Sofia P.o.v
Era manhã, e com certeza Spencer estaria dormindo ao meu lado, eu ainda sentia seu toque em minha pele, dando me arrepios na nuca. Olhei para o lado, na esperança de ve-lo dormindo, mas logo suspirei ao ver que o lado direito da cama estava vazio. Deveria ter ido trabalhar como de costume, e que costume. Nao podia dizer que eu gostava, mas feliz eu não ficava.
-Bom dia Sol -falei baixinho enquanto me esticava e sentia o calor do lençol e envolver, espera, ainda estava quente… ou seja, Spencer havia saído a pouco tempo.
Desci as escadas e me espreguicei encostada na parede.
-Amor?- quando olhei para para a cozinha, lá estava Spencer cozinhando. Sua feição transbordava uma mistura de riso, e confusão. Logo, percebi o por que, ele estava todo perdido em meio a tantos ingredientes.
-Quer ajuda? -riu e paro do seu lado prendendo o cabelo- Parece que alguém aqui sujou toda minha cozinha -riu de canto apoio a mão na cintura olhando para ele de canto-
-Desculpa amor, eu queria fazer uma surpresa pra você- senti que suas mãos tocaram meu rosto- Você me ajuda a limpar? -ele riu coçando a nuca.
Suspirei e abracei sua cintura ficando da altura de seus ombros. -Claro que eu ajudo -sorriu- Amor, você se sujou todinho -riu e passo o dedo em seu rosto retirando as manchas de ovos de sua bochecha.
-Ah, é que eu tentei fazer um ovo mexido, mas eu esqueci de umas coisinhas aqui… -Spencer era tão fofo que conseguia me fazer suspirar só de estar ao seu lado.
Começo a passar o detergente na pia e sorrir dando voltinhas atrás do Spencer que ri com meu jeito.
-Vem cá -puxei ele e abracei sua cintura passando a espuma em seu queixo.
- Hey Sofi, isso tá ardendo meu olho -Spencer riu ele beijou minha cabeça.
-Desculpinha. Acho que isso deve ajudar -estiquei minha mão e lhe entreguei o guardanapo. - Eu queria dizer que nunca na minha vida, alguém conseguiu me fazer sentir desse jeito- era um bom momento para dizer aquilo, estavamos em paz.
-Com todo respeito, você é a mulher mais incrível que eu já conheci. -Spencer me olhou fixamente- É tão alegre e…
-Quanto a isso, precisamos conversar- mudei imediatamente o rumo da conversa, já era hora de me revelar.
Embora não falasse desse assunto a anos, ele tornava a ser presente em tudo o que eu fazia. Não houve maneira, nem escapatoria, só um dia após o outro.
-Conversar? Claro.- ele sorriu de canto me puxando pela mão e nos sentando no sofá vermelho e bege que ficava ao lado da cozinha. - Sobre o que?
-Meu passado. A Garota que você esbarrou em você, e que não merecia estar com uma pessoa tão especial- dito isso, olhei para nossas mãos- Você, Spencer.
-Escute, tudo bem se não quiser falar sobre isso. Cada um reage as coisas de um jeito…-
-Eu era pequena, bem pequena, quando meu pai recebeu a primeira ligação dizendo que esteva sendo cogitado para o FBI. Pode imaginar o quanto ficamos felizes na época, embora eu não entendesse muito o que estava acontecendo, sentia-me orgulhosa por ele. Todos os dias, eu o via sair pela porta, sem ter certeza de fosse voltar, e isso me machucava por dentro, gradatitavamente. -engoli em seco e continuei- Quando fiz meus 14 anos, ele precisou tomar uma decisão muito difícil, ir para o Iraque e nos deixar, ou abandonar a missão. Sei o que deve estar pensando “Por que não abandonar?”... Bom, você trabalha no FBI , sabe como é - tentei encurtar o máximo a história, mas era impossível- Me lembro de ouvir algo sobre ser perigoso, mas não dei importância. Então um dia…- ao dizer isso, minha garganta se fechou e meus olhos se enxeram de água.
-Sofia, está tudo bem. Eu estou aqui com você.- Senti Spencer se aproximar e com os lábios leves, beijou minha cabeça segurando em minha nuca.
-Um dia, eu vinha da casa de uma amiga, quando minha mãe me ligou. Estava tão aflita, que eu conseguia sentir apenas pela sua voz, e como sempre, me preocupei.
-Havia acontecido algo,não é? -
-Sim. -confirmei com a cabeça- Aconteceu, que apesar de meu pai não ter confirmado sua presença na missão, um Serial Killer, um … um…- a essa hora, não conseguia mais falar- O atacou. Simplesmente atacou… e, ele não era o alvo! -me joguei em seus braços, e o apertei em mim, respirado alto e irregularmente. - Após sabermos disso, eu deveria ter ido ao seu velório, mas não… Não acompanhei minha mãe e meu irmão, e por isso eles morreram.
Claramente, Reid não havia entendido muito bem, pois seu rosto me encarava, provavelmente tentando entender.
-Eles foram assassinados pelo meu melhor amigo Spencer! Isso mesmo! Mamãe sempre disse que ele não era de confiança, e realmente não. AQUELE DESGRAÇADO ERA IRMÃO DO SERIAL KILLER QUE ACABOU COM A MINHA VIDA!!!
-Irmão? Ah meu Deus. Não imagino a dor que sentiu!-
-E é por isso que eu nunca mais fui feliz… Não havia motivo. - retirei minha cabeça de seu ombro.- Até encontrar você, e é por te amar que conto isso tudo, pra ter certeza de vai querer ficar com alguém que tem um passado tão horrível..
Narrador P.O.V
Ouvir aquilo fora como levar um tiro, Spencer já sabia de seu passado, mas não desta maneira, fora cruel.
-Sofia, ninguém merece passar pelo que você passou, nem sentir o que sentiu, muito menos se culpar por algo assim- O rapaz se aproximou e tomou Sofia em seus braços, tentando a esconder de toda dor que o mundo pudesse passar.
-Está tudo bem, eu já me acostumei com a dor amor. Agora é como uma cicatriz entende? Ela nunca sara, mas me ajuda ver o que já passei. - Sofia desejava que isso realmente fosse verdade, mas sabia que ainda transbordava todos aqueles sentimentos.
Após a morte de Jared, era como se a única coisa que a manteve viva, fosse Spencer Reid. Seus olhos puros, e o sorriso torto, com lábios largos, não a deixava desabar.
-Eu adoraria fazer parte do processo- juntos se levantaram, e cada um se ansiou para saber se o outro tomaria a iniciativa que o momento estava proporcionando.
-Você é o meu ponto de partida- ela sorriu, e antes que conseguisse se afastar, sentiu seu braço ser segurado, e seus lábios entrarem em contanto com os de Reid.
Ele só queria que cada segundo ao seu lado fosse especial e assim se fez. Em frente a casa, havia um lago, onde os dois ficaram de pé em sua beirada.
-O que estamos fazendo aqui Spencer? - perguntou Sofia puxando a manga de sua blusa.
-Já te disse que aqui é um ótimo lugar para relaxar? Olha essa paisagem- Disse apontando para o lugar, e por um segundo, jurou ter se perdido ao ver seu sorriso se virando para ele.
-É muito lindo mesmo. -Ela concordou e suspirou com o vento tocando alguns de seus fios.
-Não são suas memórias que fazem você Sofia, é que elas te tornaram- e dizendo isso, ele a puxou pela cintura e abraçou por trás, beijando seu rosto, fazendo os dois se mexerem.
Aquele era definitivamente o pequeno infinito, que Sofia nunca nunca gostaria de perder, o carinho, o amor.
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