Na sala de hospital do Mercy Hospital, uma mulher havia acabado de acordar da UTI. Seu corpo ainda estava dolorido e sua cabeça zonza, ainda sob efeito de fortes medicamentos. Ela não tinha a mínima ideia do que fazia ali.
Não se lembrava da noite passada.
— Que bom que acordou senhorita. — uma enfermeira checou suas medicações.
— Dói. — falou quase que inaudível, repousou sua mão onde sentia tão intensa dor. Não era uma simples dor, nunca sentiu aquela dor e tal proporção antes, estava chorando e assustada.
— Aplicarei morfina para aliviar.
— O que eu estou fazendo aqui? — a enfermeira injetou a medicação em sua veia para aliviar tão agoniante sensação.
— Não se recorda de nada? — perguntou complacentemente, não era a primeira vez que cuidava de uma paciente nesse estado. — Como é o seu nome, para informamos aos seus familiares?
Olhou incerta, sua mente estava longe e procurava qualquer tipo de lacuna para lembrar-se do que tinha acontecido ontem á noite. Novamente estava em um porto escuro. — Meu nome... — disse desconcertada. — Haruno, Sakura Haruno. — suas lágrimas desciam aos poucos pelo seu rosto, porém teve um conforto... Era ela.
***
Um helicóptero pousava no heliponto do Willis Tower, um dos arranha-céus mais alto de Chicago. Um homem de sobretudo preto saiu, passou a mão no cabelo tentando prendê-los, já que as rajadas de vento ali batiam fortemente. O helicóptero ainda com as hélices ligadas decolou novamente, enquanto o homem caminhava até o elevador segurando sua maleta executiva prateada e um copo de Starbucks.
Parou para observar o panorama da paisagem, sua vista completa da cidade. Podia ver completamente o Rio Chicago cortando a cidade e desaguando no gigantesco lago Michigan, já estava habituado aquela vista deslumbrante.
Entrou no luxuoso elevador e alguns segundos depois já estava no seu escritório. — Bom dia, Sasuke. — sua estagiária e ex-namorada o cumprimentou. — Como estava Nova Iorque?
— Fria como sempre. — não era um homem de muitas palavras e era conhecido pelo seu comportamento autoritário e exibicionista. — Alguma novidade, enquanto estive fora? — retirou seu Iphone prateado, conferiu algumas mensagens que provavelmente seriam ignoradas.
— Teve uma ligação do gabinete do dono da Sung Corporation, lhe enviaram o novo contrato e esperam que você imediatamente envie os trâmites. Desligou seu telefone? — ele assentiu e ela revirou os olhos. — E teve uma ligação de uma senhora qual queria lhe contratar, parece que a filha assassinou o namorado.
— Estou fora.
— Certo.
Seguiu para sua sala e retirou o pesado sobretudo de lã jogando-o sobre uma cadeira. Afrouxou a gravata vermelha e sentou-se em sua poltrona. Seu birô estava amarrotado de papeis, dezenas de resmas contendo processos e mais processos.
Massageou o cenho, não estava a fim de trabalho por hoje. Sua cabeça estava dolorida, resultado da noite em Nova Iorque onde foi contratado para um caso de suma importância, estava representando uma fusão bancária, onde o banco foi acusado de antedatar ações.
Virou sua cadeira para janela panorâmica onde via os outros aglomerados de arranha-céus e o lago. Ouviu algumas batidas na porta e permitiu que tal pessoa entrasse, era Ino.
— Sasuke, é a senhora que me ligou mais cedo, ela ainda insiste para você atendê-la. — ele bocejou entediado, era considerado o melhor advogado da costa Leste dos Estados Unidos, sua família tinha uma longa tradição no ramo da advocacia, ele tinha chegado ao topo.
— Assassinato. Eu honestamente não sou interessado nesses casos, só se eu estivesse na faculdade Ino.
— Ela quer o melhor advogado. A filha matou o namorado e parece que ela é importante.
— Não sei se você lembra, mas sabe que não sou da área criminal. Algum outro compromisso?
— Sim, na sua mesa. Tem uma grande fusão de uma companhia de telefone com tv a cabo, sabe essas coisas que dão a cabeça.
— E dinheiro.
— Claro, senhor Uchiha. — disse em um tom dissimulado.
— Ino? — ela virou-se e ele jogou o copo de surpresa. — Cadê o reflexo?
— Patético.
— Ainda sou seu chefe e posso arruinar o seu currículo, querida.
Sobre Sasuke Uchiha três adjetivos poderiam ser perfeitamente encaixados: Arrogante, esnobe e frio.
Ele não dava a mínima do que falavam dele pelas costas, esse era seu jeito e assim foi criado para ser. Sua vida era o seu trabalho, no qual sempre foi focado. Não se importava em quantas pessoas tinha que passar por cima para conseguir o que queria. Avassalador e um ótimo estrategista.
Pegou uma das pastas e começou a examinar o contrato minuciosamente, já estava acostumado com aquelas letras pequenas e sempre pequenos truques, qual pegaria qualquer um de surpresa.
Seu celular vibrou, olhou duas vezes ao visor e pensou bastante se atenderia.
— O que foi, Naruto? — atendeu ao velho amigo, enquanto focava o papel em sua outra mão.
— Tem um tempo livre ou precisarei pagar sua hora? — fez o Uchiha sorrir.
— Onze mil dólares por hora. Parece ser bem caro?
— Sempre tão modesto. Enfim, poderia passar no Owen & Engine pelas duas, ou está tendo um dia daqueles?
Sasuke checou as horas em seu Rolex cravejado por alguns pontos de diamante. — Duas horas, almoço. Posso.
— Certo. Espero.
***
— Ele virá? — a mulher loira já de idade tomava chá tranquilamente. Havia alguns seguranças apaisana por ali disfarçados. — Estou tentando entrar em contato com ele o dia inteiro e sou esnobada. Quem ele pensa que é?
— É o jeito dele, madame presidente. — Naruto sorriu gentilmente, sabia do forte temperamento do amigo, no entanto ele seria necessário.
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