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História Blue Ocean Floor - Superei você - História escrita por sophiahaltz - Spirit Fanfics e Histórias
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História Blue Ocean Floor - Superei você


Escrita por: sophiahaltz

Capítulo 16 - Superei você


Fanfic / Fanfiction Blue Ocean Floor - Superei você

​Eu conheço este lugar, continua um segredo

E eu acho que você nunca tinha vindo

É meio difícil de achar a entrada

Você precisa de energético, mas o amará assim que entrar

 

B R I T N E Y 

Ele parecia notar meu semblante entristecer, mas não desfazia o seu sorriso nem soltava ou amenizava a força que impôs ao meu pulso. 

— O que foi? — Seu semblante se modificara; seu sorriso confiante se transformara em um sorriso inconformado, sobrancelhas quase coladas e um olhar confuso. — Não está feliz em me ver?

Algo estranho havia se formado em minha garganta. Não era algo estranho somente na garganta; havia no peito, nas pernas, na cabeça. Tudo estava estranho. Eu me perguntava se estava em um dos meus pesadelos, pois a agonia era a mesma.

— Adam?

Suas sobrancelhas se afastaram novamente e ele aliviou a mão que apertava meu pulso; no entanto, ela ainda estava ali nos unindo.

— Até que enfim falou alguma coisa. Por alguns minutos, achei que não tivesse me reconhecido. Estava branca que nem um fantasma — levou sua mão livre até a minha face e a repousou ali. — Por que está me olhando com essa cara?

— Como você me achou?

Ele pareceu surpreso com a pergunta.

Seu corpo reagiu. Em seguida, levou sua mão da minha face para meu outro pulso.

— Pelo seu e-mail eu descobri a cidade em que estava. — Meu e-mail? Tentei lembrar-me da ultima vez que acessei meu antigo e-mail e já fazia muito tempo. — Eu tive um pequeno trabalho para restaurá-lo, já que você o excluiu... Mas eu tive de fazer isso. Naquela nossa ultima ligação eu notei o quanto fizeram a sua cabeça e é só olhar para você agora que percebo o quanto você acreditou neles. O que eles fizeram com você?

— Não me fizeram nada, Adam! — Tentei me desvencilhar de suas mãos, mas ele havia colocado um pouco mais de força.

— Nada? Duvido! — Falou convicto. — A Britney que eu conhecia não gostava de exposição — balancei a cabeça para negar qualquer comentário que ele fosse fazer a seguir, mas ele me ignorava. — Mas parece que tudo mudou. Assim que cheguei nessa cidade e liguei a televisão, vi sua foto naquele baile beneficente. Tive que mentalizar a foto por minutos para me certificar de que era você, porque até então era impossível te imaginar em algo assim. E, eu fui até lá.

De imediato lembrei que Joshua havia comentado de um rapaz que perguntara por mim na festa. Meu deus! Ele estava tão perto. Será que tinha me visto com Justin?

Justin.

Quanto tempo se passara desde que sai de sua casa? E se ele cumprisse a promessa?

Pelo que eu conheço de Adam, ele não faria nada contra mim — acho. Porém, se visse Justin... Se soubesse de Justin... Eu não sei o que ele seria capaz de fazer.

— Não te encontrei; o que foi uma pena — senti um alivio percorrendo meu corpo. —Queria resolver esse mal-entendido o quanto antes. Mas pelo menos consegui o número da sua casa com uma garota que disse ser sua amiga. Liguei e ouvi sua voz. Tem noção de como eu fiquei? Segui suas recomendações e fui até o Hospital — Deu de ombros. —Consegui seu endereço. 

Olhei preocupada ao redor.

— Adam, eu preciso entrar... Eles chegaram de viagem. Se eles me virem aqui com você... — Tentei me desvencilhar dele mais uma vez.

— Ninguém sabe quem eu sou. E se bem te conheço, você é ótima com desculpas... Vai saber o que dizer — deu uma piscadela. — Eu estou com o carro aqui perto — olhou para o relógio em seu pulso esquerdo; em seguida, me encarou. —  Você tem 15 minutos para pegar suas coisas e irmos daqui.

Hã?

— Eu não posso simplesmente sair daqui...

Adam endurecera sua expressão.

— Pode. Se você quiser, você pode. Você não quer, é isso que está me dizendo?

 

✺✺✺

Antes, New Orleans.

Senti uma enorme dificuldade para levantar as minhas pálpebras pesadas. Não levantei muito, mas minha visão foi invadida por uma luz branca e as fechei novamente.

Senti um pequeno incomodo na mão; ao movê-la, a dor aumentara.

 — Oi? — Foi dito em uma voz fina.

Tentei responder, mas minha garganta estava muito seca.

 — Fique tranquila, querida. Você está no Hospital  — a voz fina outra vez.

Curtos pedaços de memória pulsavam e invadiam minha mente, como filmes antigos caseiros projetados em uma parede qualquer.

Tinha acontecido muita coisa nos últimos dias.

Foram dias tão surreais e eu estava tão fora de mim, que havia um borrão na minha mente. Apenas flashes de lembranças incompletas, que não se encaixavam...

A única memória completa que consegui recuperar foi a do meu último dia antes de chegar ao hospital; talvez porque, nesse dia, eu não estivesse tão intoxicada como nos outros. Com essa única memória recuperada, veio um misto de sentimento. Tristeza. Arrependimento. Vergonha. Mais arrependimento.

Forcei minhas pálpebras mais um pouco, encarei a luz por uns instantes e consegui enxergar a moça vestida de branco aplicando alguma coisa em um acesso feito na minha mão. Caminhei com o olhar pelas paredes brancas; a luz forte do quarto irritava meus olhos.

Para que tanta luz?

— Como está se sentindo? — Perguntou-me.

— Enjoada... — notei que minha voz estava rouca. — Rouca. Com dores — acrescentei.

— Vou te dar um pouco mais de analgésico — sorriu. — Vou chamar sua mãe.

— Não! — falei rapidamente. — Eu quero descansar mais um pouco. Depois você a chama.

— Está bem. Vou só avisar que você já acordou, mas vou dizer que está grogue por causa da medicação — piscou o olho para mim.

 

Notei um movimento e alguns burburinhos no quarto; reconheci a voz da minha mãe, mas não abri os olhos. Pouco tempo depois, senti um beijo sendo depositado na minha fronte; não me mexi ou demonstrei que estava acordada.  Eu não podia olhar para o rosto de nenhum conhecido nesse momento. Só para Adam.

Finalmente o silêncio.

Cada minuto que se passava aumentava a minha vontade de arrancar as duas conexões do meu sangue com o meio externo e fugir dali. Quando finalmente tomei coragem para fazer isso, dei de cara com a minha mãe sentada no sofá.

— O que está fazendo?

— Nada. Eu só estava vendo se estava sangrando... Senti algo molhado — minha voz ainda estava rouca.

Era uma mentira tão óbvia, mas mesmo assim ela olhou minhas mãos.

— Não tem nada — acariciou minhas mãos.

— Ah... Eu pensei que tivesse.

— O médico falou que você já está melhor. Como está se sentindo?

— Melhor. Não vejo a hora de voltar para casa — disse.

— Voltar para casa?

Assenti.

— Você não vai voltar para casa, Britney — olhei para os lados. — Depois do que aconteceu, você tem duas opções. A menos pior delas... — riu, mas era possível ver que era um riso de desespero. — É você ir morar com seu pai.

— O que?

— Não vou te deixar aqui a mercê daquele garoto.

— O que houve não teve nada a ver com o Adam!

Eu consegui irritá-la.

— Me poupe Britney! Você não tem personalidade fixa. Você é completamente influenciável, mutável como um camaleão e suas cores. Ao lado de Chad — ai, o nome dele não. — você era tão centrada... tinha objetivos. Depois se juntou com esse marginal e se tornou... — cerrou os lábios com força. — Não quero dizer em voz alta o que você se tornou.

— Diz — encarei-a.

Ela suspirou fundo.

— Já estou tentando colocar uma medida de restrição, para sua segurança, pelo menos enquanto você estiver aqui. Arrependo-me profundamente de já não ter feito isso antes...

— Não é culpa do Adam! — Falei mais alto do que eu esperava.

— Ainda hoje você vai ser avaliada por um dos médicos da mente do hospital...

— Médico da mente?

— Psiquiatra, Britney! Ele que vai me dizer se você vai ser internada ou se vai para casa do seu pai.

O quê?

Senti meus olhos arregalarem quando me imaginei internada em um hospital — provavelmente, psiquiátrico. Acho que meu coração havia reagido ao susto, dado ao súbito pulo que senti no peito.

Eu tinha plena convicção de que havia sido um momento de loucura. Foram quatro dias sem dormir direito, com muita bebida e drogas. A substância havia mexido com a minha cabeça. Eu estava vulnerável e... Não, eu não posso ser internada!

— Eu estou bem, eu juro. Eu juro que não vou nunca mais...

— Eu não vou me arriscar, Britney! Você fugiu de casa, não falou nada para ninguém. Acharam metanfetamina no seu exame de sangue... Olha as condições em que você chegou aqui — A boca da minha mãe começou a tremer, ela estava prestes a chorar. — Eu não posso...

A vi colocar as mãos no rosto e sair do quarto às pressas.

Encarei o chão durante um bom tempo depois.

Eu estava perdida.

 

✺✺✺

 

Eu sabia que tinha que ter muito cuidado com as escolhas das minhas palavras. Adam tinha um gênio difícil e ele poderia explodir se eu lhe respondesse de qualquer maneira. O problema é que estava nervosa demais para pensar em algo calmamente.

— Não. Não é que eu não queira ir. Não é isso, mas é que se eles percebem, vão me levar para longe e eu não quero me mudar mais. E-eu estou aos poucos conseguindo me adaptar...

— Se adaptar aqui?

— Sim. Não é tão ruim quanto parece. — Ele ainda me encarava, como se esperasse uma resposta positiva nesse instante. — Eu não posso fazer isso, Adam. Mataria minha mãe... Eu não posso.

Adam parecia considerar o que eu estava falando, já que assentia com a cabeça; mas ele era tão indecifrável.

— Está bem — soltou meus pulsos. — Você entra. Venho te buscar a noite.

— Eu não vou fug...

— Conversar. Nós precisamos conversar.

Deixei-lhe com a promessa de que o encontraria em um dos restaurantes do píer para conversar. Foi difícil convencê-lo a não vir me pegar, mas as dezenas de santos para quem eu tinha feito promessas colaboraram comigo e ele aceitou.

Esse pequeno tempo sozinha seria suficiente para que eu colocasse os meus pensamentos no lugar e organizasse muito bem as palavras que usaria para explicar que não vou sair de Newport e que estou feliz sem ele.

Não havia ninguém em casa, com exceção do jardineiro que estava aparando a grama. Ele não me viu quando passei às pressas para o meu quarto.

Finalmente olhei o meu celular e levei um tremendo susto quando encontrei uma mensagem de Justin que dizia “Estou indo atrás de você”, não perdi tempo e liguei para ele.

— Já estou há poucos metros da sua casa — Falou assim que atendeu.

— Volte agora para a sua casa! — Fui incisiva. — Não precisa se preocupar. Eu estou bem.

— Você estourou o prazo que lhe dei, passaram-se 12 minutos!

— Justin, o jardineiro está aqui.

— E eu o que quero com o jardineiro?

— Não vem! É sério. Não vem!

Eu só conseguia ouvir minha respiração e um barulho de vento do outro lado.

— Está tudo bem com você? — Perguntou.

— Está sim. Tudo maravilhosamente bem! Só preciso dormir mais um pouco. Fico com um humor péssimo pela manhã. Volte pra sua casa. Vou desligar.

— Manda uma foto para eu ficar tranquilo.

— Justin!

— É sério... Vou ficar aqui paradinho e só volto quando você mandar a foto.

Ótimo!

Abri a câmera do celular e enviei a foto sem sequer ver como ela havia ficado; apenas fiz questão de pegar boa parte da parede do meu quarto, assim não haveria duvidas de que eu estava falando a verdade.

— Agora sim.

— Tchau.

— Ei, espera... Ninna vai chegar hoje. Você não mudou de ideia, nem nada assim, não é?

Ouvi-lo dizer isso fazia com que eu me sentisse ainda mais amedrontada. Eu não conseguia dar-lhe uma resposta, mas não estava pronta para dizer que havia me arrependido, pois não era verdade e isso só me traria tristeza. Seja lá qual fosse ser a minha situação com Justin, teríamos que manter segredo até eu afastar Adam da cidade. Eu pensaria em algo depois.

— Querer ficar com você é uma das certezas que eu tenho na vida.

— Nossa! Fiquei preocupado com a demora — soltou um pequeno riso.  — Vou arrumar uma confusão aqui em casa, mas tudo isso vale por você. — Imediatamente sorri com suas palavras. — Estou agora voltando para minha cama. Vou aproveitar que o seu cheiro ainda está lá e dormir.

— Dorme bem — falei. E, por fim, desliguei.

 

Apoiei o celular sobre o meu corpo e deixei que os pensamentos viessem até mim. Fiquei nessa posição por um tempo considerável... Não consegui dormir; não tomei café; não me movi.

Um ruído de carro irrompeu o silêncio do meu quarto, alguém havia chegado. Continuei na posição em que estava até ouvir as batidas na porta. Pensei em não responder e ficar ali, por um tempo indeterminado, pensando e tentando descobrir uma maneira de não estragar tudo.

— Não foi para a aula? — A voz do meu pai fez-se presente.

— Aula? — Levantei a cabeça, ainda atordoada.

Olhou-me de um jeito estranho.

— Não tem aula hoje? — neguei com a cabeça, porém eu estava mentindo. Eu tinha aula, mas não lembrava. Não lembrava de mais nada, daqui a pouco esqueceria até o meu nome... Nada vinha à minha mente agora. — E a Summer?

— Ué? Ela não viajou com vocês? — Rebati.

— Summer viajou? — Ele estreitou os olhos.

Ops.

— Hum... Eu fiquei doente ontem, acho que tive febre. Mal dormi, acordei agora pouco com dor de cabeça. É melhor ignorar o que digo... Já foi ver no quarto dela?

Negou com a cabeça.

— Vou pegar o termômetro para aferir sua temperatura. Devo ter algo para dor de cabeça na cozinha. Volto já.

Revirei os olhos e suspirei quando ele saiu.

Peguei o celular e rapidamente disquei os números da Summer; a ligação foi para caixa-postal. Suspirei fundo e tentei ligar para Nick. Não demorou muito e logo fui atendida.

— Cadê a Summer? — perguntei-lhe.

— Por que tá perguntando isso para mim? — Respondeu-me.

Levantei da cama e coloquei a mão na cabeça.

Era só o que me faltava.

— Nick, você me ligou ontem e me pediu um favor. Eu disse para ligar para Summer e você me disse que ela estava viajando. Meu pai chegou de viagem e ela não foi com ele! — Demonstrei meu nervosismo na fala. — E você me disse que ela estava viajando!

— E-e-eu...

— Nick! Eu estou quase tendo um ataque de nervos. Então me diz logo que você sabe onde ela está — demonstrei minha irritação.

— Ahhh... Foi mesmo! Ela viajou com o Chris, mas ele não me disse para onde iam. Ela deve estar na faculdade.

Chris não disse para onde iam? Desde quando Nick e Chris tem esse tipo de intimidade? Desliguei o telefone antes mesmo de perguntar e tentei localizar a Summer, dessa vez ela me atendeu. “Estou na aula” foi o que me disse... E desligou.

Dei de ombros e voltei a jogar meu corpo na cama.

Meu pai voltou para o quarto com um termômetro e um remédio para dor de cabeça, não estava doendo... Mas aceitei o comprimido. Ele insistiu para que eu almoçasse e fiz sua vontade. O remédio estava me deixando com sono e, depois de me alimentar, voltei para o quarto. Não notei quando cai no sono, mas acordei em um sobressalto com o meu celular vibrando. Imaginei que fosse Adam muito bravo, pois havia perdido o horário para encontra-lo, mas era Justin.

— Oi.

 — Por que não veio para a aula. Está tudo bem?

— Sim, fiquei com um pouco de dor de cabeça, mas tomei um remédio e estou melhor.

— Se precisar de alguma coisa, posso ir aí e ficar com você.

Arregalei os olhos.

— Não, melhor não. — Ele ia começar a falar alguma coisa, mas me antecipei. — Já falou com a Ninna?

— Vou falar quando sair daqui. Fiquei de passar na casa dela.

— Fala com cuidado. Não magoa ela — falei baixinho.

— Sim, vou ter cuidado. Ei... Vem cá, por que a Aisha me disse que você é casada?

— O que?

Justin riu.

Revirei os olhos.

Aisha deve ter sido a “minha amiga” que deu o telefone aqui de casa.

— Sempre soube que essa menina era louca! — Falei e Justin riu. — Vou voltar a dormir... Depois ligo para você.

 

O horário combinado estava se aproximando, tomei um banho rápido e usei uma roupa ultrapassada. Não penteei os cabelos, nem corrigi minhas olheiras. Talvez fosse mais fácil  para ele me deixar para lá, se não gostasse do que visse.

Entrei no táxi e fui encontrar aquele que me proporcionaria um thriller psicológico. A cada minuto que o carro se aproximava do píer minha respiração ficava mais intensa, eu sabia o que tinha que fazer; precisava apenas de coragem.

Lá estava ele, vestido em uma calça jeans e uma camisa branca, suas costas apoiavam-se em um dos postes que ficavam em frente ao restaurante. Ao levantar seu olhar, me viu e arrumou sua postura; em seguida, encurtou nossa distância com seus passos.

— Fiz uma pequena mudança em nossos planos — Disse-me com uma voz firme e um sorriso. — Acho que podemos deixar o nosso jantar para depois da nossa conversa.

Firmei meus pés ao chão. O píer era um lugar movimentado e eu queria estar cercada por pessoas. Por mais que eu acreditasse que ele não fosse me causar mal, Adam vive em tons de frieza, então eu me sentia mais segura assim.

— Tem aqueles bancos ali — apontei para uns banquinhos brancos que ficavam separados apenas por uma cerca do mar.

Ele assentiu e segurou minha mão. Sutilmente soltei minha mão da dele, mas a mantive perto para que ele não me interrogasse.

Durante alguns minutos, o ouvir dizer o quanto lamentava por tudo o que havia acontecido; que sentia falta da minha companhia e o quanto eu significo para ele. Não o respondi, apenas demonstrei a empatia que sentia através das minhas expressões faciais.

Adam buscou motivos e os pontuou para fazer com que eu saísse dali e fosse em direção ao seu carro para que continuássemos do ponto em que havíamos parado.

 

— Eu não posso mais entrar em seu mundo, Adam.

— Não é meu mundo. É o nosso mundo.

— Sempre foi seu... Eu só estava muito perdida para ter noção daquilo na época.

Ele parecia ofendido.

— Eu nunca obriguei você a nada, pelo contrário... Você que sempre pedia minha presença. E eu sempre estive ao seu lado para tudo. Mesmo ouvindo as ameaças da sua mãe, tendo sido preso àquela vez por causa das suas crises de histeria, aguentando suas crises de choro quase que diariamente... Eu nunca lhe dei as costas.

Como era possível que eu estivesse com vontade de chorar? Mas eu estava. Mesmo suspeitando que o coração de Adam fosse inquebrável e que ele só estava fazendo aquilo para mexer com o meu psicológico, ele estava conseguindo. Eu estava me sentindo culpada, mesmo sem ter que sentir culpa.

— Eu não quis dizer isso... — respirei fundo para não entregar o choro iminente. — É que aquela Britney que você sente falta, foi só um pequeno verso na minha história, ela só existiu naquele tempo. Eu, finalmente, voltei a ser a antiga Britney. E a antiga Britney, Adam, não perde mais noites... uma atrás da outra, não se droga — abaixei a voz para falar a ultima parte. — nem causa sofrimento a família. E eu estou muito bem assim.

Adam encarou a praia e parecia refletir.

— Não vim aqui para pedir que faça todas aquelas coisas de antes. Você não sabe, mas eu estou limpo há dois meses. Se vim até aqui foi ficar do seu lado, como sempre estive. Você sabe que não há ninguém que te ame mais nesse mundo do que eu.

Inspirei fundo.

— Fico feliz que esteja limpo — fui sincera. — Mas eu preciso seguir em frente, Adam. — Falei com cautela. — Você aqui, na minha frente, prova que não tenho mais ligações com aquela Britney. Veja como estamos... — me referia à falta de sintonia e intimidade de agora, não usei palavras, mas ele assentiu, mostrando que me compreendia. — não é a mesma coisa.  

— Você quer dizer que não há nada que te conecte a minha Mona Lisa? — falou calmamente.

Assenti e Adam soltou um riso de escarnio.

— Você não se conhece! Você tem dois fortes laços que te prendem a ela. Um deles é o que você fez ao defunto — engoli seco ao ouvi-lo dizer essas palavras. — Ou você já esqueceu?

Eu tive que reprimir a dor que queria voltar a aparecer.

— Não, Adam. Isso eu nunca vou esquecer, embora saiba que não é minha culpa.

— Ah, já sabe? Que maravilhoso! — Exclamou irônico. —  Então quer dizer que já foi visitar a mãezinha dele? — Levantei-me do banco. Eu não suportava vê-lo ironizar algo que me causara tanta dor.  — Já se vai, meu amor? Tão cedo?

Seu sorriso malicioso estava ali, mas não iria cair no seu joguinho. Eu estava mais forte agora... Respirei fundo.

— Acho que já lhe disse o que tinha pra dizer. Eu superei você, Adam. Sinto muito se fiz com que você perdesse a viagem.

Ele mantinha um sorriso no rosto, como se tivesse um coringa escondido em algum lugar. Não iria cair nessa.

— Valeu a pena a visita. Ver-te sempre me faz feliz...

— Adeus.

Respirei fundo e dei alguns passos afastando-me dali. Era inacreditável que tive coragem para lhe dizer tudo o que eu havia dito. Era um sentimento de leveza, tanta leveza que sequer reprimi o sorriso que queria surgir. Estava desfilando com ele... Era o sorriso da minha vitória. Eu estava livre dos meus dramas psicológicos... Finalmente.

— Você não me perguntou qual o segundo laço que te prende, Mona Lisa! — gritou.

Sem tirar o sorriso do meu rosto virei-me para ele e o vi se aproximar. Dei um breve aceno e continuei meus passos em direção ao ponto de táxi.

— Somos casados — falou alto e sem titubear.

 

 

 

 


Notas Finais


Mas então... eu vou situar um pouquinho... já deve tá chato isso de "o que aconteceu com a Britney?". Por isso, vou trazer isso no capitulo 17 ou no capitulo 18, explicar basicamente todo o contexto de Blue Ocean Floor, porque basicamente a história dela 'começou' com isso. Pronto, nem eu me entendi, mas é isso. Jájá vocês ficam sabendo, to com essa cena escrita desde antes de escrever o prólogo kkkkkkkkkk
Ps 1: Essa ideia do casamento veio do nada no sábado quando vi no twitter alguma coisa sobre a Britney ser a celebridade que passou menos tempo casada e lembrei daquele rolo todo, então decidi trazer para cá. A questão é: ele está falando a verdade ou é só mais um dos seus joguinhos? hm*


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