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História Bom Ômega - Capítulo Três - O beijo - História escrita por Moon1004 - Spirit Fanfics e Histórias
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História Bom Ômega - Capítulo Três - O beijo


Escrita por: Moon1004
e dearchanbaek

Notas do Autor


E lá vamos nós...

(Amo esse cap, foi um dos mais gostosos de escrever)

Capítulo 4 - Capítulo Três - O beijo


Fanfic / Fanfiction Bom Ômega - Capítulo Três - O beijo

CAPÍTULO TRÊS

o beijo


Passou-se uma semana desde o início da corte entre Baekhyun e Chanyeol. A essa altura era comum ver os dois andando de mãos dadas nos dias de folga, ou então a noite, quando Baekhyun deixava o ômega em casa. 

Chanyeol achou que seria muito mais esquisito do que realmente foi, mas parecia que todos da aldeia já estavam acostumados com o relacionamento deles antes mesmo de, de fato, terem um.

Sentia-se mais confiante por estar ao lado de Baekhyun, não era como se tudo tivesse mudado da água para o vinho, no entanto, gostava de como as coisas se encaminharam desde a conversa um tanto vergonhosa que tiveram no primeiro dia de cortejo. 

Se fosse parar para analisar, Chanyeol diria que a forma como Baekhyun se mostrava abalado perto dele era mais impactante do que as palavras que ele disse naquela tarde. Baekhyun era completamente sensível ao cheiro do ômega, e ele achava isso incrivelmente agradável.

Nos primeiros dias não conseguia afirmar com tanta certeza que realmente era atraente ao olfato sempre tão exigente de um alfa. Por isso decidiu fazer testes.

E foi por isso que foi à casa de Baekhyun. Com a desculpa de abastecer as despensas com temperos que ele mesmo havia colhido, decidiu ficar um pouco mais para esperar por ele, que não demoraria muito a voltar da ronda. 

Tinha trazido uma coberta de casa, porque apesar dos dias ainda quentes, as noites estavam começando a esfriar, trazendo o outono com elas. E Chanyeol tinha muitas cobertas.

A que ele tinha levado consigo tinha, especialmente, seu cheiro impregnado. Havia sido guardada em seu quarto por um tempo, portanto, mesmo lavando-a, ainda era perceptível como cheirava a algo cítrico e quase floral. 

Fazia dois dias que não tomava mais seus chás para retenção de cheiro.

Já era quase noite quando ouviu a porta da frente se abrir num rompante, achava o jeitinho bruto de Baekhyun um charme e tanto. Chanyeol percebeu que ele sentiu sua presença quando viu o alfa  já adentrando a cozinha do casebre. 

— Boa noite, meu bem — Baekhyun beijou o braço de Chanyeol, mesmo por cima da manga da camisa, — a que devo a honra de sua bela presença? 

Chanyeol riu.

— Vim trazer alguns temperos, já que você gosta de cozinhar de vez em quando — saiu de perto do amigo, para que fosse em direção ao acolchoado da sala, pegando o que havia deixado por ali, — e eu trouxe algo para se cobrir durante a noite, está começando a esfriar e suas mantas são todas finas.

Chegou perto do alfa e jogou o cobertor por sobre os ombros largos dele, sabia que ele tinha tomado banho no riacho ali perto; os cabelos molhados não davam espaço para outra interpretação além da mais óbvia.

Não soube dizer se foi sua aproximação ou o aconchego do objeto em si, mas Chanyeol gostou demais da reação dele.

Baekhyun fechou os olhos e sorriu pequeno, enquanto juntava os braços sobre o peito e se encolhia dentro da coberta, deu dois mínimos passos para frente e apoiou a cabeça no peito largo de Chanyeol. Esfregou a bochecha ali de forma adorável.

— Hoje o dia foi tão cansativo… — suspirou — tive que correr atrás de uns bastardos que tentaram invadir o perímetro da aldeia, eles eram bem mais jovens que eu… — soltou um risinho, desta vez soltando os braços ao lado do corpo.

Chanyeol se compadeceu do cansaço de Baekhyun e o puxou para que deitassem sobre o acolchoado de peles de jaguar negro, caçado quando o pai do alfa da casa ainda era vivo. Chanyeol apreciou mais do que deveria a forma como o mais baixo se aconchegou pertinho de si, ainda com a cabeça em seu peito. 

— Chegar em casa e te encontrar aqui era tudo o que eu queria hoje, adoro quando cuida de mim.

Chanyeol riu de leve, mexendo no cabelo curto de Baekhyun.

— Você gosta de ser cuidado por mim, alfa?

Baekhyun riu, animadinho.

— É claro que eu gosto… sou um alfa muito carente de você e não me envergonho disso.

Desta vez foi Chanyeol quem riu, gostando mais do que deveria da ideia de cuidar de Baekhyun. 

— Vou ficar um pouquinho, então… mas preciso voltar antes do toque de recolher.

Baekhyun apenas assentiu, respirando fundo enquanto se preparava para tirar um cochilo agarrado a Chanyeol. Mas então se lembrou de algo que precisava dizer, e deixar para depois não era uma opção.

— Chan…

— Hm?

— A partir de depois de amanhã eu vou começar a vir até a aldeia para almoçar, tudo bem? — olhou para cima, a tempo de ver os olhos confusos de Chanyeol — começaremos a fazer troca de posição, enquanto uns comem os outros ficarão de guarda. Ordem do Alfa Kim.

— Mas por quê? 

Baekhyun voltou à posição inicial enquanto fazia um carinho sutil na cintura do ômega.

— Esses ataques ao perímetro estão ficando mais frequentes, o líder da aldeia vizinha nos alertou que um de seus ômegas quase foi marcado à força por um alfa sem matilha. 

Chanyeol ficou alarmado. Não sabia que havia chegado a isso.

Baekhyun estava preocupado, ataques de alfas sem matilha era algo que acontecia, mas não era tão frequente. Por isso sempre fora rígido quanto à proteção da aldeia, mesmo antes de ser considerado o próximo general da tribo. 

Ele odiava a ideia de um ômega ser obrigado a passar o resto de sua vida com um alfa que o marcou à força. Para si não havia nada de mais asqueroso que isso. 

E agora, ele morria de medo por Chanyeol. Não tinha dito isso a ele, e talvez nem pretendesse, mas o ômega tinha um cheiro diferente. 

E por mais que não atraísse a todos, se Baekhyun era sensível a ele, quem garantia que outros também não fossem? 

E o diferente costuma instigar…

O alfa se arrepiou só com a remota ideia de que algo acontecesse ao Park por falha de segurança da aldeia.

— O que foi? Está com frio?

— Não, eu só… — suspirou — estou preocupado com você. Não posso te forçar a isso, mas… gostaria que você me chamasse sempre que precisar ir para alguma mata mais afastada da aldeia, pode ser? Mesmo que não seja além do perímetro. 

— Vai te deixar mais tranquilo? 

Baekhyun assentiu apressadamente. 

— Muito, — fez questão de buscar os olhos de Chanyeol — por favor, não fique chateado, eu sei que você ama a natureza e precisa ficar em contato o tempo inteiro, mas…

— Eu entendo, Baek, de verdade — o acalmou, passando a mão na nuca do amigo, acariciando ali para que ele ficasse mais relaxado. — É necessário, então tudo bem. 

Baekhyun sorriu, um pouco mais tranquilo. Olhou para os lábios sempre tão rosadinhos de Chanyeol e engoliu em seco, morrendo de vontade de sugá-los para dentro de sua boca. 

Mas desviou o olhar antes que Chanyeol pudesse dizer ou fazer algo a respeito. 

— Você disse que essa ordem será cumprida a partir de depois de amanhã, certo? 

— Sim, o Líder Kim disse que é para ter certeza de que todos da aldeia saibam da nova mudança.  

— Então… o que acha de irmos até a cachoeira? — Sugeriu, sabendo que Baekhyun não aceitaria de primeira.

— Chanyeol…

— Por favor, você faz a nossa proteção, vamos bem cedinho e voltamos no almoço… amanhã é sua folga…

— E-eu não sei…

Chanyeol se concentrou, pensando nas coisas que Baekhyun disse naquele dia, e então conseguiu exalar seu perfume de forma mais intensa, querendo persuadir o alfa de alguma forma.

— Meu bem, isso é tão injusto...— resmungou, manhoso — seu cheiro é tão maravilhoso, droga…

Chanyeol riu, adorando descobrir como deixar Baekhyun tão meigo e maleável daquela forma.

— A gente ainda não teve um encontro, amanhã seria o primeiro em que estaríamos sozinhos de verdade… 

Os olhos de Baekhyun se estreitaram e ele se levantou sobre o estofado, os cabelos agora já secos e meio bagunçados.

Olhando de cima, Chanyeol parecia o mais lindo dos seres, ainda mais com aquele sorrisinho nos lábios.

— Chanyeol, você… o que você fez com o meu ômega? 

Ele quis rir com aquela piadinha boba, mas a verdade é que quando abriu a boca, arfou. 

"Meu ômega".

Chanyeol sabia que Baekhyun não tinha essa possessividade um tanto ridícula que a maioria dos alfas gostava de exibir como prêmio, por isso foi tão agradável ouvir aquilo da boca dele.

Baekhyun sempre fez parecer, desde o começo, que era um orgulho particular ter Chanyeol perto de si. Antes era apenas como amigo, gostava de falar que ele era seu melhor amigo no mundo todinho, que jamais sairiam de perto um do outro e que ele não seria capaz de sair de perto do ômega que era um tanto excluído do grupo de crianças. Naquela época não sabiam que ele seria um ômega, mas por ser muito tímido, Chanyeol sempre era o último a ser escolhido, não importava a brincadeira.

Mas agora, Baekhyun tinha muito mais orgulho de dizer que Chanyeol era seu ômega, mesmo que em uma brincadeira, já que não eram nada além de conhecidos em um cortejo. 

Chanyeol não desgostou da maneira sutil que Baekhyun encontrou de testar território, nitidamente procurando uma reação negativa em seu rosto diante da suposta brincadeira boba. Mas o de cabelos negros apenas sorriu, revirando os olhos teatralmente e, como se seu coração não estivesse batendo feito louco, continuou com o assunto.

— Eu só quis dizer que poderíamos aproveitar a companhia um do outro, só isso… — se remexeu ali, puxando Baekhyun para deitar em seu peito novamente.

Estava esfriando e o corpo do alfa tinha uma temperatura muito agradável.

— A cachoeira está além dos limites da aldeia, Chan… — resmungou, apesar de quase ter sido persuadido pelo cheiro de Chanyeol, ele ainda tinha medo de levá-lo para lá.

— Os ataques não acontecem mais ao final da tarde? 

— Sim, mas nunca se sabe… você sabe que eu posso lidar com alguns lobos, mas se forem muitos alfas eu temo não conseguir te proteger, meu bem. 

Chanyeol sentiu pelo cheiro de Baekhyun como aquela era uma questão importantíssima para ele, por isso deixou a ideia de lado. Mesmo que quisesse muito ir à cachoeira.

Fazia tanto tempo que não ia para aquele pequeno paraíso… sentiria suas energias renovadas se pudesse dar um único mergulho naquela água cristalina e gelada. 

— Você tem razão, eu não deveria insistir nisso — acalmou o alfa, — quando tudo isso passar podemos ir para lá de novo, não é como se a cachoeira fosse sumir.

Baekhyun soltou um risinho.

— Sinto muito, queria poder fazer todas as suas vontades, meu bem… mas sua segurança não é algo que estou disposto a arriscar.

Chanyeol apenas apertou o corpo pequeno - mas forte - em seus braços, mostrando que entendia a preocupação do amigo, e agradecia por ela.

— Vamos levantar? Preciso te deixar em casa, aliás, já jantou? 

Chanyeol negou.

— Acho que ainda conseguimos pegar o jantar se formos lá, tenho certeza que a tia Namhee guardou um pouquinho para nós — disse, animado.

Park acompanhou Baekhyun e se levantou para que fossem até o refeitório da aldeia.

Com a evolução da matilha, muitas famílias se alimentavam em seus próprios casebres, mas atualmente, a tribo tinha muitos ômegas, alfas e betas solteiros, que preferiam se entrosar no horário da refeição. Por isso os ômegas mais antigos se dispunham a cozinhar em grande quantidade, deixando os mais jovens à vontade para que se servissem na pequena área a céu aberto, com algumas mesinhas de madeira. 

O mais novo casal foi de mãos dadas até o local, comeram enquanto falavam sobre coisas bobas e riram por alguma palhaçada que Baekhyun fez, porque ele sempre se esforçava para ver um sorriso no rosto de Chanyeol.

Quando deitou a cabeça no travesseiro, já pronto para dormir, Baekhyun começou a divagar sobre as possibilidades de conseguir levar Chanyeol àquela bendita cachoeira, sem que precisasse abrir mão da segurança dos dois. 

Sabia como Chanyeol necessitava do contato constante com a natureza, e desde pequeno ele parecia ter uma ligação muito forte com a água daquele lugar em específico. Baekhyun suspeitava que fosse apenas um conforto psicológico que tomava conta de Chanyeol, quando mergulhava lá, pois quando voltava do mergulho, emergia com o melhor dos humores.

O que ficou martelando em sua cabeça até que pegasse no sono, era que Chanyeol ficaria os próximos dias sem poder andar mata adentro, como costumava fazer todo dia apenas para levar seu almoço. Então ele precisava levá-lo lá, ou Chanyeol ficaria irritadiço e mais sensível que o normal, enquanto ficasse confinado na aldeia, junto aos demais ômegas. 





O sol estava surgindo timidamente por entre as árvores quando Baekhyun bateu à porta da família Park. Sentiu um cheiro de chá vindo do lado de dentro e supôs que seu amor já estivesse acordado, porque uma vez ele lhe disse que gostava de acordar os pais com o café da manhã já pronto. Era sua forma tímida de agradá-los. 

Baekhyun achava que nunca iria se acostumar com a beleza de Chanyeol. Quando o ômega abriu a porta e viu o amigo parado ali, arregalou os olhos, surpreso por vê-lo tão cedo, quando sabia que ele sempre dormia até tarde em suas folgas.

Notando que Chanyeol não se moveria ou diria algo tão logo, Baekhyun tratou de levantar os pés e plantar um beijinho na bochecha fofa. 

— Bom dia, meu bem. Como está?

— Bem, e… surpreso — disse enquanto o chamava para dentro em um gesto tímido, — e você?

— Estou ótimo, irei passear com o ômega mais belo da aldeia, dá pra acreditar na minha sorte? — manteve uma sobrancelha erguida enquanto observava a reação de Chanyeol.

Talvez algumas semanas atrás, Chanyeol encararia aquele comentário como uma brincadeira de mau gosto, zombando de sua aparência, mas agora ele apenas ria e considerava Baekhyun uma pessoa exagerada.

O que, perto de seus antigos pensamentos sobre si mesmo, já era uma evolução e tanto.

— Que história é essa? — perguntou enquanto servia chá para o alfa. Seus pais ainda dormiam.

— Vamos à cachoeira, Chan — deu um pequeno gole na bebida quente.

— Sério?

O sorriso que Chanyeol abriu naquele momento valeu por todos os incontáveis minutos que Baekhyun passou se preocupando  na noite anterior.

Vê-lo feliz sobrepujava  qualquer sentimento ruim em seu peito.

— Sim — devolveu o sorriso, — mas não poderemos ficar muito tempo lá e… eu queria fazer algo, com a sua permissão, é claro.

Chanyeol ofereceu um assento para o alfa junto à mesa e se sentou bem ao lado dele para lhe oferecer sua total atenção. 

Baekhyun respirou fundo antes de falar.

— É algo íntimo e eu não ficarei, em momento algum, chateado se você recusar, tudo bem? — Chanyeol concordou — é só que eu estava pensando se você não me permitiria ocultar o seu cheiro com… o meu.

O ômega piscou várias vezes seguidas, filtrando as palavras do amigo para que pudesse respondê-lo de forma racional.

— Entendi…

— Assim seria bem mais difícil de algum alfa te farejar enquanto estivermos a caminho, ou lá na cachoeira, mas eu vou entender se não quiser, porque você cheirar a mim vai fazer parecer que nós… bem, tivemos algo

Chanyeol riu baixinho.

— Você sabe que só de sermos grudados desde sempre já me faz ter o seu cheiro, não sabe?

— Sim, mas nesse caso seria diferente, seria… mais intenso.

— Certo, então você vai despejar seus feromônios em mim e, então, eu…

— Não vou te induzir a nada — fez questão de deixar bem claro, — vou protegê-lo com meu cheiro e nada mais. Talvez você apenas sinta um conforto maior ao meu lado, mas não será nada além disso, eu prometo a você. 

Chanyeol assentiu, sorrindo, porque confiava em Baekhyun de olhos fechados.

Ele queria deixar o amigo o mais relaxado possível, porque desejava que aproveitassem aquela manhã juntos. Estava certo de que seu coração caminhava a passos largos em direção à Baekhyun, e só queria fazer uma coisa para que tivesse certeza de que era ele.

— Tudo bem, você tem minha permissão. Só irei avisar meus pais de que estamos indo, e pegar uma troca de roupas. E então antes de entrarmos na mata você faz esse negócio.

Baekhyun riu, concordando enquanto o via levantar da cadeira de forma animada. 

Chanyeol voltou pouco tempo depois, com um sorrisinho que não lhe deixava o rosto. 

— Podemos ir.





— Sente alguma coisa diferente? — perguntou Baekhyun.

— Não, só… quero te abraçar.

O alfa riu, passando o braço por sobre os ombros largos e juntando levemente os corpos.

— Isso é normal, é porque se sente confortável perto de mim, principalmente agora com meus feromônios. — Baekhyun espiou o rosto sereno de Chanyeol e pigarreou, ensaiando o que iria falar a seguir,— falando em conforto… eu dormi maravilhosamente bem com aquele cobertor que deixou em casa ontem. Posso considerar que foi um presente do meu ômega?

    Chanyeol sentiu as orelhas esquentarem e rapidamente se afastou de Baekhyun, temendo que ele conseguisse ouvir seus batimentos acelerados com sua audição apurada.

— O qu-quê?

Baekhyun soltou uma risada um pouco mais alta desta vez, estavam andando lado a lado em direção à cachoeira. 

— É que teu cheiro ficou por toda parte ontem, sabe… quase parecia que era você deitado comigo. Até sonhei contigo.

— E-eu não… não foi minha intenção, quero dizer, foi, mas não dessa forma que você está pensando, eu não fiz isso para te atiçar.

Baekhyun fez questão de puxá-lo pela mão até perto de si novamente e, mesmo que não precisasse mais, manteve-as juntas.

— Eu sei que não, e nem foi isso que insinuei — outra risadinha, — eu me senti bem dormindo com o seu cheiro ali, só isso, estava tão cansado e aquilo me acalmou demais…

Sua voz se tornou manhosa como na noite anterior. Os olhos negros de Chanyeol brilharam, porque ele tinha gostado daquele jeitinho dengoso do alfa mais do que deveria.

— Obrigado por aquilo… um dia, quando meu cheiro fizer com você a mesma coisa que o seu faz comigo, eu vou retribuir o favor, tudo bem? — seus olhos castanhos eram esperançosos, como se realmente acreditasse que aquilo não estava longe de acontecer.

Chanyeol achou fofo, mas algo também afundou em seu coração, quando pensou que Baekhyun vivia apenas de expectativas consigo.

Há quanto tempo ele ficava na ânsia de ter algo além de abraços consigo? 

Quis dizer que já era afetado por ele, e muito. Mas achou que talvez não fosse o momento, não queria que parecesse apenas uma emenda para não deixá-lo falando sozinho.

Então fez apenas sorrir e se aproximar mais dele, apertando os dedos entrelaçados e retribuindo da forma que podia, por ora.





— Você já olhou os arredores duas vezes, Baek, não há nada por aqui… vem, entra na água comigo — pedia Chanyeol, enquanto mexia as pernas e os braços para se manter na superfície da água cristalina. Havia entrado de roupas, mas sabia que a camisa branca deixava à mostra muito mais do que normalmente achava confortável. 

Mas não ligou naquele momento, porque só queria que Baekhyun parasse de neura e entrasse na água de uma vez. Gostava muito do ambiente, mas a temperatura era realmente baixa para que conseguisse ficar ali por muito tempo.

— Eu já estou cheirando a você, ninguém vai me farejar. 

Baekhyun suspirou, ainda com os olhos atentos voltados para a mata. Chanyeol estava certo, então por que estava tão nervoso? 

Parando para pensar, estava mais receoso em estar sozinho com sua paixão em um lugar longe da aldeia, do que com o perigo que, àquela hora e nas condições em que estavam, era mínimo. 

Não queria forçar a barra com Chanyeol, mas estava com tanta vontade dele…

Por isso não sabia se a melhor opção era entrar naquela piscina natural. O teria ao alcance das mãos e, apenas pela espiada que deu mais cedo, não saberia dizer quais seriam as reações de seu lobo perto daquele corpo lindo e molhado, os cabelos negros escorridos, parecendo maiores do que de fato eram.

A pele do ômega parecia ainda mais pálida por conta da água fria, e Baekhyun constatou isso com certeza quando se virou para ele, decidindo acabar logo com a tortura. Tirou a camisa - e apenas ela - e pulou para perto de Chanyeol. Sentiu com rapidez a temperatura baixa e quando emergiu, respirou fundo, tremendo o queixo enquanto  se acostumava aos poucos. 

Ouviu o riso de Chanyeol, que já nadava tranquilamente agora que Baekhyun estava ali consigo.

— Vamos à caverna? — apontou com o dedo indicador para a queda d'água. Logo atrás, havia uma caverna que, surpreendente, tinha a água rasa e iluminada pela luz que passava por algumas rochas. 

A queda d'água não era intensa, por isso foi tão fácil ultrapassá-la, mesmo que formasse uma cortina que impedia a visão do lado de fora. 

Quando sentaram-se no chão, a água calma subindo apenas até a altura do abdômen, sorriram um para o outro. Baekhyun desviou os olhos para a beleza do lugar. 

E Chanyeol admirou Baekhyun de cima a baixo. O peito largo de pele leitosa, com uma cicatriz aqui outra ali, miúdas. Admirou os mamilos marrons quase rosados, eriçados pelo frio da água; e foi inconsciente quando lambeu os lábios, repentinamente instigado pelo corpo magnífico do alfa perfeito ao seu lado. 

Quis beijá-lo ali. 

Na verdade, queria beijar todo o corpo de Baekhyun. Na noite anterior viu como ele ansiou por sua boca, sentiu também como seu próprio lobo o quis de volta. 

— Chanyeol?

Piscou algumas vezes para retornar à realidade, percebeu que encarava o tronco do amigo de forma fixa. Envergonhado, desviou os olhos para a face do alfa.

— Sim? 

Baekhyun vacilou diante do cheiro forte que exalava de Chanyeol. Sabia que não era boa ideia ficarem sozinhos daquela forma. 

Chanyeol não sabia com o que teria que lidar se continuasse brincando de mexer consigo da forma que estava fazendo. 

Mas Baekhyun sabia que não conseguiria fazer nada que não passasse pelo consentimento de seu amor. Mesmo que enlouquecesse de vontade, mesmo que seu lobo lhe rasgasse o peito em súplica pelo lobo do outro. Ainda assim, se manteria firme, porque prezava a vontade de Chanyeol acima do anseio pelo corpo dele. 

Por ele. 

Por ele inteiro, desde o cabelo negro e ondulado, até as canelas levemente tortas, seguidas dos pés que achava fofos (achava adorável a forma como seus dedos faziam uma escadinha até chegar ao mindinho).

— Isso… — pigarreou — seu cheiro, está fazendo de propósito? — indagou suavemente.

— O quê? Não! — sua voz soou alta dentro do ambiente quase fechado. — Não, eu… só estava pensando em algo e… desculpe, não tenho muito controle sobre meu cheiro, estou acostumado a tomar chá, então não passei muito tempo tentando controlar…

— Por que parou de tomar? Lembrei-me agora de que fiquei curioso quando percebi que tinha parado.

— Faz pouco tempo… — encolheu de vergonha, — foi no começo do cortejo, quando você disse que gosta do meu cheiro.

Baekhyun abriu o mais brilhante dos sorrisos, se achegando mais perto de Chanyeol. 

— Fez isso por mim? 

Encabulado, o ômega assentiu. 

— Meu cheiro mostra minhas emoções, e como não sou bom em falar sobre elas, achei que pelo menos… sabe…

Baekhyun o abraçou de lado e beijou a bochecha gordinha, depois o ombro levemente exposto pelo tecido que caiu. 

— Fico feliz que tenha pensado em mim quando fez isso, meu bem… fiquei com medo de estar forçando a barra com você quanto a estarmos tentando ficar juntos e…

— Achei que já estivéssemos juntos.

A forma como Chanyeol franziu as sobrancelhas foi deveras charmosa para Baekhyun, que ficou, por um momento, preso ali.

— Na verdade, não… o cortejo serve para que possamos ver se nos damos bem como casal, depois dele vem o pedido de namoro e… — pigarreou — o casamento depois disso. 

Chanyeol assentiu, compreendendo que talvez estivesse sob sua responsabilidade o pedido de namoro.

Baekhyun não o faria até que tivesse certeza absoluta de que Chanyeol queria isso, e mesmo com a certeza… talvez ainda pensasse antes de fazê-lo.

O ômega sorriu, entendendo o que deveria fazer e, gostando da ideia, levou uma mão ao rosto de Baekhyun.

Seus olhos mostravam a confusão que não foi externada por sua voz. Chanyeol se aproximou, querendo muito fazer aquilo, mas não sabendo como.

Fechou os olhos em um momento de coragem e então encostou os lábios nos do alfa. 

Apenas aquele toque pareceu acender uma chama ardente dentro do peito de Baekhyun, que no mesmo instante levou um braço para as costas de Chanyeol, o puxando para que colasse o peito no seu, e sua outra mão se encaixasse na nuca dele. 

A língua quente esgueirou por entre os lábios de Chanyeol e ele, mesmo sem saber como aquilo afetaria o alfa, a sugou para dentro de sua boca.

Nunca pensou que seria tão excitante ouvir Baekhyun arfar em deleite, como de fato foi. Sentiu cada pelo de sua pele arrepiar com a forma que foi espremido contra o corpo firme, a boca sendo tomada lenta e sensualmente pela língua esperta de Baekhyun. 

Quando precisaram se separar, Chanyeol ficou um pouco tonto. O cheiro de Baekhyun tinha ficado incrivelmente forte e bom, muito bom. 

Agora entendia como poderia ser difícil para o outro, quando exalava seu cheiro sem perceber - ou de forma consciente - e ele tinha que se controlar. 

Não era fácil, porque estava mais afetado do que achou que um dia ficaria. E sua vontade era de se esfregar no colo dele até que aquela quentura dentro de si se esvaísse. 

Seu medo era que, mesmo se fizesse isso, ela não fosse embora. 

— Chanyeol, seu cheiro… de novo… — choramingou.

— Não me venha falar do meu, o seu está quase me fazendo cometer uma loucura! — disse, indignado com a forma que estava abalado.

Baekhyun sorriu, maravilhado com a confissão. 

— Mesmo? 

 Chanyeol o olhou de soslaio e então bufou, fingindo irritação ao mesmo tempo que tentava conter o sorriso pela alegria alheia. 

— Você me beijou… — a voz de Baekhyun era sonhadora. 

— Pois é… — disse, envergonhado.

Baekhyun se virou de frente para o amigo e, ainda sorrindo abertamente, confessou.

— Sempre imaginei como seria seu beijo, mas… foi tão mais gostoso que eu estou até sem palavras.

Chanyeol riu de nervoso.

— Foi bom o suficiente para você querer namorar comigo? 

Baekhyun engasgou.

— Oi?

— Você ouviu… — virou o rosto para o outro lado, não conseguindo olhar para o rosto do amigo. 

— Caramba, foi mais do que suficiente para eu te namorar… droga, eu… você me pegou de surpresa, meu bem.

Chanyeol riu.

— Isso é um sim, então?

Baekhyun abraçou o corpo maior que o seu, fazendo-o tombar para cima de si, praticamente caindo em seu colo. Beijou a bochecha dele incontáveis vezes antes de seguir aos lábios que tanto gostava.

— É um enorme sim — sussurrou. 

Chanyeol soltou um risinho, feliz por deixar Baekhyun feliz. 

Talvez aquele fosse o segredo?

Chanyeol sentia que para que o namorado ficasse feliz, teria coragem de fazer o que quer que fosse.

Só para ver aquele sorriso e sentir aquele cheiro.


Notas Finais


E então...?


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