História BNA - II (Brand New Animal) - Especial de Halloween

★彡 Michiru Narrando 

Sério. Às vezes eu pensava em ser mãe, sabe? Ter meus filhos, construir um lar.. uma família.. Mas daí eu olho pro meu pessoal e.. 

— Aiiiêê! Mooooriiii! O Shirou aqui!! — Gritou Nina. 

Acontece que nesse momento a Nina estava parada na porta do banheiro tentando sair enquanto o Shirou estava com uma barata em mãos para assustá-la. Sim. Uma barata. 

Suspirei, colocando minhas mãos na testa. 

— Shirou! — Chamei, me levantando sem paciência. 

Segurei na cintura do mesmo com calma, abrindo o maior sorriso paciente que eu poderia. 

— Filho, vai sentar vai. Deixa a Nina em paz. — Falei com a voz calma, puxando – ou melhor, empurrando – o Shirou para se sentar. 

Pela primeira vez na minha vida eu vi o Shirou se comportar igual à uma criança. O mesmo estava alegre e brincalhão – Talvez brincalhão até demais – e não parava quieto. A gente estava tentando se arrumar pra ir pra minha faculdade, já que os veteranos estavam organizando uma festa de Halloween e poderíamos levar convidados, mas o Shirou estava a todo o tempo brincando com as maquiagens, brincando com as fantasias, e—

— Shirou! Solta. — Cruzei os braços, vendo que o mesmo agora tinha pegado a prancha de cabelo. 

— Hahahaha, soltei, soltei. — Falou, levantando as mãos para o ar em rendição. 

— Toma, vai se arrumar vai. — Nazuna disse, jogando uma fantasia de pirata em cima dele. 

— Por que eu vou de pirata? 

— Porque você roubou meu coração. — Respondi rápido, mas logo comecei a rir para descontrair. — Brincadeira, brincadeira, hehe.. 

💭“ Misericórdia..” 

Shirou me olhou meio desconfiado, abrindo um sorriso ladino, mas logo se levantou, indo para o banheiro por a roupa. 

— Gente, o que deu nele? Tá todo animado. — Nina solta, se sentando em frente ao espelho. 

— A Mori deve ter—

Antes que ela terminasse de falar, eu dei um tapa em sua boca. Sim, um tapa. Fez barulho de 'plaft e tudo. 

— Ca'boka! — Falei rápido, sentindo meu rosto corar. 

Que desgraça, parece que tudo o que acontece com o Shirou elas querem pôr a culpa em mim. Sou responsável por tudo não. Ok, talvez algumas coisas.. mas não tudo! 

Nazuna me olhou com ódio, fazendo uma expressão de dor enquanto se afastava com as mãos na boca. 

— Desculpa, hahaha, doeu? 

— Não, que isso. Adoro receber um tapa. 

— Gente?! — Nina chama a nossa atenção, nos olhando sem entender a conversa. 

— Nazuna que disse. — Falei, levantando as mãos para o ar enquanto me afastava. — Agora sabemos quem é a sadomasoquista do grupo. 

Nina riu alto, ficando vermelha de vergonha enquanto Nazuna cruzava os braços, soltando risadas falsas. 

Nesse momento o Shirou saiu do banheiro, ele enfim estava arrumado e pronto para sair. Até que a fantasia que ele estava usando ficou realmente muito bonita nele.. e a maquiagem que a Nina escolheu deixou o rosto dele.. como posso dizer, bem vilão, sabe? 

Certo, o quarteto estava pronto. Eu estava de vampira gótica. A Nina – adivinhem – tá de Ariel, a sereia. Ela ficou linda, aliás, uma verdadeira graça. A Nazuna estava de múmia – Disse ela que era para combinar com seu espírito de idosa (?) tudo bem. – Enquanto Shirou estava fantasiado de pirata. 

Pegamos nossas coisas e saímos, rumo a faculdade finalmente. Nem vou dizer que levou quase 5 horas para cada um se arrumar. 

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— Bem feito. — Falei, cruzando os braços para o Shirou. 

Sim. O Shirou, de novo. Estávamos no trem, indo para a faculdade. Já tínhamos chegado na cidade e olha, andar com esses três é um desafio; Nina toda hora parando para tirar foto, Nazuna reclamando que o sapato dela estava machucando o pé e o Shirou cutucando todo mundo. 

Nina já estava ficando P da vida com ele, pois o mesmo inventou de ficar puxando a mecha da peruca dela. “ Ela vai te bater”, eu avisei. Mas vocês me escutaram? Porque ele não. 

A Nina nem bateu, pra ser sincera ela surtou e mordeu o braço dele, deixando ele com marcas de dentes. 

— Chega, calma aí. — Nazuna falou, começando a tirar os sapatos. 

— Tá machucando muito? — Perguntei, parando ao lado da Nazuna para que ela me usasse de apoio. 

— Acho que criou bolha.. 

— PARAAAAAAAAAA — Nina grita, chamando nossa atenção. 

Eu olhei para a cena e o Shirou estava vermelho de tanto rir enquanto a Nina estava vermelha de tanta raiva. Soltei uma risada nasalar com a cena e voltei minha atenção para a Nazu.

Ela retirou os sapatos e pude ver que realmente, o calcanhar dela estava avermelhado e com 2 bolhas, uma em cima da outra. 

— Vai descalça.. 

— Não, deixa, dá pra aguentar. 

— Mas amiga… 

Nazuna me lançou um olhar de "relaxa" e colocou os sapatos. Mas assim que ela deu o primeiro passo, Shirou parou na frente dela e a puxou, forçando-a a ir em suas costas. 

— Ué..? 

— Eu te carrego até lá, daí quando a gente chegar você fica sentada. — Shirou disse simples, arrumando a Nazu em suas costas. 

Aproveitei que o Shirou iria levá-la e tirei seus sapatos, carregando-os comigo. 

Se eu senti ciúme? Não. Óbvio que não. Porque eu sentiria ciúme? Ela é minha melhor amiga e está com os pés machucados… É fofo que o Shirou tenha se disponibilizado para carregá-la e é fofo que ela tenha apoiado a cabeça no ombro dele, abraçando seu pescoço… 

💭 “ São fofos..” — Pensei, sentindo um desconforto no peito. 

Ignorei qualquer emoção ou sentimentos que eu estivesse sentindo e seguimos para a faculdade. 

Quando chegamos lá, as placas e luminárias decoradas de abóboras e fantasmas nos guiaram até o auditório. O auditório estava lindo, várias teias de aranha falsas cobriam todas as extremidades das paredes enquanto pequenas tiras pretas e laranjas de papel crepom decoram o teto, balançando suaves com o ar do ar-condicionado. 

— Vocês vieram! — Lysandre diz, aparecendo com um sorriso. 

Pude ver que a atenção dele foi toda para a Nina, abrindo um sorriso fofo quando a viu. 

— Claro que viemos! Não podíamos perder uma festa. — Nina respondeu animada, com suas bochechas coradas. 

É tão nítido que eles se gostam.. 

— Você está linda de sereia.. — Disse, coçando a nuca. 

— E você tá muito fofo de drácula.. Parece que você e a Michiru combinaram isso, hahaha.. 

— Eu? — Perguntei, depois de ouvir meu nome na conversa. 

Eles deram risada de algo, mas eu não entendi, estava tão dispersa.. Na verdade, estava encarando o Shirou. Ele foi junto com a Nazuna procurar uma mesa, enquanto eu.. bom. Fiquei parada na entrada igual pateta observando a cena deles dois. 

💭“ Ele é tão delicado com ela..” — Pensei, e logo me puni por esse pensamento. 

— Michiru! — A voz de Adrien me tirou de meus devaneios, me fazendo olhar em sua direção. 

Ele está fantasiado de.. 

— Sério? — Perguntei, começando a rir. 

— A culpa é do Toshirou. — Respondeu breve. 

Logo vi Toshirou aparecer atrás dele com o telefone em mãos, tirando fotos do Adrien. 

— Eu nem vou perguntar, hahahaha. 

— Ah, para vai, vai dizer que eu não fiquei fofinho de Ursinho Pooh. 

— Hahahahahaha, não. 

Assim que respondi isso, ele fez bico, tentando cruzar os braços com a fantasia. 

— Tá, tá, você tá fofo, bem fofinho.. puf, hahahahaha! 

Logo as meninas apareceram, e elas estavam bem fofinhas com suas fantasias combinando de bruxinha. 

Uma conversa se iniciou. Eles começaram a falar sobre vários assuntos aleatórios enquanto me guiavam para a mesa de petiscos. Lysandre e Nina logo foram se sentar, conversando entre si. 

— Vam'itiru.. — Adrien me chamou, segurando um prato de plástico com várias coxinhas enquanto ria da junção horrível que ele fez com meu nome e minha fantasia. 

— Fala, ursinho. 

— Ursinho? Olha, até que eu gostei.. — Falou, sorrindo ladino. 

Revirei os olhos, soltando uma risada e dei um soco em seu ombro. 

— Vou te chamar de Pooft agora. 

— Ah, mas eu prefiro ursinho. Vai, diz, meu ursinho.. 

— Como é? — A voz grave de Shirou interrompeu a conversa, aparecendo no meio da gente. 

Vi o Adrien disfarçar o susto que ele levou. Não julgo, eu também tomei, mas também tentei não demonstrar. 

— Coxinha, amigo? — Adrien disse, oferecendo os salgados de seu prato. 

Shirou lhe deu uma olhada séria de cima a baixo, soltando o ar pelas narinas e voltou sua atenção para mim. Ignorando completamente o Adrien. 

— Vai passar a festa toda aí em pé? — Me perguntou, seu tom parecia sério. 

— Hum? O lobinho tá com ciuuumees??? É isso que eu tô vendo?? — Akko apareceu, colocando as mãos em meus ombros. 

Shirou corou na hora, desviando o olhar enquanto coçava a nuca. 

— E você já batizou o ponche, né?

— Óbvio. — Respondeu simples, se afastando enquanto dançava. 

Balancei a cabeça em negação. A Akko sabia como ser inconveniente, mas eu não reclamo, é até engraçado em certas situações. E nessa foi engraçado. O Shirou ficou sem jeito nenhum, posso dizer que ele ficou até bicudo. 

— Tá rindo do que? — Perguntou ele, cruzando os braços. 

— Oxi, nada, nada. 

Deixei o Adrien e o Shirou ali e fui montar um prato para mim. A mesa estava cheia, cheia mesmo de comida. Peguei brownie, bolo de cenoura, salgados, empadão, torta salgada, brigadeiros e alguns biscoitos. 

— Quer levar a mesa não? — Shirou disse em meu ouvido, e agora sim eu tomei um susto que fez meu prato quase cair no chão. 

— Que susto, véi! Para de aparecer assim. — Disse irritada e ele riu. — Qual o problema com meu prato? Virou fiscal agora? 

— Você não vai conseguir comer isso tudo aí.. 

— Quer apostar? 

— Vai realmente entrar nesse jogo? 

— Você quer apostar?! 

Shirou hesitou por uns instantes até que sorriu já convencido de que iria ganhar e apertou minha mão. Vi o mesmo montar um prato idêntico ao meu e fomos direto para a mesa.

— Que isso? Fizeram obra a onde? — Toshirou diz, fazendo graça com o nosso prato. 

— No seu c—

— Óia! — Nina grita, me repreendendo com o olhar. 

— Nada. 

— No meu o quê? 

— Primeiramente que quem não veio fantasiado não pode opinar. — Falei com graça, balançando a cabeça e recebi um dedo do meio dele. 

Ignorei a reação do Toshirou, olhando para a Nina esperando ela parar de me encarar e quando finalmente ela voltou sua atenção para o Lysandre, eu me virei para o Toshirou, respondendo baixo, movendo os lábios. 

— Olha a boca, Michiru! — Respondeu alto, rindo. 

— Vou te agredir. 

— Que isso mana, que prato é esse? — Lotte surge, parando em frente a mesa. 

— Ah, sério que geral vai falar do meu prato? 

— Eu falei que tava grande.. — Shirou diz baixo, disfarçando. 

— Mas eu vou comer! 

— Duvido. — Nazuna finalmente diz algo, me lembrando de que ela estava lá. 

— Beleza, bora então! 

Me arrumei na cadeira, aproximando o prato de mim e olhei para o Shirou, esperando que o mesmo dissesse que estava pronto e quando ele me deu o sinal, nós começamos a comer. 

Comecei pelos salgados e logo fui para os doces. Quem foi que disse que eu não conseguiria? Comi tudo e ainda me levantei pra comer mais! O pessoal ficou de boca aberta com a cena. Shirou não conseguiu comer tudo na hora, mas quando eu me levantei, ouvi ele dizer: “Ala, não esperava menos da minha monstrinho.” 

Ok, ok, eu posso ligeiramente ter ficado boba com a frase dele. Ele me chamou de sua monstrinho. Isso é fofo, né? 

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Sério, de quem foi a brilhante ideia de ir explorar a "Escolinha Abandonada da Cidade"? Não que eu esteja com medo.. só que eu preferia mil vezes estar na festa, confortável em minha cadeira de metal com meus vários pratos de caldo e salgados. Mas nãaaao, a gente tinha que bancar aqueles adolescentes de filmes e ir dar uma de Dora Aventureira às 21h da noite. 

— Eu vou pra casa. — Falei pela sétima vez, com os braços cruzados e a cara fechada.

— Para de ser medrosa Michiru.. — Sucy diz calma. 

— Eu não sou medrosa! 

— Eu também voto em ir embora… — Nina diz, a mesma recusou a ideia assim que falaram dela na mesa. Mas infelizmente, assim como eu, ela foi arrastada. Pelo menos o Lysandre deu o braço para ela segurar. 

💭“ Fofos” — Pensei, eles eram o típico casal estrela que todos shippam nas séries mas que a autora é cuzona o suficiente para nunca deixá-los juntos. 

— Se algo der errado, a gente usa o ursinho amarelo ali como isca e sai correndo. 

— Como é, Toshirou? 

— Nada, nada. 

Suspirei, olhando para o céu. Eu me sentia em um filme. Tínhamos tudo para dar errado. 

💭“ E pra piorar..” 

Não. Para piorar não. Só que.. 

💭“ Eu que queria estar ali..” — Pensei, observando o Shirou e a Nazuna caminharem na frente. Ele estava carregando ela, óbvio. Seus pés estavam machucados… É errado eu me sentir assim? 

— Bûh! 

— AAAH! — Berrei, transformando minha mão em gigante e dei um soco pro lado. 

Assim que eu abri meus olhos para ver o que eu havia acertado, ou melhor, quem. Eu vi o Adrien, abaixado com as mãos no rosto. 

— M-Meu deus! Desculpa! Foi sem que– Não! Sem querer uma ova, bem feito. — Disse, cruzando os braços mas me abaixei mesmo assim para vê-lo. 

Mesmo com um soco bem tomado na cara, ele continuou rindo. 

— Mas tu' é palhaço em. 

— Desculpa, hahahahaha, você deveria ter visto sua cara. 

— Não tava pior que a sua, toda amassada. — Shirou solta, olhando para o Adrien de forma séria e todos começaram a rir. 

Olhei breve para o Shirou e ele ao mesmo tempo me olhou. Ficamos com nossos olhares presos um no outro até que ele se virou, cortando essa ligação. 

Suspirei, ajudando o Adrien a se levantar e voltamos a caminhar. 

Acabou que quando chegamos na tal escola, estava tendo uma festa. Porém era aquelas meio 'proibidas' sabe? Então resolvemos ir embora. 

Fomos para a casa do Lysandre, já que os pais dele não estariam em casa e as meninas colocaram uma sequência de filmes de terror para passar. 

Se eu dormi? Claro. Comigo é assim; eu vou te prometer que não irei dormir, mas quando perceber estarei acordando no dia seguinte. Eu juro que não é de propósito, mas não tem como evitar. 

Acordei com um som estranho de vidro quebrando, olhando rápido para ver se algo havia quebrado, mas no fim foi só a TV. E como eu, todos pareciam estar dormindo também. 

Nina dormiu abraçada com o Lysandre. Sim, abraçada. Foco na cena que ela tá muito fofa. Peguei meu telefone para tirar uma foto e vi que eram 4:56 da madrugada. Tirei a foto, que infelizmente saiu com o flesh e todos se mexeram, mas por sorte ninguém acordou. 

— Boa, idiota. 

— Cala boca, Shirou. Shirou? — Me virei, vendo o mesmo parado em pé no corredor da sala. 

— Teve um pesadelo, neném? — Ele falou debochado, sussurrando. 

— Há, há, há.. foi a TV. — Respondi no mesmo tom. 

Me levantei, fazendo um parkour brabo para não pisar em ninguém que estava dormindo no chão e fui até o Shirou. 

— Tá acordado por quê? — Perguntei, e ele fez um "shiu" com o dedo e me puxou para a cozinha. 

— Eu não tô com sono…

— Você? Sem sono? 

— Sim, ver você e o Adrien abraçados me fez perder totalmente o sono. 

Oi? Na lata assim? Pera, calma, eu tô quase rindo de nervoso. Segura o coração Michiru. 

— Oi? Quando? 

— Quando você dormiu. Ele te abraçou e você o abraçou de volta. — Respondeu simples, sua voz estava rouca e ele parecia irritado. 

— Mas a culpa não é minha, oxi. 

— Hm..

— Dois.

— Três. — Respondeu ele, cruzando os braços enquanto me olhava com tédio. 

— Quatro. 

— Cinco.. 

— Se—

Antes que eu terminasse de falar, senti as mãos do Shirou me puxarem rápido para a sua direção. Ele aproximou seu rosto do meu, mas, não me beijou, apenas ficou encarando meu rosto. 

“ Droga, droga! Eu vou ficar vermelha..” — Pensei, tentando controlar o riso envergonhado. 

Tentei desviar o olhar, olhando para baixo, mas o desgraçado segurou em meu queixo, me forçando a olhá-lo também. 

— Shirou.. 

— Shiu.. eles estão dormindo.. — Disse baixo, me apertando mais. 

As mãos do Shirou me levantaram, me colocando sentada em cima da ilha de cozinha. Com um único movimento, ele desceu as mãos até a minha coxa, fazendo com que eu abrisse as pernas para envolvê-lo. 

— O quê você tá fazen—

— Shiu. — Ele mandou mais uma vez. 

Dessa vez eu tenho certeza que meu rosto está vermelho, já que estou sentindo minhas bochechas ficarem quentes. Meu coração parecia que iria pular para fora de tão rápido e forte que ele estava batendo, e isso só me deixava mais e mais nervosa. 

— Shir— Antes que eu o chamasse, ele me beijou com força. Puxando ainda mais minha cintura para perto dele. 

Passei minhas mãos pela nuca dele, acariciando seu cabelo enquanto aproveitava o beijo. Nossas línguas dançavam juntas uma música só, enquanto lá fora o som de uma coruja ecoava pela cozinha junto com o som da TV ligada. 

Quando finalmente nos afastamos para respirar, pude ver que o Shirou abriu um sorriso besta, escondendo o rosto em meus ombros. 

— Eu quero tirar essa sua fantasia… — Murmurou com a voz rouca, me fazendo ficar vermelha. 

Nesse instante, senti um calor quente percorrer pelo meu corpo e parar no meio de minhas pernas. Se antes eu estava nervosa, agora eu estaria o quê?

— P-Para de falar b-besteira! 

💭“ Merda! Para de gaguejar..!” 

— Besteira é eu não poder rasgar sua fantasia aqui.. 

💭“ Meus Deuses! Socorrinho. Minha pressão.” 

Mesmo nervosa – e não me perguntem o porquê, meu corpo só reagiu – eu envolvi minhas mãos ao redor dele, abraçando-o com força e senti o mesmo colocar o peso de seu corpo sobre mim. Me empurrando até que eu ficasse deitada e ele deitado sobre mim. 

— Eu estou te deixando nervosa..? — Perguntou ele, olhando diretamente para mim. Pude ver que o mesmo estava com as bochechas vermelhas e as íris trêmulas. 

— N-Não.. — Respondi, virando o rosto para o outro lado. 

Senti as mãos do Shirou deslizar em por minha barriga, adentrando por dentro da minha blusa enquanto alisava com a ponta dos dedos nus o meu umbigo, subindo devagar até meu peito. 

— Au! — Um cachorro latiu. E no mesmo instante eu sai de baixo do Shirou igual ninja, arrumando a blusa. 

O cachorro do Lysandre estava parado na cozinha, de frente para a sua vasilha vazia. 

💭“ A.. cachorro cretino..” 

Shirou olhou para a situação, respirando fundo e acabou rindo, arrumando a calça por alguma razão. 

— Cachorro desgraçado. — Soltou, indo até a vasilha e a enchendo de água. 

Ficamos nos encarando por um tempo, rindo baixo da situação até que ele me deu um selinho rápido. 

— Quer leite?

— Oi?! — Perguntei assustada, um tanto nervosa. 

— N-Não, idiota! — Ele disse, me dando um peteleco. — Achocolatado quente.. 

Vi que o Shirou ficou um pouco envergonhado, me encarando como quem diz "nossa, que mente suja" e foi para o armário, pegar os copos. 

Ah.. um dia, quem sabe.