Para prosseguir com esse grande drama mafioso, tenho que contar para vocês o que acontece pelo ponto de vista de Hidan. Afinal, o estacionamento de sua corporação tem câmeras e tudo o que a modernidade pode oferecer. Por isso, vou mostrar o quão bom narrador sou, ou melhor, o quão esperto Hidan é. Para começar este capítulo vamos voltar ao momento em que o albino pega seu carro, e todo machucado, engata a primeira marcha para fugir do local criminoso e nojento.
Ele estava com muita raiva. Deus, ninguém deveria mexer com Hidan não depois que ele perdeu a puta que queria, não depois que um de seus piores inimigos estava de affair com sua próxima vítima... De repente, como a mágica daqueles contos de fada, que o homem nunca apreciou, seu império estava começando a vacilar... Não, ele ainda não tinha um império. Ele estava fazendo as coisas acontecerem... E daí... Aquele loiro desgraçado e sua gangue infantil apareceram. Então, os policiais ignorantes deram as caras... Hidan não conseguia conter sua raiva.
Queria matar.
Devia ter matado Kakashi junto com Gai...
Não...
Ele podia fazer pior agora.
Pegou seu telefone e estacionou seu carro num posto, ainda próximo a cena. Foi em sua lista de contato e ligou para Obito. Seu... Parceiro... O Moreno tinha mais negócios por fora do que podiam imaginar. O rádio funcionava com bluetooth, então o tuu-tuu-tuu da ligação ecoou pelo carro através do aparelho.
– Alô? – A voz do policial era grossa e parecia curiosa. – O que aconteceu para me ligar a essa hora?
– Kakashi está levando Deidara para a cadeia!
– Puta merda, – o moreno vociferou do outro lado do telefone. – Eles não me escutaram mesmo! Filhos da puta!
– Você está na delegacia? A que fica perto da minha corporação? Precisa dar um jeito nisso, Obito!
Hidan pegou um cigarro e acendeu, enquanto esperava a resposta do parceiro.
– Era meu dia de folga... – Disse fingindo preguiça.
– Você sabe que posso te devolver o favor de qualquer forma. – Hidan baforou a fumaça de tabaco no carro.
– Me conta o que aconteceu...
E Hidan o fez, descrevendo cada cena que presenciou. Cada detalhe. Tudo. Os Uzumaki tinham Shikamaru para limpar as cenas, e por isso nunca foram pegos. E, Hidan? Vocês deviam se perguntar. Ele tem a polícia, alguns repórteres e subornava alguns paramédicos. Ele tinha dinheiro.
– Primeiro vamos pegar Kakashi e Itachi, – Obito era o centro que ditava as regras nessas situações colocando os peritos na cena que preferia. – Você e eu os queremos mortos, – riu do comentário seguinte. – São dois pé no saco!
Então o moreno recebeu uma ligação da polícia parando por pouco tempo a conversa com Hidan.
– Eles contataram a delegacia perto da corporação, Kakashi está indo para lá! – Obito riu e continuou. – Meus amigos já estão lá.
– Eu quero mata-lo... – Foi a única coisa que Hidan disse.
– Tudo bem, mas vamos fazer tudo de um jeito que a polícia acredite que eles foram os culpados...
– Do jeito que quiser Obito, só me dê a graça de matar aquele vagabundo... – Hidan engatou a primeira marcha do carro seguindo para a delegacia.
– E tem aquele outro policial idiota que eu quero acabar, – Obito se divertia. – Vamos acabar com todos os patinhos de uma vez!
– Estou indo para a delegacia.
– E liga para alguém de confiança para darem cabo nas câmeras e tudo mais...
– Ligarei para Mei, sem Deidara só posso confiar nela – ele suspirou. – Mesmo não gostando de por as coisas nas costas dela.
– A chefona administrativa? – Ele queria dizer “secretária hacker”, mas se ela ouvisse essa denominação ele apanharia.
– Exato.
O homem desligou o telefone engolindo em seco.
Mei era a sua melhor hacker e ainda tomava conta da administração da empresa. Ela saberia o que fazer com esse grande problema interno. Enquanto o externo, Obito daria um jeito de aliviar. Seguindo para a delegacia, sabia que sairia impune aquela noite.
Pensava apenas o próximo passo que daria agora que não existia mais prefeita na jogada. Por isso, nesse momento, Hidan não se preocupava com qualquer coisa que pudesse o incriminar. Afinal, não existia.
~~~
Em meio aos beijos que cada vez esquentavam mais, Sakura o parou. Ela sabia no que aquilo ia dar, sabia que não ia ter como parar e sabia que sexo não era algo casual para ela. Tanto bêbada, quanto sóbria. E os toques ousados de Sasuke não pareciam querer parar ali. As mãos desciam e tocavam onde não deviam.
Elas não queriam parar ali, e Sakura também não queria.
Mas depois de viver tanto tempo fazendo isso como profissão, não conseguia mais sentir prazer sem os sentimentos.
Sexo casual não significava nada.
Sexo casual era doloroso.
Portanto Sakura precisava disso, do sentimento, o afastou procurando por uma desculpa qualquer. Não podia deixar que se exaltassem demais e ficassem extremamente frustrados com a súbita pausa das carícias. Tinha que fazer o quanto antes. Tocou no peitoral dele o afastando calma e delicadamente; afinal, não queria ser grossa. Ela gostava dele, e por essa razão fazia o que fazia.
– Sasuke... – Ela disse fingindo tranquilidade ao colocar sua boca ao pé da orelha dele. Mas por dentro estava em busca de mais prazer. – Eu tô preocupada com a Karin... – Afastaram seus corpos e ele olhou intensamente nos olhos verde iluminados pelas luzes coloridas dos refletores da balada. – Vamos procurá-los?
Ele havia bebido, mas não o suficiente para ser um grosso. Ele sorriu para ela, aliviando-a, e segurou em sua mão fina e delicada puxando sua dama para fora daquele lugar com cheiro de suor e álcool. Para onde pudessem conversar melhor.
– Você acha que ela bebeu demais, né?
Soltaram suas mãos constrangidos.
– Sim, estou preocupada... – Ela disse, e ao mesmo tempo ajeitou sua roupa que havia subido um pouco e mostrava o que não deveria.
Então, ele sorriu. Sorriu deixando-a aliviada e não demonstrando que estava frustrado. Foi o suficiente para fazer Sakura relaxar e soltar um longo suspiro. Gostava de Sasuke, queria que ele tivesse esses sentimentos também e que não fosse embalo de Suigetsu, ou algo do gênero.
Ela precisava disso. Da certeza que ele gostava dela.
– Ela está com o Suigetsu, – Sasuke disse sorrindo para ela pegando novamente em sua mão levando-a para o bar. – Vamos tomar uma Coca... Depois de todo aquele álcool...
Sasuke fez bico e parou de falar no exato momento que a mulher ergueu a sobrancelha divertida. Sério que Sasuke não tornava o gole? Não conseguiu suportar a risada, ainda segurando na mão dele que passou a tentar se explicar.
– Você tem que entender – ele disse brincando. – Que cinco anos na cadeia sem álcool pode tornar as pessoas fracas, e já ouviu falar de beber com moderação?
Aí que ela desembestou a rir mesmo.
– Você é uma comédia, – sorriu observando que ele pediu a Coca do mesmo jeito. – Já disse que você não combina com meio onde vive...
Ele pegou a latinha e deu um longo gole na bebida gaseificada e docinha.
– Pois é dona Sakura, – ele disse entregando para ela, que aceitou de bom grado. – Eu não gosto de vômitos e coisas do gênero...
– Eu não vomito fácil, – Sakura ia começar a rir de novo. – Que assunto mais nojento!
– Foi você que começou! – Provocou-a. – Pra quem não queria, você está tomando tudo...
Ela ficou constrangida.
– É gostoso...
Sasuke sorriu, era difícil vê-lo sorrir, afinal, estava sempre resmungando sobre a dor da tatuagem que Sakura quase não via esse lado dele. Então ela tirou o canudinho da boca e colocou a latinha no balcão; olhou profunda e apaixonadamente para Sasuke, ainda segurava a mão dele, mas a outra mão levou gelada até seu rosto. Ele era caloroso. Esbanjava carinho. Sua aura deixava Sakura tranquila, tão tranquila, que nem percebeu que o estava puxando para mais um beijo.
Deus, era muito bom beijar Sasuke.
*
– Meu Deus, você viu isso? Você viu? – A ruiva estava pendurada em seu albino, seu braço direito estava por cima do ombro dele e o esquerdo segurava em sua barriga sarada. Depois de dançar tanto, era puro dengo, nem mais bebedeira, ela só queria ficar agarrada a ele. Por estar com seu típico allstar seus pés não doíam, e ele era grato por isso; se fosse um salto agulha iria doer muito mais todas as pisadas que ele levou aquela noite. Ele olhava bobo para ela sem nem ao menos perceber, não ligava de estar tão próximo sentindo seu cheiro gostoso. Beijou tanto a boca dela, que nem perceberam a noite correr, e quando se deram conta que o bar estava quase fechando, foram procurar os outros dois. Bom, vê-los conversando tão próximos foi uma surpresa. Mas a maior surpresa foi ver Sakura o puxando para um beijo. Era tão gracioso. – Sui, você viu isso?
– Vi... – Ele disse bobo, colocando o queixo em cima da cabeça dela. – E não tô acreditando... Pensei que ia demorar mais...
– Eu achei que nunca ia acontecer. – Ela revirou os olhos. – Eu não quero atrapalhar...
– Não mesmo.
Os dois se olharam cúmplices.
Ela passou o braço esquerdo para cima do corpo dele, e ele escorreu as mãos para a cintura dela. Fingindo que não tinham visto, e começando ali mesmo – ao ritmo lento de uma musica popular – dançar embalados pelo clima de amor. Chegou a ser muito estranho para Karin que olhava atentamente para o seu parceiro de dança. O que era aquilo? Estavam tão próximos ultimamente, se preocupava tanto com ele... Não queria que nada de ruim acontecesse. Queria ele seguro ao seu lado.
– Sui...
Eles continuavam a dançar, pra lá e pra cá.
– Quê?
A voz dele era manhosa aos seus ouvidos.
– Nós somos o que?
Ela acabou perguntando. Não que precisasse disso, um status, mas queria saber quais as intensões dele. Acabou rindo sem graça de seus pensamentos. O que um moço bandido quereria?
– Deixa quieto... – Ela disse ao ver que ele demorou a responder.
– Karin, – ele disse abraçando a mulher e enfiando seu rosto no pescoço dela. – Eu pensei que nem precisava perguntar, você não é minha namorada?
Ela riu abraçando o homem, já haviam parado de dançar há um tempo.
– Sou, – ela disse respondendo. – Sou sim. – Acabou sorrindo tão largamente, que o homem que ia avisar que a boate ia fechar acabou parando ali para não estragar aquele momento tão bonito e simbólico para os dois.
Pois, nem no pedido de namoro eles seriam um casal normal.
Normal é chato, não é?
~~~
Ela estava na esquina com a saia mais pra cima do que devia, com a roupa suja, a pele pálida e seus lindos cabelos loiros estavam encardidos. Mesmo assim, ainda agradava aos homens. Todo dia via uma garota com os mesmos olhos que ela saindo do bar DeadLock, era um prostíbulo que estava declinando e ela usava os clientes que não eram atendidos para se sustentar.
Tinham, ambas, seus treze anos de idade e sofriam do mesmo mal: solidão. Hinata ainda tinha Kurenai e Tenten, mas as duas não eram ninguém, ainda, perto de sua mãe. Mãe... Por que – a dor ainda consumia a Hyuga – ela teve que ter feito o que fez? E por tal dor, não seria a líder do trabalho de família.
Ainda não.
Não com essa mágoa em seu coração.
Mas, naquele dia, alguma coisa mudou. Ou foi pelo calor escaldante, ou pela chuva fraca que não refrescou nada. No entanto, quando passou novamente pela menina loira teve que ser grossa. Odiava aquele olhar, de perda. De dor. Talvez odiasse mais por ser o mesmo olhar que tinha. Uma carranca apareceu em sua face e foi direto ao encontro da menina.
– O que você fica fazendo aqui todo dia? – Hinata disse um pouco mais grossa do que desejava. Ela nunca foi grossa, e Tenten que a seguia ficou triste.
– Estou esperando um homem chegar, para eu conseguir minha comida. – Foi o que a menina respondeu: direta. Como se fosse algo extremamente natural, afinal, sabia que aqueles dos olhos perolados eram os donos do negócio.
– Cadê seus pais? Eles que deviam cuidar de você! – Perguntou autoritária, mas começando a se preocupar. A reparar em como a menina estava magra, em como suas roupas eram velhas.
– Não tenho pais, – a menina disse sem vida. – Nunca tive.
– Você devia ir para um orfanato... – A Hyuga estava abalada. – Dizem que lá você tem comida e roupas; banho...
– Por que você não vai? – A menina podia ver nos olhos da Hyuga que estavam na mesma situação. – Já aprendi a me cuidar sozinha.
Era como se fossem irmãs e estivessem conectadas. Foi estranho, mas ao mesmo tempo foi emocionante.
– O que você cobra? – A menina ficou surpresa e não dando importância pelo que a menina falou.
– Comida...
O coração de Hinata foi acertado por uma flecha, qual flecha era ninguém nunca soube. Mas compaixão... Se sua mãe estivesse ali poderia ter certeza que a menina era confiável e poderia ajudá-la. Mas sozinha...
– Qual o seu nome? – Enfim perguntou, e Tenten relaxou ao lado da irmã. Sabia no que aquilo ia dar.
Os olhos eram os mesmos, elas poderiam se salvar.
Uma ao lado da outra.
– Konan.
Era um nome bonito, como Tenten não tinha sobrenome era uma menina da cidade. Da rua. Sem esperanças. Que estava ali procurando uma maneira de viver, de prosseguir.
– Ensina-me a prosseguir, – a Hyuga disse parecendo, novamente, mais velha do que parecia. Vendo na alma de Konan que ela tinha esperança. Que ela podia continuar. – E eu te ensino como melhorar.
Konan ficou em choque, mas vendo a mão estendida a pegou.
Seus olhos eram os mesmos, afinal.
Konan acordou cansada, não conseguiu dormir tudo o que devia. Acordou com Itachi ligando a televisão; estava baixinho, porque ele abaixou o volume o máximo que podia. Sentava-se na beirada cama dela observando o noticiário das seis da manhã, o primeiro que era transmitido. A mulher viu que o colchão com cobertores e travesseiro – a qual havia preparado para ele – não havia sido tocado, como ele conseguiu ficar acordado? Sentou exausta, ele devia estar mais exausto, ele só a olhou de relance focando novamente na televisão que prometia uma reportagem urgente.
Podemos afirmar agora, a mulher da televisão disse – seus olhos estavam marejados –, durante esta madrugada Yamanaka Ino, nossa amada prefeita morreu e um policial também. Então as imagens mudaram do estúdio para a frente da Corporação Akatsuki, onde dias atrás Karui estava pendurada. Um repórter de cabelos negros segurando um microfone e alguns papéis, disse: Não temos certeza do que aconteceu, os relatórios só serão liberados depois que a polícia der sua entrevista a imprensa; no entanto, Obito anunciou o envolvimento de três policiais. O homem fez uma pausa, um deles acabou morrendo... As imagens voltaram para o estúdio. Tentaremos obter informações o mais rápido possível.
Itachi encarou Konan com os olhos vermelhos; cheios de lágrimas, as quais queriam escapar. A mulher foi até ele e o abraçou, seria o que Hinata faria. Agora ele estava com elas, não abandonariam o policial que tentou salvá-las a todo o custo, mesmo com o perigo da morte. Ele aceitou o abraço, estava desolado. Não tinha ninguém, era óbvio que Kakashi havia morrido.
Não souberam quanto tempo Itachi chorou no colo de Konan. Ela não disse nada, apenas acariciava os cabelos negros do homem. Então, a televisão que passava um comercial, mudou para o logo de urgência mostrando logo após, a apresentadora do jornal. Ela não parecia triste, parecia abalada. Com... Raiva? Konan chegou a pensar.
É com muita tristeza, que venho anunciar a vocês uma notícia direta de Obito, ela pegou um papel e continuou; Hatake Kakashi, Matsuya Yuta e Itachi fizeram um complô contra nossa amada prefeita quando ela estava indo para um reunião de última hora na Organização Akatsuki. A mulher fez uma pausa, Kakashi foi morto pela polícia por motivo de defesa pessoal, por outro lado Yuta matou a prefeita dando apoio aos parceiros de crime; e Itachi fugiu. Os policiais de Obito conseguiram pegar Yuta; os policiais mataram Yuta, ela quis dizer, então a imagem de Itachi apareceu. Estamos falando isso, pois Obito quer justiça, imagens de Itachi estão circulando por todos os lugares, quem o vir contate imediatamente a polícia. Ele é um homem perigoso. Precisa ser detido.
Itachi ficou paralisado, que história mais absurda! Como alguém acreditaria naquilo, olhou para Konan cansado e perdido, mas ela não conseguiu dizer nada. Contamos com a ajuda de todos para por este homem na cadeia!
Então Konan desligou a televisão.
– Desculpa por ter os envolvido nisso, – ela disse triste. – Mas, agora você está com a gente Itachi, a irmandade de Hinata é mais forte do que imagina.
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