com um vampiro, você se transforma em um morcego? – Peter negou com a cabeça – Então você não é igual ao Drácula de Hotel Transilvânia, o que acontece se você estiver no sol, já vi que você não brilha e não pega fogo, por acaso você usa algum anel feito por alguma bruxa, igual os irmãos Salvatore?
- Dá para parar de me comparar com filmes e séries?
- Está bem, é que eu não sei bem o que pensar.
- Tudo bem, você só está tentando entender, o sol machuca a nossa pele, os primeiros vampiros pegavam fogo e morriam, mas com o tempo fomos aprendendo e nos acostumando com o calor, ele ainda machuca um pouco, mas nada que seja muito trágico, claro, não podemos exagerar, se ficarmos muito tempo no sol, podemos nos queimar.
- E a prata?
- Isso é coisa de lobisomem.
- O quê? – Heather arregalou os olhos – Lobisomens existem?
- Sim, mas uma coisa de cada vez, vamos nos focar primeiro nos vampiros, o que mais você quer saber?
- Vocês podem compelir alguém a fazer algo? Igual em diários de um vampiro.
- Sim, mas não qualquer pessoa, para termos controle por alguém precisamos morder esse alguém, assim nós injetamos um pouco do veneno no organismo da pessoa e como bebemos o sangue dela, temos controle e podemos sim compelir.
- Igual a Astrid fez com a Kirsten naquela noite, a fazendo falar que tinha sido atacada por um animal?
- Sim.
- Então é isso – Heather falou só para si – o John está controlando a minha mãe.
- Provavelmente.
- Você me ouviu?
- Sim, super audição.
- Que legal – a morena sorriu, mas logo fechou o sorriso – foco, estávamos falando sobre o John controlar a minha mãe, por que ele faria isso?
- É difícil saber quando se trata do John, ele é imprevisível e perigoso.
- Mas ele é da sua família certo?
- Não, quando nos mudamos para cá precisávamos de um “adulto” para se passar por nosso tutor, para não levantarmos suspeitas, o John devia um favor para a Astrid, então eles fizeram um acordo para ele ser nosso tutor, ele aparece poucas vezes no ano, então não sabemos o que ele faz ou com quem anda.
- Nós precisamos fazer algo, eu não posso deixá-lo continuar machucando a minha mãe.
- Não tem muito o que fazer Heat, o John é muito forte.
- Mas você é um vampiro, você é forte também e pode juntar com seus irmãos.
- Mesmo juntando eu e os garotos, ele ainda é mais forte, ele é mais velho, quanto mais velho um vampiro, mais forte ele é.
- Você está querendo me dizer que eu tenho que aceitar ele se alimentar da minha mãe? – Heather disse indignada – Não, não mesmo, se você não me ajudar, eu mesmo vou fazer algo, vampiros tem fraquezas certo?
- Sim, mas é arriscado.
- Qual a fraqueza de um vampiro?
- Eu não posso falar – Peter mexia as mãos nervoso.
- Eu não vou usar contra você, só contra o John.
- Não posso deixar, se você tentar algo contra o John, ele vai te machucar, eu não posso deixar isso acontecer.
- Eu não devia ter te procurado, eu já devia saber que você não iria me ajudar – Heather abriu a porta do carro e saiu do veículo.
- Droga.
Peter deu um leve soco no volante e saiu do carro também.
- Espera Heather, eu posso ajudar – ele se aproximou dela.
- Pode? Você vai me ajudar? – Heather abriu um sorriso – Mas como, você disse que ele é mais forte.
- Sim, o Jonh é mais forte que eu e os garotos, mas tem uma pessoa, a única pessoa que pode derrotá-lo, só que essa pessoa não está aqui no momento.
- Você tem que ir atrás dela, por favor essa pessoa precisa nos ajudar, se quiser eu vou com você, eu imploro para ela, eu pago, eu faço qualquer coisa.
- Não, ela não pode saber que você sabe, ou sua vida estará em perigo.
- Essa pessoa é perigosa?
- Sim, de todos os vampiros que conheço, ela é a mais fatal.
- E quem é ela?
- A Astrid.
*
*
- Pronto, está entregue – Kristoff levou Moana até em casa.
- Obrigada por me acompanhar.
- Você está bem?
- Não, é muita loucura, acho que ainda não caiu a ficha.
- Amanhã depois da aula eu te levo até a matilha, assim você entenderá melhor tudo isso.
- Acho que ainda tenho esperança de que quando eu acordar amanhã, eu perceba que tudo não passou de um sonho – Moana suspirou.
- Infelizmente é real, Moana, não comenta isso com ninguém, nem com o Flynn, muito menos com a Anna ou a Punzie, ninguém.
- Está bem, eu não vou comentar, agora eu preciso entrar, até amanhã Kriss.
- Até.
Assim que Moana entrou em casa ela se deparou com Flynn em pé próximo a porta.
- Que susto menino, o que você faz aqui parado?
- Aonde você estava?
- Fui dar uma volta.
- Sozinha?
- Não é da sua conta – Moana foi em direção ao seu quarto.
- O que o Kriss estava fazendo com você, por que ele te trouxe em casa?
- Você estava me espionando? – ela perguntou irritada.
- Não, eu ouvi um barulho e fui ver o que era e eu ouvi você e o Kriss.
- O que você ouviu? – ela perguntou exasperada.
- Ele dizendo que você não podia contar para ninguém, do que estavam falando?
- Nada demais.
- Moa, ele é o namorado da Anna, não vai fazer nada que vá te magoar ou magoá-la.
- Você acha que por acaso eu estou tendo um caso com o Kriss? – Moana aumentou o tom de voz.
- É você quem está falando isso, eu só não quero que você se machuque.
- Não se preocupa Flynn, eu sei me cuidar e eu nunca faria nada para magoar a Anna.
*
*
Peter, Duane e Quênia estavam em frente a grande porta de madeira, os três estavam ansiosos e apreensivos.
- Alguém deveria ir atrás dele, já faz quase 10 minutos que ele foi pegar a chave e ainda não voltou – Peter mexias as mãos nervoso.
- Do jeito que aquele idiota é, deve ter esquecido o que foi fazer – Quênia revirou os olhos – eu vou atrás dele.
- Não precisa, já cheguei – Max surgiu no corredor.
- Você foi fazer a chave? – Duane perguntou impaciente.
- Eu tinha escondido em um lugar muito seguro, e eu tinha que ter certeza de que não estava sendo observado.
- Me dê a chave, vou abrir a porta – Peter estendeu a mão para Max.
- A Asty disse que era para eu abrir – Max disse em uma voz estridente.
- Então abra – Quênia bufou.
- Vocês têm certeza disso? Ainda falta uma semana para terminar o prazo, ela não vai gostar.
- Para de ser medroso Max, eu me responsabilizo, agora abra logo antes que o John volte – Peter soou autoritário.
- Aquele lá não vai voltar tão cedo, todo dia ele sai e só volta no final do dia, acho que ele anda mergulhando – Duane comentou.
- Tanta coisa para fazer, ele vai mergulhar? – Max franziu o cenho.
- Não importa – Peter chamou-lhe a atenção – só abra a porta.
Max receoso, colocou a chave na fechadura e abriu a porta, a primeira coisa que os garotos viram foi o corpo de Astrid no chão, ela estava encolhida com arranhões por todo o corpo, ela estava muito pálida e magra, seus lábios estavam brancos e feridos, o azul de seus olhos estavam opacos e ela fitava o nada.
Max a pegou no colo com cuidado e a levou até o quarto dela a deitando em sua cama.
- Asty, Asty, fala alguma coisa.
- Acho que ela não está te ouvindo – Quênia comentou passando a mão na frente dos olhos de Astrid.
- Ela está viva? – Duane questionou.
- É claro que ela está viva, idiota – Quênia deu um soco no ombro do irmão.
- Coloquem ela meio sentada – Peter entrou no quarto com algumas bolsas de sangue na mão.
Max e Quênia colocaram Astrid sentada, apoiando seu corpo na cabeceira da cama, Peter colocou um canudo dentro de uma bolsa de sangue e colocou o canudo na boca de Astrid.
- Asty, você precisa sugar – Peter disse calmo.
Aos poucos Astrid começou a sugar o canudo, bebendo devagar cada gota de sangue, após alguns minutos ela terminou a primeira bolsa e começou a movimentar alguns músculos, ela passou a piscar algumas vezes e a mexer a cabeça de um lado para o outro.
Após cinco bolsas de sangue ela conseguiu mexer o resto do corpo, conseguindo pegar a bolsa com as próprias mãos.
- Quanto...tempo...eu..fiquei? – a voz dela estava fraca e ela estava com dificuldade para respirar.
- Um mês e uma semana – Quênia se sentou ao lado de Astrid colocando as mechas que caiam no rosto dela, atrás da orelha.
- Faltava ainda uma semana, por que me tiraram de lá? – ela encarou Max.
- Eu disse que ainda não era o momento, mas o Peter falou que..
- Aconteceu algo – Peter interrompeu o irmão – temos uma emergência.
- Que tipo de emergência? – mesmo fraca Astrid conseguia soar de forma ameaçadora.
- John – Peter respondeu receoso – ele está se alimentando de um humano.
- Apenas um? – Peter assentiu – O humano ainda está vivo? – Peter assentiu novamente – Então poderiam ter esperado mais uma semana para me tirarem de lá.
- Ele quebrou as regras, as mesmas regras que te colocaram naquele quarto no último mês.
- Eu sei, e concordo que ele precisa ser punido, mas de qualquer jeito, no momento eu estou sem condições de enfrentá-lo, vamos ter que esperar eu me recuperar, o que pode demorar alguns dias, até lá, esse humano vai continuar sendo alimento para o John – Astrid pegou a última bolsa de sangue e começou a beber – quem é o humano?
- Valka Haddock.
- A mãe do Hicc? – Astrid perguntou surpresa, Peter apenas assentiu – Me tragam mais sangue, eu preciso me recuperar o mais rápido possível.
*
*
Rapunzel estava debruçada sobre uma das mesas do refeitório, ela estava tentando se manter acordada, mas era praticamente impossível.
- Punzie, não acredito que dormiu de novo, essa é a terceira vez que você pega no sono hoje – Anna sacudia a amiga.
- Me deixa dormir – Punzie respondeu com voz de sono ainda de olhos fechados.
- Lugar de dormir é em casa e não na escola, por acaso não dormiu ontem? – Flynn questionou enquanto a cutucava.
- Não dormi a semana toda – a loira resmungou erguendo a cabeça – são muito livros para eu ler.
- Livros? – Anna e Flynn perguntaram juntos.
- Eu não disse livros, eu disse coisas, estou fazendo umas coisas para a minha mãe – Punzie tentou soar sincera.
- Se continuar desse jeito, não vai entender nenhum conteúdo e as provas estão quase chegando, agorinha você vai ficar igual a Moana – Anna apontou para a morena que olhava para o chão pensativa.
- Moana, você está bem? – Punzie cutucou a amiga.
- Ah, oi, o quê? – Moana perguntou assustada.
- Só perguntei se você está bem.
- Estou, só estou com sono.
- E aí meninas – Kristoff se sentou na mesa.
- Oi amor – Anna o cumprimentou com um selinho – estava pensando em você ir almoçar hoje lá em casa, o que acha?
- Hoje não vai dar, preciso resolver umas coisas para o meu pai – ele mentiu, tentando soar o mais sincero possível.
- Anem, não queria almoçar sozinha, Punzie e Moa vocês podiam almoçar comigo.
- Tenho que fazer umas coisas também – Moana abriu um sorriso amarelo.
- Se eu conseguir ficar acordada eu vou sim – Punzie disse em meio a um bocejo.
- Isso, convida todo mundo, menos eu – Flynn falou em uma falsa indignação.
- Você pode ir também – Anna revirou os olhos – pelo menos se você for, há grandes chances de a Punzie ficar acordada, ai – a ruiva exclamou ao levar um chute de Punzie que a olhava de forma ameaçadora.
- Aconteceu algo amor? - Kristoff a olhou preocupado.
- Não – Anna disfarçou a careta de dor – só estava aqui pensando, nenhum dos divinos vieram hoje, será que aconteceu algo?
- Não sei, o mais estranho é que a Heather e o Hiccup também não vieram.
- Será que fizeram uma festa e esqueceram de nos convidar? – Punzie fez bico.
- Volta a dormir, que você já não está falando coisa com coisa – Flynn empurrou delicadamente a cabeça de Punzie para se encostar na mesa, enquanto ela lhe mostrava língua.
- Eu vou voltar para a sala, tenho que terminar uma atividade – Moana se levantou.
- Eu tenho que pegar um livro na biblioteca – Kristoff também se levantou.
- Eu vou com você – Anna disse animada – você fica aqui e cuida da nossa bela adormecida.
A ruiva falou para Flynn que começou a resmungar algo. Os três saíram deixando Flynn e Punzie, que havia voltado a dormir, sozinhos na mesa, ele começou a observá-la, ela nem parecia a doidinha de sempre, estava tão calma, tão serena, tão linda, quando Flynn se deu por si, ele estava com a cabeça inclinada perto do rosto da loira.
Ao se dar conta do que estava quase fazendo ele se afastou de repente batendo na mesa e acordado Rapunzel.
- O que aconteceu? Cadê todo mundo?
- Já foram – Flynn tentou disfarçar a coloração vermelha que estava em seu rosto.
- O sino já tocou? – a loira esfregou os olhos.
- Sim e eu já estou indo para a sala, tchau – Flynn se levantou e saiu apressado do refeitório deixando uma Rapunzel sozinha e confusa.
*
*
Heather andava de um lado para o outro, ela estava nervosa e com medo, de longe ela viu o carro de Peter entrar no estacionamento do hospital, ao ver o garoto loiro ela ficou mais calma e mais nervosa ao mesmo tempo.
- Você não está nada bem – Peter se aproximou dela.
- Como você queria que eu estivesse, a pessoa que pode salvar a minha mãe, também é a pessoa que pode me matar – a morena mexia as mãos compulsivamente.
- Calma, ela não sabe que você sabe, eu disse que eu descobri sobre o que o John está fazendo.
- Ela já voltou?
- Está voltando.
- Você tem certeza de que ela pode mesmo se livrar do John?
- Absoluta.
- Ótimo, mas porque quis me encontrar aqui?
- Eu precisava pegar umas coisas no hospital e queria ver sua mãe, para ter certeza.
- E você viu?
- Sim, ela tem todos os sinais, o John está mesmo se alimentando dela e a controlando
- Eu disse – ela soou indignada.
- Eu sei, mas eu precisava ter certeza.
- E quando vocês vão agir?
- Assim que a Astrid retornar, não se preocupa e não faça nada estúpido Heat, eu preciso que você continue a sua rotina normalmente, você deveria estar na escola – Peter falou em tom de reprovação.
- Eu não estava com cabeça para aula hoje, eu estou preocupada.
- Não fique, vai dar tudo certo, agora vá para casa e tenta relaxar.
- Acho meio difícil, mas vou tentar.
- Tchau Heat – ele abriu um leve sorriso e entrou novamente em seu carro, em alguns segundos já havia saído do estacionamento.
Heather se virou para ir embora, mas foi surpreendida por alguém que surgiu em sua frente.
- Oi querida, quanto tempo.
- John, o que você faz aqui? – Heather estava com medo.
- Vim ver a sua mãe, mas olha só que surpresa, encontrei algo muito melhor.
- Fica longe de mim – Heather recuou alguns passos.
- Eu achei estranho a forma que você me olhou aquela noite, na sua casa, e os comentários que você fez, achando que ninguém a escutava, mas eu escutei, eu sabia que tinha algo errado, mas hoje depois de ouvir essa maravilhosa conversa que você teve com o Peter, agora tudo fez sentido.
- E-eu n-não sei d-do q-que v-você está f-falando.
- Você parece um pouco assustada, não fique, eu não pretendo te machucar, muito – ele deu uma breve gargalhada – eu só pretendo te usar, você parece ser importante para os meus tutelados e eu pretendo usar isso, para minha proteção.
- Sua proteção?
- Sim, fiquei sabendo que a Astrid está voltando, ela vai tentar me matar, eu preciso ter um trunfo na manga.
- E esse trunfo sou eu?
- Exatamente minha querida, agora venha comigo – ele segurou no braço dela.
- Eu não vou a lugar nenhum com você.
- Não foi um pedido – John pegou Heather no colo e saiu correndo com ela, em poucos minutos eles haviam chegado em um galpão perto da floresta.
- Que lugar é esse e o que você vai fazer comigo?
- Essa é a sua nova casa e o que eu vou fazer com você vai depender se você vai cooperar comigo ou não, eu posso ser muito bom ou muito mal.
*
*
- Eu consegui mais bolsas, mas em breve precisaremos buscar em outros locais, não podemos esvaziar o banco do hospital de Berk – Peter entregou algumas bolsas de sangue para Astrid.
- Assim que eu me recuperar e resolvermos a questão do John, faremos isso.
- Aonde estão os gêmeos? – Peter olhou em volta encontrando apenas Max que estava sentado em uma cadeira próximo à Astrid.
- Pedi para que localizassem o John e ficassem de olho nele, sabe Peter, eu estava conversando com o Max e ele me disse que você apareceu com essa história do nada, como você soube que o John estava se alimentando da Valka?
- Eu percebi, ela estava estranha ultimamente e anda sempre cobrindo o pescoço.
- Sabe outra coisa que o Max me contou? Que a Heather anda te evitando, que você quase não tem contato com ela, eu imagino que como a Heat está te evitando, que você também não esteja tendo contato com a Valka, como você percebeu a diferença no comportamento dela?
- Eu sou observador – Peter começou a ficar nervoso, e o olhar penetrante de Astrid não ajudava em nada.
- Não minta para mim Peter – ela o encarou séria – como você soube da Valka?
- Temos problemas – Duane apareceu no quarto, Peter respirou aliviado, pelo menos não teria que responder Astrid naquele momento.
- Que tipo de problemas? – a loira revirou os olhos – Por acaso não localizaram o John?
- Localizamos, mas ele não está sozinho.
- Como assim? – Max perguntou confuso.
- Ele sequestrou a Heather, parece que ela descobriu sobre nós e ele descobriu que ela descobriu.
- Então está aí a minha resposta – Astrid voltou a encarar Peter – foi a Heather.
- O que vamos fazer? – Max perguntou em uma voz estridente.
Astrid se levantou da cama, ela entrelaçou seus dedos estralando todos de uma vez enquanto abria um sorriso cínico.
- Vamos acabar de uma vez por todas com o John.
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