Renjun suspira profundamente, tentando assim trazer alguma calma para seu interior na intenção de aguentar e não xingar aqueles dois que estão fazendo bagunça no fundo da sala. Mas ele já está acostumado com aquilo, Jaemin e Jeno eram os palhaços da sala, sempre fazendo graça e algazarra, mas pra ele eram apenas dois idiotas que gostavam de chamar atenção e atrapalhar a aula.
— Calma, Injun. — Escuta Donghyuck falar baixo ao seu lado.
— Não dá. Quem consegue estudar desse jeito? — Reclama, olhando para trás vendo os dois com mais meia dúzia de idiotas fazendo uma guerra de bolinhas de papel. — E ainda gastando folhas desse jeito. Coitadas das árvores.
— Eu consigo estudar mesmo com o barulho. — Dá de ombros. Renjun revira os olhos porque Donghyuck é Donghyuck e ele é ele, e ele não consegue estudar com barulho, e devia ser obrigação dos alunos ficarem quietos durante as aulas.
De repente, como se para tirá-lo a última gota de paciência sobrando, sente uma bolinha acertando sua cabeça. Ele a pega quando caí ao lado do seu braço sobre a carteira e levanta devagar, virando-se com olhos furiosos.
— Quem foi o corno que jogou isso em mim? — Donghyuck está apavorado. Aparentemente Renjun se acha muito maior do que realmente é. Só isso pra explicar ele querendo arrumar confusão com os idiotas do fundão, visivelmente maiores e mais fortes que eles.
— Eu, por quê? — Jaemin é quem se apresenta, caminhando com calma até estar frente a frente com o chinês.
— Porque eu vou fazer você engolir ela. — O chinês sussurra num tom ameaçador.
— Faça então. — Jaemin mantém um sorriso de lado debochado nos lábios. Àquela altura a classe inteira parou para observar a provável briga prestes a se desenrolar. Donghyuck está em pé ao lado do amigo, pensando no que fará se a situação ficar ruim: deve tentar ajudar o amigo quando este estiver apanhando ou só correr pra não apanhar também?
— Jaemin, não seja covarde, vai brigar com alguém muito menor que você? — Jeno chega ao lado do loiro, passando um braço por seus ombros.
— Nós só temos uns 5cm de diferença, burro. — Renjun responde.
— Como é?! — Jeno odeia que o chamem de burro. Tudo bem que não é mesmo muito inteligente, mas não precisa ninguém ficar jogando na sua cara.
— Eu tô esperando. — Jaemin fala.
Renjun, ao contrário de Jeno, não é nada burro. Sabe que não pode contra dois, mas também é orgulhoso e não vai dar pra trás, ainda mais na frente da sala toda.
Depois de ponderar por alguns segundos, em movimentos ágeis e simultâneos, ele enfia a mão com a bolinha na cara de Jeno — coisa que esperava que acontecesse com o loiro — e chuta a canela de Jaemin, o pegando desprevenido, e não demora a sair correndo, tentando ganhar alguns segundos de vantagem enquanto os outros dois ainda estão surpresos.
Mal sai da sala e consegue ver que os dois já estão vindo atrás de si. Agradece pelos corredores estarem vazios e ele poder correr sem obstáculos. Vira a esquerda, vira a direita, desce as escadas, e os dois ainda estão no seu encalço. Agora ele reza para todas as entidades existentes para que algo o salve, qualquer coisa mesmo. Bom, seu pedido foi atendido, porque quando vira mais um corredor, ele esbarra nas costas do diretor do colégio, caindo de bunda no chão. Jeno e Jaemin caem sobre ele assim que fazem a curva também. O problema maior é o homem de setenta anos que caí escada a baixo.
•••
— Você fez o que?! — Donghyuck grita chocado.
— Derrubei o diretor da escada. — Responde emburrado, com os braços cruzados e um bico nos lábios.
— Meu Deus. E o que aconteceu?
— Não sei, acho que ele quebrou algum osso.
— Renjun! Eu sei que você não gosta dele, mas querer matar o velho já é demais!
— Cala a boca, idiota. Não fica fazendo piada, eu tô ferrado. Peguei detenção por duas semanas, acredita? — Renjun está puto da vida, nunca em todos os seus anos escolares havia ficado de detenção, ou levado advertência, ou sido suspenso, nada.
— Devia ficar feliz de não te mandarem pra cadeia por tentativa de assassinato.
— Eu te odeio, Donghyuck.
— Por favor, não me derruba da escada também. — O maior tem as mãos juntas como se estivesse implorando
— Não fala mais comigo.
•••
Renjun anota no caderno os jeitos que conhece de se assassinar alguém. É uma lista e ele faz anotações, prós e contras, objetos necessários, etc.
— Ô Jaemin, esse garoto tá planejando matar a gente! — Renjun pula de susto. Distraído e com fone de ouvido, ele não percebeu que o garoto que estava sentado, como sempre, no fundo da sala, havia se aproximado.
Estão só os três na sala onde cumprem o primeiro dia de detenção. O professor que devia estar cuidando deles saiu há 10 minutos e ainda trancou a porta; Renjun se perguntava se aquilo era permitido.
Jaemin chega em alguns segundos e arranca o caderno das mãos dos menor, que levanta e bate as mãos sobre a carteira, querendo demonstrar irritação.
— Tá querendo matar a gente por que, bebê? — Típico de Na Jaemin: chamar meio mundo de desconhecidos por apelidinhos chatos e estar sempre com tom de flerte. Alguns diziam que era uma doença, ou no mínimo, um vício. Alguém poderia mesmo ser viciado em fletar?
— Porque eu odeio vocês. — Jaemin ri.
— Por que, neném?
— Por que eu peguei detenção por causa de vocês. Agora meu histórico escolar perfeito está manchado, e eu odeio manchas.
— A gente também está de detenção por sua causa, mas não estamos bravos por isso.
— Porque vocês não se importam com essas coisas.
— Você que chutou minha canela, xuxu. Você estava procurando briga, isso sim. — Deu de ombros, deixando de lado o caderno do outro.
— É, e você me chamou de burro, cara.
— Isso não se faz. — Jaemin balançou a cabeça negativamente, como se repreendesse a atitude alheia.
— Mas você é. — Revirou os olhos, se sentando novamente.
— Tá fazendo de novo! — Jeno apontou para o chinês, porém olhava para Jaemin. Ele parecia uma criancinha contando ao pai que haviam xingado ele.
— Garoto, deixa de ser idiota.
— Não fala assim com o bebê senão ele chora. — Jaemin adverte.
— Que bebê?
— O Jeno. — Renjun revira os olhos assim como o citado.
— E só acho que vamos ter que te ensinar como se comportar bem, garotinho mal criado. — Jaemin, com as duas mãos espalmadas na carteira, se inclinou um pouco, olhando Renjun de cima. O chinês se arrepiou por inteiro, porque o maior tinha aquele maldito tom de voz que o fazia imaginar mil e uma coisas proibida para menores, o que no caso, todos ali eram. A verdade é que se aqueles dois não fossem tão irritantes o tempo todo, Renjun poderia ter uma queda por qualquer um deles, porque ambos eram bonitos e gostosos pra caralho.
Antes que qualquer um pudesse dizer algo, escutam a porta sendo destrancada. Jaemin e Jeno rapidamente se sentam nas mesas mais próximas e o professor nem nota que eles mudaram de lugar.
Renjun arrisca olhar para o lado e Jaemin já está descaradamente o encarando. O maior dá uma piscadinha acompanhada de um sorriso de canto e o chinês finge que o aquilo não o apavorou.
O que se passava na cabeça de Jaemin?
•••
Renjun não demorou a descobrir o que Jaemin pensava, pois logo na manhã seguinte, assim que chegou ao seu armário, o loiro acompanhado de Jeno logo aparecereu a sua frente, cada um de um lado, o encurralando. Os alunos que passavam e viam a cena podiam jurar que eles estavam ameaçando batê-lo na saída.
— Que porra é essa? — O menor para, cruza os braços, e olha bravo para os dois.
— Já começou errado. — Jeno comenta. Renjun franze as sobrancelhas sem entender.
— O que está errado?
— O jeito que você nos cumprimentou, está errado, seja educado. — Jaemin explica.
— Agora pronto. Sai de perto, fazendo favor. — O mais velho empurra ambos os garoto, mas não surte muito efeito.
— Grosso. — Jeno reclama.
— E grande. — Retruca.
— Não mesmo.
— Donghyuck! — O ruivo que ninguém percebeu que estava próximo ri.
— O quê? Não acho bonito você ficar por aí mentindo. — Dá de ombros, passando pelos três.
— Eu acredito em você, gracinha. — Jaemin sorri com tanta malícia que quase escorre pela boca.
— Eu também, mas não tem problema se não for. Mas o meu é. Quer tirar a prova? — Jeno completa. Agora Renjun está contra os armários, querendo fugir, ou então se fundir com o metal e sair daquela situação que o estava deixando vermelho de vergonha. O pior é que ele que havia começado.
— C-c-como assim? Q-q-que isso? Q-q-que papo é esse?
— Acho que quebramos o garoto, Jaemin.
— Eu disse que ia te ensinar a ser um bom garoto, não disse?
— N-n-na verdade você d-disse que ia me ensinar como me c-comportar bem. — Quando saísse dali, Renjun com certeza se bateria por não conseguir parar de gaguejar. — Mas pra sua informação eu não gosto dessas coisas de daddy kink!
— Que pena. — Jaemin ri. — Mas eu não tava pensando nisso.
— Então o quê? — Pergunta baixo.
— A gente só quer conversar com você. Sabe, te ensinar boas maneiras, tudo na base da conversa. Por favor, obrigado, esse tipo de coisa. — Jeno o olha como se quisesse comê-lo. Renjun não pensa sobre em qual sentido, talvez todos, o que poderia ser assustador considerando o quão errado canibalismo era.
— Vamos sair sexta-feira. — Jaemin convida.
— Não, saí fora.
— Muito mal educado, tsc. — Jeno reclama.
— Por que não? O que tem a perder?
— Meu preciosíssimo tempo?
— Se você não for a gente conta pra sua mãe que você tá de detenção. — Jeno ameaça. Renjun abre a boca chocado com a audácia.
— Vocês não conhecem minha mãe.
— Jaemin, quer ir na floricultura da Sr Huang depois da detenção hoje? Ela disse pra minha mãe que está com saudades da gente.
— Vocês conhecem minha mãe? Pior: vocês fizeram amizade com a minha mãe? — Renjun cruza os braços e fecha a cara, emburrado.
— Eu vou lá as vezes comprar flores pra minha vó, não tenho culpa se tem dez mil fotos suas espalhadas em todo canto. — Jeno explica.
— Ela é muito simpática. — O loiro comenta.
— E então?
— Tá. Mas vou deixar claro que é só, unicamente, exclusivamente, apenas porque não tenho outra opção.
— Sexta, na casa do Jeno.
— Isso é sair? Ficar numa casa?
— Eu e você vamos sair, ué. Só o Jeno que não. — Dá de ombros e Jeno concorda.
— Mal podemos esperar. — Jeno sorri. Renjun se treme todinho, o moreno era um gostoso dos infernos mesmo.
— Estou ansioso pra te ensinar a ser um bom garoto. — Jaemin sussurra no ouvido do menor, fazendo cada pêlo do seu corpo se arrepiar.
Ninguém diz mais nada, os dois apenas saem com sorrisos no rosto deixando o mais velho meio atordoado para trás.
•••
— Você sabe que eles querem transar com você, né? — Donghyuck diz após Renjun contar-lhe tudo que havia acontecido.
— Claro que não.
— Ah, tá bom. — Revira os olhos. — Você é besta, Renjun? O que acha que esse papo de boas maneiras significa? Eles querem é te ouvir pedindo por favor pra foderem você.
— Tá doido, Donghyuck? Tá lendo muita fanfic.
— Você que tá pagando de inocente, só pode. Que diabos você acha que vai acontecer? — Cruza os braços, olhando impaciente para o amigo.
— Qualquer coisa menos isso. — Continuou tomando seu suco com canudinho pra não ter que falar mais nisso.
— Não sei qual o problema nisso. Não era seu fetiche fazer um ménage? — Renjun se engasga, olhando ao redor pra ver se alguém ouviu aquilo. Felizmente todo mundo parecia entretido com seus próprios almoços.
— Fala baixo, criatura. — Donghyuck revira os olhos. — Até é, mas não com esses dois, né?
— E com quem então? Harry Styles e Louis Tomlinson? Se liga, menino, você acha que uma chance dessas aparece todo dia? Se quiser outra oportunidade dessas vai ter que procurar no Tinder, tô te avisando.
— Eu não acredito que meu melhor amigo está me incentivando a fazer um ménage com dois caras que eu mal conheço.
— Mal conhece o que? Estuda com eles desde o fundamental. Você bem quer que eu sei, senão não iria.
— Eles ameaçaram contar pra minha mãe que eu tô de detenção. Não posso deixar isso acontecer.
— Beleza, seja sincero comigo, se não fosse por isso, você iria?
— Claro que não.
— Renjun. — O chinês suspira, Donghyuck é tão insistente.
— Tá, beleza, você é chato demais. Eu não acho que isso vá acontecer, mas se acontecesse, eu não acharia ruim, eles dois são gostosos pra caralho.
— E choca 0 pessoas. — O ruivo ri. — Transa muito, viu? Dá bem gostoso. Ou come também, nunca se sabe, né? Libera esse seu eu interior bem safado que eu sei que tá aí.
— Meu Deus, que tipo de amigo você é?
— O melhor.
•••
Renjun está na biblioteca. Xinga meio mundo de gente porque aparentemente as pessoas não tem capacidade de devolver livros de volta ao lugar onde pegaram.
A detenção é dividida entre ficar depois da aula e fazer tarefas no colégio. Naquela quarta, Renjun tinha que arrumar a biblioteca, fazendo tudo que a bibliotecária ranzinza mandasse.
Já está ali há 50 minutos. Passou por cada corredor daquele lugar. Naquela semana de provas, os alunos pareciam realmente empenhados em tirar notas boas, porque a quantidade de livros didáticos que estava tendo que devolver era enorme. Agora ele coloca nas prateleiras do penúltimo corredor os livros de física. Renjun odeia física.
— Eu odeio física. — Comenta pra si mesmo.
— Sério? Dependendo, eu até gosto. Principalmente ser for algo físico entre a gente. — Renjun se vira assustado, encarando Jaemin que ostenta aquele típico sorriso galanteador dele.
— Péssima cantada, não gostei. — Revira os olhos, voltando a sua tarefa. Está para devolver um livro numa prateleira mais alta, quando Jaemin, atrás de si, tocando sua cintura, tira o livro de sua mão, colocando-o no lugar ele mesmo.
— Pra que fez isso? — Renjun se vira para ele. — Somos praticamente da mesma altura, eu alcançava.
— Ah, sei lá, pareceu algo clichê que aconteceria numa fanfic. — Deu de ombros.
— Não estamos numa fanfic.
— Bem observado, bebê.
— O que veio fazer aqui, Jaemin?
— E de química, você gosta? — Ignora a pergunta do outro, folheando um livro em cima do carrinho com vários.
— Gosto, sei lá. — Não deu corda ao assunto aleatório, continuando sua tarefa.
— E da química que tá rolando entre a gente, você gosta? — Jaemin encurrala o chinês contra as prateleiras, seus dois braços em cada lado do corpo menor impedindo-o de sair. Renjun gosta da aproximação, mas não demonstra.
— Todas as sua cantadas são péssimas mesmo ou é só comigo? — O moreno pensa se esse é o mesmo Na Jaemin conhecido pela escola como o maior pegador do colégio, o que flerta tanto quanto respira.
— Você me magoa desse jeito. Sabe o que pode melhorar meu coração machucado? Um beijo seu. — Renjun jura que não esperava por essa. Jaemin está flertando com ele? Está, mesmo que sejam flertes ruins. Jaemin está quase se fundindo com ele de tão próximo que estão? Está sim. Mas o garoto é realmente muito direto e pega o menor desprevenido. Jaemin queria beijá-lo. Renjun queria beijá-lo também?
Porra, claro que sim. Então aperta o botão do foda-se e se joga na boca daquele loiro gostoso. Jaemin logo agarra sua cintura, num aperto gostoso, que fez o moreno suspirar sob as mãos quentes. Não há calma nenhuma no contato, estão longe o suficiente para a bibliotecária já meio surda não ouvir seus ofegos e o farfalhar das mãos passeando pelos corpos. Renjun é orgulhoso e não quer deixar Jaemin dominar o beijo, sua língua briga por espaço nas bocas, mesmo que haja espaço suficiente para ambos, mas Jaemin gosta de como Renjun luta para comandar.
É pego de surpresa quando sente a mão quente sobre sua calça, onde há um volume crescente. Renjun tem essa aparência de garoto inocente que fica vermelho quando falam de sexo perto dele, mas parece que não é nada disso. Sem ter certeza de como as coisas vão terminar, ele encerra o beijo. Renjun não tem tempo de reclamar porque logo o loiro está com os lábios sobre seu pescoço, dando leves mordidas e chupões fracos, nada que o marcasse, porém bom o suficiente para fazê-lo suspirar.
— Fica quietinho. — Sussurra para o maior, segundos antes de adentrar a mão pela calça social do uniforme do maior enquanto a outra está agarrada aos fios loiros.
Renjun pensa por um segundo que não acredita no que está fazendo, mas o pensamento logo vai embora porque ele prefere se concentrar no que precisa fazer. Sua mão sobe e desde sobre a cueca do mais novo, e ele está cada vez mais duro. Jaemin desabotoa a calça para que haja mais espaço para o outro, Renjun enfim está com a mão por dentro da cueca e ele adora sentí-lo tão duro e quente, até mesmo um pouco molhado.
Jaemin distribui beijos curtos pela boca, maxilar, e pescoço do moreno. É o máximo que consegue fazer com a concentração que lhe sobra. Àquela altura ele move o próprio quadril, estocando a mão que vai e vem.
— Continua assim. — Sussurra no ouvido do menor. Uma mão sua está na nuca dele enquanto a outra foi parar em sua bunda em algum momento que nenhum dos dois lembra.
— Vai gozar? Hm? — Renjun falava com um jeito tão safado, num tom que Jaemin nunca imaginou sair daquela boca, mas ele tinha adorado.
— Renjun... — Estava quase lá, Renjun conseguia sentir os espasmos no corpo quase grudado ao seu. Aumentou a velocidade, assim como os suspiros em seu ouvido aumentaram também. Quando viu que ele iria enfim gozar, desviou o corpo para o lado para que não ficasse todo sujo, acabando por sujar o que estava a frente do maior.
— Porra! — Xingou baixo, sentindo ondas de prazer durante o orgasmo. — Caralho, Renjun. — Estava um pouco ofegante, buscando ar para voltar ao seu estado normal.
— Cara, olha o que você fez. — Jaemin olha para onde o menor aponta e vê o livro sujo.
— Pobre livro de física. — Diz, enquanto arruma a calça.
— Não dá pra limpar isso, seria nojento. O que a gente faz?
— Joga no lixo. — Dá de ombros.
— Se der problema pra mim, você tá fodido. — Ameaça, pegando o livro com cuidado e colocando-o na lixeira que havia no canto do corredor, tendo que revirar o lixo para fazer o objeto ficasse escondido no fundo.
— Podemos foder juntos. — Agarra o menor e o beija, tão intenso quanto antes, com as línguas se esfregando e as mãos apalpando. Jaemin encerra o contato com um mordida leve no lábio inferior do moreno. — Tchau, tenho que terminar de varrer o pátio. — Deixa um tapa na bunda do mais velho e saí com um sorriso no rosto, deixando Renjun sem palavras para trás, finalmente caindo a ficha sobre o que tinha feito.
•••
— Eu não acredito que fiz isso, Donghyuck!
— Pois eu acredito, seu safadinho.
— Deixa de ser idiota. — Revira os olhos, mesmo que Donghyuck, do outro lado do celular, não conseguisse ver.
— Mas não tem problema em ser safado, Injun. Na verdade, é ótimo. Se não fosse por isso, não teria feito sexo num lugar público. Não é excitante o perigo de ser pego por alguém?
— Eu não fiz sexo em lugar público, Donghyuck. Foi só uma punheta.
— Pré-sexo então.
— Tanto faz. Mesmo assim não acredito, que tipo de pessoa eu sou? E se tivesse aparecido alguém? Não vou conseguir olhar mais na cara do Jaemin.
— Do que adianta você fazer a putaria toda e depois se arrepender? Foi bom, não foi? Aproveita, faz de novo. Da próxima vez não fica só na punhetinha não, transa mesmo.
— Donghyuck, você é inacreditável.
•••
Renjun lava as mãos quando ouve a porta do banheiro sendo trancada. Ele olha para entender o que acontece e se depara com Jeno, que caminha silenciosamente até parar ao seu lado, encostando-se na pia e cruzando os braços, ficando a observá-lo sem dizer nada. Renjun quer perguntar qual é a dele com aquela esquisitice, mas ele logo abre a boca sozinho.
— Jaemin me contou o que aconteceu ontem. — O chinês paralisa por uns instantes, mas depois desliga a torneira a abana as mãos no ar para secá-las.
— Ah... Pois é, né? — Sinceramente, ele não sabe o que dizer. Por que Jaemin contou? Por que Jeno estava falando sobre isso? Ele não devia nada a ninguém, afinal.
— É. Sabe, a gente é como irmãos, eu e ele. Tudo o que um ganha, o outro quer também. — O maior se coloca a frente de Renjun, que está de costas para a pia. O olhar do maior está parado sobre seus lábios, tão intenso que o faz engolir em seco.
— O que quer dizer com isso? — Pergunta baixo, meio receoso, pode ter entendido errado.
— O que você acha? — Num movimento rápido, Jeno passa um braço por sua cintura e o ergue, deixando-o sentado sobre a pia. Agora seus rostos estão na mesma altura e basta alguém avançar alguns centímetros para que as bocas se toquem.
— Eu... — Foda-se.
Renjun corta a distância e se choca contra os lábios bem desenhados do outro. Jeno tem a boca tão bonita, Renjun se pegou pensando bastante nela nos últimos dias. E trabalha bem também, porque o chinês já se sentia sem fôlego apenas com aquilo. Renjun entrelaça suas pernas em volta do maior e o puxa para mais perto, chocando seus quadris. Ainda não há nada ali, mas logo terá se Jeno continuar com aquela fricção. Logo sente uma mão do maior entrando por sua camisa, acariciando suas costas, sua cintura, seus mamilos. Jeno tem belas mãos grandes de dedos longos, se quisesse, poderia fazer um estrago com elas.
Abruptamente, ele interrompe o beijo afoito que é trocado. Renjun o olha confuso, ofegante, mas logo sente seu cinto sendo habilidosamente desafivelado com apenas uma não, enquanto a outra está sobre o próprio volume do maior.
— Eu quero fazer uma coisa por você. — Sussurra. Renjun imagina que será masturbado igual fez com Jaemin na tarde passada, mas seus olhos arregalam e a boca se abre em choque quando o mais novo se ajoelha e a lingua quente percorre toda a extensão do seu pau. — Você não mentiu, afinal.
— J-jeno...
— Só aproveita. — Ele engole até onde consegue, sentindo-o tocar sua garganta, depois tirando-o da boca com lentidão.
— Ah, i-isso é bom. — Comenta para si mesmo, mas Jeno gosta de ouvir.
Então ele começa o trabalho de vez. Segura o membro pela base e o chupa com movimentos de vai-e-vem, nem muito devagar, nem muito rápido. Alterna as sucções com lambidas pela extensão e pela cabeça que está escorrendo pré-gozo. Renjun tem uma mão agarrada aos fios negros, apertando e puxando conforme sente prazer, tentando se controlar. As vezes força a cabeça do mais novo contra seu pau para que consiga tocar sua garganta e o solta quando ele começa a se engasgar. Jeno parece gostar, porque sempre que o solta, ele tem um sorriso safado no rosto, e ainda lambe os lábios. Eles não trocam olhares por muito tempo porque Jeno logo volta a chupar o pau duro a sua frente, tão ereto quanto o seu está, apertado dentro das calças, mas sua maior vontade agora é fazer Renjun gozar.
— Porra... Caralho, Jeno... — Seu tom é baixo. Ele não consegue ficar em silêncio, é a primeira vez que alguém o chupa e todas as sensações são novas e prazerosas demais para o menor. Sua vontade mesmo é poder gemer à vontade em alto e bom som, mas sabe que ali ele não pode, então se contém com os palavrões sussurrados. — Porra, Jeno... isso é muito bom... eu vou...
Quando Jeno o escuta, se empenha mais ainda. Chupa com mais vontade e mais rápido. Levanta o olhar para poder ver a expressão de prazer do chinês quando ele enfim gozar. E é uma visão esplêndida: o lábio inferior preso com força entre os dentes, as sobrancelhas franzidas e os olhos fechados, o rosto vermelho. Quando ele goza, o aperto em seus cabelos aumenta, provavelmente sem o chinês nem perceber, mas Jeno não se importa com a pouca dor, até gosta. Sente o gosto amargo tomar seu paladar, mas o mantém na boca até que seu ápice chegue ao fim. Renjun abre os olhos a tempo de ver o maior engolindo tudo em sua boca. Aquilo o surpreende um pouco, não achava que Jeno gostasse daquilo, mas admitia que gozar na boca de alguém era gostoso demais.
Jeno está uma bagunça completamente excitante, com o rosto vermelho, os cabelos negros bagunçados, saliva escorrendo pelo canto da boca e aquele maldito olhar de quem queria mais, muito mais; insaciável.
Renjun ainda está ofegante quando Jeno levanta e toma seus lábios em outro beijo com urgência. O chinês consegue sentir o próprio gosto quando sua língua passeia pela boca alheia, mas aquilo não o incomoda. Jeno se afasta abruptamente, causando um estalo audível, quando ouvem o sinal para o intervalo tocar, encerrando a aula que ambos estavam passando trancados no banheiro
— Como sabia que eu tava aqui? — O chinês pergunta.
— Te vi entrando. — Responde, acariciando distraidamente a cintura alheia.
— Não devia estar em aula?
— Assim como você?
— Eu pedi pra vir no banheiro.
— Eu tava matando. — Dá de ombros. Renjun pensa "por isso que é burrinho", mas não fala nada. — Mal posso esperar para que vá lá em casa. — Deixa um selar na boca do chinês e saí, deixando-o para trás.
Renjun suspira profundamente, pensando que talvez Donghyuck não esteja tão errado assim
•••
— Eles definitivamente querem transar com você e você não pode me contrariar.
— É, acho que sim. O que eu faço, Hyuck? — Renjun parece realmente preocupado, segurando as mãos do amigo do outro lado da mesa.
— Ué, amigo, aproveita. Senta tanto que quem te tirar de cima deles vai ser coroado o novo Rei Arthur.
— Donghyuck, você nunca me ajuda!
— Estou ofendido! — Se finge de bravo, cruzando os braços com um bico nos lábios.
— É sério, me dá uma luz!
— Renjun, pelo amor de Deus, é tão simples: se você quer dar, vai, se não quer, não vai. Qual a dificuldade?
— A dificuldade é que eu quero, mas tô com medo.
— De quê?
— Não sei. Dor?
— Vai doer mesmo, mas depois fica bom. Next.
— E se eles não gostarem?
— São doidos, você é muito gostoso. Next.
— E se eu não conseguir andar depois?
— Estarei te esperando com uma cadeira de rodas. Next.
— Por Deus, Donghyuck. Se alguma coisa der errado, eu te mato.
— Fé no pai que o ménage sai. Next.
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