Era um dia especial para Jeon Jungkook, onde seus melhores amigos, Jimin e Taehyung, o visitariam depois de anos longe e desenterrariam lembranças preciosas de seu tempo de escola; como as lembranças de seu primeiro amor: Kim Namjoon, o cara com pinta de bad boy, que usava casacos de couro encostado em sua Mustang enquanto fumava.
Haviam muitas manhãs em que Jeon Jungkook gostaria de estraçalhar seu despertador em mil pedaços, como quando o objeto ousava lhe acordar antes das treze horas após uma noite de jogatina intensa (o que era o caso). Mas nesta manhã, não.
Ao contrário do que fizera em muitos anos da sua vida, Jungkook segurou o despertador com as duas mãos e o deu um beijo. Ah, hoje era um dia tão especial que o som estridente do objeto soara como a mais bela das canções.
Nada neste dia tiraria o sorriso do rosto deste jovem gamer de vinte e cinco anos e, finalmente, bacharel em fotografia.
Fazia seis anos que se formou na escola, um deles em que não sabia o que fazer enquanto via todos os seus amigos seguirem seus sonhos longe dali — de Busan e de si — e os próximos anos dedicando-se a sua faculdade de fotografia. E, bom, agora, onde terminava de arrumar-se apressado, não pretendia perder um segundo sequer para sair de casa e encontrar seus melhores amigos outra vez.
Era doze de janeiro de dois mil e vinte, e neste dia eles iriam desenterrar memórias.
Busan, 9:17am.
— Jeonggukie…! — O maknae ouviu a gritaria pouco distante e não se mexeu, apenas abriu o sorriso mais feliz do mundo, sabendo o que viria em seguida.
— Jeongguk-ssi! — O abraço por trás de Jimin não poderia ser mais aconchegante; o de Taehyung, menos ainda, se não os tivesse feito cair no chão com o impacto.
Jungkook nunca gostou de ser tão barulhento, mas eram seus melhores amigos e uma felicidade que não cabia no peito. Para ele, que se danasse o mundo, contanto que eles continuassem ali, abraçados e rolando no chão ao gritar o nome um do outro como três idiotas.
— Eu senti tantas saudades, droga! — Jungkook comentou ao formar de um segundo de silêncio, e nem sequer conseguiu esconder as lágrimas. Jimin e Taehyung não sabiam se riam, o amparavam ou choravam junto, eram muitos sentimentos naquele momento.
— Nós também. — Jimin comentou, ambos os três sorrindo um pro outro enquanto abraçados, sentados no chão de pedra.
— Mas agora temos um trabalho a fazer pra terminar de matar as saudades. — Taehyung deu seu sorriso quadrado e apontou o olhar para a caminhonete alugada deles, com três pás em seu campo de visão, parcialmente em pé na parte de trás do veículo.
— Vai ser trabalhoso. — Jungkook comentou após o suspiro do trio.
— Então é melhor irmos o quanto antes! — O mais alto dos três se levantou, puxando os demais pelas mãos logo em seguida.
Eles tinham uma cápsula do tempo de seis anos para desenterrar!
[...]
Após algumas horas desenterrando a antiga cápsula do tempo — que Taehyung jurava estar do lado direito da árvore dos Park, e adivinhem, estava do lado esquerdo —, os três se encontravam sentados em mesas ao lado de fora de uma cafeteria famosa da cidade.
A cápsula do tempo, esta que não passava de uma caixa bem embrulhada do tênis all star que Jimin comprou em dois mil e quatorze, estava em cima da mesa, enquanto suas pás estavam encostadas nas respectivas cadeiras de cada um.
— Eu ainda não acredito que mamãe não estava em casa, justamente hoje. — Taehyung murmurou, como uma criança mimada, enquanto via suas roupas empoeiradas pela terra e um tanto de transpiração no corpo. — E que a tia Jeon e a tia Park também não estavam! Eu e Jimin voltamos de Seul hoje! — disse em um tom mais alto, causando risadas nos dois amigos. — A tia Jeon eu até entendo, mas que tipo de mães são as nossas, Jimin?
— Taehyung, supera. — Pediu Jimin, rindo enquanto tentava tirar uma folha do cabelo do próprio Kim, que apenas bufou, frustrado por estar sujo, mesmo sabendo que aquilo era por uma boa causa.
— Eu estava com saudades até das reclamações de vocês. — Jungkook comentou sorrindo. Ele, de fato, não parava de sorrir desde que o dia começou. — Pareço um disco arranhado, não paro de dizer isso.
— Own! — Jimin e Taehyung gritavam em uníssono, ora apertando as bochechas do moreno, ora bagunçando seus cabelos mais longos que o normal.
— Quem escreveu “C4PSUL3” em cima da caixa? — O Park perguntou, ele e o Kim agora abraçando (ou sufocando) Jungkook.
— Fui eu… — A voz veio do meio deles, do espremido fotógrafo. — Capsule significa cápsula, o número quatro significa o quanto de anos que já nos conhecíamos naquele tempo, o número três somos nós. — Sorriram ao fim. — Nem dá pra acreditar que somos amigos há dez anos, né?
— Realmente. — Taehyung respondeu. — Existe algum tipo de bodas de amizade?
— Hum… eu vou procurar saber depois, precisamos comemorar! — O moreno disse corado, feliz.
— Jeonggukie é fofo. — Jimin declarou.
— Aish! Vamos abrir logo isso. — E Jeon falou num misto de vergonha pelos cafunés brutos, ansiedade enquanto encarava a caixa a frente deles, o que fez os outros dois rirem, acatando pelo pedido alheio.
Com uma tesoura que conseguiram emprestada do estabelecimento (junto ao pedido de três cafés gelados), cortaram todas as camadas da silvertape (que fizeram questão de encomendar dos estados unidos, apenas para a proteção absoluta da sua cápsula. E funcionou!?), eles finalmente conseguiram abri-la.
Àquela altura os cafés já haviam chego e se entreolhando enquanto bebericavam, contaram até três para retirar a tampa que bloqueava a visão de dentro da caixa.
“1, 2, 3!”.
A tampa da caixa já estava deixada de lado, assim como as bebidas, ao que Taehyung, Jimin e Jungkook estavam parados diante aos objetos dentro da cápsula. Haviam poucos objetos que os três guardaram juntos, a maioria fora posta ali sem que os outros pudessem ver ou saber o significado, especialmente para aquele momento ser ainda mais nostálgico.
— Ok... — Jimin matou o silêncio. — Quem colocou uma pedra aqui? — perguntou já segurando o objeto nas mãos, o qual foi retirado de si assim que ouviu a risada do Kim, este que agora observava a pedrinha colorida de perto com um sorriso bobo no rosto.
— Logo que eu conheci o Yoongi-hyung, ele falou que na próxima vida gostaria de renascer como uma pedra. — contou, ainda a segurando com carinho, como se realmente fosse o pequeno e arisco Min. — Então eu disse: "hyung, quando você for uma pedra eu irei te levar para conhecer vários lugares bonitos comigo". E eu guardei essa pedrinha, para não me esquecer dessa promessa. — Ao falar isso, soltou uma risada, parecendo estar distante.
Sentia tantas saudades daquela época, onde tudo era mais fácil, especialmente a relação dele com seu hyung. Aquele produtor fofo, teimoso e difícil!
— E a lhama rosa? — indagou Jungkook, então Jimin tirou-a da caixa, gargalhando.
— Eu coloquei ela ali para me lembrar do Jin hyung. — contou, vendo o Jeon fazer uma careta enojado, que tanto o Park quanto o Kim sabiam que não passava de uma implicância boba de criança que ambos levavam até hoje. — Ele era o meu hyung preferido, que sempre contava piadas engraçadas para me animar, então eu guardei ela para não me esquecer dele, nem dos momentos que passamos juntos — explicou, batendo na cabeça do objeto, o que causou uma risada nos amigos.
— Outro dia minha mãe correu pra me avisar que Jin hyung estava na tv! — Jungkook comentou ao se recordar da última vez em que ouviu o nome de um dos seus hyungs. — Eu quase achei que ela estava endoidando, mas quando cheguei na sala, era ele de verdade! — Os olhos esbugalharam-se para mostrar aos demais a surpresa.
— Sim! Ele conseguiu! Seokjin-hyung se tornou um grande ator! Eu não duvido nada que o veremos mais vezes na tv! — Taehyung comentou.
— O mundialmente bonito! — Os três disseram juntos a citação frequente de seu hyung, rindo em seguida. Seokjin, por mais convencido que fosse, merecia tudo que conquistou e muito mais. Kim, Park e Jeon estavam orgulhosos, acima de tudo.
— Vocês tem notícias do Hobi? — Jungkook perguntou. Hoseok (seus apelidos Hope ou Hobi) fora um colega de classe transferido no penúltimo ano, e em uma semana já eram amigos inseparáveis, bom, até que se formaram. — É engraçado o fato de todos vocês estarem em Seul agora e só eu ainda em Busan — comentou, tentando não deixar perceberem uma ponta de melancolia no tom de voz, ao coçar a nuca.
— Bom… — Os outros dois se olharam (sim, notaram) antes de Jimin prosseguir com a resposta à pergunta. — Me afastei um pouco do Hoseok por termos nos especializado em danças diferentes na faculdade, mas ainda nos falamos muito! Ele trabalha em uma empresa de entretenimento coreografando grupos de K-POP. As vezes ele aparece no estúdio pra me pedir uma ajudinha, inclusive.
— Ah, e como é lá? Eu sempre vejo vídeos da 1Million, os seus inclusive! Eu te dou muitas views, Park Jimin. — Ambos riram após a fala de Jungkook.
— É cansativo, mas gratificante! — Jimin deu seu eye smile bonito. — Acho que “fazer o que gosta” é um dos requisitos que formam a solução do problema chamado “vida adulta”. — Fez os outros dois rirem, mas aquilo era uma verdade, afinal.
— Já que ninguém perguntou, eu amo pintar e fazer exposições dos meus quadros, também amo trabalhar como modelo em Seul. — Taehyung comentou e ambos caíram em uma crise de risos que parecia não ter fim.
— Eu não perguntei porquê sabia que faria isto. — Jeon comentou ainda entre os risos sem fim.
— Eu te amo, Kim Taehyung. — Jimin já estava no chão como de costume, a risada deixava as pernas fracas, ele não se aguentava em pé em uma crise de risos.
Mesmo sentado, Park Jimin conseguira cair.
Jungkook tentou o levantar do chão, mas acabou tropeçando nos pés do Park e terminado como ele. Com a bunda no chão.
— Por Deus! — Taehyung teve que se levantar para socorrer os dois que tiveram a risada intensificada após o tombo de Jeon; ou eles nunca levantariam, não enquanto Jimin ainda estivesse rindo.
Por fim, as risadas acabaram — por hora, pois com Jimin por perto era impossível não rir e não cair por muito tempo — e voltaram a programação normal.
— Deseja falar mais alguma coisa, senhor Kim? — Jungkook perguntou, Jimin tentando (sem sucesso) segurar a risada.
— Não, querido. Vamos prosseguir — disse com ar sofisticado. Bebericou com classe o restante de seu café gelado.
— Taehyung tá num rolo com Yoongi hyung. — Jimin soltou a bomba e aproximou sua cadeira de Jungkook, afastando-se das mãos grandes do Kim que podiam lhe acertar uma bofetada.
— Você não ia me contar?! — Jeon perguntou ao maior, perplexo.
— Se nós tivéssemos algo eu contava. — O Kim comentou de nariz em pé.
— Ele tá fazendo cu doce, né? — Jungkook sussurrou para Jimin.
— Ei! Eu posso ouvir! — O Kim comentou, ignorado.
— Pior que eu acho que dessa vez o difícil é o Yoongi hyung. Você conhece a peça, né. — Jimin sussurrou de volta.
— Ele trabalha demais naquela empresa e provavelmente não quer ter nada sério agora, ou nunca, sei lá. Isto eu posso entender. — Taehyung comentou, fingindo não ser nada demais. — Quando eu sou um pouquinho legal tentando regular o sono dele e fazer ele se alimentar direito, ou pelo menos comer de três em três horas, ele é estúpido comigo e depois quer pedir desculpas todo manhosinho igual um gato, achando que eu vou... Aish! Enfim, eu estou definitivamente pulando fora. Ele que lute.
Jungkook e Jimin se entreolharam, ambos sabiam que as últimas duas frases eram mais erradas que o Park longe do chão numa crise de risos, mas não diriam nada, ao menos não hoje.
— Bom… Vamos prosseguir então… — Jimin comentou, voltando sua cadeira para mais próxima do Kim, o qual o deu o merecido tapa no braço quando teve a chance.
E enquanto Jimin resmungava que aquilo doeu e Taehyung resmungava que aquilo fora merecido, Jungkook pôs seus olhos dentro da caixa outra vez. Não surpreso, mas ansioso? Não sabia ao certo o que sentir ao ter suas próprias lembranças desenterradas. Jungkook, então, pegou o binóculo de brinquedo que avistou e sorriu de maneira melancólica, passando a mão pelo objeto de plástico.
— Então essa coisa é... — Taehyung comentou ao que sua atenção e a de Jimin finalmente se voltaram ao moreno.
— Minha. — O Jeon completou a fala do Kim, ainda encarando o objeto. — Quer dizer, só essa… de todas que botei na caixa… elas não são totalmente minhas…
O Kim e o Park se encararam, ao que se recordaram do mesmo que Jungkook parecia pensar.
— Quer falar sobre isso? — questionou Jimin, colocando a mão no ombro alheio, vendo o moreno sorrir. — Você sabe que não precisa se sentir pressionado, Kookie. Eu e o Tae vamos entender se você não quiser falar nada… Mas nós estamos aqui para te ouvir, caso queir...
Fora interrompido pelas palavras calmas de Jeon.
— São coisas nossas, minhas e do Namjoon, quer dizer, são coisas que tinham um significado para gente naquela época — comentou, ainda encarando o binóculo que estava em suas mãos. Entrando em suas lembranças que durante quatro anos tentou, inutilmente, esquecer.
— Ok, você tinha muitas lembranças com Namjoon, mas por quê essas coisas, especificamente? — Curioso, Taehyung acabou questionando, fazendo o amigo sair de seu próprio mundinho.
— O binóculo foi a primeira coisa que eu pensei em colocar, naquela época — contou divagando no objeto outra vez, antes de observar que seus dois hyungs pareciam realmente interessados naquela pequena história. — Aish! Não me olhem assim.
— Conta logo o motivo! — Quase clamou o Kim curioso.
— Tae! — Jimin o repreendeu, de bico. Estava com medo de acabar desencadeando tristeza para Jungkook naquele dia que devia ser totalmente perfeito para eles.
— Qual é, eu coloquei uma pedra colorida que me lembra o Yoongi enquanto o Minnie resolveu colocar uma pelúcia do garoto que você tinha birra, Kookie, só de birra! — Assim que Taehyung terminou de dizer aquelas palavras, Jimin o bateu com a pelúcia, o que causou uma gargalhada no fotógrafo.
— Não me ignore! — bufou o Park, ainda de bico.
— Eu não lembro muito desse seu relacionamento com o Namjoon, Jungkookie era muito tímido. — Taehyung resmungou, também de bico. — Aish, eu quero saber das coisas em detalhes agora…
— Ei! — O Park exclamou alto, antes de se aproximar do Kim para falar baixo com o mesmo. — Eu também, mas precisamos respeitar se ele não quiser dizer nada, pabbo!
Jungkook respirou fundo enquanto ouvia tudo e, no fim, resolveu esvaziar a mente. O que melhor que pôr tudo pra fora? Que seja.
— Eu tinha dezessete anos, ainda estava no colegial — falou de repente, chamando a atenção de ambos os dois que sussurravam alto demais, que o encararam de imediato. — Tinha aquele cara gostoso que ficava encostado em um mustang antigo na frente do colégio enquanto fumava um cigarro; tinha cabelo tingido e usava jaquetas de couro… Era basicamente o cara dos sonhos de todas as s/n de fanfics adolescentes, enquanto eu era basicamente… Eu!
— Um adolescente que achava ser hétero, tímido, que furou a orelha escondido dos pais aos dezesseis anos e chorava sempre que víamos um filme da Marvel? — questionou Taehyung, vendo a expressão de desgosto do moreno.
— É, hyung — diz, tentando não prolongar aqueles detalhes.
— Não se esqueça das coisas que ele dizia no Twitter e de como ele pareceu um tomate de tão vermelho que ficou quando a Tzuyu chamou ele para o baile no ginasial — completou Jimin, vendo a expressão de Jungkook piorar, o que fez os outros dois rirem.
— Vocês são tão desnecessários — comentou Jungkook. — Mas basicamente, sim. Eu não era o tipo de garoto que ele iria se interessar, eu imaginava, então eu pensei em arrumar um binóculo para observar ele de longe…
— Isso é meio doentio — interrompeu Jimin.
— E um pouco tóxico também, para ser sincero. Sabe, stalkers não são legais — completou Taehyung.
— Yah, eu sei! Mas o eu de dezessete anos não pensava muito nisso — explicou-se. — Então eu estava desesperado e não encontrei nenhum binóculo e, bem, era uma situação urgentemente que me levou a medidas desesperadas — diz, lembrando-se do ocorrido. — Não encontrava binóculos nas lojas e então quando vi já estava no caixa da brinquedoteca pagando por um binóculo de brinquedo.
Três segundos de silêncio foram feitos para que em seguida Jimin já estivesse no chão de tanto rir junto com Taehyung.
— Vocês são horríveis — comentou Jungkook, de braços cruzados e cara feia. Aquilo era um absurdo.
— Calma aí! Então aquele dia que a gente te pegou atrás do arbusto…? — Taehyung perguntou.
— Sim, eu estava espiando o Namjoon — interrompeu o Kim com a resposta. — E quando vocês chegaram eu estava escondendo o binóculo de brinquedo — confessou, por fim. — Parem de rir!
— Desculpa Kookie! — Foi o máximo que o Park conseguiu dizer do chão.
— Eu achando que você estava escondendo a Tzuyu. — Taehyung riu ainda mais.
— Eu não tive nada com ela, já disse! E, aish! Não vou falar mais nada, vocês que lutem pra saber do restante. — Jungkook cruzou os braços mais uma vez.
— Não, não, não! A gente vai ficar quietinho! — Taehyung dizia em desespero, puxando Jimin do chão. — Para de rir e me ajuda, sua hiena!
E o Park riu mais, porém o desespero por mais informações fez com que em um minuto ambos estivessem sentadinhos em suas cadeiras.
— A gente tá quietinho agora. — Jimin comentou no silêncio.
— E daí? — Jeon nem os olhou, estava ocupado observando suas unhas no sabugo. As comeu no dia anterior inteiro, por conta da ansiedade para aquele momento.
— Aish, não seja malvado, Kookie! — O Park murmurou dengoso.
— Continua, por favor! A gente promete que agora vai te pedir licença pra falar. — Taehyung disse quase no mesmo tom de Jimin, os olhos tão brilhantes e pidões quanto os dele.
Jungkook os observou por uns segundos e resolveu prosseguir. E observando dentro da cápsula mais uma vez, pegou outra boa lembrança.
— Uma concha pintada de preto? — questionou Taehyung.
— Não me pediu autorização pra falar. — Jungkook levantou uma sobrancelha, e os outros dois sorriram, o Kim tapando a própria boca com uma das mãos para se impedir de falar mais.
— Então você vai continuar contando pra gente? — Os olhos do Park brilharam, a boca cheia em um sorriso, até que Taehyung a tapou com a mão livre.
— Muito bem. — Jeon parabenizou o Kim pelo ato de calar o loirinho agitado. — Prosseguindo… Sim, é uma concha pintada de preto. — Sorriu bobo. — Uma das vezes em que observava o Namjoon, ele me pegou no flagra. Me fez sair detrás da árvore em que eu estava e aparecer pra ele de uma vez.
O Kim levantou a mão e o Jeon assentiu para que falasse.
— Você é um péssimo stalker. — O comentário fez com que Jimin soltasse uma risadinha e Jungkook arremessasse a concha em Taehyung. Este que a pegou nas mãos e a observou de perto.
— Calado. — Jeon advertiu antes de prosseguir. — Eu tive que ir, né… Todo tímido, lá fui eu, quase entrando em pânico quando ele me mandou encostar no carro como ele.
Park levantou a mão. Jeon assentiu.
— Aí ele te tascou um beijo daqueles.
— Quem dera, ali ele só me tascou um medo tremendo de ser preso por invasão de privacidade.
Taehyung levantou a mão. Jeon assentiu.
— Você é um péssimo stalker — comentou outra vez.
— Calados. E se disser essa frase de novo você vai ter que descobrir a história sozinho — disse apontando a Taehyung. Que prontamente fingiu estar costurando a própria boca, fazendo o mesmo com Jimin em seguida.
— Muito bem. — Jeon sorriu, fazendo carinho em ambos os cabelos de seus amigos de “bocas costuradas”. — Me dá aqui — pediu a concha de volta para Taehyung, que o deu. — Naquele dia ele só me observou por longos segundos. Eu estava tímido demais para olhar pra qualquer outro lugar que não fosse o chão. Mas, então, ele me chamou pra dar uma volta. Eu fiquei meio: “céus, o que está acontecendo aqui?”, mas eu não disse “não”, na verdade, não disse mais nada, só o segui. — Jungkook estava pego pela completa nostalgia. Ele podia ver a cena toda em sua frente, acontecendo naquele instante. — Ele era realmente louco, e isso o deixava ainda mais irresistível! Eu só lembro que logo todos os dias eu saía com ele, quando não estava com vocês, é claro. — Pausou, olhando pra concha. — Uma vez a gente foi até a praia, tinha sido a primeira vez que eu aceitei andar na mustang dele, o nome dela era Leona. — Riu ao lembrar da mania boba do Kim de dar nomes aos pertences que ama. — A gente ficou passeando pela orla da praia quando eu achei duas conchas exatamente iguais, aí ele pegou uma e pintou com esmalte preto que tinha no bolso. Falou que aquela concha era ele, enquanto eu era a outra. — Sorriu bobo outra vez, olhando pra concha em mãos. — Ele ficou com a branca e eu fiquei com a preta. Era pra lembrar um do outro, ele quem disse.
Jungkook estava bobo e aéreo demais, então demorando para observar que seus amigos pareciam emocionados.
— Descosturem as bocas, pode falar agora. — Jimin e Taehyung quase choraram pela ordem tão misericordiosa. Já o soberano, este só estava curioso para saber o que eles iriam dizer.
— JUNGKOOK!!! — Ambos gritaram, realmente emocionados. Eles fungavam com seus narizes congestionados pela vontade de chorar.
— O-o quê? — Talvez o Jeon estivesse assustado pela reação extremamente exagerada, até mesmo para seus melhores amigos escandalosos.
— Que coisa mais linda! Por que nunca nos contou isso? — Jimin bateu no braço do moreno.
— Ah… É que ele não gostava que mais gente o visse… desse jeito tão boiolinha. — Riu sozinho. — Namjoon também era tímido quanto a isso. E eu o respeitei assim como ele fez comigo. “Tudo que acontece fica entre nós” era um dilema nosso que seguíamos à risca.
— Vocês eram tão fofos que chegava a dar diabetes mesmo assim, um grude, e é exatamente por isso que não acredito que vocês terminaram. Gente assim costuma ficar junto pra sempre — comentou Taehyung, vendo o olhar mortal de Jimin e Jungkook em si.
— Taehyung, cale a boca antes que eu te deixe amordaçado aqui. — Entredentes, o mais baixo dos três falou. O que custava esse Kim cabeça oca entender que o “término” podia ser um assunto ainda delicado demais para o Jeon?
Por fim, agradeceu aos céus que a despeito da reação negativa que esperava de Jungkook, este pareceu não ligar, ou só ignorar, e agora retirava um ingresso de cinema e uma foto daquelas cabines de parque de diversões de dentro da cápsula.
— Aish, eu estou caladinho aqui. — Ao dizer isto, ouviu a risada do bobo Jeon. — Mas me diz qual é a história da vez?
— Começamos a ter encontros de verdade. — Jungkook sorriu sem mostrar os dentes. — Ele me levou pra ver Homem de Ferro três quando viu que era meu super herói favorito. Aquele dia foi incrível. Nós comemos, fomos no fliperama, fizemos compras… E todas as moças das lojas nos chamando de casal, namoradinhos, pombinhos… — Riu, lembrando-se.
Taehyung e Jimin tentavam controlar seus gritinhos histéricos, mas era muito difícil. Eles não eram imunes a boiolices.
— Depois disso ele me levou no parque e tivemos todo aquele clichê de me conseguir um ursinho de pelúcia imenso no tiro ao alvo, abraços na casa assombrada, mãos dadas na roda gigante… Ele realmente já me conhecia de cor. — Riu nasalado. — Mas foi quando me deixou em casa que a gente se beijou pela primeira vez. Acho que nosso único beijo calmo daquela época. — Gargalhou. — Sabe como é, hormônios. Sempre dávamos um jeito de fugir pra um canto e deixar nossas bocas inchadas. Só passou a ser um pouco diferente quando começamos a frequentar a casa um do outro, a minha só quando meus pais não estavam.
Taehyung e Jimin levantaram as mãos simultaneamente, e Jungkook assentiu para que falassem.
— Safadinho!
— Você é um safado! — disseram quase juntos, Jeon rindo antes dos dois se juntarem a si nas gargalhadas.
— A gente era barulhento demais pros meus pais poderem estar em casa “nos vigiando”. — Foi seu último comentário antes de puxar outro objeto de dentro da cápsula. Uma bandana vermelha.
Jungkook sorriu envergonhado e Taehyung logo levantou a mão para poder falar.
— Vai, fala! — Ele e Jimin estavam eufóricos.
— Era o meu aniversário, já fazia mais de um ano que estávamos saindo, vários meses de namoro, vocês devem lembrar disto. — Assentiram em resposta. — Namjoon falou que tinha uma surpresa pra mim — pronunciou com um sorriso bobo no rosto, vendo as mãos se levantarem e tentarem cobrir um pouco do rubor que lhe surgiu nas bochechas. — Ah, Taehyunggie, Jimin-ssi — disse em dois suspiros, ouvindo a risada do Park por conta da maneira que foi chamado.
— Qual foi o presente? — Ao perguntar, sentiu a nuca doer, graças a Taehyung que havia lhe acertado um tapa.
— Deixa de ser besta, Jimin! Olha a cara desse moleque que estava se afogando em hormônios! Eles já estavam juntos há muito tempo, confiavam um no outro e toda a história que a gente já ouviu por cima milhares de vezes, então, obviamente que o presente dele foi uma bela e grande queimação de rosca! — O Kim falou de maneira rápida e sem papas na língua, vendo Jungkook engasgar com a própria saliva, agora completamente vermelho.
— Taehyung! — Park e Jeon falaram ao mesmo tempo, de uma maneira um tanto elevada, claramente incomodados com a fala alheia.
— O que foi? — perguntou no mesmo tom de voz.
— CALA A BOCA! — Os dois gritaram ao mesmo tempo, sem se importarem mais se estavam chamando atenção de outras pessoas ou não.
— Tá, tá… Então, Jeon, nos diga qual foi o presente? — pergunta, com o sorrisinho debochado que Jungkook tinha vontade de dar uns socos desde o colegial. Mas apenas deu um grunhido, prosseguindo com a parte que talvez mais gostasse da sua história com Namjoon.
— Ok, talvez nós tenhamos transado naquela noite, mas aquilo foi algo muito pensado por nós dois, afinal eu era virgem, inexperiente e bem… Ele não — comentou um pouco tímido vendo os olhares dos amigos. — Conversávamos frequentemente sobre aquilo, além de que as preliminares já aconteciam há um tempo… Eu me sentia preparado… E ele foi perfeito. — Suspirou bobo. Namjoon havia sido tão fofo consigo que naquele dia se viu ainda mais apaixonado por ele. — No dia seguinte ele brincou que já estava na hora de tomar vergonha na cara então me pediu em namoro oficialmente, pedindo aos meus pais e tudo mais. — Terminou, soltando uma risada fraca, observando o sorriso besta de seus melhores amigos.
Taehyung, então, levantou a mão vendo o Jeon dar risada antes de apontar para ele, como uma professora dando a palavra para um aluno de ensino fundamental.
— O que o tio e a tia falaram? — perguntou realmente curioso.
— Pra mim ou pra ele? — Jungkook riu.
— Pros dois! Diga-me tudo, não me esconda nada! — Taehyung afirmou.
— Agradecendo aos céus de ter me assumido pra eles bem antes, dando tempo pros meus pais se acostumarem com a ideia de que eu não iria me casar com a Tzuyu... — Ambos riram. Os pais do Jungkook amavam a garota desde que fora com Jeon no baile. — Bom, Namjoon é muito bom de papo…
— Imagino que de cama também. — Jimin levantou a mão por um segundo, apenas para comentar.
Taehyung ria enquanto Jungkook se embaraçava.
— Para! — Riu constrangido. — Mas sim, ele era indescritível na cama. — Precisou comentar, após um suspiro. Só a lembrança deixava seus pelos eriçados.
Jimin e Taehyung se abanaram ao que as bocas se abriram em surpresa e euforia.
— Caladinhos, eu preciso falar sobre isso em mais detalhes. — Jungkook riu de nervoso.
— É disso que o povo gosta. — O Kim comentou enquanto estava de mãos dadas com Jimin, totalmente animados, eufóricos.
— Namjoon não era malhado, não tinha o tal de “abdômen chocolate”, mas céus, seu peitoral era estufado, as suas pernas eram lindas. Eu sempre queria fazer ele usar mais shorts pra poder admirar mais aquelas coxas perfeitas que me deixavam sem fôlego nenhum. — Suspirou, controlando-se para não acabar tendo uma ereção no meio das pernas naquele momento. — Mas nada disso adiantaria se ele não soubesse exatamente quando ser fofo e devagar ou sexy e rápido. — Constrangeu-se um pouco. Não era muito de falar coisas assim, mas ele precisava pôr tudo aquilo para fora.
Olhou para seus melhores amigos, que o observavam atentos e sorridentes, e isto o dava conforto suficiente.
Podia até mesmo narrar um filme pornô agora.
— Ele tinha a mania de segurar forte com a mão direita na minha nuca quando a gente se beijava… Meu Deus, eu via estrelas só com aquilo. — Outro suspiro. — Mas naquela noite ele segurou meu rosto como se eu pudesse quebrar, beijou-me e me tocou tão… com tanto amor. — Fechou os olhos e suspirou. — Eu não estava nervoso, confiava totalmente nele e sabia que ele cuidaria bem de mim. E foi tão gostoso… Tanto assim quanto quando ele foi mais bruto como pedi. — Sorriu malicioso, os olhos ainda fechados se lembrando de tudinho. E por fim respirou, pensando alto. — Que saudade do meu ex.
Os outros riram após o comentário. Até eles estavam com “saudades do ex” após um relato daqueles.
— Eu apoio na gente ir pra minha casa e organizar um thresome imediatamente. — O Kim falou sério, mas logo após ambos riram. Taehyung tinha cada ideia.
— Ele conquistou meus pais de primeira. Tinha umas conversas estranhas com meu pai e minha mãe o achava lindo demais. Eu ri demais quando ele foi embora e os dois me deram um dedão de aprovação. — Riu ao relatar, buscando mas uma coisa na caixa.
— Você devia estar nas nuvens. — Jimin comentou, alegre junto ao Kim, até que viram o sorriso de Jungkook morrer.
— Eu estava. — Forçou um riso. — Mas depois de um ano e meio…
— Não precisa falar, Ggukie… — Taehyung o interrompeu, ele e Jimin pondo uma mão acima da esquerda dele, descansada na mesa.
— Nha, eu quero falar. — Ele disse, enfim.
Jimin e Taehyung se olharam preocupados. Por mais que não soubessem em muitos detalhes, Jungkook havia sofrido demais com o término, não queriam que os sentimentos ruins voltassem.
— Depois que a gente se formou, eu não sabia muito o que fazer da vida ainda, eu tinha muitos hobbies, gostava de muitas coisas; eu não conseguia escolher e também tinha medo de escolher errado.
Taehyung e Jimin o olhavam suavemente e com atenção, dando o suporte que o moreno precisava para se abrir tanto.
— Namjoon já fazia faculdade quando nos conhecemos, já tinha planos para o seu futuro. Um namoro não estava nos planos dele, mas aconteceu. — Entortou os lábios. — Namjoon queria viajar, conhecer o mundo aos poucos enquanto mostrava sua música. Ele queria me levar com ele, queria que jogássemos tudo pro alto e fôssemos morar em Seul, e iniciaríamos dali. — Umedeceu os lábios. — Mas aquilo me assustava, eu não queria deixar Busan, na verdade eu nem sabia o que queria.
Jimin pediu uma garrafa d’água para a atendente, abrindo-a e deixando-a nas mãos um pouco trêmulas e suadas do moreno.
— Tá tudo bem, Ggukie. — Jimin disse. — É normal sentir medo, e a vida é feita de decisões difíceis.
— A gente tá aqui com você. — Taehyung comentou, ele e o Park já estando cada um de um lado do fotógrafo.
— Obrigado. — Jungkook suspirou, bebendo um pouco da água em mãos.
— Acho melhor terminarmos isso em casa. — Taehyung comentou outra vez, imaginando que Jeon quisesse estar mais à vontade para chorar se viesse a vontade.
— Eu também acho. — Os dois já se levantavam, mas Jungkook os puxou de volta.
— Tá tudo bem, eu to bem. Relaxem — disse apenas isto, Park e Kim de volta às suas cadeiras.
E suspirou antes de prosseguir.
— Nós acabamos nos desentendendo por vários motivos, brigando por vários motivos, e nem sempre sexo de reconciliação podia resolver nossas frustrações. Nós viramos pessoas diferentes demais no final de tudo. E resolvemos terminar definitivamente após muitos “dar um tempo”. — Suspirou. — Namjoon achava que seria bom pra mim viver outras experiências com outras pessoas, mas eu só queria ele. Arrependia-me amargamente do que me tornei na maioridade.
Sentiu abraços e afagos no braço e cabeça, era a forma de seus melhores amigos dizerem que estava tudo bem.
— Então ele se foi. Em um mês Namjoon foi para Seul sem se despedir de mim. — Pausou, ainda sentia a amargura daquele momento. — Não o culpo, eu o bloqueei em todas as redes sociais e disse a ele para que se afastasse ou não seria fácil pra mim. Eu fui idiota e egoísta. Nós éramos amigos, Namjoon gostava de conversar sobre tudo comigo. Deve ter doído ainda mais pra ele ter ido embora assim.
— Não tinha jeito fácil, Ggukie. — Jimin comentou.
— Não tem nada de egoísmo botar sua saúde mental acima de tudo. Proteger-se dessa forma é algo que todos nós faríamos, então não se sinta assim. — Taehyung completou.
— Eu nunca mais o procurei, nem mesmo para stalkear as redes sociais. — Jeon observou.
— Você é muito forte — diz o Kim, arrancando risadas dos demais, descontraindo por um segundo a vibe melancólica.
— O que me frustra mais agora é o fato de que hoje, eu, Jeon Jungkook, quero sair daqui, viajar e conhecer o mundo enquanto faço o que gosto, que é fotografar. — Suspirou angustiado. — No final das contas, o problema era eu ser imaturo.
— Namjoon era uns três anos mais velho que você, Jungkook. Além de que todo mundo tem seu tempo. Você não estava preparado para isso há seis anos atrás, mas está agora. — Jimin dizia enquanto o acariciava o braço. — E isso veio do que você viveu neste período sem ele. Você amadureceu e escolheu sozinho, e isso é muito importante. Eu estou orgulhoso de você.
— Eu também estou. — Taehyung deu seu mais bonito sorriso quadrado.
— Obrigado — pronunciou feliz. — Vocês tem razão.
— Nós sempre temos. — Jimin enfatizou, e sorriram.
— Bom, agora vamos pagar a conta e terminar de desenterrar nossas lembranças lá em casa, onde eu espero que minha mãe já tenha chego e eu possa tomar um banho daqueles. — Taehyung disse se levantando, Jimin logo em seguida.
— Acredite no destino, Kookie, ele sabe o que faz. Ele nos dá chances e também segundas chances. — O Park disse ao fotógrafo, sorrindo para o rosto surpreso do moreno antes de desconversar. — Eu pago dessa vez. Junta as coisas pra pôr no carro? — pediu por fim, Jungkook assentindo em resposta antes de ver este se afastar.
Deixando a confusão das palavras de Jimin de lado, juntou todas as lembranças que estavam para fora e as colocou de volta na cápsula, com exceção de uma.
Jungkook sorria observando a polaroid em mãos, uma das fotos com Namjoon que mais gostava.
— Bonita foto. — Jeon levantou o olhar e os esbugalhou. A foto totalmente esquecida no braço que desceu para ao lado do corpo, porque ele estava ali.
O homem alto, com uma blusa que lhe tapava até o pescoço, calças e um sobretudo preto. Cabelos loiros e crescidos num pequeno mullet, e um sorriso tão bonito... Era ele, bem ali.
— Oi. — Namjoon disse.
— Oi… — Jungkook respondeu, não sabendo se a surpresa e euforia que sentia eram bem mascaradas. Mas então Namjoon sorriu, e o moreno teve que fechar os olhos e suspirar por um momento. — Meu Deus… Eu achei que nunca mais fosse te ver, Nam- Namjoon hyung! — O chamou pelo apelido sem querer, corrigindo-se logo em seguida.
— Pode ser só Nam. — Sorriu mais uma vez. Antes de desviar o olhar por um segundo, coçando a nuca. Ele fazia isto quando embaraçado, Jungkook se lembrava também de achar adorável. — Desculpe, não pude cumprir seu pedido de distância ao te ver aqui.
— Ah, está tudo bem, foi um pedido bobo e-
— Jungkook! Estamos indo! — Ouviu Taehyung já com Jimin ao lado do carro.
— Esperem! A cápsula e as pás! — Apontou para as coisas; sendo rápido em juntar a polaroid ali dentro e correr até o carro com a caixa em mãos. — O que estão fazendo? Não vão embora!
— Não é óbvio? — Taehyung questionou retoricamente.
— Kookie, o destino, ele…! — Jimin alertou.
— Eu vou pegar as pás, fiquem aqui! — Ao se virar, viu Namjoon chegando com as mesmas em mãos.
— Esqueceu disto. — O deu as ferramentas, recebendo um sorriso tímido de volta. Namjoon nunca deixaria de ter este efeito em si. Sentia-se um adolescente de novo.
— Obrigado. — Ele o respondeu, pondo as pás na parte de trás da caminhonete.
— Bom, parece que vocês têm um compromisso agora. — Namjoon diz e Jungkook abre a boca para lamentar-se que sim, infelizmente, mas este Kim não deu tempo para tal. — Então, já que disse que pedir pra me afastar foi um pedido bobo, você podia me desbloquear no kakaotalk. — Jungkook segurou o sorriso. — E se quiser, dar uma volta comigo amanhã na praia… — O loiro sorriu e viu o moreno fazer o mesmo.
— Bom, eu não prometo nada, mas juro que vou pensar nisto. — Riram.
— Eu fico agradecido. — Segurou a mão de Jungkook e lhe beijou as costas, antes de caminhar devagar para trás, voltando a cafeteria de seus parentes e Jungkook entrou no carro.
— Jungkook! — Jimin murmurou.
— Por que não ficou com ele? — Taehyung resmungou.
E o moreno nada disse, estava desbloqueando um contato no kakaotalk.
— Ei! Nos responda! — O Kim pediu impaciente.
— “Nunca trocar amigos pelo namorado quando se tem algo marcado”, era uma das nossas leis também — disse aos dois enquanto recebia um “Pensou rápido” no celular. — Então vamos continuar tendo nosso dia nostálgico. — E deixou o celular para lá.
— E ele não vai nos contar mais nada agora, né? — Jimin perguntou a Taehyung, pouco ligando que Jungkook estava ali ao lado.
— Ele não vai, esse sem vergonha. — E este Kim respondeu enquanto ligava o carro para dar partida. Se um dos dilemas do casal havia voltado, todos voltariam, afinal; inclusive aquele que dizia para deixarem tudo entre eles.
Jungkook apenas riu, amava seus amigos que o conheciam bem demais.
— Eu estava realmente com saudades de vocês!
E os outros dois apenas resmungaram em resposta, o fazendo rir ainda mais.
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