Ano 1200
Conforme Valquíria foi se aproximando de Hunter, os vampiros que estavam próximos, recuaram, o deixando sozinho à mercê dela.
Valquíria se ajoelhou em frente a ele e o analisou, ele estava bastante machucado e com uma marca de mordida no pescoço.
Ela rapidamente se levantou e olhou ao redor, enquanto esbravejava.
- Quem fez isso?
Os vampiros abaixaram o olhar.
- Quem fez isso? – ela voltou a perguntar, dessa vez encarando o vampiro que havia impedido os outros de morderem Hunter.
- Ele está bem, eu cheguei a tempo – ele se justificou.
- Vincent – Valquíria vociferou, como resposta, Vincent apenas olhou em direção a uma vampira, a que tinha mordido Hunter.
Valquíria começou a andar em direção a vampira, que recuou alguns passos até colidir em uma árvore.
- Você o mordeu? – os olhos de Valquíria ficaram ainda mais vermelhos, as veias negras surgindo abaixo de seus olhos.
- Eu não o matei, foi só um pouco de sangue, eu estava com fome – a vampira choramingou.
- Eu fui muito clara quando ordenei que não o machucassem – Valquíria gritou.
- Eles nos atacaram, estávamos apenas nos defendendo, estão vivos – um vampiro comentou.
- Tudo bem, os conheço bem para saber que não iriam vir com vocês sem lutar – Valquíria falou mais calma, fazendo a vampira em sua frente respirar aliviada – mas há uma diferença enorme em se defender de golpes e mordê-lo.
Valquíria encarou a vampira com um sorriso sádico em seu rosto.
- Me desculpa, eu não vou mais te desobedecer – a vampira chorava.
- Ah, com certeza não vai – Valquíria enfiou a mão na pele da vampira, na altura do coração e o arrancou em um golpe só, ela se virou erguendo o coração e olhando para os outros vampiros – espero que ninguém aqui me desobedeça mais.
- Não iremos – Vincent se aproximou dela – o que faremos com os dois? – ele apontou para Hunter e Wolf.
- Amarrem os dois e acorde o lobo, preciso falar com eles – ela sorriu para Hunter que a olhava aterrorizado.
- Mais uma coisa – Vincent disse um pouco receoso – estamos com fome.
- Tem um povoado ao leste, podem ir lá, vão ter bastante comida.
- Valquíria, não – Hunter disse, mesmo com a voz fraca.
- O que foi querido? – Valquíria se aproximou dele – Preocupado com pessoas que você nem conhece?
- Não faça isso, você não é assim.
- Olhe ao redor Hunter, você viu as pessoas que eu matei e as que eu transformei – ela abriu os braços – é exatamente assim que eu sou, mas não se preocupe, logo você vai me entender.
Vincent segurou Hunter pelos pulsos e o arrastou até uma árvore o prendendo com algumas correntes, em seguida fez o mesmo com o Wolf.
- Por que está fazendo isso? – Hunter perguntou para Vincent.
- Porque é o que ela quer, fazemos tudo o que ela quer – ele respondeu simplista.
- Só porque alguém manda você matar pessoas, você obedece? – Hunter não entendia.
- Ela os transformou, é assim que funciona – Wolf comentou se sentando.
- Wolf, você está bem? – Hunter perguntou preocupado.
- Defina estar bem – Wolf tentou rir, mas em vez disso soltou um gemido de dor.
- Olha quem decidiu acordar – Valquiria sorriu e jogou um pano para Wolf – se cubra.
- O que você vai fazer conosco? – Hunter perguntou impaciente.
- Sabem, a Cayena tinha razão, vocês atrapalhavam eu ser quem sou, eu não conseguia aceitar minha natureza por causa de vocês, porque eu me recusava a machucá-los.
- Pelo que eu vi, isso mudou – Wolf a encarou.
- Não, eu ainda não consigo machucar vocês, vocês ainda são importantes para mim, são as pessoas mais importantes da minha vida, são meus melhores e únicos amigos, são minha família – os olhos dela ficaram marejados.
- Então qual é o plano? Nos deixar presos até que você consiga se livrar de nós sem sofrer? – Hunter perguntou sarcástico.
- Não, claro que não, eu não quero me livrar de vocês, eu quero que vocês me entendam, que vocês façam parte disso, assim podemos ficar juntos como antes, e podemos acabar com a bruxa.
- Do que você está falando Valquíria?
- Não é óbvio, só tem uma forma disso acontecer, vocês precisam ser como eu e é isso que eu farei, vou transformar vocês.
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Estavam todos parados encarando o local exato onde Cayena havia desaparecido.
- Então é isso? A Rapunzel não é a Rapunzel? – Elsa quebrou o silêncio após um tempo.
- Pelo jeito, não – Quênia comentou simplista.
- Precisamos fazer algo, precisamos ir atrás dela e trazê-la de volta – Flynn falou desesperado enquanto gesticulava.
- Tem certeza de que quer que ela volte? – Duane se aproximou dele.
- Claro, por que eu não iria querer?
- Bem, você não percebeu que a sua namorada não era a sua namorada, acho que se ela voltar, ela vai te matar.
- Como você não percebeu que não era a Rapunzel? – Max o olhou em repreensão.
- Eu percebi que ela estava estranha, mas todo mundo aqui é estranho, achei que ela só estava seguindo a onda – Flynn deu de ombros.
- Isso não importa, temos que ir atrás dela – Dagur chamou a atenção para si.
- Pra que? – Merida perguntou confusa.
- Não é óbvio? Para matá-la – Jack interferiu.
- O quê? – Flynn e Anna gritaram ao mesmo tempo.
- Estamos falando da Rapunzel – Kristoff que havia se transformado em humano novamente falou irritado – seja lá quem for essa bruxa que a possuiu, a Rapunzel ainda está lá.
- Não sabemos, o que sabemos é que aquela bruxa quer nos matar – Camicazi disse brava – precisamos impedi-la.
- Por quê? – Astrid que até o momento estava calada, se pronunciou.
- Como assim por quê? – Max a olhou cético – Ela disse que irá matar a gente, vamos todos morrer.
- E vocês se importam? Que eu saiba se eu não chegasse, haveria grandes chances de estarem mortos agora, não era isso que estavam fazendo? Tentando matar uns aos outros? – Astrid caminhou até onde Hiccup estava, mordeu sua mão e a colocou na boca do namorado para que ele bebesse do sangue dela.
- Eu ajudo com isso – Anna se aproximou de Hiccup e pronunciou um encantamento, fazendo as feridas diminuírem – desculpa, mas não consigo te curar totalmente.
- Tudo bem – ele sorriu fraco.
- Não vão dizer nada? – Astrid questionou ao perceber que os outros se mantinham calados.
- O que você quer que digamos? – Peter perguntou receoso.
- Vocês concordaram com a trégua até o ritual, concordaram em se aproximar, eu pensei que estavam se tornando amigos.
- Amigos? É um termo muito forte, não acha? – Jack desdenhou.
- Então foi tudo fingimento?
- Asty, não é bem assim – Quênia resmungou.
- Me digam a verdade – o tom de voz de Astrid era calmo, mas era perceptível que ela não estava – é uma ordem.
- Não concordamos com o ritual, então tivemos a ideia de matar uma das duplicatas – Peter disse firme – sabíamos que você não nos perdoaria se matássemos o Hiccup e ele é o irmão da Heat, não podíamos fazer isso.
- Então decidiram me matar? – Kristoff sorriu sem humor.
- A Heather teve a ideia, inclusive sobre fingirmos sermos amigos, isso te deixaria distraída e não perceberia nossas verdadeiras intenções – Quênia explicou.
- Foi sua ideia Heat? – Hiccup a encarou perplexo – O que aconteceu com você?
- O que aconteceu com ela? Eu digo, o vampirismo aconteceu – Merida soou brava.
- E eu pensei que fôssemos amigos de verdade – era notável a mágoa na fala de Kristoff.
- Eu não poderia deixar nem a Astrid nem o meu irmão morrer – Heather se defendeu – desculpa Kris, mas tinha que ser você.
- Não se desculpe Heather, não é como se eles fossem os bons da história – Jack olhou para Kristoff com raiva.
- Nós não tentamos matar ninguém – Moana o olhou da mesma forma.
- Claro, porque quem vai morrer no ritual é a Astrid, queria ver se fosse com algum de vocês.
- Dá para pararem de brigar? – Hiccup se colocou no meio.
- Eu apoio – Flynn ergueu os dois braços.
- Você fala como se não nos importássemos com a Astrid – Kristoff rebateu, ignorando os amigos.
- E se importam?
- É sério, vamos parar de brigar por um momento – Hiccup tentou de novo.
- Claro que importamos com ela, mas não vamos matar ninguém para salvá-la, eu nunca faria isso, eu nunca tentaria matar meus amigos – Anna encarou Elsa.
- E mais uma vez, sou ignorado – ele comentou só para si.
- Anna, eu..
- Não – Anna interrompeu a irmã – não fala nada.
- Eu estava desesperada.
- E você acha que é a única? – Anna gritou.
- É diferente – Duane se intrometeu – nenhum de vocês entendem.
- Realmente, não entendemos como pode ser tão fácil sair matando os outros, ah é, esqueci que vocês são monstros, por isso é fácil – Merida vociferou.
- Quem você chamou de monstros? – Elsa a fuzilou com o olhar.
- CHEGA – Hiccup gritou, fazendo todos olharem para ele – não acredito que estão fazendo isso, não depois de tudo o que passamos.
- O que queria, Hiccup? Somos inimigos naturais, pensou mesmo que poderíamos ser amigos? Pensou mesmo que poderia nos aproximar? – Jack deu uma gargalhada amarga.
- Está certo, a culpa é minha – Astrid disse para ninguém em específico – eu errei em tentar aproximar vocês, errei em obrigar vocês a aceitarem a trégua e errei tentando forçar vocês a serem amigos, pelo jeito isso é algo impossível.
- Finalmente percebeu – Jack bateu palmas.
- Eu pensei que até o momento do ritual, poderíamos ter paz, pelo jeito eu estava errada, isso não vai acontecer.
- Asty, a Karen possuiu a Rapunzel, não vai ter mais Ritual – Max abriu um sorriso largo.
- É Cayena, e sim, ainda vai ter o ritual.
- É cara, você não ouviu? A bruxa louca vai fazer seu próprio ritual – Duane disse como se fosse óbvio.
- Não estou falando do dela, eu não desisti do ritual.
- O quê? Mesmo depois de tudo? – Hiccup a encarou.
- Principalmente depois de tudo – Astrid respirou fundo e se virou para Kristoff – ela vai tentar nos matar, mantenha a matilha na vila, Flynn e Moana, fiquem lá, acho que a Cayena não vai querer enfrentar uma matilha de lobos.
- Você não manda na gente – Moana disse entredentes.
- Moa, ela está certa – Kristoff disse mais calmo – é melhor ficarmos na matilha, é o lugar mais seguro.
- Vocês acham que a Cayena não vai atacar a matilha?
- As chances dela atacá-los são baixas – Hiccup explicou – pelo menos eu acho, então lá é o lugar mais seguro para ficarem.
- O lugar mais seguro é a nossa casa – Duane disse convencido.
- Mas não vamos para lá, eu nunca mais vou pisar naquela casa – Moana cerrou os punhos.
- Eu não te chamei, mesmo – Duane mostrou língua para ela.
- Exatamente, acabou essa história de frequentarmos os mesmos lugares, se é impossível para vocês conviverem, não vamos conviver mais – Astrid disse simplista – vocês estão proibidos de entrar na minha casa.
- Até que fim, uma ideia boa – Max comemorou.
- E vocês – Astrid se virou para os irmãos – estão proibidos de sair.
- O quê? – os cinco gritaram em uníssono.
- Você vai nos deixar presos? – Duane perguntou indignado.
- Você não pode fazer isso – Quênia disse no mesmo tom.
- Não só posso, como já estou fazendo, não queria recorrer a isso, mas é a única forma.
- Você vai usar a ligação? – Heather a olhou brava.
- Sim, vocês estão proibidos de sair de casa até minha ordem e estão proibidos de terem algum contato com qualquer pessoa que não seja um vampiro.
- Astrid, você não pode..
- É uma ordem – Astrid interrompeu Peter de forma autoritária – agora vão para casa.
Os cinco sustentaram o olhar por algum tempo, mas acabaram cedendo e saíram, mesmo a contragosto.
- Você – Astrid se virou para Dagur – eu não posso te controlar, mas se quiser ficar perto da Heather e na minha casa, terá que seguir as regras também.
- Tudo bem, vou me comportar – Dagur ergueu as mãos em sinal de rendição – agora acho melhor eu ir falar com a Heather.
- O mesmo para você Elsa, não temos a ligação, então..
- Eu sei – Elsa a interrompeu – não pretendo me aproximar dos outros, só da Anna.
- Eu não quero me aproximar de você – Anna disse irritada.
- Anna, é melhor você ficar comigo na casa da Astrid, é mais seguro.
- Eu vou para a vila com o Kris.
- Anna, por favor.
- Não, eu não quero falar com você Elsa, nem olhar para você, não depois do que você fez, você tentou matar a minha melhor amiga, isso depois de cogitar matar meu namorado, eu não vou ficar com você – Anna se aproximou de Kristoff – posso ir para a matilha?
- Claro – Kristoff a olhou de forma carinhosa.
- Então vamos logo, não quero ficar aqui – Moana disse e começou a se afastar, mas parou ao perceber Merida mais ao canto – Meri, você vai com a gente, certo?
- Não.
- Mas é mais seguro.
- Eu não sou bem vinda na matilha.
- Está falando isso por causa da Niara, porque se for..
- Não, eu não quero ir para lá, vou ficar em casa.
- Mas e se a Cayena tentar algo? – Kristoff perguntou preocupado.
- Esqueceram que eu sou uma caçadora e uma muito boa? Eu sei me cuidar – ela abriu um sorriso e se virou para Hiccup – você vai agora?
- Pode ir.
- Ah, claro, você tem um drama para resolver – ela revirou os olhos e saiu.
- Interrompendo esse momento de cada um vai para um lado e mudando de assunto, mas, e a Punzel? Ela está possuída – Flynn disse alarmado.
- Não se preocupe, darei um jeito nisso – Astrid disse firme – agora é melhor irem.
Flynn assentiu e saiu com Kristoff, Anna e Moana.
- Eu também vou para casa – Elsa disse tristonha – você vem Jack?
- Vou.
- Frost, espera – Astrid chamou sua atenção.
- O que? Vai falar que é para eu seguir as regras também? – ele a encarou – Sabe que não sigo regras.
- Eu sei, então não posso deixar que fique.
- Como é que é?
- Como a Cami descobriu do ritual?
- Eu já sabia quando ele me contou – Camicazi respondeu.
- Mas ele contou, eu disse para não contar.
- É claro, você queria esconder isso de mim – Camicazi riu sem humor – assim como tudo.
- Daqui a pouco, você faz o seu drama – Astrid disse séria ainda com sua atenção voltada para Jack – você tentou matar a Rapunzel, planejou matar o Kristoff, sei que se ficar, você vai tentar fazer algo.
- É claro que eu vou, eu já disse que não vou deixar esse ritual acontecer, eu vou impedi-lo, independente do que eu precise fazer.
- Eu não posso deixar você fazer isso, então estou pedindo para você ir embora.
- Eu ia, lembra? Você me pediu para ficar.
- Eu sei, foi um erro, eu devia ter deixado você ir.
- Isso é sério, você quer me mandar embora por causa deles? De alguns lobos e bruxas?
- Você quebrou as regras.
- Que se danem as regras – Jack gritou – eu sou seu melhor amigo, o único que faria qualquer coisa por você e você está me trocando?
- Agora sabe como eu me sinto – Camicazi deu de ombros.
- Por enquanto eu estou pedindo – Astrid suspirou.
- E se eu não for, o que você vai fazer? – Jack a olhou de forma desafiadora.
- Você sabe como funciona, quando um vampiro chega em um lugar que não tenha outros vampiros, aquele fica sendo seu território, mas se já tiver um vampiro que seja, ele precisa de autorização para ficar.
- Você não vai usar essa regra boba contra mim.
- Berk é meu território, nenhum vampiro pode ficar sem que eu deixe.
- Então você vai me expulsar?
- Eu espero que você vá por conta própria, mas se não for, então sim, eu vou fazer valer a regra.
- Quer saber, é uma ótima ideia, eu vou embora sim, vou seguir a minha vida sem me importar mais com você, eu já me cansei mesmo de você e quer saber? Se der alguma coisa errada nesse ritual, porque eu sei que vai dar, não venha me pedir ajuda, porque nós terminamos aqui. Você não precisa mais de mim, então eu também não preciso mais de você.
Jack se virou para Hiccup.
- É melhor ir embora também, ela vai te trocar por alguém e te descartar, ela vai te afastar e te deixar assim como ela faz com todos.
Jack saiu a passos largos, com Elsa atrás de si.
- Não acredito que você expulsou o Jack, ele era a pessoa mais importante para você – Camicazi comentou boquiaberta – o que aconteceu com você? Não estou te reconhecendo.
- Eu que não estou te reconhecendo, pensei que tinha vindo para Berk para me ver, porque se importa.
- E foi, é claro que me importo com você.
- Se importasse, você não teria machucado ele – Astrid apontou para Hiccup.
- Eu não gosto dele.
- Não tem que gostar ou deixar de gostar.
- Ele está te mudando.
- Como você sabe? Por acaso me conhece o bastante para saber se estou igual ou diferente?
- Eu sei que você não brigaria com o Jack assim, não se aliaria a lobos e caçadores, quanto mais namorar com um, é claro que ele está te fazendo agir assim.
- Ele está bem aqui e ouvindo tudo – Hiccup se aproximou delas – vocês poderiam parar de falar sobre mim como se eu não estivesse aqui?
- Não – Camicazi o olhou brava – a Rapunzel me contou, quer dizer, a bruxa que a possuiu, ela me contou sobre ele, tenho certeza que ele é quem está fazendo você querer se sacrificar.
- Se você não percebeu, eu também não quero esse ritual – Hiccup disse irritado.
- Mentira, se não quisesse teria feito algo para impedir – Camicazi aumentou o tom de voz – você vai simplesmente deixá-la morrer.
- É claro que não – Hiccup também aumentou.
- Vocês não tem que deixar nada, quantas vezes eu tenho que dizer que já me decidi? – Astrid entrou no meio da discussão.
- Pelo jeito, para mim nenhuma, você nunca me fala nada, você ao menos pensou em me contar sobre o ritual? – Camicazi olhou para Astrid brava.
- Você não precisava saber.
- Não? Eu não precisava saber que minha mãe está indo para a morte? Você ao menos pensou em me ligar para se despedir? Claro que não, você decidiu passar seus últimos momentos com seu caçadorzinho, eu devia tê-lo matado.
- É assim que quer me manter ao seu lado? Que quer minha atenção? Ameaçando a vida do Hic?
- Se eu matasse ele, chamaria sua atenção? Se eu soubesse teria feito isso assim que cheguei, no estacionamento daquele hospital.
- Cami – Astrid a repreendeu.
- O quê? Qual vai ser minha punição? Vai me deixar presa ou vai me expulsar? Só para avisar que a ligação não funciona da mesma forma comigo.
- Eu sei e é por isso que vou deixar você escolher, você pode ir embora como o Frost ou pode ficar.
- Mas?
- Se você ficar e ao menos pensar em atacar alguém, principalmente o Hiccup..
- Você mesmo vai me levar no limite da cidade e me jogar para fora? – Camicazi riu com deboche.
- Não, eu mesmo quebro a ligação e você nunca mais vai falar comigo, nem sequer olhar para mim.
O sorriso em Camicazi se desfez.
- Você faria mesmo isso?
- Sim – Astrid soou firme.
- Entendi, vou pensar nas minhas opções e te aviso e você – ela se direcionou a Hiccup – torça para que eu não escolha a terceira opção, porque se eu for machucar alguém, o primeiro será você.
- Isso me deixa muito aliviado – Hiccup sorriu irônico enquanto Camicazi se afastava.
- Eu sinto muito, eu devia ter chegado antes, eu devia ter impedido .
- Está tudo bem, Asty.
- Ela te machucou e muito – Astrid observava os machucados no namorado.
- Eu estou bem, o seu sangue e a magia da Anna me ajudaram.
- Não é o bastante, em casa eu tenho kit de primeiros socorros para ataque de vampiros.
- Não, eu vou para o hospital, minha mãe faz um curativo.
- E vai falar o que para ela? Que esbarrou numa árvore? Ela não acreditou da última vez.
- Eu dou um jeito.
- Nem pensar, vamos para a minha casa.
- Eu não posso, se esqueceu que você nos proibiu.
- Isso não se aplica a você – Astrid disse como se fosse óbvio.
- Mesmo assim, acho que você deveria ir para casa e conversar com seus irmãos e com a Camicazi.
- Já conversei com eles.
- Não, você brigou com eles, é diferente.
- Eles mereceram, olha o que eles fizeram – Astrid abriu os braços apontando o cenário, havia diversos troncos jogados no chão e árvores rachadas e sujas de sangue.
- Eu sei, mas Asty, brigar do jeito que está fazendo, só vai deixá-los com mais raiva.
- Eu não quero falar com eles, vamos nos concentrar em cuidar de você.
- Eu já disse que estou bem.
- Não está, eu sei que não está – Astrid disse irritada.
- Está brava comigo?
- Sim – Astrid o olhou séria.
- Por quê? Por ser quase morto pela sua filha?
- Por que você não se defendeu, sei que ela é mais forte, mas olhando para você e olhando para ela, está nítido que você nem tentou se defender.
- Eu tentei, mas eu estava desarmado e eu não podia machucá-la.
- Por que não?
- Talvez porque ela seja sua filha – Hiccup deu de ombros.
- Eu sei que ela é minha filha, não estou dizendo que queria vê-la machucada, estou dizendo que você podia ter tentado fazer algo, ela podia ter te matado.
- Mas não matou, eu estou bem.
- Já tem dias que você não está bem, mas sempre diz que está.
- Por que eu estou.
- Não está – Astrid aumentou o tom de voz – sei que não está, então porque você não me fala a verdade pelo menos uma vez?
- Você quer a verdade? – Hiccup a encarou.
- Sim – Astrid o encarou de volta.
- A verdade é que, é claro que não estou bem, como eu poderia estar? A minha vida era normal, como a de qualquer adolescente, a minha maior preocupação era qual faculdade fazer, mas então tudo mudou, tudo virou de cabeça para baixo. De uma hora para outra, eu conheci você, me apaixonei, descobri que sou um caçador, que existem vampiros, lobos e bruxas, meu tio morreu nos meus braços morto pelo seu melhor amigo – Hiccup gesticulava com as mãos – eu tentei caçá-lo, mas tive que parar a minha vingança, porque descobri que minha irmã tinha virado uma vampira, e olha só quem a transformou, minha namorada, ah claro, não vamos nos esquecer do híbrido que além de tentar nos matar, queria levar a minha namorada para um psicopata e quando finalmente eu pensei que teríamos um pouco de paz eu descubro sobre o maldito ritual e sobre o fato de a minha namorada querer morrer, então não, é claro que não estou bem.
Ao terminar de falar, Hiccup puxou o ar com força, tentando controlar sua respiração, Astrid apenas o olhava, sem saber o que dizer.
- Mas falar que eu não estou bem, ou demonstrar isso, não faria eu me sentir melhor.
- Eu sinto muito Hic.
- Se sente mesmo, então esqueça essa história de ritual.
- Não posso fazer isso.
- Você não viu o que aconteceu aqui?
- É claro que vi, por isso, agora mais do que antes eu preciso fazer esse ritual, eles não serão mais inimigos, podem se aproximar sem tentarem matar uns aos outros, eu errei em tentar fazer isso antes do ritual.
- Eles não fizeram isso porque são inimigos, eles fizeram isso por você, ninguém aceitou o ritual Astrid, você achou mesmo que seus irmãos ficariam quietos esperando você morrer? Se formos pensar bem, eles até que demoraram em fazer alguma coisa.
- Você está defendendo a atitude deles? – Astrid o olhou cética.
- Só estou dizendo que entendo, eu não mataria outra pessoa, mas cada um faz o que acredita ser a solução, eles só estão tentando te salvar. Você não é ingênua, Astrid, sabia que algo assim aconteceria, ou vai me dizer que não percebeu?
- O que eu devia ter percebido?
- Os olhares, os burburinhos, o clima tenso, todo mundo está pisando em ovos desde que soubemos do ritual, todo mundo finge aceitar, mas ninguém está feliz com isso, você tem ideia do quanto é difícil para nós? Você decidiu morrer e quer que aceitemos isso sem fazer nada.
- Foi a minha escolha, vocês só precisam respeitar.
- Ah, claro, isso é muito fácil, vamos respeitar, vamos agir normalmente, como se estivessemos bem com isso – Hiccup sorriu sarcástico – para você pode ser normal, mas para nós não e você dificulta tudo, você fala da sua morte como se estivesse falando do assunto mais trivial do mundo, você até faz piada sobre isso e temos que fingir que isso não nos afeta, sempre que o assunto morte ou ritual surge temos que fingir que isso não nos machuca, você vai até minha casa e promete a minha mãe que voltará mais vezes, sendo que nós dois sabemos que isso não vai acontecer, ou promete que teremos outras oportunidades de fazer algo, sendo que não teremos, sabe como é difícil ouvir você falar que eu devo pensar no meu futuro sendo que você não vai estar nele e que para piorar tudo e eu vou me lembrar de você, de nada que aconteceu entre nós.
- Eu não sabia que se sentia assim – Astrid abaixou o olhar – você disse que entendia, que ficaria ao meu lado.
- Sim e eu fiquei.
- Você mentiu para mim, certo? – Astrid ergueu o olhar mirando os olhos de Hiccup – Quando disse que não tentaria impedir o ritual, você tinha planejado algo.
- Eu não ia deixar você se sacrificar, é claro que eu tinha um plano, a Punzel ia me ajudar, pelo menos foi o que eu pensei – ele suspirou – era a Cayena fingindo.
- O que você ia fazer?
- Não vem ao caso, a Cayena não vai me ajudar.
- Você pediu para ser o sacrifício?
- Você sabe que sim.
- Você ficou louco, Hic? – Astrid gritou – Você não pode se jogar para a morte desse jeito.
- E você pode?
- É diferente.
- O que é diferente? – Hiccup se aproximou mais dela.
- Você tem tanta coisa para viver ainda, não pode querer morrer por minha causa – ela recuou alguns passos, se afastando – isso está errado, isso tem que parar.
- Não, eu vou tentar de tudo para impedir que você morra.
- Não vai, porque isso acaba agora.
- Você vai desistir do ritual? – Hiccup perguntou com expectativa.
- Não, estou falando de nós, do nosso namoro, vamos terminar.
- O quê? – Hiccup arregalou os olhos.
- Você mesmo acabou de dizer o quanto é difícil ficar perto de mim, que você tem que ficar pensando no que dizer e o que fazer, tem que ficar fingindo o tempo todo, só estou facilitando, se é tão difícil ficar perto de mim, então não fique.
- Asty, eu…
- Não – ela o interrompeu – é o melhor.
- Melhor pra quem?
- Para todos, foi loucura desde o início, o Frost tem razão, somos inimigos naturais.
- É isso o que você quer de verdade? – Hiccup tentou se aproximar de Astrid de novo, mas ela recuou, mantendo sua expressão firme – Realmente o Jack tem razão, mas não sobre isso, você está me afastando e me deixando, como faz com todo mundo.
Hiccup se virou para ir embora, mas antes de começar a andar ele se virou para Astrid.
- Quer saber? Eu entendo porque você tomou essas decisões sozinhas, você deve estar acostumada com isso, com o fato de ficar sozinha e é assim que vão terminar as coisas, com você sozinha e não é porque os outros te deixam, não, é porque você afasta todo mundo que se importa com você.
Hiccup se virou novamente e foi embora.
*
*
Heather, Peter, Max e os gêmeos estavam na sala, um encarando o outro, mas sem trocarem uma palavra sequer.
- Analisando a situação, acho que não foi tão ruim assim – Duane quebrou o silêncio.
- Como assim, não foi tão ruim? – Quênia o olhou perplexa – Estamos presos aqui.
- Não é como se fosse a pior coisa do mundo, essa casa é enorme, já ficamos em lugares menores por tempos maiores.
- O idiota até que tem razão, mesmo assim não gosto de ficar preso – Max reclamou.
- É sério que estão preocupados com o nosso castigo e não com o fato de Astrid estar furiosa com a gente? – Peter perguntou cético.
- Logo ela nos perdoa, afinal, ela nos ama – Duane disse simplista.
- Isso, fiquem falando sobre o quanto a minha mãe ama vocês – Camicazi entrou na sala.
- O que está fazendo aqui? – Heather se levantou pronta para atacar a loira, mas Peter a segurou.
- Eu moro aqui, pelo menos por enquanto – Camicazi deu de ombros.
- Isso tudo é culpa sua.
- Não mesmo, a única coisa que fiz foi tentar matar o Hiccup, vocês que tentaram matar os outros.
- E fala como se o que tivesse feito, fosse pouco? – Quênia a encarou.
- Sabe Cami, você é bem burra – Max riu – vem para Berk para se aproximar da Astrid e tenta matar o namorado dela?
- Eu pensava que fosse só diversão, eu a conheço bem o bastante para saber que ela não se apaixona.
- Não conhece não – Duane balançou o indicador direito de um lado para o outro – se conhecesse, saberia que o Hiccup é a pessoa com quem ela mais se importa.
- Agora eu sei disso – Camicazi bufou.
A conversa dos seis foi interrompida por passos apressados, segundos depois, Elsa e Jack entraram na sala, o platinado carregava uma mala consigo.
- Você vai mesmo?
- Você ouviu El, ela me expulsou.
- Quem te expulsou? – Max perguntou confuso.
- A Asty, ela disse que se eu não sair por bem, ela vai me expulsar, afinal, Berk é o território dela.
- Ela disse isso mesmo? – Peter estava boquiaberto.
- Sim – Elsa suspirou – Jack, eu não posso ir, as outras vezes eu fui com você e isso me deixou mal com a Anna, ela já está brava comigo, se eu for, ela nunca vai me perdoar.
Jack parou e se virou para Elsa, segurando as mãos dela.
- Eu não vou te obrigar, se quiser ir comigo ok, mas se quiser ficar com a Anna, não tem problema, a Astrid me expulsou, mas ela deixou você ficar.
- Eu estava errado, a situação é bem ruim, se a Astrid chegou a expulsar o Jack, – Daune franziu as sobrancelhas.
- Talvez eu me junte a você, tio – Camicazi sorriu.
- Ela também te mandou embora? – Heather abriu um sorriso largo.
- Para sua tristeza, eu não fui expulsa, mas ela me deu opções, ir embora, ficar e me comportar ou – Camicazi respirou fundo.
- Ou? – Max a incentivou.
- Ou posso ficar, não me comportar e sofrer as consequências.
- Queria ter essa opção – Jack riu.
- Não diria isso se soubesse quais as consequências.
- E quais são? – Quênia perguntou curiosa.
- Ela disse que vai quebrar a ligação.
- O quê?
- Isso é algo ruim? – Elsa franziu o cenho.
- É diferente do que estão pensando, se ela quebrar a ligação, ela instantaneamente deixa de sentir qualquer coisa boa em relação a mim, pelo contrário, ela não se importaria com o que acontecesse comigo, qualquer vínculo entre a gente seria quebrado.
- Ela não faria isso – Jack colocou a mão no ombro dela a confortando.
- Foi o que eu pensei, mas você não estava lá, eu olhei nos olhos dela, ela falou sério, eu nunca pensei que ela me ameaçaria com isso só porque eu disse que mataria o Hiccup.
- Ah claro, só por isso – Heather disse sarcástica.
- Como eu disse – Max falou convencido – burra.
- Estão ouvindo isso? – Peter chamou a atenção do grupo.
- O quê? – Duane perguntou sem entender e olhando ao redor.
- Se ficasse calado, talvez escutássemos – Quênia deu um tapa na cabeça do irmão.
- Isso é..
- Choro? Sim – Heather interrompeu Max.
- É a Asty, ela está chorando.
- Nós nem a vimos chegar.
- A Astrid não chora, nunca – Duane disse como se fosse óbvio.
- Mas é ela – Peter comentou.
- Ótimo, fizemos a Astrid chorar – Max bufou.
- Ela está chorando só porque tentamos matar lobos e bruxas? – Elsa soou desacreditada.
- Não é por isso, é algo mais sério – Heather levou a mão ao coração – eu posso sentir, ela está muito mal, é como se o coração dela estivesse..
- Partido – Quênia completou também com a mão no coração.
- O que aconteceu? – Elsa perguntou preocupada.
- Ela e o Hic terminaram – Dagur entrou na sala.
- O quê? Por quê? Como sabe? – Max perguntou exasperado.
- Não sei o porquê, mas eu tenho as minhas fontes, eles terminaram.
- Viu, eu disse que ela não se apaixona, o namoro nem era tão sério assim – Camicazi deu de ombros.
- Se não fosse, ela não estaria chorando, anta – Quênia disse brava.
- Alguém deveria ir falar com ela, o choro está aumentando – Dagur constatou.
- Eu não sou a melhor pessoa, ela com certeza não quer me ver – Camicazi se jogou em um dos sofás.
– Não podemos, por causa da ligação, sentimos um pouco de como ela se sente, não vamos conseguir consolá-la, vamos acabar chorando também – Peter explicou.
- Nesses momentos é sempre o Jack quem fala com ela – Quênia comentou e todos olharam para Jack com expectativa.
- Ela me mandou embora e é isso que eu vou fazer – Jack disse sério.
- Mas ela precisa de você – Max o olhou suplicante.
- Não precisa, eu e a Asty não temos mais nada a ver um com o outro – Jack pegou a mala e andou a até a porta, antes de sair da casa ele suspirou e se virou para o grupo – não se preocupem em falar com ela, a Astrid precisa de um tempo sozinha, adeus gangue, foi bom conhecer vocês.
Jack deu um meio sorriso e saiu da casa, sendo acompanhado por Elsa.
- Me promete que vai ficar bem – Elsa segurou as mãos dele.
- Só se você me prometer o mesmo, por favor El, não faça nenhuma estupidez.
- Como eu vou fazer se você está levando toda a estupidez com você – ela abriu um sorriso triste.
- É sério, não sabemos o que essa bruxa quer ou o que irá fazer, fica aqui na casa, não se afaste dos outros.
- Não se preocupa Jack, eu vou ficar bem e não se esqueça da ligação, se acontecer algo, você vai sentir.
- Mas eu vou estar longe, não vou conseguir te proteger – Jack acariciou o rosto dela.
- Promete que isso não é um adeus – os olhos de Elsa se encheram de lágrimas.
- Prometo, vamos nos ver logo, até lá, se cuida – Jack se inclinou dando um beijo demorado nos lábios de Elsa – te amo, El.
Elsa ficou surpresa com a declaração, era a primeira vez que Jack tinha dito que a amava, ela queria dizer que o amava também, mas antes que pudesse, ele já havia ido embora.
*
*
Era final de tarde, quando Moana e Flynn saíram de casa com malas nas mãos, ambos passariam alguns dias na vila, com a matilha, seria mais seguro para eles.
- O Kris está demorando – Flynn comentou olhando as horas no celular.
- Ele deve estar esperando a Anna arrumar as malas, sabe como ela é enrolada, agorinha eles passam aqui.
- Tem certeza de que não tem problema, Moa? – Flynn se sentou na calçada.
- Já disse que não, eu sou parte da matilha e você é meu irmão e não é como se fosse a primeira vez que você está indo para lá – ela revirou os olhos.
- Não, mas é a primeira vez que estou indo passar uns dias.
- O Kris já falou com o pessoal, está tudo bem.
- Ela avisou o motivo de estarmos indo para lá?
- Não, ele disse que ia inventar alguma desculpa, se ele falar da bruxa que possuiu a Punzel, ele vai ter que falar toda a história e não queremos isso – Moana se sentou ao lado de Flynn.
- É, vai ser uma bagunça – Flynn suspirou – estou preocupado com a Punzel, ainda não acredito que eu não percebi que a minha loirinha não é a minha loirinha.
- Ninguém percebeu, não se culpe Flynn – Moana colocou a mão no ombro do irmão em forma de apoio.
- Se culpe sim.
Os dois olharam na direção da voz e levantaram-se assustados ao perceber quem era. Cayena estava em pé próxima a eles.
- Punzel – em um impulso Flynn fez menção de ir até ela, mas Moana o impediu.
- Não – Cayena balançou o indicador negativamente – tente de novo.
- Não é a Punzel, Flynn – Moana ainda o segurava.
- Eu me esqueci por um momento – ele disse tristonho.
- Não fique assim, garoto, ficar triste por uma namorada? Me poupe.
- O que você quer? – Moana a encarou.
- Vocês se lembram do que eu disse mais cedo?
- Você disse muitas coisas.
- Tem razão, mas estou falando da parte em que eu disse que iria matar vocês – Cayena sorriu largo – adivinhem por quem eu decidi começar?
- Nós não somos a melhor opção – Flynn tentou soar indiferente, mas estava com medo.
- Os vampiros estão reunidos, por mais que eu consiga vencê-los, vai dar mais trabalho enfrentar eles juntos, a Anna está com o Kris e eu não posso machucá-lo ainda, bem eu preciso dele vivo, assim como o Hiccup e a minha Astrid, então eu estava em dúvida entre a caçadora e vocês.
- Deixa, eu adivinhar, você optou por nós dois – Moana sorriu irônica.
- Os dois não, apenas um de vocês irá morrer e é claro que a gente sempre começa pelo mais fraco – Cayena começou a andar ao redor de Flynn – o único humano do grupo, o único que não tem um dom sequer, o que não tem nada de especial.
- Não precisa humilhar, dona, eu posso não ser nenhum ser místico, mas tenho minhas qualidades – Flynn falou enquanto fazia um bico ridículo.
- Eu não duvido, pena que não vou ter a chance de descobrir.
- Você não vai fazer nada com o meu irmão – Moana segurou o braço de Cayena e a puxou para longe.
Cayena encarou Moana e então começou a gargalhar.
- Claro que não, quem fará é você – Cayena ergueu a mão em direção a Moana e recitou um encantamento nórdico.
- O que você está fazendo? – Moana perguntou receosa, Cayena não respondeu, apenas continuou o encantamento – Me responde.
Moana perguntou irritada e tentou avançar em Cayena, mas de repente ela caiu no chão, apoiando seu corpo sobre os joelhos e as mãos enquanto gritava de dor.
- MOA – Flynn correu até a irmão que se contorcia no chão.
- Se eu fosse você, não ficaria tão perto – Cayena disse rindo.
Aos poucos Moana se transformou em lobo, ela se levantou e encarou Flynn com raiva enquanto rosnava.
- Moa, o que está fazendo? – Flynn começou a recuar à medida que Moana avançava – Moa, sou eu, seu irmão.
- Ela não vai te ouvir, ela só quer uma coisa, te matar.
- O que você fez com ela? – Flynn encarou a bruxa com raiva.
- Eu poderia vir aqui e simplesmente te matar, mas qual seria a graça? É muito mais divertido se a sua própria irmã fazer isso – Cayena se recostou em uma árvore e cruzou os braços enquanto apreciava a cena.
Moana se aproximou mais de Flynn até encurralá-lo contra uma das paredes externas da casa.
- Por favor, Moa – ele pediu suplicante enquanto lágrimas surgiam em seus olhos.
Como resposta, Moana apenas abriu a boca mostrando suas enormes presas e logo em seguida avançou mordendo a barriga do irmão.
Flynn gritou de dor e caiu no chão, logo em seguida Moana se transformou de volta em humana.
- Não – ela correu até o irmão – eu fiz isso?
- Claro que fez – Cayena se aproximou dela e fez aparecer um roupão ao lado de Moana – é melhor se vestir, por mais que você seja linda, acho que não vai pegar muito bem ir nua até o hospital.
- Hospital? – Moana parecia confusa.
- Sua mordida é fatal, mas ele ainda não morreu, quem sabe você não consiga salvar o seu irmão? É melhor se apressar Moana, ele tem uma pequena chance e é melhor você não a desperdiçar se não quiser se tornar a assassina que matou o próprio irmão, acho que seus pais ficariam decepcionados.
Moana observou Flynn se convulsionando no chão e gritando de dor enquanto o sangue jorrava pela ferida. Ela pegou o celular no bolso do irmão e discou o número do hospital, mas antes de completar a ligação, teve o aparelho arrancado de suas mãos.
- Não vou facilitar tanto assim – Cayena balançou o celular no alto – preciso que dê um aviso aos outros, diga que esse é só o começo, que eu vou atrás de um por um e diga para a Astrid que não vou deixar o que aconteceu no passado se repetir, eu vou salvá-la, mas para isso, vou fazer todos que ela ama sofrerem.
Cayena desapareceu em uma fumaça, deixando Moana desesperado ao lado de Flynn que agora estava inconsciente.
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