CAPÍTULO SEIS
a união
Baekhyun se recuperou rápido, não tanto quanto gostaria, mas não estava reclamando. Havia sido um longo mês, apesar de seus ferimentos mais superficiais já terem se curado nos primeiros dez dias, o pé fraturado necessitou de mais cuidado e descanso.
Nunca pensou que pudesse ter um lobo tão controlado, mas naquele tempo em que foi cuidado por Chanyeol, percebeu que nada mais o abalaria. Viver uma vida a dois com o ômega sem poder tocá-lo era uma tortura diária. Deitavam-se lado a lado todas as noites e, em todas elas, muitos desejos e vontades passavam por sua mente; agora já bem recuperado, o único empecilho que teriam era o pé dolorido e a bendita união que ainda não aconteceu.
Baekhyun rosnava e virava-se para o outro lado, tentando tirar o cheiro de Chanyeol de seus sentidos, sensível demais para não ficar abalado com a infeliz situação. O ômega sempre ria e o acolhia em um abraço por trás, afagava os cabelos lisos até que Baekhyun pegasse no sono. Chanyeol também fervia por dentro em muitas vontades, mas entendeu que precisava ser forte pelos dois, porque se cedesse Baekhyun o faria dele, mas ficaria chateado logo após, culpado por ter consumado o ato antes do casamento.
Ele era certinho demais, mas isso não incomodava Chanyeol como deveria, visto que o conhecia desde sempre e apreciava grandemente o cuidado que Baekhyun tinha com ele.
Demorou, mas o tempo de se casarem chegou.
Chanyeol estava radiante na véspera do dia tão almejado, ajudando nos preparativos enquanto via Baekhyun de longe junto do sogro, carregando alguns pertences do ômega para sua nova casa. A cerimônia seria simples, o momento da união era rápido, normalmente o que levava horas era a comemoração. Como seria o primeiro casal a se unir em cinco anos, a tribo estava eufórica, a festança prometia varar a madrugada, mesmo que o casamento tivesse início com o sol alto no céu.
Logo quando o sol raiou no pico da montanha branca, Chanyeol foi chamado pela mãe para se aprontar, assim como Baekhyun foi arrastado por Junmyeon. Já pronto, Chanyeol estava um pouco envergonhado de como a mãe o havia aprontado; tinha passado extrato de babosa nos cabelos negros para deixá-los ainda mais ondulados e colocou uma coroa de flores brancas e folhas miúdas no topo, o obrigou a espalhar pela pele uma essência suave de flores, dizendo que aquilo realçaria seu cheiro natural e deixaria Baekhyun louco por ele.
“Ele já é louco por mim”, pensou, sorrindo feito bobo.
Na casa Byun, Baekhyun se encontrava parado olhando com tédio para a face indecisa de Junmyeon, que não sabia como arrumar o cabelo do afilhado.
— Junmyeon… daqui a pouco já é o casamento, por que demora tanto? É só cabelo.
— Já sei! Vamos fazer um topete, você nunca usou assim, Chanyeol vai gostar, — dizia enquanto procurava por algo que pudesse passar nos fios para deixá-los do jeito que queria. — Na verdade, Chanyeol gostaria até mesmo se eu te deixasse virado do avesso, então…
Baekhyun forçou uma risada e logo voltou à feição entediada.
— Que engraçado.
Junmyeon riu, achando o que queria.
— Pronto, você será o noivo mais bonito que já pisou nessa tribo.
— Não fale isso ao Sehun.
…
A tribo Jayeon tinha costumes bem simples no que dizia respeito a casamentos. A cerimônia consistia nos noivos frente à frente, de mãos dadas e diante de toda a população da aldeia; ao lado deles, o casal líder da matilha, assim como os pais dos noivos e, por último, a mestre de união, Leehi, a xamã.
Como Baekhyun era órfão, Junmyeon e Sehun assumiram a responsabilidade da tradição - esta que pedia que os pais mantivessem as mãos nos ombros do filho até o final da união. Com Chanyeol não foi diferente, sentia o calor das mãos calejadas de seu pai e mãe, confortando-o e tornando aquele momento o mais especial de sua vida.
Parecia um sonho, tudo aquilo. Ter Baekhyun, mais lindo do que nunca, segurando suas mãos e o olhando com os olhos marejados em emoção, feliz por estarem se unindo diante da floresta, era algo que Chanyeol guardaria no coração com todo o carinho. Quando ele disse “sim” lhe dando aquele sorriso… tudo o que conseguiu fazer foi limpar uma lágrima que escorreu por sua bochecha. Sempre achou um tanto exagerado quando algum noivo chorava durante a própria união, mas agora entendia perfeitamente.
Eram muitas emoções para lidar, principalmente se o seu parceiro era alguém tão radiante quanto Baekhyun. Quando Leehi deu a autorização para o beijo que selava a união, todos pensaram que seria o Byun a se agarrar em Chanyeol, o beijando com carinho (não era segredo para sequer uma alma naquele lugar o quanto ele era louco pelo ômega) mas, na verdade, quem se encaminhou para um beijo afobado e carinhoso foi o próprio Chanyeol, que ansiava por finalmente ser de Baekhyun.
…
A festança duraria boas horas, mas era costume o casal de noivos se ausentar assim que a cerimônia acabasse.
Baekhyun estava ansioso para declamar os votos de casamento a Chanyeol, e queria mais que tudo ouvir os dele. Diferente do que as tribos vizinhas faziam em casamentos, o povo Jayeon manteve a tradição de fazer seus votos apenas entre o casal, em casa, após a união frente à aldeia. Era algo íntimo e, o que quer que fossem prometer um ao outro não dizia respeito a ninguém além deles, e Chanyeol sempre achou isso algo muito romântico e íntimo, porque gostava da ideia de que os votos, naquele dia em específico, transcendem as palavras.
Mostraria suas intenções ao alfa o dia e noite toda, tocando-o e amando cada partezinha do homem que escolheu ficar ao lado pelo resto da vida.
Mas quando sentaram-se, um diante do outro, com as pernas dobradas feito índios e sobre a cama acolchoada, sentiram-se tímidos ao mesmo tempo que realizados. Com as mãos dadas, Baekhyun não parava de sorrir, e se permitiu olhar com cautela por cada detalhe do corpo de seu esposo; ele estava tão lindo.
— Eu… deveria começar, acho — disse Baekhyun, após pigarrear.
Chanyeol assentiu, sorrindo.
O alfa, decidido, pegou uma das mãos do amado e, com delicadeza, a colocou espalmada sobre seu peito, para que sentisse seu coração, e fez o mesmo com Chanyeol. O ômega engoliu o choro quando a mão livre de Baekhyun abrigou sua bochecha avermelhada e acariciou a pele com o polegar, sorrindo confiante.
— Eu passei a semana toda criando votos, mas agora nada me vem à cabeça — riu, rouquenho — você é tudo o que eu tenho, Chanyeol. É o meu bem mais precioso, mesmo quando éramos apenas amigos, mas agora mais ainda por sermos um. Mal posso acreditar que isso está acontecendo, meu amor.
Chanyeol concordou, porque sentia que nada sairia de sua boca, nem mesmo se tentasse.
— Eu lhe prometo tudo o que tenho e sou, tudo é seu agora, e prometo que sempre será. Nada pode abalar o que sinto por você, meu amor, nada. Seja nos momentos de alegria ou de tristeza, não importa o que passemos, enquanto minha alma viver, ela o amará e meu coração baterá por você.
Baekhyun dizia calmamente, os olhos jamais deixando os de Chanyeol, que transbordavam em um choro mesclado de tantos sentimentos, que sequer saberia nomear.
— Você sempre foi o meu maior desejo, Chan. Desde garoto, sempre te achei o mais lindo, esforçado, dedicado… perfeito, eu te acho perfeito. Sei que tem muitas coisas que você gostaria de mudar em si mesmo, e está tudo bem, eu também mudaria coisas em mim; mas quero que você saiba que eu não mudaria sequer um fio de cabelo seu, meu amor. Tudo o que eu mais quero é ser feliz com você. Por fim, eu lhe prometo que serei fiel, leal e te protegerei com a minha vida, quero ser seu porto seguro e que tudo o que lhe incomodar, pode vir até mim que daremos um jeito, tudo bem?
Chanyeol assentiu, sentindo o coração acelerado feito louco.
— Estou tão feliz que nem sei o que dizer — riu soprado em meio à emoção. — Eu… sempre te amei, Baek. Agora, parando para pensar, percebo que sempre foi amor. Quando você me pediu em cortejo eu entrei em choque, mas eu… sempre quis ser seu, só não imaginava que isso pudesse acontecer.
Baekhyun limpou a lágrima morna que escorreu bochecha abaixo.
— Eu te amo, prometo por tudo em que acredito que esse amor nunca vai mudar, eu sinto que não vai. Não é possível que um dia eu olhe para você e não sinta o que sinto agora, Baek. Prometo ser compreensivo e nunca te abandonar, trair ou… te fazer qualquer mal.
Baekhyun abaixou o rosto por alguns instantes, tentando recobrar a calma diante das palavras mais lindas e doces que já ouviu na vida. Quando achou que já havia ficado longe da boca do esposo por tempo demais, aproximou-se e encostou os lábios nos dele, a fim de selar os votos do casamento.
O beijo foi calmo, como se fizessem aquilo pela primeira vez, não houve malícia alguma no ato, por mais que o momento - e seus corpos - pedisse por entrega.
— Planejei algo para nós.
Chanyeol ouviu quando afastou as bocas.
— Como assim?
— Não passaremos nossa lua de mel aqui, meu bem. Venha comigo.
Disse enquanto se levantava da cama e puxava delicadamente a mão de Chanyeol.
— Para onde vamos? — Perguntou, curioso, seguindo o marido para fora da cabana.
Reparou que Baekhyun não levava nada em mãos, nem mesmo uma mísera trouxa de roupas.
— É surpresa, mas aposto que saberá antes mesmo de chegarmos lá.
Adentraram a mata, de mãos dadas, em um silêncio agradável comum para eles. Chanyeol estava curioso, mas realmente não demorou muito tempo para que identificasse o caminho; aquele que mais gostava em toda a aldeia.
— Estamos indo para a cachoeira? — Baekhyun riu quando notou a animação na voz do ômega, e assentiu.
— Há um casebre a alguns metros, além da cachoeira, descobri através do Líder Kim, era do pai dele, mas não é habitado há anos. Pedi que ele me deixasse restaurar algumas coisas e então que pudéssemos passar alguns dias aqui, trouxe tudo durante essa semana que passou.
— Achei que estivesse de guarda…
— Fui liberado. Não te contei porque queria surpreendê-lo, espero que entenda.
Quando virou para ver a expressão no rosto de Chanyeol, Baekhyun foi pego de surpresa por um beijo, rápido e molhado.
— É claro que entendo, seu bobo.
Mais alguns minutos andando, chegaram à tão amada cachoeira. Chanyeol queria pular no colo de Baekhyun e fazer morada ali, porque ainda não conseguia mensurar como poderia existir alguém tão perfeito e singular. Cada pequeno detalhe daquele dia estava sendo inesquecível.
— Quer ver o casebre e depois dar um mergulho? Ainda vai levar um tempo até escurecer.
Chanyeol assentiu, apertando a mão entrelaçada à sua.
A cabana, centralizada em uma pequena clareira com um cercado em volta, era miúda, talvez metade da casa Byun, mas ainda assim era muito confortável. Havia lampiões sobre os pequenos móveis de madeira maciça, a sala com a lareira também comportava a cama que dormiriam, e logo então havia um espaço com os utensílios de cozinha, cômodos separados apenas por uma divisória baixa que serviria como balcão. Chanyeol não pôde deixar de observar como em alguns pontos do lugar possuíam vasos de barro com ramalhetes de flores dentro, flores frescas e perfumadas.
— Gostou? — Sua voz demonstrava um leve nervosismo, visto que havia passado a semana toda preparando aquele lugar, só estava ansioso para saber se estava tudo do gosto de Chanyeol.
— Eu nem sei o que dizer… — virou-se para o marido — fez tudo isso sozinho?
Baekhyun assentiu, sorrindo constrangido.
— Eu amei, você é perfeito, não acredito que teve o cuidado de pensar em tudo isso.
Beijaram-se novamente. Ao dizer isso, Chanyeol envolveu os ombros de Baekhyun, iniciando um beijo lento e apaixonado. Ele realmente não conseguia acreditar em como aquele homem poderia ser tão perfeito assim.
— Quero que entremos com o pé direito nesse casamento, ou algo assim.
Riram juntos, cúmplices e felizes. Eles se entreolharam e riram como costumavam fazer, revelando mais uma vez a cumplicidade que sempre existiu entre os dois. A diferença é que agora eram casados e muito mais felizes do que antes.
— Vamos nadar, então? — Baekhyun sabia que veria exatamente aquela expressão no rosto de Chanyeol, quando pensou em preparar tudo aquilo. Talvez nunca achasse uma explicação para aquela ligação tão curiosa que ele tinha com a natureza e a água, mas sempre ficaria extasiado com a felicidade que emanava de Chanyeol naqueles momentos.
Deixaram suas camisas ainda no casebre, o ômega já não tão tímido pela semi-nudez, enlaçou a mão de Baekhyun e o puxou para que entrassem na água. Porém, antes do alfa de fato adentrar a cachoeira, Chanyeol o pediu que virasse de costas para si.
Baekhyun não entendeu a que aquilo se tratava, mas ainda assim o fez. Apesar da ansiedade, só retornou ao que fazia antes quando escutou a voz mansa do esposo dizendo-lhe para virar novamente. De verdade, nunca pensaria que ao bater os olhos no centro da cachoeira veria, através da água clara, a silhueta pálida e esguia de Chanyeol, nu como o havia visto apenas uma vez na vida.
— Chanyeol...?
O ômega sorriu e virou o rosto, envergonhado.
— Estamos casados agora, Baek. Venha... entre logo, escurecerá em breve.
Baekhyun não perdeu tempo, tirou o restante da roupa do corpo e pulou na água excepcionalmente gelada. Quando emergiu, procurou pela presença do amado e o encontrou apoiado em uma das pedras que ficavam na margem; nadou até ele, sorrindo porque estava feliz demais para conter.
— O dia hoje está perfeito, não acha? — Perguntou Chanyeol, enquanto recebia o marido nos braços, contente por colar seu corpo no dele sem sentir que estava ridiculamente tímido. — Está quente, mas não muito, o sol apareceu um pouquinho… apesar de que acho que durante a noite fará frio.
Baekhyun beijou sua boca em um estalo e voltou a admirá-lo de perto.
— Não se preocupe com o frio, meu amor, estarei lá para te esquentar a noite toda.
Seu sorriso era malicioso, e Chanyeol teve que segurar um arfar quando percebeu. Estava ansioso e sensível, não sabia dizer se era a data em si que havia aflorado tanto assim sua natureza, ou se seu lobo estava inquieto para se unir ao alfa; só sabia que ficava cada vez mais difícil de se controlar.
Mas, então, como em um insight, Chanyeol percebeu que não precisava mais se controlar. Por que deveria, se agora eram casados?
Determinado a mostrar seu desejo a Baekhyun, o ômega inclinou o rosto para mais perto dele. Enquanto uma mão acariciava sua nuca, Chanyeol colou seus lábios nos de Baekhyun, o sentindo reagir no mesmo instante. O beijo era envolvente e calmo, parecia que ambos concordaram em silêncio que aquele momento precisava de tudo, menos pressa e afobação.
As mãos grandes e pesadas de Baekhyun desceram para as coxas de Chanyeol e as puxaram com a facilidade e desenvoltura que a água permitia. Assim que enlaçou o quadril de Baekhyun com as pernas, Chanyeol gemeu, sentindo seu membro esfregar-se no baixo ventre do alfa. A boca ágil e faminta de Baekhyun fez o caminho do pescoço e clavículas do ômega, sentindo contra os lábios e língua tudo pelo caminho; a experiência triplicada em prazer apenas por ter ciência de que agora podiam fazer o que bem entendessem, que pertenciam um ao outro, finalmente.
Park parecia sensível como Baekhyun jamais havia visto, nem mesmo quando atracaram-se em sua casa, antes do cio de Chanyeol, ele havia respondido de maneira tão passional. Soltava resmungos e suspiros - ainda - controlados com cada pequena carícia, e remexia-se sem parar contra o quadril de Baekhyun, querendo aumentar a fricção entre seu membro rígido e a barriga lisa do alfa, ou então seu traseiro contra a ereção que esbarrava por ali vez ou outra.
As mãos de Baekhyun, agora longe das coxas compridas, uma vez que Chanyeol estava muito bem preso ao redor de seus quadris, passeavam com liberdade por todo o corpo esguio. Ora subiam pelas costas e depois pelo peito, às vezes apertavam com propriedade a cintura afilada, mas seu lugar predileto eram as ancas bonitas e macias que havia ficado aficionado desde que pusera as mãos pela primeira vez.
— Vai querer fazer isso aqui, meu amor? — sussurrou na audição do ômega, enquanto judiava da porção de pele logo abaixo do lóbulo orelha.
— Qualquer lugar, Baek… eu só quero você, é o mais importante.
A voz sôfrega pareceu fazer loucuras no interior do alfa, pois ele logo atacou sem a mínima gentileza a boca carnuda do esposo. Chanyeol, extasiado com o jeito firme dele, apenas recepcionou a língua molhada com o maior dos prazeres.
Sem fôlego e querendo muito mais, ambos se separam e param para se olhar por um momento, arfando.
— Podemos voltar para a cabana? — Sugeriu Baekhyun — Quero tocar e admirar cada parte sua, e quero que fique confortável para isso, querido.
Chanyeol gemeu, concordando no mesmo instante, levado pelo desejo de que Baekhyun cumprisse tudo o que havia dito, porque apenas imaginar que ele faria, já o excitou ao ponto de gemer em deleite.
Afastar os corpos só foi possível porque a promessa implícita de que ficariam unidos pelo restante do dia ficou pairando em seus pensamentos. Baekhyun foi o primeiro a sair da água, estendeu a mão para Chanyeol, sem vergonha da própria nudez ou do membro completamente rígido.
O ômega provavelmente sentiria vergonha em algum outro momento, por estar olhando tão desejosamente para o corpo de Baekhyun, mas não ali, não agora. Não quando a forma como o alfa o olhava fazia com que se sentisse o homem mais raro e lindo daquela vasta Terra. Sequer se importou com o próprio corpo sendo observado com tanto afinco, ou de andarem nus por aquele pequeno caminho até entrarem na cabana protegida por cercados.
Dentro do lugar, Baekhyun pediu que se sentasse na cama e o esperasse por um momento, pois iria se secar rapidamente e acender os lampiões - deixaria a lareira para mais tarde, talvez.
Quando retornou ao amado, Baekhyun estava com um pedaço de tecido grosso e felpudo em mãos, se ajoelhou diante dele e passou a secar seu corpo com paciência e delicadeza. Chanyeol não soube dizer porque, mas sua excitação foi às alturas com aquele gesto tão singular.
Agora, seco e com o peito aquecido, o ômega respirava fundo e mordia o lábio, apertava os cabelos de Baekhyun entre os dedos, enquanto sentia a boca morna engolir seu órgão túrgido. Nunca sentiu aquele tipo de prazer, era de enlouquecer, principalmente quando sentia os olhos de Baekhyun pregados em si. Seu abdômen se contraía a cada vez que a língua esperta pincelava sua glande, assim como a mão de dedos finos e longos massageava a base de seu comprimento.
Chanyeol não sabia o que fazer com as mãos, e tudo só ficou mais intenso quando sentiu o polegar de Baekhyun se esgueirar para baixo e massagear seu períneo, enquanto olhava para seu rosto com curiosidade, a boca ainda tomada trabalhando sem piedade de si.
— Como quer isso, meu amor? — perguntou, com a voz rouca e baixa.
Chanyeol ficou confuso por um momento, não conseguindo entender ao que ele se referia. Franziu o cenho e aquilo foi o suficiente para que Baekhyun entendesse sua confusão, rindo em seguida, acariciando preguiçosamente o próprio pênis em busca do menor dos alívios, o suficiente para não enlouquecer de tesão.
— Como quer que façamos? Digo, posso entrar em você, mas se você se sentir mais confortável, podemos fazer de outro jeito também.
— Podemos?
Céus, só Chanyeol sabia como aquilo o excitou.
Seu maior desejo era, sem dúvidas, que Baekhyun o tomasse. Por todos os santos, ele estava completamente molhado lá embaixo, lubrificando feito louco para receber o marido, mas a sugestão de trocar as posições fez com que se excitasse tanto… simplesmente por ter o poder da escolha.
Baekhyun, por outro lado, estava louco para ter qualquer contato que fosse com Chanyeol, não feria sua masculinidade alfa se oferecer para o marido daquela forma, até porque já tinha ouvido pela aldeia que existem alguns ômegas que, fora do cio, sentem-se mais confortáveis como ativos na relação.
— Claro que podemos, meu bem — levou uma mão para a bochecha de Chanyeol e fez carinho ali.
— E o que você prefere? — Chanyeol achou importante perguntar, já que odiaria que tudo fosse feito apenas baseado em suas vontades. O que mais queria era fazer Baekhyun se sentir bem.
— Eu… — olhou para baixo, Chanyeol seguiu seu olhar e mirou o membro duro e molhado de Baekhyun, a ponta vermelha parecia chamá-lo para mais perto. — Quero te foder, é isso o que quero agora.
Chanyeol mordeu o lábio, concordando, sentindo prazer apenas com a ideia.
— Então vem, é o que mais quero também.
Arrastou-se para o centro da cama, chamando Baekhyun pelo olhar. A visão do alfa em pé, nu e pronto para ele, pareceu como a coisa mais linda que já havia visto. Mas Baekhyun facilmente discordaria do marido, porque vê-lo ali, deitado e com as pernas levemente abertas, tímido, esperando para que se alinhasse entre elas… ah, isso sim era belo de ver.
— Esperei tanto por esse dia, meu bem… você não faz ideia — disse enquanto subia na cama, acariciando o lado de dentro de uma das coxas de Chanyeol, fazendo-o se arrepiar em expectativa. As mãos firmes apertaram a carne da região e as empurrou para que Chanyeol abrisse ainda mais as pernas.
Envergonhado, — mais pelo tanto de lubrificante em sua entrada do que pela exposição de fato — Chanyeol virou o rosto para o lado, o que foi uma pena, pois perdeu o olhar flamejante de Baekhyun passeando por seu corpo.
Chanyeol percebeu a movimentação de Baekhyun, mas por não estar o olhando, soltou um gemido surpreso quando o dedo dele acariciou sua entrada de cima a baixo, pressionando com cautela enquanto observava suas reações.
— Por que não olha para mim, meu bem?
Chanyeol mordeu o lábio, sentindo como até mesmo a voz do alfa o estava deixando louco.
Virou o rosto novamente, desta vez passando os olhos por toda a cena. Via suas pernas abertas, meio apoiadas nas coxas grossas de Baekhyun, o membro túrgido dele estava orgulhosamente em riste e uma gota de pré-gozo ameaçava escorrer da glande; Chanyeol engoliu em seco, percebendo que gostaria de passar a língua por ali e o colocar na boca em seguida. Continuou a admirar o corpo de Baekhyun, o abdômen definido e adornado por algumas cicatrizes, os mamilos que almejava chupar desde o dia em que se beijaram pela primeira vez, o pescoço longo e o rosto sério e sensual.
Parecendo entender a necessidade de Chanyeol em lhe tocar naquele momento, Baekhyun se debruçou sobre ele, apoiando um dos braços ao lado dos fios negros e ondulados, enquanto a outra mão ainda lhe incitava lá embaixo. Quando as bocas se tocaram novamente, Chanyeol respirou fundo com a sensação gostosa do dedo de Baekhyun indo fundo em si.
O vai-e-vém que o alfa iniciou fez com que Chanyeol levasse as mãos aos bíceps definidos dele e arfasse contra sua boca, deixando-a aberta para que ele enfiasse a língua por ali.
— Mais um, meu amor?
Chanyeol assentiu sem nem pensar duas vezes. Estava tão envolvido naquela bolha de sensualidade e tesão que nem mesmo o segundo dedo foi doloroso, devido à grande lubrificação e ao fato de estar mais relaxado do que sequer pensou que estaria.
Apenas quando sentiu o terceiro dedo procurando por espaço, que Chanyeol foi notar um leve desconforto, mas Baekhyun era simplesmente tão eficiente em tudo o que fazia, que logo voltou à posição anterior — ajoelhado entre suas pernas e com o tronco ereto — e envolveu o membro molhado de Chanyeol, masturbando-o lentamente para que a dor fosse sobreposta.
O ômega, sentindo o emaranhado de sensações começar a lhe turvar a mente e visão, precisou gemer mais alto e procurar por contato, até mesmo pegou o pau de Baekhyun em busca de aliviar a vontade absurda que tinha dele. Como consequência sentiu uma estocada forte e ouviu o gemido rouco e descontrolado do marido, que não esperava por aquela carícia.
— Posso… — iniciou o ômega, mas percebeu que teria que respirar fundo para continuar sua linha de pensamento. Baekhyun estava empenhado demais em fodê-lo com os dedos, admirando a visão, que parecia não notar que Chanyeol logo chegaria ao orgasmo se continuasse daquela forma. — Posso te chupar antes?
Baekhyun parou de estimulá-lo assim que ouviu as palavras tremidas saírem da boca de Chanyeol. O ômega observou, fascinado, o abdômen do marido se contrair em prazer.
Byun sequer respondeu algo, apenas retirou os dedos de dentro de Chanyeol e sentou-se na beirada da cama, de costas para si. O ômega, certo de que queria fazer aquilo, esgueirou-se para fora dali e se ajoelhou entre as pernas do marido, como ele mesmo havia feito minutos antes.
Ver os olhos brilhantes de Baekhyun encarando-o enquanto experimentava seu tamanho em mãos foi como atear fogo entre eles. Poderia jurar que nunca se sentiu tão desejado como naquele instante.
Olhos nos olhos e corações acelerados pelos diversos sentimentos, Chanyeol o colocou na boca e gemeu em satisfação; não era o gosto ou a textura que tinha feito com que gemesse daquela forma, mas sim o fato de Chanyeol sentir prazer enquanto agradava Baekhyun e essa, ele poderia dizer, era uma das formas mais instigantes de contentamento.
— Chega, chega… — murmurou Baekhyun — vem aqui, Chan, preciso de você agora.
Chanyeol gemeu manhoso enquanto se levantava, praticamente jogou seu corpo sobre o do outro quando ele se ajeitou no meio da cama novamente. Seus corpos tocavam-se em toda parte, e foi gostoso demais quando sentiram suas ereções roçarem uma na outra.
Baekhyun deitou-se de lado e Chanyeol o seguiu, ficando frente a frente. Foi bonita a forma como a mão firme e calejada do alfa alcançou sua panturrilha e, com muita delicadeza, a levantou; os olhos negros o olhavam com ternura. Após colocar a perna de Chanyeol sobre seu quadril, Baekhyun chegou sua pélvis para perto e pegou o próprio pau, arrastou a pontinha pela entrada do ômega apenas para ter o gosto de vê-lo revirar os olhos e morder o lábio.
Cada centímetro que entrava era um arranhão que recebia nas costas, Chanyeol parecia fora de si, com os olhos cravados nos seus, Baekhyun acompanhava cada micro expressão do amante, qualquer coisa que lhe mostrasse se precisaria parar ou apenas ir mais fundo. Quando estava todo dentro do ômega, Baekhyun respirou fundo em busca de autocontrole, contando até dez antes de perguntar se Chanyeol estava bem, porque por certo gemeria se abrisse a boca antes disso.
Chanyeol apenas assentiu, incapaz de murmurar algo.
Era diferente, o que sentia. Estava cheio, parecia que não caberia sequer mais um centímetro de Baekhyun dentro de si, era doloroso e escorregadio, quente e latejante; mas por outro lado, tinha aquela pontinha de prazer que estava se alastrando aos poucos, conforme ele parecia pulsar cada vez mais, espremido por seu canal apertado. Apesar das várias sensações, Chanyeol ainda assim conseguiu distinguir como algo gostoso que deveria continuar, precisava sentir mais de Baekhyun, o corpo dele se chocando contra o seu, a boca seca de tanto gemer.
— Por favor, Baek…
— Quer que eu me mova? — Estava louco para fazer isso, mas ainda assim teve a cautela de perguntar.
— Quero, por favor, alfa, por favor…
Chanyeol não soube o que exatamente pediu quando implorou por Baekhyun, mas talvez fosse simplesmente aquilo mesmo: Baekhyun.
As estocadas começaram lentas, mínimas, porque Baekhyun não gostaria da ideia de ter ido com sede ao pote e machucado seu querido esposo. Quando percebeu que Chanyeol estava mais confortável, foi mais fundo, acertou o ponto doce do ômega e teve o prazer de ver seu corpo tremer de tesão.
O alfa segurava a perna dele com força, usando-a como apoio para estocar com mais força para dentro da entrada que escorria lubrificação natural. Corpos grudados e se remexendo um contra o outro, Chanyeol sentia cada vez mais necessidade de esfregar-se contra o abdômen duro de Baekhyun, tanto para estimular o próprio membro quanto para sentir a pele escorregadia dele contra a sua. O rosto quente do marido estava enterrado em seu pescoço alvo e Chanyeol gemeu quando sentiu a língua quente brincando por ali.
— Você é tão cheiroso, me enlouquece toda vez que chego perto e você me deseja, Chanyeol… — gemeu quando o ômega se contraiu ao seu redor, excitado pelas palavras e voz de seu alfa.
Baekhyun largou a coxa de Chanyeol e levou sua mão às bandas abertas, acariciou as nádegas, uma por vez, e depois desceu seus dedos pela fenda que abrigava seu pau. As estocadas estavam ritmadas e gostosas, ambos sabiam que era só acelerar um pouco e se desfariam um no outro, mas por hora Baekhyun estava gostando de sentir o desespero tomando conta de seus corpos tensionados.
Quando esfregou os dedos pelo períneo de Chanyeol, sentiu-o mais uma vez contraindo intensamente ao seu redor, gemeu contra o pescoço dele e tornou a massagear a região molhada.
— Quantas vezes você ficou todo molhado assim me imaginando aqui dentro, hm? — eram perguntas retóricas e avoadas, mas que faziam Chanyeol ferver por dentro, porque sabia que Baekhyun tinha ciência do quanto o desejou muito antes daquela noite.
Estocou fundo mais uma vez, fazendo a cabeça de Chanyeol girar em prazer, agora realmente perto de algo extraordinário. Baekhyun, cansado de provocar, começou a arremeter forte contra a entrada judiada de Chanyeol, ouvindo-o gemer cada vez mais alto em aprovação.
Estavam quase lá, ambos sentiam que não durariam sequer mais um minuto naquela dança harmoniosa. Quando Chanyeol sentia que era aquele o momento, que iria se desfazer entre os corpos, chamou por Baekhyun como se sua vida dependesse daquele instante.
— Baekhyun…
Os olhos negros, antes fechados, o encararam em busca de pistas do que ele poderia dizer. Baekhyun estava suado, com o topete desfeito grudado na testa, bochechas vermelhas e lábios inchados; e ele era simplesmente tudo o que Chanyeol havia pedido em um marido, desde seu sorriso até a personalidade.
— Me marca?
Baekhyun praticamente grunhiu quando ouviu o pedido do esposo, sem saber mensurar como aquilo mexeu consigo. Queria mais que tudo marcar Chanyeol, porque isso significava que seriam um do outro para sempre, além da amizade e da união que fizeram naquela tarde.
— Tem certeza?
Chanyeol mal conseguia raciocinar em meio ao esfregar de corpos e estocadas brutas que recebia na próstata, estava flutuando entre os braços de Baekhyun e a única certeza que tinha na vida era que aquele era o seu lugar.
— Tenho, me marque, Baekhyun… por favor, estou quase lá, só preciso disso par-
Sentiu um choque percorrer por todo seu corpo quando as presas perfuraram sua pele, gemeu com os olhos fechados enquanto sentia o clímax o atingir; quando Baekhyun o espremeu entre os braços e jorrou dentro de si, o mais puro êxtase os tomou.
Baekhyun parou os movimentos quando sentiu seu nó inchar dentro de Chanyeol, e o manteve em seus braços até que pudessem se afastar, o que demoraria alguns minutos. Depois de tirar a boca do pescoço do ômega, pressionou o lugar para que não sangrasse muito e, apesar da região, a marca nunca sangrava como a um ferimento comum. O corpo dos ômegas era feito para receber a mordida de seu alfa uma vez durante a vida, e quando ela chegava, ele identificava e entrava em estupor por alguns instantes, assim como não permitia o ômega sentir dor se a marca fosse durante o ato sexual.
Chanyeol pareceu inerte nos braços de Baekhyun, até que o nó desinchasse e pudesse sair de dentro dele.
Assim que se desconectaram, o alfa tomou o cuidado de mover o corpo de seu esposo muito lentamente sobre o colchão, não sabendo ainda se ele sentia dor após sua primeira vez. Quando aninhou o ômega em seu peito, questionou baixinho.
— Está bem? — sentiu-o balançar a cabeça — mesmo?
— Sim, nunca estive melhor… — sua voz era rouca e manhosa — sei que devemos nos limpar, mas… está tão gostoso aqui, não é?
Baekhyun riu soprado.
— Nem me fale, estou até sem energias…
Chanyeol riu.
— Você se empenhou muito.
— Esse é o seu jeito de dizer que fui muito bem? — sua voz era sugestiva e risonha.
Chanyeol nada disse, apenas riu e levantou a cabeça, deixou um beijo casto sobre os lábios de seu marido e voltou à posição anterior.
…
No dia seguinte, acordaram com os corpos ainda com resquícios do prazer da noite anterior e, apesar de ser um cenário um tanto caótico no casebre, ambos apenas sorriram cúmplices e foram se banhar na cachoeira.
Baekhyun nunca se acostumaria com a frieza da água daquele lugar, mas com Chanyeol lhe abraçando tudo parecia mais quente.
— Ficaremos quantos dias aqui, Baek? — perguntou o ômega.
Agora, já era tarde e estavam sentados sobre a cama enquanto comiam algumas coisas que o alfa havia deixado ali na manhã do casamento.
— Estava pensando em ficarmos até depois de amanhã, o que acha?
Chanyeol sorriu.
— Acho ótimo, quero acender a lareira e ficar ali com você… — corou levemente, sentindo-se tímido.
Baekhyun riu, entendendo o que o marido quis dizer.
— A propósito, como está se sentindo? Seu pescoço não dói?
Chanyeol chacoalhou a cabeça.
— Você sente o que eu sinto agora, Baek, e eu também. Feche os olhos.
Sua voz era doce e o alfa, sempre tão encantado por Chanyeol, fez o que ele sugeriu no mesmo instante.
— Foque em me sentir… e me diga se sente algo que não seja alegria em mim.
Baekhyun sorriu, envergonhado por se sentir tão bobo pelo ômega.
— Só sinto… alegria e… — abriu seus olhos, surpreso e sentindo seu corpo esquentar subitamente — você quer de novo?
Parecia chocado com o sentimento que tomou conta de si. Identificando que partia de Chanyeol, Baekhyun sorriu travesso.
— Isso é impressionante, não é? — comentou, animado — estou ficando duro porque você está me desejando, que loucura.
Chanyeol riu, aproximou-se do esposo e envolveu os braços em seu pescoço, fazendo-o tombar para trás. Encararam-se como se o mundo fora daquela cabana ficasse apenas em segundo plano, o que não seria mentira se parassem para pensar; estavam imersos demais para notar qualquer outra coisa. Beijaram-se, com os peitos transbordando um só sentimento.
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