No mundo existem pessoas incertas, loucas, depravadas. Existem pessoas que dão carinho, que dão amor. Existem aquelas que suspiram calmas, suspiram ódio, aquelas que se surpreendem com o único gesto de segurar na mão, bater no ombro e dizer “está tudo bem.” Existem as pessoas que acreditam e desacreditam no amor, aquelas que têm ódio, paz, tem um turbilhão de sentimentos dentro de si.
Sou um pouco de cada, mas não posso sentir, não posso lidar, tenho um conflito ao meu lado, ironicamente, sou eu, sou eu meu próprio conflito, na qual quero sentir, mas eu não deixo, no qual quero fazer, mas eu não deixo. Complicado, um pouco, confuso, muito. Saber que você é sua barreira, saber que por causa de você, você não pode amar chorar, ter raiva. Impossível, o ser humano ao vim para a terra, sabe da sua missão, sentir cada emoção sem passar dos limites, porque somos humanos, humanos sentem, vivem. E quando esse humano não pode sentir?
Minha própria mente é uma barreira para minha pessoa, para o ser que sou e quero ser. Como um ser humano normal que sente e choro, eu sou ao contrário, sinto e ajo, mato, atraio conflitos, atraio dor. E por que comigo? Por que apenas comigo?
É uma das piores confusões que passam dentro de mim, saber o motivo de ter sido apenas eu, por que sinto, por que reajo de tal forma. Os comandos do meu corpo é por culpa dela, qualquer raiva, choro, grito, ela reage de tal forma, contra outras pessoas, inocentes ou não, ela escolhe, eu não posso escolher, nem reagir para evitar isso. Ela sente raiva sempre que eu reajo, o comando da proteção e do cuidado é arma fatal para que ela se irrite, e estamos falando da minha mente, uma mente que pode e manda que tem seus próprios reflexos, uma mente forte, ao ponto de mover coisas, uma mente que não é mandada e sim que manda.
Minhas visões não paravam mais, não cessavam, estavam sem controle, como meus sentimentos e reações, ela estava fluindo novas áreas, sendo concretizadas e ficando cada dia pior. Quanto mais longa uma visão, quanto perigoso fica para minha saúda, quanto mais forte e impactante for, pior para mim.
Em algum lugar desse mundo existe alguém com medo da sua mente como eu?
O fato é que a verdade não está escondida, minha vida estava cada vez mais complicada, Lana havia explicado para Lauren que minha mente teria virado uma bomba, e a qualquer momento poderia acender o pavio e tudo ir por água abaixo. Ou melhor, eu iria por água abaixo, é tanta pressão e impacto com as visões e o que tem dentro delas que meu corpo não aguentaria tanto tempo.
Lauren me ajudava tanto, ela tinha uma calma em si que poderia me acalmar sempre e eu ainda me pergunto o motivo de não ter encontrando-a antes.
Não fico impressionada pelo simples fato de Lauren cuidar tanto de mim, ela tem medo, do mesmo jeito que eu tenho, ela se sente acuada com o fato que eu possa perdê-la e ela possa me perder.
Lauren prometeu que nessa viagem eu iria esquecer-se de todos os problemas que estavam perto de mim, que eu precisava esquecer tudo e todos, focar apenas no meu descanso e no descanso da minha mente.
—Com certeza você é a mulher da relação.
Lauren repetia isso pela milésima vez ao entrar e sair do quarto. Suas malas já estavam dentro do carro e ela pedia que eu ficasse pronta antes de seis horas da noite.
—Tenha calma Lauren, não sou tão apressada assim. –Falei enquanto fechava minha mala com cuidado.
—Camila você deve ter enfiado seu guarda roupa inteiro dentro disso, é só uma semana. –Ela falou irritada e puxando a mala de cima da cama. —Por Deus, finalmente.
—Para Laur, não demorei tanto assim. –Disse descendo as escadas e prendendo meus cabelos. —É sério, você tem que ser mais paciente.
—Demorou sim, cheguei aqui as quatro e você só fechou a mala às cinco e meia!
—Que seja já estou pronta, não estou? –Fitei-a, sorrindo de canto e puxando seu braço. —Vem cá.
—Vai fazer suborno agora? –Ela revirou os olhos, tentando afastar meus ombros.
—Pra quê? –Perguntei apressando o passo e acompanhando Lauren.
—Você sabe muito bem. –Ela parou de andar e me encarou por breves segundos, depois voltou a seguir até o carro. —Pegou as chaves? Não se esquece de fechar a casa.
—Não sei não. –Falei assentindo e trancando a porta, parando ao lado de Lauren. —Está tudo bem fechado, pode deixar.
Falei sorrindo e senti o olhar cheio de malicia de Lauren na minha direção, engoli em seco, ela não parava.
—Tudo mesmo? –Seu tom exalava malicia. —Bom saber.
—Eu sei o que você está pensando, agora cale a boca e pare com esse olhar. –Empurrei seu corpo contra o carro. —Você sabe que sim.
—Agora é você que começou solta. –Falou, tentando afastar seu corpo, apertei sua cintura com gosto. —Camila...
—Uhm? –Arrastei meu nariz pelo seu pescoço gelado e cheiroso, doce, sensível.
—Para. –Ela suplicou, quase num sussurro quando apertei seu ponto de pulso com os dentes.
—Por quê? –Sussurrei, beijando várias vezes até sua clavícula.
—Porque já estamos atrasadas Camila! –Ela empurrou meu corpo, abrindo a porta do carro. —Entra.
Entrei no carro bufando, colocando o cinto de seguranças e cruzando minhas pernas, Lauren entrou e fez o mesmo logo depois, ligando o carro.
Liguei o som e coloquei numa playlist para o momento, relaxando no banco enquanto ela dava partida, o caminho seria longo, duas horas de viagem.
Era estranho, seis horas da noite e nenhum carro na avenida, poucos passavam, mas nada para fazer filas e engarrafamentos.
—Onde estamos? Está tão calmo. –Falei, olhando pela janela fumê forte.
—Vamos entrar na avenida principal agora, calma. –Ela disse sorrindo e fazendo alguns movimentos no volante.
Era com certeza estranho Miami não está movimentada, assim que viramos na esquerda, movimentos e buzinas de carros foi perceptível, um alvoroço, a avenida estava movimentada e pessoas tinham preocupações de como chegarem ao seu trabalho tão cedo, algo que não seria problema para mim por sete dias, apenas liguei o ar e deitei no banco, fitando Lauren, que ficava tão séria dirigindo.
Naquela mulher, bem do meu lado, eu encontrava o certo e o errado da minha vida, ela é tão linda, tão calma, tem uma paz incrível, e incrivelmente isso acalma, limpa o corpo, ameniza as dores da alma. Amar Lauren era como estar em cima de uma montanha russa, sempre subindo e descendo, eu amava cada pedacinho seu, de cima a baixo, de dentro para fora.
Como diziam, quando quem você ama sorri, é como se todos seus problemas acabassem.
E era assim como eu me sentia, Lauren sorrindo acalmava tão profundamente que ela poderia viver sorrindo.
—Pensando demais? –Sua voz invadiu meus pensamentos e eu balancei a cabeça atrás da realidade.
—Oh. Acho que sim. –Mordi meu lábio inferior, fitando-a, a mesma estava com um sorriso sapeca.
—No que estava pensando? –Perguntou, sem tirar o olhar da estrada. Passávamos por um parque de diversão.
—Em você. –Falei de desdém e ela soltou uma gargalhada gostosa, com se gostasse do que escutava.
Sua gargalhada era outra anestesia.
—Era bom ou ruim? –Parou no sinal e virou-se para mim.
—Por que ainda pergunta? –Sorri de orelha a orelha e ela corou, era tão fofa.
—Só para ter certeza. –Ela riu, mordendo o lábio inferior.
—Você sabe que só penso coisas boas com você. –Alisei sua bochecha com o polegar e apertando. —Você sabe que me perde me alucina.
—Alucino? Como? –Ela sorriu, encarando meus olhos profundamente.
—Esse olhar me faz ficar perdido, esse seu sorriso. –Alisei mais sua bochecha. –Sua pele tão macia, seu corpo perfeito, você, apenas você.
Ela sorriu tímida e rapidamente virou seu rosto, para voltar a atenção par o trânsito.
Os carros lá fora tinham pressa, o céu já estava cinza, nublado, indicando que poderia chover.
—Camz, devíamos parar, vai chover... –Ela sussurrou assim que os primeiros chuviscos começaram a bater contra o vidro do carro.
—Caso aumente a força nós encostamos. –Falei e ela ligou o para-brisa, tentando inutilmente afastar os pingos que acumulavam.
—Certo. –Respondeu diminuindo a velocidade do carro.
O silêncio foi mortal, apenas a música rodeava o carro, o frio chegou e ficou, encolhi minhas pernas e abracei-as, abaixando minha cabeça nos joelhos.
—Quer conversar sobre como ficou você e a Ariana? –Perguntei, virando meu rosto para fitar Lauren.
—Está tudo bem. Ela conseguiu me deixar em paz.
—Quando começou isso tudo?
—Quando ela pediu meu número e você contou todo o segredo, no outro dia ela disse que eu não escaparia dela, que ela ficaria comigo, de um jeito ou de outro.
—Ela é louca, por Deus. –Murmurei, alisando minhas pernas, eu deveria ter colocado uma calça jeans.
—No começo não liguei para o que ela falava, mas depois ela começou a investir em cima de mim e eu fiquei assustada, não queria te contar, queria evitar confusões.
—Não importa Lauren, está tudo bem não é? Só diga se ela chegou a tocar em você.
—Não Camz, ela não chegou perto de mim, ela só ameaçava e continuava ficando mais perto de mim, até que conversamos e ela disse que não iria desistir. Creio que depois disso tudo ela vá parar de perturbar por um bom tempo.
—É impossível, mas acredito nisso também.
Ela assentiu e voltou a dar atenção para o trânsito, falar demais tirava a atenção e era melhor prevenir.
A chuva, como previsto, aumentou e aumentou com força, fazendo os pingos serem chocados com força no vidro.
—Céus, encoste o carro Lauren. –Falei ao notar que nada dava para ser visto na nossa frente, apenas luzes vermelhas, muitos carros começaram a frear, dificultando a trajetória.
Lauren prontamente assentiu e devagar encostou o carro, desligando o motor.
—Deus, desse jeito não vai chegar nunca. –Ela resmungou, batendo os pés embaixo do banco.
—Pelo menos você não está sozinha. –Sorri, tirando o cinto de segurança e fitando Lauren. —Tira seu cinto.
—Nem vem. –Resmungou novamente. Sorri maliciosa, eu sabia que ela queria, só não queria ceder.
—Vai... –Sussurrei, apertando e arrastando o cinto por seu corpo. —Pronto, bem melhor.
Empurrei meu banco para trás e tentei passar para cima de Lauren, encaixando minhas coxas uma de cada lado seu corpo, fazendo-a empurrar seu banco, ficando melhor para se mover.
—O que você quer? –Mordeu o lábio inferior.
—Nada Lauren. Nada. –Falei sorrindo e alisando seu pescoço com os dedos. —Só um beijo normal.
—Duvido. –Ela sussurrou, passando sua língua pelos lábios.
—Não duvide.
Falei antes de chocar nossos lábios com força, ela gemeu baixo, agarrando minha nuca com as unhas. Movimentei meus lábios por cima dos delas, como se fossem um só, mordi seu lábio inferior e continuar a gesticular sua boca na minha, roçando minhas coxas nas suas. Ela abriu um pouco os lábios fazendo-me procurar por sua língua e sugar com força, serpenteando com a minha, fazendo um carinho gostoso, para depois chupa-la com força e prazer.
Suas mãos agarraram minha cintura com força e puxou mais meu corpo para ela, fazendo-me aprofundar o beijo mais rápido, roçando nossas línguas lentamente, torturando-a.
O gosto de Lauren era maravilhoso, seu hálito com cheiro doce e embriagante deixavam meus nervos à flor da pele.
Puxei seus cabelos da nuca, descendo meus lábios por seu pescoço e dando beijos rápidos, vez por outra passando minha língua lentamente.
Sua pele era macia, lisa, dando total caminho fácil para minha língua deslizar por todo seu pescoço, parando no seu ponto de pulso e o sugando, mordendo por fim. Ela gemia quase sem fôlego e isso instigava que eu continuasse.
—Ai Camila! –Ela ofegou, puxando mais minha cintura, fazendo-me roçar involuntariamente.
Sorri contra seu pescoço e voltei para sua boca.
—O que foi? –Sussurrei, beijando até sua orelha, chupando com força seu lóbulo.
—Nada. Continua. –Ela suspirou, remexendo-se embaixo de mim.
Uma de minhas mãos invadiu sua camiseta, indo em direção dos seus seios, onde assim abriram seu sutiã, puxando as duas partes para os lados. Ela franziu o cenho.
—Ah. –Ela abriu a boca, deixando um gemido involuntário escapar assim que coloquei o bico de seu seio direito entre meus dedos por cima da camiseta e o girei. —Assim, Camil-a.
—Você quer mais Lauren? –Murmurei ao pé do seu ouvido, girando mais forte, pegando o outro na outra mão e fazendo o mesmo.
—Oh, eu quero mais. –Ela suspirou pesadamente, estufando o busto, eu sabia o que ela queria, mas iria provocar.
Fechei minhas mãos nos dois por cima da blusa e comecei a massageá-los, dando beijos lentos no seu pescoço.
—Por Deus, eu preciso de mais Camila! –Ela berrou, empurrando minha cabeça para baixo e eu gargalhei, tirando sua blusa por completo.
—Quer é? –Sussurrei olhando em seus olhos. Aquela troca de olhares me excitava.
Ela assentiu depressa, seus seios já estavam duros e seu bico rígido sorri com o resultado e peguei um com a mão, levantando um pouco, apertando e passando a língua em volta do seu bico rosado. Ela jogou a cabeça para trás e puxou meus cabelos com força, pressionando meu rosto contra sua pele.
Minha língua fazia movimentos rápidos por volta do seu bico, meu dente o prendeu e o puxou com força, fazendo a morena berrar pedindo por mais.
—Camila, pelo amor de Deus!
Comecei a sugar seu bico com gosto, fazendo o barulho das sucções serem ecoadas pelo carro.
Ela resmungava baixinho, querendo que eu fizesse mais que aquilo, mas eu iria provocar, não daria esse gostinho para ela.
Dava para ver pelos movimentos de suas pernas que ela estava excitada, a mesma queria cruza-las e tentava a todo custo aperta-las uma na outra.
—Calma Lauren. –Gargalhei, passando a chupar o outro seio, massageando o esquerdo o quanto eu podia.
Minha língua era rápida, eu sabia muito bem como e onde chupar para deixa-la louca, aquelas puxadas no couro do meu cabelo estavam deixando minha boceta encharcada.
Um barulho nas janelas fez-me parar.
—Continua! –Ela implorou, quase gemendo.
—Shiu! –Sussurrei, tentando enxergar algo nas janelas, era um guarda. Puta merda. A chuva já havia cessado e só agora percebemos. Como perceber algo com esse fogo aqui dentro?
Sai de cima de Lauren num pulo e ela quase me matou com o olhar, ri da situação, mas era melhor que levar um multa ou algo mais preocupante.
—Se vista rápido, tem um guarda ai! –Falei rindo e tentando ajeitar meus cabelos, limpando meu batom.
Lauren fez o que eu pedi e logo, para meu desprezo, já estava com a camiseta e de sutiã fechado. Ela abaixou os vidros do carro e o policial nos fitou.
—Posso saber o que as duas senhoritas estão fazendo paradas aqui? –Ele perguntou, com um sorriso sacana nos lábios ao notar que Lauren estava descabelada e cheia de marcas no pescoço.
—A chuva estava muito forte e resolvemos encostar, não sabia que aqui era proibido.
—Não é só estranhei um carro parado por aqui. –Ele disse sério e eu fiquei aliviada. —Vocês deveriam pegar estrada, creio que não tem mais nenhum perigo por aqui.
—Oh, sim. Desculpe. Você tem razão. –Lauren se atrapalhou toda e logo colocou o cinto de segurança. —Obrigada por ficar preocupado.
—Não há de que senhorita. Boa viagem se for. –Ele disse e se afastou do carro, fazendo um sinal com a mão para que nós prosseguíssemos.
—Se eu tivesse levado uma multa eu te matava! –Ela falou rindo, dando partida no carro e retornando a pista com cuidado.
—Ia nada, você estaria gemendo meu nome e pouco se importando com ele. –Disse convicta, colocando meu cinto e ficando numa posição confortável, colocando meu banco mais para frente, igual ao de Lauren.
—Odeio quando você me deixa nesse estado. –Ela resmungou, enquanto olhava para a estrada. —Dá vontade de esganar você.
—Amo te deixar nesse estado. –Sorri vitoriosa, ajeitando meus cabelos num coque frouxo. —Já penso se ele pega nós duas transando?
—Deus me livre! –Ela franziu o cenho. —Ainda bem o carro é fumê.
—Você não merecia por causa do ataque a minha bunda mais cedo. –Falei, lembrando-se da tapa que ganhei mais cedo, que ficou roxo.
—Ah, poxa, foi tão bom te ver gritar daquele jeito. -Ela disse com um tom provocativo e eu revirei os olhos, querendo lá no fundo concordar que a tapa foi deliciosa.
—Cale essa boca e dirige! –Resmunguei por vez e cruzei os braços.
—Calma Camz. –Ela riu, parando mais uma vez no sinal. —Não precisa ficar nervosa.
—Não estou nervosa.
Na verdade, sim, Lauren conseguia me deixar nervosa apenas com palavras e imaginar ela batendo mais vezes na minha bunda não foi nada bom.
Lauren tinha uma mão forte, ao ponto de marcar minha pele apenas um com um simples tapa certeiro.
O caminha estava cada vez mais perto, a pista já estava secando, fazendo Lauren ir um pouco mais rápido.
Lauren e eu cantarolávamos algumas músicas que tocavam no som, gritávamos como duas adolescentes cantavam sem pudor algum. Eu poderia passar o dia todo escutando sua voz até pegar no sono ou fugir desse lugar.
—Você tem uma voz linda. –Lauren falava enquanto balançava a cabeça no ritmo da música.
—Obrigada Laur. –Respondi, batucando os objetos na minha frente e voltando a cantar. —Você também tem uma voz muito linda.
—Que nada. –Ela gargalhou. —Prefiro a sua.
Ela disse e ficou calada, enquanto guiava o carro para outra avenida.
—Já estamos chegando?
Perguntei curiosa, não sabia para onde ela estava nós levando, só sabia que era uma casa de campo. Nada mais.
—Não estamos tão longe. -Ela disse rápido, parando no sinal.
Minhas mãos estavam geladas do frio, irônico, minutos atrás o carro estava pegando fogo, metaforicamente.
—Se estiver com frio pode pegar meu casaco no bando de trás. –Ela disse, como se lesse meus pensamentos.
—Por Deus, era o que eu estava precisando. –Falei, tirando o cinto e esticando meu corpo para trás, alcançando o casaco de Lauren e o vestindo.
—Chega a ser irônico você estar com frio. –Lauren falou e eu bufei, eu sabia o que ela estava falando.
—Calada Jauregui, não comece. –Falei, fechando o casaco.
—Estou caladinha. –Ela entortou os lábios e eu sorri automaticamente, vendo o quanto minha namorada ficava fofa desse jeito. —Está rindo do quê?
—Nada. Não posso observar mais minha namorada? Isso soa muito bem. Minha namorada. –Comecei a rir e Lauren balançou a cabeça.
—Sua idiota. –Ela riu baixinho, passando à macha e aumentando a velocidade.
O caminho não parecia tão longo quando o único som que se podia escutar era a gargalhada da sua namorada. Era uma risada tão doce, se pudesse rotular, uma coisa tão simples, tão banal ao mesmo tempo, quebrava todas minhas barreiras, alegra meus mundos interiores.
Lauren parou na frente de um hotel.
—Vou usar o banheiro, quer comer alguma coisa? -Ela perguntou, tirando o cinto de segurança e pegando sua bolsa. —Tem um restaurante na cobertura.
—Claro, vou no banheiro também. -Falei, fazendo o mesmo que ela e saindo do carro.
Ela segurou na minha mão e selou nossos lábios num selinho rápido, puxando-me pela cintura e fomos andando assim até a balconista.
A mesma permitiu que nós os fizessemos.
—Posso ir no banheiro com você? -Perguntei sorrindo e ela empurrou meus ombros.
—Não, sei muito bem o que você quer. -Ela disse, entrando no banheiro e fechando a porta da cabine, apenas entrei e fiquei me olhando no espelho, aproveitei para lavar as mãos e fui logo em seguida na outra cabine.
"Cadê você Chancho? DJ."
Meu celular apitou e era Dinah.
"Estou num hotel, indo comer, temos alguns minutos antes de chegar lá. C."
"Oh, sim, me ligue quando chegar, estou com saudades desde já. DJ."
"Eu também Chee, nós vemos em sete dias. C."
"Você vai largar Lauren e me dar atenção, porque sim. DJ."
"Tchau Chee, até sete dias. C."
Comecei a rir e bloqueei o celular, Lauren apareceu do meu lado, senti seu nariz na minha nuca, inalando meu cheiro.
—Rindo do quê? -Pairou na minha frente, com um bico fofo nos lábios.
—Dinah Jane. Sempre. -Falei risonha, mordendo o canto da boca.
—Vamos comer? -Ela perguntou, pegando na minha mão e eu assenti, caminhando até o restaurante com Lauren.
O local era bem sofisticado, para um hotel de beira de estrada, o restaurante até que tinha um cheiro bom, as refeições pareciam serem bem feitas e era um lugar confortável, com luz ambiente e música de fundo.
—Que cheiro bom, Por Deus! -Falei, puxando minha cadeira e colocando o prato na mesa. —Minha barriga está roncando já.
—A minha também, e isso parece estar uma delicia. -Ela falou, colocando um pouco na boca, franzino o cenho e suspirando. —E é verdade, está mesmo!
Comecei a rir e provei do meu, contestando a teoria de Lauren, realmente estava muito bom.
—Para onde você está me levando?
—É um lugar bem especial, que eu lembre meus pais sempre iam para lá, são boas lembranças e quero que você conheça. -Ela falou, suspirando e segurando na minha mão. —Nunca levei ninguém lá Camz, apenas você, agora.
—Tenho que me sentir especial por isso? -Escondi um sorriso largo e ela assentiu várias vezes com a cabeça. —Aw Laur, eu te amo!
Falei com lágrimas se formando nos olhos e eu a beijei, sem se importar com quem estivesse ao nosso redor.
—Eu também te amo Camz. -Ela suspirou depois grudou mais nossos lábios, fazendo-me segurar na sua nuca. —Isso tudo é para você, por você.
—Você me desconcertar Lauren. -Sorri, sentando novamente.
—Desconcerto? -Ela sorriu, alisando minhas mãos com os dedos, segurando-as por cima da sua.
—Muito Laur, muito. -Sorri de orelha a orelha e nós voltamos a comer, não estávamos longe do nosso destino, mas a fome estava bem grande. —Agora come, quanto mais rápido chegarmos, melhor para aproveitarmos não é?
—Claro, podemos passar a noite na casa da árvore ou no campo mesmo, olhando as estrelas.
Ela sorriu e porra, aquele sorriso era tudo que eu queria ver nesses setes dias.
Ah Lauren Jaregui, você me desconcerta e não é pouco...
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