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História Camera, Action! - Lucky Boy - História escrita por win_jpeg - Spirit Fanfics e Histórias
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História Camera, Action! - Lucky Boy


Escrita por: win_jpeg

Notas do Autor


oi moas... então, minha primeira vez na tag oks estou nervosa com feedbacks mas espero que gostem
acabei de sair de um bloqueio e me esforcei bastante nessa aqui

é tudo consentido, todos maiores de idade, tem praise kink, feminização e boiolage

bejos

Capítulo 1 - Lucky Boy


— Seu americano sem açúcar. 

O atendente empurrou o copo longo com um canudo na ponta em direção a Yeonjun, e ele sorriu. Não porque, claro, cafeína era como seu cigarro, e precisava dele a todo custo para viver aquela manhã, mas porque aquele garoto era uma gracinha e Yeonjun não conseguia esconder que estava ficando apaixonado por uma pessoa que nem mesmo sabia o nome.

Num padrão altura, Yeonjun diria que era pouco centímetros mais baixo, mas a presença e a forma com que se portava o fazia parecer cinquenta centímetros menor que o original, cabelos longos que batiam nos ombros estreitos, franja caída nos olhos doces e ingênuos e um sorriso envergonhado que derretia Yeonjun por inteiro. Ele era lindo feito uma boneca de porcelana, mas tão, tão retraído, que Yeonjun às vezes precisava morder os próprios lábios para segurar a vontade de soltar algum elogio somente porque sabia que ele entraria em um colapso caso o fizesse.

Estendeu a nota que enrolava um punhado de moedas nas mãos de dedos longos e delicados, e por uma fração de segundos, Yeonjun desviou os olhos da ação para encarar o rosto bonito, sorrindo ao encontrar a atenção curiosa com olhos grandões acima de si. Se encararam por milésimos de segundos antes do atendente derrubar todas as moedas no balcão e suas orelhas ficarem vermelhas feito um tomate, engolindo em seco e puxando a aba da boina que compunha o uniforme para esconder seu olhar tímido.

Yeonjun sorriu de novo e pegou seu pedido.

— Pode ficar com o troco.

Poderia ficar para recolher as moedas, mas aquela situação acontecia quase todos os dias, e Yeonjun sabia que se perdesse seu tempo abaixando-se para ajudá-lo, e assim, poder engajar uma conversa, ele levantaria e se esconderia dentro da cozinha, empurrando alguém de lá para atender em seu lugar, e Yeonjun não queria. Iria ficar ali por mais alguns minutos e queria ter certeza de que ele estava encarando a distância como costumeiramente fazia.

— Atrasou para a reunião. — Kai tinha aquela expressão de desprezo de quem odiava acordar cedo, os óculos escuros em plena oito horas explicava absolutamente tudo.

— Aqui é o lugar perfeito.

Yeonjun se sentou e mirou o balcão numa reta diagonal que caía perfeitamente no atendente contando moedas, como se ele fosse capaz de lhe cobrar caso tivesse faltando alguma; Yeonjun sabia que não. Feito ímãs, os olhos dóceis o procuraram pela cafeteria e caíram direto em si, desviando no exato momento.

Pela décima vez, Yeonjun sorriu.

Huening Kai bufou.

— Ouviu o que eu disse? 

— Claro que não. — Levou o canudo até a boca e o café amargo sem açúcar tinha sabor doce que o fez sorrir em meio ao ato.

— Nunca mais marco uma reunião nesta droga de cafeteria. — Huening cruzou os braços.

— Pode começar o assunto, prometo que vou prestar atenção. — Piscou os olhos, pigarreou e se ajeitou na cadeira, encarando o melhor amigo e também, empresário.

Kai retirou os óculos escuros, olheiras rondavam seus olhos, mas Yeonjun sabia que era apenas por não ter dormido suas sagradas dez horas de sono diárias, seu corpo sentia falta como se tivesse dormido somente duas horas. Dramático feito o Huening.

— Primeiro, vê se coloca um boné nessa sua cabeça imensa. — Empurrou o acessório acima da mesa e Yeonjun riu. — Acha que ninguém te reconhece com essa cara de sem vergonha? Já pensou se surgisse outra fã igual aquela do restaurante tailandes?

— Foi engraçado. — O Choi murmurou risonho, acomodando o boné acima dos fios, puxando a aba para que escondesse um pouco mais de seu rosto.

O ato lhe fez lembrar do atendente e seus olhos automaticamente o procuraram, satisfeito em encontrá-lo atendendo um pai com uma criança, ele sorria docemente para a menininha pequena. Yeonjun sentia-se bobo, sorrindo com o canudo entre os lábios.

— Yeonjun!

Kai ralhou entredentes, olhos vermelhos em raiva, e tudo o que Yeonjun fez foi sorrir amarelo.

— Foi mal.

— Cara, você pelo menos sabe o nome dele? Tá nessa a meses!

— Eu não posso chegar assim. — Puxou o ar entre os dentes, cruzando os braços. — Vou assustá-lo.

— E desde quando você se importa se assusta alguém? Você é Choi Yeonjun, o astro pornô, você já costuma causar algum tipo de impressão.

— Eu sei, mas ele é… diferente.

— Você quer dizer virgem?

Os ombros de Yeonjun ficaram tensos e um arrepio subiu pela sua espinha. Olhou de relance para o garoto e depois voltou para a própria mesa, fechando os olhos ao negar.

— Vamos mudar de assunto.

— É sobre o evento, Yeonjun! — Huening esfregou o rosto em estresse. — É sobre isso que quero falar, e vamos acabar logo porque preciso dormir por mais duas horas e completar a porra das dez horas de sono e ser uma pessoa feliz, finalmente!

Huening Kai estava certo, Choi Yeonjun não era apenas um astro pornô, havia acabado de se tornar um dos maiores da plataforma, e aquilo era um marco imenso. Yeonjun começou a vender conteúdo adulto por conta própria quando saiu do ensino médio, precisava de dinheiro para pagar o aluguel e se manter fora da casa dos pais, e tudo o que tinha era um pano escuro de fundo, uma poltrona de couro branca, sua velha câmera Canon e uma libido inteira de um jovem adulto.

Yeonjun sempre foi o tipo de cara que era um pouco narcisista com o próprio corpo e realmente não se importava com exposição. Era uma sensação diferente, não era apenas estar nu na frente de mil pessoas, era expor toda sua intimidade, seu conhecimento com o próprio corpo e experiência pessoal para milhares de pessoas. Sim, milhares, Yeonjun tinha milhares de views, e desde o princípio, seu feedback com dinheiro era ótimo.

Conseguiu aprimorar seu cenário, pagar uma academia para se manter em forma e conseguir contratar seu melhor amigo como seu empresário. Huening Kai não negou em momento algum, nunca houve segredos entre ambos, e na verdade, se sentia mais confortável em ser ele a cuidar da parte importante do trabalho do melhor amigo, porque o mundo estava cheio de aproveitadores, e a fama de Yeonjun era grande o suficiente para que alguém pensasse em aplicar golpes.

Seus fãs eram muito generosos, sempre compreensivos quando Yeonjun não podia fornecer conteúdo por questões pessoais, doando quantidades absurdas em suas lives, pagando por fotos extras e vídeos singulares, e na noite anterior, o canal de Yeonjun atingiu 4 milhões de inscritos, isso o levava diretamente para o segundo lugar do pódio.

Era um marco imenso, calhou a acontecer exatamente na semana de inauguração do novo estúdio planejado que ele e Kai haviam conseguido comprar. Um espaço dedicado ao seu trabalho, distanciando de sua casa, da vida pessoal, era apenas o lugar de Choi Yeonjun, astro pornô fazer seu trabalho. Seus fãs precisavam de um presente especial, já que era tudo devido a eles. 

— Teve alguma ideia?

— Pensei em fazer uma live e deixá-los decidirem.

— Isso vai virar bagunça. — Huening torceu os lábios.

Huening Kai era sério quanto ao próprio trabalho, e Yeonjun agradecia, pois se dependesse de si, nada sairia do lugar.

— Confia em mim. Ninguém sabe mais o que quer assistir do que eles mesmos, não acha?

— É… — Recostou na cadeira, pensativo. — Você pode ter razão.

— Eu sempre tenho. — Sorriu convencido e Kai revirou os olhos.

Para a infelicidade de Yeonjun, o fim da conversa indicava terem que ir embora para Huening dormir e automaticamente, ter que se despedir do rostinho bonito no balcão. No momento em que se levantou ele o olhou e Yeonjun foi rápido em sorrir, acenando suavemente com a cabeça como se agradecesse pelo atendimento.

Ele repetiu o ato, cruzando as mãos à frente do corpo como quem roboticamente começava a ficar tímido, não endireitando a pose até que os dois homens estivessem fora do estabelecimento.

— Já cogitou a possibilidade de ele agir assim porque te conhece?

Yeonjun encarou o melhor amigo brigando com as chaves do carro já que havia comprado um novo e definitivamente ainda não tinha pego o jeito, franziu as sobrancelhas e parou por alguns segundos. Estalou a língua no céu da boca e negou.

— Nah, ele não é do tipo que assiste a esses conteúdos.

— Como se você conhecesse ele. — O loiro apontou para si mesmo, irritado pelas chaves que não entravam na fechadura do carro. — Olha para mim, pareço alguém que administra a carreira de um quase ator pornô?

O Choi estreitou os olhos.

— Se a resposta for “sim”, nem se atreva. — Huening resmungou. — Yeonjun, convenhamos, hoje em dia quem é que não te conhece, ou tipo, bate uma punheta?

— Ele não faz essas coisas.

— O que só confirma meu ponto de que… — Kai puxou a maçaneta da porta e ela abriu, o fazendo cambalear um pouco para trás. — Ele é um virgem.

Yeonjun sentiu aquela sensação de novo, e engoliu em seco.

— Ele não… — Sua voz falhou. — Não é virgem, ok?

— Mas bem que você queria que ele fosse, não é? — Huening Kai riu e Yeonjun se calou. — Eu tava brincando seu tarado do caralho! Desencosta do meu carro, quero ir embora!

Yeonjun tirou a palma do automóvel, assistindo o amigo dar partida e algumas engasgadas antes de realmente ir embora, acelerando sem menos dar um devido “tchau”, o Choi já sabia, de antemão, que seria daquela forma. Kai não era um ser humano de fácil convivência quando com sono.

Huening Kai tinha aquela constante mania de ler Yeonjun e dizer coisas que construiriam um edifício em sua cabeça, e Yeonjun definitivamente não gostaria de assumir que começava a pensar na possível virgindade da sua pseudo paixão da cafeteria. Quer dizer, não que virgindade fosse crime, mas no meio em que Yeonjun vivia, virgindade era quase… Rara.

Para falar a verdade, nunca havia transado com ninguém que já não fosse completamente experiente no assunto, Yeonjun se envolveu com poucas pessoas, já que o trabalho não o permitia fixar um relacionamento, teve uma ou três parcerias que lhe renderam boas views, mas nada além disso. Talvez fosse exatamente o olhar ingênuo e dócil do garoto que o atraiu, era tão longe de qualquer luxúria que Yeonjun era imerso constantemente que fazia seu estômago ferver.

E mesmo que Yeonjun acreditava fielmente que o garoto nunca sequer tinha aberto um site pornô na vida, também concordava que não era virgem, não tinha como ser. Ele era lindo, de uma doçura e sorriso apaixonantes, se já não era comprometido, tinha rolo com alguém que infelizmente não era Yeonjun.

Mas isso não o impedia de tentar.

“Encontro marcado às 23h ;)”

Postou na comunidade de seu perfil e foi questão de segundos até curtidas e comentários fazerem seu celular notificar alto vezes repetidas. 

— Com licença.

A voz trêmula veio seguida de um puxão leve e quase imperceptível na barra de seu blazer, e Yeonjun quase não pôde conter o sorriso imenso que rasgou seu rosto quando encontrou o rostinho delicado com olhos bonitos direcionados totalmente em sua direção. Pensou que seu coração fosse sair pela boca tamanha velocidade que batia e Yeonjun poderia jurar que se Huening Kai estivesse presente enxergaria corações saindo pelos seus olhos.

Na luz do sol a pele ficava ainda mais pálida e os lábios reluziam cobertos de uma fina camada de gloss, Yeonjun ficou obcecado em os encarar sem vergonha alguma.

— Pois não? — Arqueou ambas as sobrancelhas ao se virar completamente.

Ele parecia tão pequeno e delicado daquela forma, como se a presença de Yeonjun crescesse conforme a dele diminuísse. Retirou do pequeno bolso do avental marrom um molho de chaves, estendendo nas mãos delicadas à vista do Choi.

— São suas?

Instintivamente Yeonjun levou as mãos nos próprios bolsos vazios, coçando a nuca sem graça quando notou falta. Sorriu torto e deixou com que ele despejasse o molho em sua palma.

— Valeu mesmo. — Balançou para que fizesse barulho e ele se curvou prestes a se retirar. — Qual seu nome?

Yeonjun não quis mostrar o quanto ficou ansioso para receber a resposta quando ele se virou novamente. O movimento soltou cheiro de shampoo no ar e Yeonjun quase mordeu os próprios lábios.

— Choi Beomgyu. — Sorriu com os olhos. Porra… — Gerente Choi.

— Obrigada, Beomgyu. — Sorriu de canto. — Agradeço pela atenciosidade.

O prazer é meu, senhor.

Foi inocente, completamente inocente, tudo o que Beomgyu dizia deslizava docemente com voz aveludada, mas a mente de Yeonjun era tudo, menos inocente.

O assistiu se curvar uma última vez antes de se virar para voltar à cafeteria. Sua nuca estava rubra de vergonha e aquilo fez Yeonjun reprimir um sorriso ao pressionar os lábios, caminhando em direção ao carro como se o mundo fosse cor-de-rosa e um arco-íris pairasse sobre sua cabeça.

Havia esquecido de propósito, óbvio. Se havia uma coisa que Choi Yeonjun era bom, essa coisa era atuar e esquematizar planos. Kai tinha razão, estava naquela a meses e não sabia nem mesmo seu nome. Bom, arrumou mais fácil do que imaginou.

E agora, Choi Beomgyu inundava sua mente como se não tivesse nada mais a pensar.

Não era mentira, no exato momento em que pisou seus pés em casa, despejou mensagens e mensagens no chat do Huening como se ele fosse capaz de estar online quando já deveria estar em seu décimo sonho, mas Yeonjun não se importava, precisava dizer toda a experiência e sensações para o melhor amigo, e quando finalizou, estava ofegante e sorridente como quem havia levado uma coça e gostado.

Yeonjun pensou por alguns minutos em stalkear Choi Beomgyu em todas as redes sociais que tivesse, mas sabia que Kai faria isso para si assim que acordasse, já que, apesar de reclamar da desatenção do Choi, Huening Kai estava tão curioso quanto Yeonjun sobre Beomgyu, e era o maior fofoqueiro de plantão da face da terra.

Atualmente Yeonjun passava parte de seu tempo estudando para os vestibulares que se aproximavam, não que não gostasse de seu trabalho, mas agora tinha a oportunidade de entrar em uma faculdade e arcar com seus próprios custos, todos eles, e sinceramente, queria muito experimentar a fase mais importante da vida de um jovem adulto que não teve. Seu rosto estava afundado em livros quando Kai entrou em seu apartamento com uma sacola imensa e um sorriso maior ainda.

Claro, Huening e suas 10h de sono eram como purpurina em um potinho.

— Adivinha quem veio te alimentar porque sua alimentação é uma droga? — Balançou as sobrancelhas empurrando os livros de Yeonjun de cima da mesa para acomodar a sacola.

— E quem te disse que eu já não comi?

— Garoto, me erra. — Franziu as sobrancelhas, focado em retirar os pequenos recipientes da sacola. — Quase onze da noite e você não deve nem ter almoçado, fica focado em aumentar esse seu cabeção que já é imenso e esquece do mundo. — Ele parou com os movimentos e estreitou os olhos enquanto sorria. — Não esqueceu de Beomgyu, não é?

Yeonjun largou a lapiseira na mesa para levar as mãos no rosto e tombar na cadeira, escondendo o sorriso que surgiu em seu rosto. Ultimamente sorria feito idiota para o vento e era ridículo de se ver, mas Yeonjun nunca se sentiu tão bem em toda sua vida. Estar apaixonado era tão bom que nem mesmo se esforçava em negar.

Kai o obrigou a engolir uma refeição completa de muita proteína e fibra como uma mãe brava e Yeonjun assumia que não havia comido nada durante todo o dia somente porque precisava acabar aquela lista de exercícios para se sentir completo, e isso significava foco total.

Enquanto ajeitava o cabelo e o cenário, Huening acomodava a câmera com o tripé e o monitor que em breve surgiriam os comentários para que ambos tivessem acesso. Pouco antes das onze, Yeonjun já estava sentado em sua nova poltrona de couro preto, bem vestido com uma camisa branca de botões abertos e extremamente atraente para qualquer um. Kai iniciou a live conforme ligou a câmera e abaixou a luz ambiente, e Yeonjun esperou pacientemente que a live se enchesse.

Não demorou muito, seus fãs eram pontuais, e às onze, mais da metade do que costumava ter de espectadores já estavam presentes, então Kai sinalizou para que começasse definitivamente.

— Sim, estou aqui, e para a infelicidade de vocês, vestido. — Riu para a câmera, penteando os fios para trás conforme umedecia os lábios. 

Yeonjun se sentia tão confiante à frente da câmera que se sentia excitado com a própria imagem, e poderia ser o maior nível de narcisismo já atingido por alguém, mas não se envergonhava nem um pouco. Aquilo não era exatamente um personagem, claro, havia diferença entre o Choi no dia a dia e ali para milhares de pessoas, mas tinha um pouco de Yeonjun ator no Yeonjun de verdade, e provavelmente estava na parte sexual e auto confiante.

Porque Yeonjun tinha sex appeal fora e a frente da câmera, e isso ninguém negaria.

— E então, quais são as sugestões? — Balançou as sobrancelhas e Kai iniciou a leitura dos comentários com agenda e caneta em mãos. — User “soobinwhite” comentou: “sorteie um de seus fãs para gravar com você”. — Yeonjun cobriu a boca em costume para rir alto, tombando a cabeça para trás. — Acham uma boa ideia?

A questão foi direcionada totalmente a Huening, embora tivesse soado para eles, e Kai parecia pensativo. Yeonjun não decidiria nada sem antes o consentimento de seu empresário e produtor. O melhor amigo quem arcaria com todas as responsabilidades, e cabia a ele tomar a decisão final, já que para Yeonjun tudo o divertia.

— Estou realmente agradecido pelo apoio de vocês, abriu caminhos incríveis na minha vida, e por estar grato, faremos assim… — Pausou para ler um pouco dos comentários antes de se ajeitar na cadeira com um sorriso bonito no rosto. — Esse sorteio rola, e o vencedor grava comigo, mas… — Olhou de canto para Kai e ele arqueou uma das sobrancelhas. — Vou gravar em P.O.V. — Bateu uma palma com os lábios pressionados de quem segurava um sorriso porque chuvas de comentários inundaram o chat e Kai assentiu enquanto anotava na agenda. — Vocês sempre me pedem P.O.V, e bem, uma hora esse momento chegaria.

Yeonjun olhou uma última vez para o melhor amigo que estendeu o pequeno caderno até si.

— Certo. — Passou os olhos pela escrita cursiva de Kai e assentiu para si mesmo. — Um formulário vai ser anexado a aba da comunidade e vocês podem preencher seus dados para o sorteio. É importante que estejam cientes de que sua imagem vai ser usada, e que um contrato será assinado, porque, claro, nosso produtor é um pé no saco com TOC. — Yeonjun riu do dedo do meio que recebeu por de trás da câmera. O chat foi preenchido com risadas. —  Blá, blá, blá, burocracias, não vou ler essa chatisse para vocês, com certeza vão saber se ganharem o sorteio. — Cruzou um dos braços enquanto o outro ainda segurava o caderno. — Cinco por cento P.O.V, e restante de cenário. — Yeonjun arqueou ambas as sobrancelhas. — Ouviram, não é? Sem P.O.V total para vocês, dessa vez. Ele é um cara difícil de negociar. — Justificou e Huening revirou os olhos. — O sorteio acontece amanhã nesse mesmo horário, sem live, porque sou um homem ocupado, vocês sabem. — Riu. — Mas meu querido produtor vai gravar o sorteio e divulgar o resultado.

Yeonjun e Kai ficaram por alguns minutos lendo a maior quantidade de comentários que conseguiam somente para feedback, e todos pareciam extremamente animados, bem como o Choi queria.

— Desejo boa sorte a todos, e espero ansiosamente para conhecer o vencedor. — Sorriu de canto.

Huening encerrou a live enquanto Yeonjun aproveitava para tombar a cabeça na poltrona. Estava sonolento, extremamente cansado, e sentia que se ficasse mais tempo naquela posição apenas acordaria no dia seguinte.

— Isso vai ser uma loucura. — Kai murmurou.

— Vai mesmo. — Concordou, ainda de olhos fechados. Sorriu. — Mas você sabe que eu adoro uma loucura.

— E sobra tudo para o loiro gostoso aqui.

Yeonjun riu e ergueu o tronco.

— Recebemos muitos donates hoje.

— É. — Kai deu de ombros. — Dá pra pagar uma pizza.

— Cale a boca, dá pra pagar cem pizzas se você quiser!

Huening riu, o puxando pelo pulso.

— Então vamos, agora!

Yeonjun teve de esperar longo dois dias até que o formulário do sorteio fosse fechado. Estava ansioso, muito ansioso, ficava agitado quando esse tipo de projeto ou collab rolava porque era sempre uma experiência nova e Yeonjun era obcecado por essa sensação. A aba da comunidade estava movimentada, assim como suas redes sociais, muitos o parabenizaram pelo marco, enquanto outros elogiaram a coragem. Sim, muita coragem, porque se “envolver” com um fã, mesmo que apenas para fins de trabalho, era muito arriscado.

Kai desembolou um monólogo extenso de quase quarenta minutos dos prós e contras de acatar essa ideia, ele era muito meticuloso, cuidadoso, e por isso, Yeonjun resolveu levar adiante, sabia que Huening cuidaria para que fosse uma experiência saudável e boa para ambas as partes, sem quaisquer riscos. Haviam exames para se fazer antes das gravações, uma pesquisa de perfil, porque segundo Kai “eles não colocariam qualquer um dentro do estúdio”, e com pesquisa de perfil, Huening não se referia a somente stalkear um Instagram, Kai ia muito mais afundo até que alcançasse possíveis descendentes criminais.

Uma série de fatores tirou o sono de Yeonjun e Kai por dois dias, mas valeria a pena, no fim.

— Caiu da cama? 

Sua reação de surpresa ao ver Huening sentado na mesma mesa que sempre sentavam na cafeteria muito antes de si foi devolvida com lábios crispados e uma expressão que Yeonjun não foi capaz de decifrar com os óculos escuros que Kai usava.

— Vai pra merda. — Resmungou. — Eu nem dormi preparando o post do resultado do bendito sorteio, mais de um milhão de respostas, o site travou todo, que porra é essa? Quanto tarado na sua cola. 

Yeonjun só fez rir porque Kai não dormiu bem nesses dois dias e isso significava muita carranca e mau humor. Huening divulgaria naquele momento o resultado do sorteio e esperaria o vencedor responder sua mensagem num período de 48h, após isso, se não fossem contatados, fariam um novo sorteio. Enquanto o vencedor não aparecesse, Kai procuraria saber mais sobre o próprio.

— Qual o nome-...

— Não falo sobre trabalho sem meu chá de pêssego. — Kai ergueu a palma à frente do rosto antes que Yeonjun pudesse sentar.

— Qual é, Kai? — O Choi olhou de soslaio para o balcão e voltou a resmungar. — Faltam dois minutos para ele chegar.

Huening retirou os óculos escuros para expressar sua maior cara de quem não dava a mínima e Yeonjun apelou para uma feição de pena, com direito a biquinho e tudo o mais.

Kai suspirou ao revirar os olhos.

— Senta aí, garoto. — Cruzou os braços. — Mas saiba que eu não dou a mínima.

No mesmo instante que Yeonjun se sentou, o sino da cafeteria tocou, e foi quase inevitável não sentir aquele embrulho no estômago de nervosismo quando Beomgyu passou pela porta. Vestia um moletom gigante cor verde menta e bermuda branca com tênis de mesma cor, o cabelo comprido era preso em um rabo baixo próximo a nuca, com a franja caindo nos olhos bonitos. Passou pela mesa de Yeonjun, manejando com a cabeça um singelo “Bom dia”, sorrindo tímido e deixando um rastro de cheiro adocicado de perfume e shampoo para trás.

Yeonjun mordeu o lábio contendo um sorriso, passando as mãos pelos fios até que agarrasse a própria nuca e encarando a carranca feia de Kai.

— Meu Deus, sinto vontade de vomitar com você assim.

— Eu sinto, também. — Yeonjun levou a mão acima da barriga. — Cara, é uma sensação bizarra.

— Viva os românticos. — Chacoalhou as mãos em celebração com tom de desânimo. — E o meu chá?

Yeonjun observou Beomgyu tomar o lugar do outro atendente, e nem mesmo fez questão de responder Kai, se levantando e ajeitando as próprias roupas antes de rumar ao balcão. Ultimamente acordava cedo e demorava longas horas arrumando o cabelo e escolhendo as roupas certas, Yeonjun pensou que fosse apenas um momento de pico de auto estima, mas no fim só percebeu que queria parecer atraente e bem apresentável na frente de Beomgyu, mesmo que fosse por uma fração no dia e ele sempre estivesse vestindo a mesma combinação de uniforme, avental marrom que combinava com a boina no topo da cabeça e camisa de botões bege creme.

— Bom-... — A voz de Beomgyu se perdeu na garganta quando ergueu o rosto para encarar Yeonjun. — Dia. — Completou, mordendo o cantinho do lábio e abaixando o rosto. Yeonjun percebeu aquela mania quando ficava nervoso, e achava uma graça.

— O mesmo de sempre.

Beomgyu assentiu, digitando no monitor.

— E para o seu namorado?

— Meu… namorado? — Franziu as sobrancelhas. — Ele? 

Apontou para Kai que digitava em seu notebook e Beomgyu assentiu, mais uma vez.

— Nós não… — Beomgyu arregalou levemente os olhos.

— Me desculpe, eu não quis… — Negou rapidamente com a cabeça. — Só pensei que…

— Tudo bem, as pessoas costumam confundir. Chá de pêssego, tamanho G. — Retirou a carteira do bolso, analisando o quanto as mãos de Beomgyu tremiam no monitor. Sorriu. — Huening não faz meu tipo.

Retirou o dinheiro do bolso, enrolando as notas em volta das moedas como sempre fazia, e assim que o atendente estendeu a palma para receber o valor, Yeonjun envolveu levemente o pulso de Beomgyu com uma das mãos para que não a movesse, enquanto a outra se certificava de que nenhuma moeda cairia, despejando o valor como costumeiramente acontecia. Beomgyu o encarou, um rubor tomando conta das orelhas e as sobrancelhas levemente franzidas de quem o encarava debaixo. 

Yeonjun pensou sujeira com aquele olhar e com a forma com que o pulso do Choi era estupidamente pequeno em relação a sua mão.

— Você é totalmente meu tipo. — Sorriu de canto, pendendo suavemente a cabeça para o lado.

Beomgyu engoliu em seco, abaixando a cabeça ao reprimir um sorriso com os lábios pressionados. Seu pescoço começava a ficar rubro junto às orelhas e Yeonjun perdia a noção com o quanto aquela cena era bonita de se ver. Um cliente se aproximou e Beomgyu pigarreou, abanando em torno do rosto porque sentia muito calor naquele momento, e Yeonjun encontrou brecha para se afastar.

Voltou para a mesa e era como se suas costas queimassem com o olhar de Beomgyu sob si, sentia o coração disparar e não conseguia evitar de sorrir sem parar. 

— Parece que você vai gozar a qualquer momento se olhar para ele, Yeonjun. — Kai resmungou, deslizando os dedos pelo touchpad. — É um caso sério de paixão. — Negou, estalando a língua. — Coitado, se perdeu.

— Não enche a porra do saco. — Riu ao puxar a cadeira próximo ao melhor amigo para se sentar. — Diz aí, quem ganhou?

— Meu chá não chegou ainda, mas levando em consideração que sua libido vai fazer o bonitinho produzir o melhor chá de pêssego da vida dele nesse momento, eu deixo passar. — Deu de ombros. — Um tal de “Beomeow”. — Torceu os lábios. — Já mandei uma mensagem depois de ter divulgado o post na comunidade, mas nem sequer recebeu.

— E o Instagram?

— Low profile. — Suspirou. — Foto de gato, flores e… Mais gatos. Sabe, tanta gente querendo essa chance e sorteamos logo um low profile que demora para responder? Precisamos marcar um encontro, assinar o contrato, fazer os exames-...

— Kai. — Yeonjun chamou e Huening suspirou. — Relaxa, cara, não faz nem dez minutos.

O loiro assentiu.

— Tem razão.

— E os descendentes? Ficha criminal?

— Estou atrás disso. — Digitava rapidamente. — Mas é fácil, o problema é não termos foto dele.

— Qual o problema nisso?

— E se ele for feio, Yeonjun?

— Huening Kai! — Cobriu a boca para rir alto enquanto Kai somente sorriu.

— Isso faz diferença no seu desempenho.

— No meu desempenho? Meu desempenho é ótimo, independente da pessoa. — Balançou as sobrancelhas. — Você sabe disso.

— Por favor, não retorne a assuntos de quando eu estive embriagado.

— Não teve álcool naquela noite, Kai.

— Tem razão. — Fez bico ao murchar os ombros. — Só a minha carência de quem tinha levado um pé na bunda. — Murmurou choroso. — Seu desempenho é mesmo ótimo.

— Se quiser repetir. — Mordeu a língua ao alfinetar o melhor amigo.

— Foi uma recaída, Yeonjun. — Revirou os olhos. — Nem se você fosse o último homem na terra e eu estivesse no cio. Não vai ter esse loiro global sedoso nos seus lençóis novamente.

— Sinto pena de mim.

— Eu sentiria se fosse você. 

Para infelicidade de Yeonjun, Beomgyu não o esperava no balcão quando foi buscar os pedidos, como costumeiramente estaria, e mesmo que tivesse o procurado por toda cafeteria com os olhos, não o encontrou.

Kai tomou o copo de chá em mãos, sugando o canudo quatro vezes seguidas agressivamente. Suspirou enquanto engolia, sobrancelhas franzidas e bochechas cheias.

— Isso tá bom pra porra. — Resmungou, sugando mais quatro vezes, encarando fixamente o notebook enquanto mantinha a mesma expressão. Engoliu tudo e mordeu o lábio inferior. — Quer saber? Vou floodar o chat de mensagem.

— Mas, Kai-...

— Cala a boca, Yeonjun, eu tenho ansiedade e não durmo bem faz dois dias, me deixa! — Digitava com agilidade, e Yeonjun assistiu uma mensagem ser enviada atrás da outra, sem parar. De repente, Kai agarrou o antebraço de Yeonjun que segurava o copo indo em direção a boca, o forçando a encará-lo. — Recebeu.

— Cara, se controla.

— Shh. — Chacoalhou o braço antes de voltar a digitar. — Vou mandar mais.

— Não acha que isso vai fazer ele desistir, ou tipo… Te odiar?

— Quem liga? Eu sou o empresário aqui.

Yeonjun fechou o notebook e o Huening abriu a boca em choque.

— Você precisa dormir, Kai. — Levantou-se e maneou com a cabeça. — Vem, vamos.

Se Yeonjun estava ansioso? Sim! Mas para ser sincero, nada valia tanto se Kai estivesse naquele estado, sabia que o amigo precisava mesmo descansar, e não havia lugar que Huening dormisse melhor do que o sofá de sua casa.

Quando o comprou, Yeonjun escolheu pela cor, e não exatamente pelo conforto, combinava com a mesinha de centro e com o quadro na parede, mas quando Kai precisou dormir nele por ter se trancado para fora de casa, sem querer, ficou uma semana em sua casa desmaiando em seu sofá como se não houvesse amanhã.

Óbvio que Huening Kai se cobriu até a cabeça com o edredom e ficou imóvel por quase cinco horas seguidas enquanto Yeonjun assistia algum programa qualquer ao lado do amigo, até que caísse no sono também.

Dormir era um sufoco atual para Yeonjun, honestamente, liberando tanto hormônio em gravação todos os dias, era uma pessoa naturalmente tranquila, e ironicamente, muito romântica, isso significava que Yeonjun dificilmente enxergava malícia em pessoas fora das câmeras, já que sexo para si era como uma junção de toda a luxúria e pecaminosidade do mundo, onde era confortável para ser sujo de verdade.

Mas desde que conheceu Beomgyu, Yeonjun se sentia atormentado.

Isso era porque a inocência de Beomgyu mexia consigo, e não apenas sobre a timidez, era porque Beomgyu era tão ingênuo, tão doce e delicado, os olhos adoráveis, os lábios vermelhos, ah… aquele rostinho. Yeonjun perdia a conta de quantas vezes sonhou em agarrá-lo pelas bochechas com uma única mão porque a outra estaria ocupada em mantê-lo no lugar pela cintura, imaginava como o rosto poderia ficar vermelho junto ao pescoço enquanto ele ofegava contra seus lábios, com as sobrancelhas franzidas e aqueles olhos tão doces completamente focados em si.

Yeonjun poderia enlouquecer com aquilo, e nem mesmo se masturbar mais de uma vez resolvia aquele problemão diário.

— A mensagem!

Huening jogou a coberta para cima de Yeonjun que acordou assustado. Seus olhos vagaram perdidos até que chegassem em Kai na escuridão no chão da sala, sendo iluminado pela tela do notebook. O relógio marcava quase sete da noite e o estômago do Choi doía em fome. Grunhiu ao tombar no sofá.

— Huening Kai. — O nome saiu arrastado e sonolento. — Supera.

— Ele respondeu.

De repente, Yeonjun ergueu o tronco.

— Respondeu?

Kai ficou em silêncio enquanto digitava, sobrancelhas franzidas.

— Kai.

Silêncio.

— Huening Ka-...

— Shhh! — Olhou para si. — Ele disse que não pode me encontrar porque trabalha muito.

— E agora?

Ele não o respondeu, mas Yeonjun continuou lhe encarando.

— Hue-...

— Nós vamos fazer uma ligação.

Kai se ergueu de uma vez e Yeonjun piscou os olhos perdidos, seguindo o melhor amigo pelo corredor do apartamento.

— Como assim uma ligação?

— Ele disse que é muito tímido, mas que não se importa se fizermos uma ligação em vídeo no intervalo do serviço dele para conversarmos.

— Agora?

— Agora.

O loiro penteou os fios rapidamente no banheiro após jogar água no rosto.

— E o teste?

— Ele vai mandar por correio. O contrato ele assina no momento.

— Acha que ele vai assinar?

— É o que vou descobrir agora.

Kai parou rente a porta do quarto de Yeonjun e virou-se para si.

— Onde pensa que vai?

— Entrar no meu quarto, tipo, eu quero ouvir-...

— Não.

— Como não?

— Yeonjun, você é o ídolo dele, entendeu? Você é tipo, o Michael Jackson dele, não pode simplesmente estar junto.

— Mas-...

— Tchau.

Huening Kai bateu a porta e Yeonjun ficou quase um minuto parado, assimilando a situação porque havia acordado muito rápido. Começava a ficar ansioso de novo, mas Kai estava certo, talvez a expectativa fizesse Yeonjun ter um desempenho dobrado na filmagem, então por hora, se contentaria em ficar do lado de fora.

Era hiperativo demais para ficar sentado esperando, então tratou de tomar um longo banho, organizar a sala que havia bagunçado, e começar a preparar um jantar porque Yeonjun se sentia oco e vazio no estômago, e sabia que Kai reclamaria assim que saísse do quarto. Não era lá o maior cozinheiro profissional do universo, mas sabia fazer o básico para sobrevivência e o que estava dentro de seu alcance. Huening gostava muito de sua comida, e aquilo já era o suficiente.

Picava cebolas e seus olhos ardiam quando Huening surgiu em seu encalço na cozinha escorando-se na pia, e quando Yeonjun o encarou de relance, notou a completa expressão de choque do melhor amigo.

— Como foi?

Huening pressionou os lábios um no outro e sorriu olhando para os próprios pés. Arqueou ambas as sobrancelhas.

Beomeow é Choi Beomgyu.

Yeonjun parou com os movimentos da faca, e olhou completamente para Huening Kai, porque poderia muito bem pensar que ele estava apenas tirando uma com a sua cara, mas Kai literalmente não brincava em serviço, e muito menos fora dele.

E a pressão de Yeonjun ameaçou cair.

Engoliu em seco.

— Yeonjun. — O chamou porque sabia que o Choi estava em estado de completo choque, a atenção com olhos perdidos caíram em si e Huening assentiu suavemente. — Ele é mesmo virgem.

Yeonjun negou com a cabeça.

— Não. Não vai dar.

— Como assim?

— Não. Vai. Dar.

— Dar o que?

— Kai, eu não vou aguentar.

Huening demorou alguns segundos antes de explodir em uma gargalhada alta que fez seus olhos encherem-se de lágrimas. Yeonjun se ajoelhou até que sentasse no chão, e o próximo passo foi deitar estirado, os olhos vagando no teto da cozinha enquanto Kai se recuperava.

— Choi Yeonjun com medo de ejaculação precoce?

— Cara… — Negou para si mesmo. — Você não entende.

— Yeonjun, para de maluquice, você goza mais de quatro vezes numa gravação e não consegue comer um virgem?

— Cala a boca! Silêncio! Eu não quero ouvir! — Cobriu os ouvidos ao fechar os olhos e se debater no chão feito uma criança. — É fácil para você falar, quando não é você o ativo.

— Grande merda ser ativo.

— Kai. — Sentou-se no chão, os fios estavam uma bagunça. — Não é só essa a questão. — Esfregou o rosto. — Eu… — Vagou os olhos pelo chão. — Eu sou apaixonado por ele, cara.

— E não é a maior oportunidade do mundo poder transar com o cara que é apaixonado?

— Sim, é, mas… — Negou. — Não vai ser só sexo, Kai.

— Bom… Não parece que vai ser só sexo para ele também. — Deu de ombros como se não quisesse nada.

— Como é?

— Qual é, Jun? Ele te dá muita bola e ainda assiste aos seus vídeos, se o cara não quer muito te dar, eu não sei mais de nada. E eu sempre sei de tudo.

— Você acha?

— Eu tenho certeza.

— Acha que se eu chamar ele pra um date depois de gravarmos, ele aceita?

— Yeonjun, um passivo depois de conseguir o que quer é capaz de te dar o mundo.

O Choi riu, ainda um pouco estático, encarando meio vago.

— Não acredito que aquele rostinho ingênuo não é só fachada.

— Ele assiste seus vídeos, mas não deve fazer muito, visto que ele ainda é virgem.

Yeonjun espremeu os olhos e grunhiu ao cobrir o rosto.

— Para de repetir essa porra.

— A culpa não é minha que você é um tarado do caralho, agora levanta daí e termina essa janta porque eu tô com fome de quem carrega todo o trabalho nas costas.

Quis muito dizer que depois daquela conversa, Yeonjun ficou bem, mas não era verdade. Estava nervoso, muito ansioso, era uma sensação de estômago embrulhado com coração acelerado que nunca sequer sentiu antes, era bizarro, e para piorar, nos dias consecutivos, Yeonjun sonhava com Beomgyu quase sempre.

Era só muito chocante saber que mesmo não sendo cem por cento ingênuo, Beomgyu era sim puro, isso significava que nunca havia sido tocado por ninguém, e aquele papel havia sido entregue para Yeonjun. O que a sua mente pensava daquilo era loucura, reagia imediatamente em seu corpo e tornava as coisas difíceis demais. Não poderia mentir e dizer que Beomgyu ser uma das milhares de pessoas que o assistia se perder no próprio prazer não fez sua auto estima aumentar em centenas de milhões, porque era verdade, e a confiança que desenvolveu durante as semanas que se passavam refletiram em todos os seus vídeos.

Yeonjun se entregou muito em todos eles, delirando com a própria mente, sentindo o corpo dormente e eletrizado quando aquela descarga de energia vinha de uma vez, e tudo o que podia fazer era aproveitar a sensação de olhos fechados e um sorriso no rosto.

Pensava que Beomgyu estava o assistindo, naquele exato momento, toda a atenção dos olhos dóceis em sua imagem. Era de lhe tornar um narcisista do caralho em segundos.

Foi muito mais surpreendente saber que Beomgyu consumia aquele tipo de conteúdo, do que o fato de ele ter sido o sorteado entre milhares de outros concorrentes. Podia ser uma coincidência absurda ser exatamente o cara por quem estava apaixonado, mas Yeonjun era um cara de muita sorte, Kai dizia que havia nascido com a bunda virada para a lua, e já estava acostumado a ter surpresas ao seu favor.

Esperar os exames saírem e serem enviados a Kai só não foi uma tortura porque Yeonjun se obrigou a ocupar a mente com o estudo para os vestibulares, realmente mergulhou de cabeça, e quando menos percebeu, exatas duas semanas e meia haviam se passado e agora Huening tinha todos os exames corretos devidamente lidos, e uma data marcada para a gravação.

O dia em que o sorteio ocorreu foi o último em que Yeonjun encontrou Beomgyu pessoalmente. Claro, na manhã seguinte foi até lá para encontrá-lo, mesmo que Huening tivesse deixado claro que não teriam uma reunião naquele dia, mas Beomgyu não estava, não apareceu naquele dia, nem no outro e nem mesmo uma semana depois enquanto Yeonjun ainda insistia em procurá-lo.

Não sabia o motivo do sumiço, mas Yeonjun imploraria para que ele voltasse quando se encontrassem pessoalmente.

— Santo Cristo, Yeonjun, senta aí e fica quieto. — Kai resmungou enquanto vagava pela aba da comunidade de seu perfil. — Eu não te suporto parado, imagina em movimento.

— Por que ele tá demorando tanto? — Franziu as sobrancelhas e mordiscou o lábio em nervosismo.

Era dia de gravação e inauguração do estúdio, tudo ali era muito bem planejado por Kai e Yeonjun, da forma que queriam, estavam satisfeitos com o resultado, mas Choi Beomgyu havia entrado no banheiro do estúdio e não saído desde então e Yeonjun sentia que podia virar do avesso de tanta hiperatividade. Andava de um lado para o outro enquanto Kai quase adormecia no puff gigantesco ao canto, sua pele pinicava debaixo do roupão branco, e sentia constantes calafrios.

Estava ansioso, muito ansioso.

Beomgyu havia chegado enquanto Yeonjun se arrumava no outro quarto do estúdio, não o viu e nem ouviu, apenas desconfiou da expressão completamente suspeita de Huening quando surgiu na ante sala de gravação, mas mesmo que ele não tivesse dito nada, Yeonjun saberia, porque o ambiente todo cheirava ao shampoo docinho de Beomgyu.

— Dois minutos, Yeonjun. — Kai olhou para si. — O garoto está lá a dois minutos. — Voltou a erguer o tablet na frente do rosto. — Relaxa, ele vai demorar menos quando for o casamento de vocês.

O som da fechadura se destrancando fez Yeonjun sentir o estômago queimar, e Beomgyu surgiu no set de gravação vestindo roupão de cetim branco que cobria apenas metade de suas coxas branquinhas. As clavículas marcadas eram pouco cobertas, e a cintura fina era aparente com a fita do roupão em volta. Mãos à frente do corpo e orelhas vermelhas com olhos tímidos para Yeonjun.

Yeonjun engoliu em seco porque sua boca havia ficado seca, e por alguns segundos, não soube nem mesmo reagir.

O perolado do cetim fazia a pele pálida ficar ainda mais alva e tornava os lábios vermelhos chamativos, Beomgyu parecia uma verdadeira boneca de porcelana, a franja de fios escuros caindo nos olhos se mexeram quando desviou o olhar para os próprios pés porque seus cílios eram longos e curvados. O estômago de Yeonjun afundou quando o cheiro adocicado infestou ao seu redor com ainda mais intensidade, e foi instantâneo sentir calor.

Kai pigarreou para que ambos saíssem daquele transe.

— Vamos ao contrato?

Beomgyu se aproximou da mesa ao canto onde Huening dispôs o contrato e uma caneta ao lado, os pés descalços pisando com leveza no chão, passos tímidos até que agarrasse a caneta e começasse a ler os papéis. Estava mais próximo de Yeonjun, que não se esforçava para parar de encará-lo, as mãos de Beomgyu tremiam, e o rubor começava a descer das orelhas para o pescoço.

— Eu quem edito todos os vídeos, esse material não é manipulado por ninguém além de mim, e não vai ser levado ao perfil do Yeonjun sem antes passar por você. — Kai dizia com calma e Beomgyu assentia vagarosamente.

— É proibido… — Ergueu os olhos para Kai, sobrancelhas franzidas. — Beijar?

Yeonjun automaticamente umedeceu os lábios e Beomgyu o encarou.

— Yeonjun não tem permissão para isso, a não ser que você permita. — Kai complementou e Yeonjun esperou que ele dissesse algo.

Mas Beomgyu somente concordou em silêncio, assinando o contrato.

Assim que o Choi assinou na última linha, Yeonjun quis suspirar. Talvez estivesse com medo de Beomgyu desistir nos últimos segundos, ou se arrepender de estar ali. Inseguranças bobas.

— Bom, fique a vontade. — Huening sorriu de forma reconfortante e Beomgyu sorriu de volta. — Agora é com o Yeonjun.

— Pensei que você fosse ficar aqui.

Kai comentou brevemente sobre o esquema do novo estúdio. Havia um quarto de espera com paredes à prova de som onde Huening ficaria esperando enquanto Yeonjun gravasse, mas não daquela vez. Yeonjun queria privacidade e havia deixado claro que Beomgyu com certeza ficaria mais à vontade.

Então assim seria feito.

— Tenho alguns compromissos. — Ergueu o celular. — Mas vocês podem me chamar a qualquer momento. Boa gravação. — Apontou para Yeonjun. — Cuidado com a câmera manual.

— Sim, senhor.

Um silêncio tenso tomou conta do estúdio quando Huening Kai saiu, apenas o som da tranca eletrônica e da música baixinha que costumavam deixar rolando nas gravações. Yeonjun tomou coragem para encarar Beomgyu, e ao mesmo tempo, retomar a confiança que costumava ter. Vamos lá, estava pronto para fazer o que sabia fazer de melhor! 

— Vamos falar sobre você ser meu fã e fazer meu café todos os dias, ou…?

— Por favor, não. — Beomgyu mordeu o lábio para reprimir um sorriso, e Yeonjun riu soprado.

A parte cenográfica do estúdio tinha paredes em tom branco gelo, lustre médio pendurado no teto, luzes baixas, cama king size com lençóis branquinhos e cabeceira acolchoada de tecido cinza. Era um típico “quarto” de tons modernos, agradável aos olhos. 

Yeonjun se posicionou atrás do tripé a frente da cama, poucos metros de distância, ligando a câmera que Huening já havia deixado apoiada. Outra, já ligada e arranjada, se posicionava com um tripé articulado na cabeceira da cama, onde captaria um ângulo diferente.

— Vamos arrumar o enquadramento, por favor, aproxime-se da cama. — Utilizou de seu tom mais gentil.

Beomgyu timidamente se aproxima da beirada da cama, ajoelhando no colchão fofinho e engatinhando lentamente até o centro do colchão, sentando sob as coxas, encarando a lente da câmera.

— Assim está bom?

Yeonjun se perdeu em como ele parecia bonito em meio ao cenário, como se os lençóis e o roupão de cetim fossem um só e Beomgyu fosse um anjo envolto de tecido, o rosto delicado tão atraente que Yeonjun tinha certeza que ele seria a estrela da noite.

Perfeito. — Murmurou e Beomgyu abaixou o olhar, envergonhado. — Estamos gravando agora. Não é uma live, então não se preocupe com o que vai dizer ou fazer, Kai sempre toma cuidado com a edição.

Deu a volta no tripé para ter certeza de que a luz vermelha estava acesa, e quando voltou a atenção a Beomgyu que o encarava, Yeonjun tomou conta de que aquela era a hora. Respirou fundo e desfez o nó do próprio roupão, olhando no fundo dos olhos dóceis de Beomgyu, que desceram diretamente para seu corpo quando se desfez definitivamente do tecido. Yeonjun não vestia nada além de boxer preta, porque Huening dizia que combinava mais consigo, com o bronzeado de sua pele, destacava os músculos de seu abdômen.

Beomgyu apertou as mãos no lençol, engolindo em seco.

Ergueu os olhos de forma ingênua quando Yeonjun ajoelhou na cama, suas sobrancelhas naturalmente vincavam como quem não sabia o que deveria fazer a seguir. Beomgyu estava nervoso, envergonhado, Yeonjun sabia, o tom avermelhado da ponta das orelhas espalharam para as bochechas branquinhas quando se aproximou o suficiente para que o reflexo dele fosse sair de cima das coxas para sentar no colchão e separar suavemente as pernas.

Yeonjun não precisou de esforço para se ajeitar entre as coxas branquinhas, conforme inclinou o corpo acima de Beomgyu, ele deitou o tronco na cama e abriu completamente as pernas, as mãos ao lado da cabeça e os fios escuros espalhados no lençol branquinho. Tão submisso e tão doce que Yeonjun nem mesmo quis abaixar o olhar para o roupão que deslizou parado próximo ao umbigo. Beomgyu não vestia nada além do cetim branco.

— Podemos começar? — Usou um tom mais baixo, olhos assistindo todos os traços delicados e aquela expressão tímida abaixo de si. Apoiou os braços ao lado da cabeça de Beomgyu, e agora estava definitivamente acima dele. Parecendo grande, duas vezes maior que o comum. Beomgyu desviou o olhar para o canto, abaixando o rosto, evitando o olhar nos olhos, o rosado de timidez salpicando no pescoço e parte da clavícula. — Avise se sentir desconforto ou não quiser que eu faça algo. — Aproximou-se lentamente, uma das mãos segurando o queixo fininho para que delicadamente instigasse Beomgyu a olhá-lo, e ele o fez por segundos, antes do hálito de Yeonjun chegar próximo aos seus lábios, e suas pálpebras falharem, automaticamente. — Vamos com calma. — Sussurrou rente aos lábios.

Selou a bochecha morna vagarosamente, depois o maxilar e quando chegou ao pescoço, trouxe um pouco de saliva ao selar, um estalo erótico que fez Beomgyu encolher os ombros e prender um barulinho no fundo da garganta. Deitou a cabeça delicadamente no próprio ombro encolhido conforme Yeonjun espalhava saliva em selares estalados.

— Olhe para a câmera. — Murmurou rente a pele e o hálito quente o arrepiou. Beomgyu ergueu os olhos perdidos em direção a lente, e Yeonjun deslizou a ponta dos dedos na pele da coxa macia ao mesmo passo em que subia a língua pelo pescoço. Beomgyu levou uma das mãos apertadas em punho ao ombro de Yeonjun em reflexo, não o apertando, muito menos afastando, era um apoio, um reflexo automático do corpo. — Muito bem, amor.

A barriga de Beomgyu se contraiu, prendendo mais um barulhinho no fundo da garganta. Yeonjun era conhecido pela forma doce com que falava em seus vídeos, era sempre tão cuidadoso, carinhoso, despejando uma série de elogios aos seus espectadores e fazendo com que todos se derretessem como Beomgyu começava a derreter naquele momento. Era um perigo.

Yeonjun arrastou os lábios úmidos pelo pescoço e pomo de adão, até que estivesse novamente rente aos de Beomgyu. Respiravam o mesmo ar, os olhos se encaravam próximos. Ao mesmo tempo em que Yeonjun subiu ambas das mãos para segurar firme em ambas as coxas magrinhas, Beomgyu circulou seu pescoço com um dos braços, e como se tivesse sido ensaiado, Yeonjun sentou-se na cama com todo o corpo de Beomgyu acima de seu colo.

As palmas ásperas deslizaram na pele das coxas macias por debaixo do cetim até a cintura magrinha. Beomgyu encolheu os ombros porque uma das mangas do roupão deslizou até a dobra de seu braço que ergueu para segurar o rosto de Yeonjun com delicadeza na mão, e com o braço que circundava o pescoço trouxe Yeonjun para perto, vagarosamente selando seus lábios ao dele.

Lento suficiente para eles sincronizarem o momento em que se encararam por breves segundos com olhos entreabertos antes de finalmente os fecharem. Yeonjun amassou a bunda cheinha entre os dedos para trazer o corpo quente para mais próximo em seu colo e Beomgyu separou o beijo para soltar um arfar, subindo a mão do rosto de Yeonjun para os fios escuros, o trazendo novamente para beijá-lo.

Beomgyu era delicado, ombros tímidos retraídos fazendo as clavículas ficarem ainda mais salientes, a mão acariciando calmamente a nuca de Yeonjun, e os lábios seguindo o ritmo que Yeonjun guiava, enroscando as línguas e fazendo uma quantidade de estalos molhados preencherem o quarto por minutos. O quanto Yeonjun sonhou em beijar Beomgyu não parecia nem dois por cento do quanto Beomgyu parecia ter sonhado em beijar Yeonjun.

As pálpebras de Beomgyu permaneceram entreabertas quando Yeonjun separou o beijo para encarar o rostinho bonito feito uma boneca, com os lábios brilhantes de saliva, levemente ofegantes. Ergueu a mão cuidadosamente para colocar uma das mechas do cabelo longo atrás da orelha e dessa vez, Beomgyu o encarou com olhos doces muito bem abertos, os fechando no segundo seguinte em que Yeonjun levou os lábios para selar sua clavícula.

Deixou com que Yeonjun desfizesse o nó do roupão, deslizando o cetim pelos seus braços, e agora Beomgyu estava totalmente à sua mercê. Fez um caminho lento subindo a palma pelas coxas e bunda até que chegasse ao meio das costas, onde fez pressão para que Beomgyu aproximasse o peitoral de sua boca, e quando deslizou a ponta da língua quente acima de um dos mamilos, Beomgyu arqueou a coluna e gemeu esganiçado, reprimindo a barriga e apoiando as mãos em punho nos ombros de Yeonjun.

Era sensível, tão sensível ali, a pele se arrepiou, um calafrio que se espalhou do peitoral para a coluna, pressionando os lábios e franzindo as sobrancelhas porque agora Yeonjun usava o polegar raspando a unha no mamilo que não era lambuzado por saliva. Beomgyu tentava reprimir os gemidos baixinhos, olhando para a câmera enquanto Yeonjun deixava tudo bagunçado e molhado.

— Precisa relaxar, príncipe. — Selou o meio do peitoral e encarou Beomgyu, os dedos juntos pressionando os músculos das costas de dentro para fora em uma massagem que fazia Beomgyu ficar um pouco molinho. 

— Desculpe. — Soou falhado, trêmulo, e se Beomgyu dissesse mais alguma coisa, Yeonjun gozava com o tom doce.

Selou mais algumas vezes o peitoral branquinho, negando suavemente.

— Não se desculpe, amor, você está indo tão bem. — Ergueu a palma para apoiar na bochecha morna, acariciando até que Beomgyu fechasse os olhos novamente, a ponta das orelhas tão vermelhas quanto antes.

Yeonjun sabia o que era não saber absolutamente nada daquilo, embora tivesse sido há anos atrás. Ter a sorte de descobrir o quão bom sexo era com uma pessoa experiente ou de confiança aumentava a sensibilidade do momento em milhões, e era por isso que Yeonjun precisava que Beomgyu relaxasse. Porque ele estava sensível, vulnerável, e talvez não aguentasse metade do que Yeonjun tinha a oferecer depois.

Deixou Beomgyu sozinho na cama ao se levantar para se aproximar da mesa atrás do tripé. Beomgyu parecia pessoalmente muito satisfeito em estar à frente da câmera, ajoelhando ao meio do colchão a encarando, e foi o momento que Yeonjun usou para encará-lo por mais de um minuto. As pernas de Beomgyu eram longas, coxas magrinhas, quadril larguinho e cintura estreita, já estava tão sensível com o membro brilhante de pré-gozo debaixo da luz que às vezes sujava o próprio abdômen magro. Beomgyu tinha aqueles olhos bonitos e rosto delicado que emanavam a mais pura submissão, parado na mesma posição desde que o deixou.

Yeonjun sorriu para si mesmo.

A boxer incomodava conforme andava, porque, porra, Beomgyu não conseguia parar quieto em seu colo, e era difícil demais só não simplesmente ficar duro para caralho, mas a atenção naquele dia era unicamente ao seus fãs, e em específico, ao seu fã.

Não disse nada quando jogou um tubo de lubrificante no colchão, embora Beomgyu estivesse o olhando como quem esperava receber uma ordem, desviando o olhar quando encontrou o tubo em meio ao lençol. O colchão afundou atrás de Beomgyu e Yeonjun se acomodou ajoelhado, o puxando pela cintura até que arrastasse os joelhos pelo lençol e suas costas colassem no peitoral forte.

Yeonjun encarou a câmera a frente, encostou a boca na orelha de Beomgyu e ele contraiu os ombros.

— Me dê seus braços.

Yeonjun deslizou as mãos dos ombros estreitos descendo pelos braços e segurando os pulsos finos para trazê-los para trás, guiando Beomgyu para que dobrasse os cotovelos e cruzasse os braços de forma confortável nas próprias costas. Yeonjun segurou em ambos os antebraços com uma das mãos, enquanto a outra alisou o interior da coxa branquinha.

Beomgyu deitou a cabeça em seu ombro, olhando para cima com olhos bonitos e sobrancelhas inocentes, os lábios repartidos porque queria beijar, e a bunda empinando pela posição. Yeonjun abaixou o rosto para selar os lábios rapidamente, sorrindo rente ao rosto.

Assim mesmo, meu amor.

Apertou a coxa magrinha entre os dedos, deslizando a palma até que chegassem no membro dolorido. Envolveu o pau melecado completamente com a mão e Beomgyu ofegou, suas sobrancelhas se franziram e a barriga contraiu em espasmos seguidos.

Yeon-… Yeonjun. — Gemeu fraquinho, perto do rosto de Yeonjun, olhos colados um no outro, bocas próximas.

Ah, porra…

Yeonjun vazou uma quantidade ridícula de pré porra na própria roupa.

Sentiu seu cérebro derreter e o estômago ferver, começando uma masturbação lenta que descia até a base e subia na glande, deslizando com facilidade e causando barulhos molhados porque Beomgyu estava vazando desesperadamente enquanto soltava uma série de gemidos baixinhos e cheios de manha, apertando as mãos nos próprios cotovelos, os olhinhos dóceis enchendo-se de lágrimas olhando para Yeonjun.

J-Jun… — Chamou trêmulo, suas coxas tremelicaram e ele engoliu em seco. — Acho… E-Eu vou…

Yeonjun sorriu com a sensibilidade, interrompendo a masturbação para apertar o membro entre a palma até que ele deslizasse entre seus dedos, forçando Beomgyu a gritar sensível, tentando juntar as pernas e fechá-las, jogando o corpo para frente. Yeonjun liberou seus braços, e automaticamente Beomgyu apoiou os cotovelos no colchão, ofegando porque seu orgasmo estava tão próximo que se Yeonjun encostasse mais uma vez, gozaria. Era patético. Ergueu a cabeça em direção a câmera mordendo o lábio e franzindo a sobrancelha porque Yeonjun desferiu um tapa ardido em sua bunda e foi quase impossível segurar o gemido.

As mãos de Yeonjun espremeram a bunda magrinha entre os dedos antes de subirem para as covinhas nas costas, apertando em uma massagem que fez Beomgyu amolecer os braços e deitar completamente o tronco no colchão, empinando a bunda em direção a ereção de Yeonjun que simulou uma estocada, trazendo o quadril de Beomgyu de encontro ao seu. Soltou um gemido abafado e apertou os lençóis entre os dedos.

Manteve uma das mãos na cintura enquanto a outra apoiou no colchão acima do ombro de Beomgyu, cobrindo seu corpo para beijar as costas vagarosamente, seu quadril movimentando lentamente como se fodesse Beomgyu por cima das roupas. A pele se arrepiava e Yeonjun sentia que estava ficando louco.

É gostoso quando eu faço assim, Beom? — Murmurou próximo a orelha e a resposta de Beomgyu foi jogar a própria bunda para trás, rebolando a cintura lentamente e esfregando contra o pau duro de Yeonjun.

Ergueu o corpo para virar Beomgyu de frente a si, o rosto estava vermelho e os olhos úmidos, era vergonhoso demais encarar Yeonjun porque ele tinha aquela aura cheia de luxúria, um sorriso carinhoso nos lábios cheios que faziam o estômago de Beomgyu ferver. Beomgyu cobriu os olhos com o antebraço quando Yeonjun agarrou o tubo de lubrificante.

Beomgyu não era verbal, embora o maior objetivo de Yeonjun tivesse se tornado fazê-lo gemer alto, conseguia saber o quanto ele estava ansioso e nervoso pela sensibilidade e toques tímidos, mas os olhos, os olhos dóceis de Beomgyu não enganavam em dizer o quanto estava gostando, o quanto queria ser de Yeonjun. Ele o olhava com muito desejo, muito carinho, submissão, e era por isso que havia coberto os olhos.

Naquela altura, Beomgyu já deveria ter notado que Yeonjun havia aprendido a lê-lo em mais de quarenta minutos juntos.

Nunca havia ido com tanta calma em uma gravação, ou talvez nunca tivesse sido tão delicado e dedicado mesmo em uma transa casual. Não queria machucá-lo, deixar qualquer tipo de trauma, assustá-lo, tinha medo de quebrar Beomgyu caso colocasse muita força. Era a primeira vez, as coisas deveriam ir aos poucos.

Retirou a roupa íntima suspirando aliviado, despejou uma quantidade generosa de lubrificante em dois dedos, usando uma das mãos para erguer uma das coxas, enquanto a outra se certificou de deixar a entrada lambuzada o suficiente. Circulou com o dedão e a barriga de Beomgyu se contraiu, apertando as mãos com força quando Yeonjun forçou o dedo maior até a segunda junta. Beomgyu comprimiu os lábios soltando um suspiro pesado.

— Já fez isso antes? — Deixou a perna para que apoiasse a mão acima da cabeça de Beomgyu, inclinando o corpo e selando vagarosamente o antebraço acima do rosto, recebendo como uma reação imediata um ofego. Beomgyu concordou com a cabeça. Yeonjun riu soprado rente a pele e ela se arrepiou. — Não parece. Você é tão apertado. — Mais um dedo invadiu Beomgyu, e agora dois empurravam até a última junta. Ele gemeu sôfrego, retirando o braço do rosto para apertar os ombros nus de Yeonjun, o encarando nos olhos, sobrancelhas franzidas e boca entreaberta. Yeonjun o beijou, dois selares intensos enquanto movimentava os dedos e fazia Beomgyu gemer manhoso e contido contra sua boca. — Mas você vai se abrir. Eu prometo, amor.

A ponta de seus dedos rasparam na próstata e Beomgyu gemeu um pouco mais alto, um tom tão cheio de dengo, levando uma das mãos em direção ao pulso de Yeonjun como quem pedia por mais.

Y-Yeonjun… — Mordeu o lábio inferior e fechou os olhos, abrindo a boca para gemer mudo quando Yeonjun raspou na próstata mais uma vez.

Retirou os dedos para agarrar as coxas com ambas as mãos, erguendo as pernas para que enrolassem em sua cintura, aproximando o quadril de Beomgyu e grudando o abdômen ao seu, cotovelos apoiados ao lado de sua cabeça e olhos se encarando. Apoiou a glande inchada na entrada e forçou o mais devagar que conseguiu, deixando com que o corpo de Beomgyu tomasse seu tempo para deixá-lo entrar.

A barriga de Beomgyu espasmava e ele mordia os lábios com força, sobrancelhas franzidas e o cantinho dos olhos úmidos de lágrimas.

— Relaxa, príncipe. — Selou a bochecha morna, descendo para o pescoço sensível. 

— Pode… P-Pode ir de uma vez. — Murmurou sôfrego e Yeonjun o encarou nos olhos. Beomgyu cruzou os pés nas costas de Yeonjun e o trouxe de encontro a si, enlaçando os braços em seu pescoço e gemendo alto ao jogar a cabeça para trás.

— Beomgyu, porra! — Grunhiu ofegante. 

Beomgyu era tão fodidamente apertado.

Yeonjun sentia sua barriga se contrair com o quanto era gostoso e torturante a forma com que ele se apertava ao redor de seu pau.

— Eu disse, com calma. — Ergueu o tronco apoiando as palmas no colchão. Lágrimas fininhas molhavam o rosto de Beomgyu e ele estava ofegante, trêmulo. — Mas se você quer as coisas nesse ritmo…

Tomou a handycam na mão direita, a ligando e deixando com que a lente começasse a gravar enquadrada perfeitamente no rosto de Beomgyu. Levou a mão livre até o maxilar, o forçando a encarar a câmera e Beomgyu franziu ainda mais as sobrancelhas parecendo tão inocente que tudo o que Yeonjun soube fazer foi impulsionar o quadril e meter com força em uma estocada que fez Beomgyu deslizar levemente pelo lençol, gemendo manhoso e revirando os olhos.

Yeonjun esfregou a ponta do polegar nos lábios rosados entreabertos, começando a foder em estocadas curtas e rápidas, fazendo Beomgyu gemer entre-cortado, alto, uma série de “ah’s” choramingados, o polegar de Yeonjun deslizando por sua língua e trazendo saliva para seu queixo.

— Olhe para mim. — Beomgyu fez esforço para entre abrir os olhos, gemendo pornograficamente com o dedo de Yeonjun em sua boca, as mãos apoiadas na lateral da cabeça e os fios negros espalhados pelo lençol. — Gostoso.

Yeonjun. — Choramingou envergonhado. 

Largou a handycam para apoiar ambas as mãos na cama e ganhar impulso para meter mais fundo. Beomgyu enrolou os braços em seu pescoço novamente, colando sua testa na sua, olhos colados aos seus, gemendo gostoso, sobrancelhas franzidas.

— Eu adoro quando você geme feito uma vadia. 

Beomgyu tomou seu rosto em mãos para beijá-lo, a vibração dos gemidos descendo pela sua garganta e deixando tudo mais gostoso. Seu corpo transpirava, a franja de Beomgyu grudava na testa, e a pele branquinha brilhava perolada de suor. 

— Goza... — Sussurrou ao separar o beijo. — Goza dentro.

Yeonjun gemeu, trincando o maxilar e acelerando os movimentos porque estava tão próximo que sentia os dedos dos seus pés formigando. O corpo de Beomgyu solavancava e ele gemia feito uma boneca prestes a quebrar, gritando e arqueando a coluna ao gozar, a porra branca alcançou seu queixo e ele tensionou o corpo inteiro, abrindo a boca para soltar sons presos na garganta, olhos revirados enquanto Yeonjun ainda metia sem intervalo.

Caralho. — A barriga de Yeonjun espasmou e a visão ficou turva, despejando tudo dentro de Beomgyu, que gemeu sensível.

Por alguns minutos, tudo o que se ouviu no quarto foram as respirações ofegantes e a música de fundo. Ainda estavam na mesma posição, imóveis, encarando um ao outro, tomando fôlego e recuperando.

Não era um problema para Yeonjun, mas Beomgyu parecia acabado, seus olhos estavam entreabertos, braços e pernas completamente moles e chorava sensível, fungando com a pontinha do nariz vermelho. Yeonjun abaixou para deixar um selar em seus lábios, e tudo o que Beomgyu fez foi se aprofundar para um beijo.

Lento, gostoso, com barulhinhos manhosos saindo entre as línguas, e um carinho gostoso no topo da cabeça de Beomgyu que o deixou completamente envolto de submissão e manha novamente. Yeonjun sorriu ao se afastar, permanecendo com as mãos nos fios porque Beomgyu resmungou quando mencionou tirá-la de lá.

Ele estava tão manhoso, tão entregue a si.

Beomgyu estava apaixonado e Yeonjun enxergava nos olhos dóceis.

— Tudo bem, amor? — Murmurou baixinho e ele assentiu. — Eu atuaria com você de novo por mais dez vezes nessa noite.

— Yeonjun! — Cobriu o próprio rosto com as mãos e o Choi riu. As orelhas ficaram vermelhas e Beomgyu continuava uma graça mesmo depois de tudo.

— Nós podemos. — Selou o torço da mão e Beomgyu as afastou para desviar o olhar envergonhado. — A câmera ainda tá ligada. — Beijou os lábios rosados deixando Beomgyu bobinho. — E depois eu posso te levar pra sair.

Beomgyu encarou seus olhos, um de cada vez, depois engoliu em seco.

— Mesmo?

— Uhun, gatinho. — Acariciou os lábios com o polegar e olhou por todo o rosto bonito. Sorriu. — Não sabe quanto tempo eu sonhei com esse momento.

O rubor tomou conta do pescoço de Beomgyu, e Yeonjun sentiu aquele nervosismo na barriga.

Estavam prontos para contracenarem mais uma vez.


Notas Finais


essa foi para todos os timidos q tem crush em um gostoso, ok, tenham fé em si mesmos

tchau.


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