31 DE AGOSTO DE 2017
A música era suave, um pouco estridente aos ouvidos de Ashton Fletcher Irwin. O adolescente de 17 anos estava dançando livremente e sutilmente na pista de dança, estava no ritmo da música que tanto mexia com sua cabeça. Stressed Out era o tipo de música que vinha ser a sua descrição.
Ashton é um grifinório que, por dentro, parecia mais um garoto de apenas 12 anos cansado de fingir ser o cara mal ao tempo todo, queria poder ter um colo para chorar se libertar do que guardava dentro de seu peito. Desejava ser livre para voltar do lugar de onde veio, nunca se sentiu completo na Inglaterra, onde desejava, todos os dias quando acordava, poder voltar para Austrália e encontrar o cara que pode ter as respostas para suas confusões mentais e suas dúvidas sobre seu próprio sangue. Seu pai havia sido tirado dele. Não existiam fotos, não existiam cartas e nem o nome dele sabia direito, cada dia sua mãe lhe dizia uma coisa diferente assim como mudava de assunto quando era questionada sobre o ex-marido, com isso nunca descobriu se seu pai era um bruxo ou não.
Por fora demonstrava ser totalmente diferente do que por dentro. Apesar de sua casa comunal ser a casa dos bondosos, “demonstrar” era um verbo que era riscado da lista de Ashton, preferia ser frio com aqueles que desejam se manter por perto, era ignorante quando questionado algo que não desejava falar ou quando se sentia exposto sobre seus sentimentos. Era indiscreto com seus desejos. Não eram desejos sentimentais, mas sim carnais.
O seu parceiro para isso era Calum Thomas Hood, um adorável garoto de apenas 16 anos residente da casa Lufa-Lufa, ele era livre para fazer suas escolhas, porém insistia se prender a algo que poderia ser tirado dele a qualquer momento. Calum vivia com seus pais trouxas, autoritários e obcecados pela beleza corporal e a pureza das almas. Não que ele não gostasse, até se sentia bem no meio trouxa, mas limitado ao conversar com seus pais, eram indiscretos em relação a sexualidade ou o mundo bruxo que fora apresentado ainda criança.
Por fora, Calum era como por dentro. Seus amigos eram sua prioridade, era atraído por coisas simples onde adorava receber uma mensagem de bom grado, era inocente onde se iludia com apenas uma flor e, claro, se importava demais com seus amigos. A proteção que dava para todos era confortável, poderiam se acomodar no amor puro e compreensivo de Calum, o moreno não se importava em abrir mão do que gostava, mas apenas uma coisa era capaz de deixa-lo egoísta, não seria algo que pudesse ser falado abertamente, preferia dizer para si mesmo. Era completamente apaixonado por Ashton.
Seus cabelos negros e a pele morena eram convidativas para o toque, irresistível e macia. Sua boca era o local preferido de Ashton Irwin. O moreno não se intimidava facilmente, mas com o seu parceiro se sentia como uma tragédia que a qualquer momento poderia sentir dor. Vê-lo dançar era engraçado já que o mesmo era travado e não era um costume vindo do mais velho, mas estava bêbado e isso o deixaria vulnerável a qualquer coisa.
Não demorou muito para que Calum estivesse próximo de seu amado. Os olhos fechados, o queixo brevemente erguido, os ombros relaxados e a boca entreaberta eram o que mais chamavam atenção. Quando os olhos esverdeados se abriram pôde encontrar os olhos castanhos observando todo seu corpo. Não se precisava de palavras para descrever o que aquilo significava para ambos.
Ashton se aproximou de Calum com a intensão de tê-lo mais próximo do que já estava, jogou seu copo no chão deixando que o álcool presente dentro do mesmo se derramasse pelo chão e respingasse em seu tênis. Suas mãos se aproximaram da nuca de Calum, o puxando e aproximando, finalmente, ambas as bocas. Os lábios macios e agis de Calum se mexiam no ritmo estipulado por Ashton em um beijo que parecia magia, capaz de desliga-los da música que martelava suas cabeças e nenhum trouxa aos lados existiam mais para eles, não naquele momento.
A sincronia era instantânea, quando os lábios se tocavam já podia imaginar o que viria sem muita pressa. Comunicativos sem palavras. Os pés de Ashton voltaram a se mover para frente obrigando Calum a dar grandes passos para trás. As mãos consideravelmente grandes de Ashton deslizaram da nuca para agarrar a cintura marcada e magra de Calum.
– Onde vai me levar dessa vez?
Calum pôde sentir algo bater contra suas costas assim que sussurrou, sabia exatamente o que iria a acontecer, mas vindo de Ashton todo lugar era suspeito. As mãos grandes de seu parceiro se separaram de sua cintura apenas por alguns segundos assim que seus corpos chegaram ao banheiro, seu parceiro se dirigiu à porta que em apenas um impacto voltou a se fechar não demorando para que fosse trancada.
Os olhos castanhos e curiosos do moreno vasculhavam o local a procura de alguém a mais naquele perímetro, mas para seu alivio existiam apenas duas pessoas ali dentro. O corpo de Ashton voltou a se pressionar contra o de Calum e suas mãos voltaram a tatear seu corpo até chegar na barra da camisa de malha fina usada por Calum, o físico levemente malhado do mais novo fora exposto assim que sua camisa teve caminho para o chão.
Os dedos do mais velho causaram um intenso arrepio no corpo de Calum assim que tocaram tatuagem abaixo de sua clavícula. Ashton sabia que havia sido escondida já seus pais nunca permitiram tal pecado sob pele marcada então isso explicava as vestimentas mais rusticas e cobertas que usava quando eles se mantinham próximos em um jantar comum de família.
Assim que Ashton ergueu seu olhar, pode ver que Calum tinha seus olhos fechados, a boca entreaberta e a pele arrepiada o entregavam a todo aquele momento. A pressão do ambiente e conexão existente entre ambos deixava o clima mais intenso e o desejo de Ashton sobre o corpo de Calum apenas aumentava.
Ansioso pelos comandos do mais velho, Hood comprimia seus lábios a cada toque disparado contra sua pele, suas mãos estavam agarradas a beirada da pia esperando pelo o que seria aprontado. Um pouco impaciente, seus olhos se abriram tendo como visão o rosto abaixado de Ashton, que passava sua mão pelo abdômen pouco definido do parceiro.
Seus braços se ergueram e suas mãos se dirigiram até a jaqueta que Ashton usava. A puxou para baixo, a tirando e não demorando muito para suas peças superiores caírem no chão junto de sua camisa. Aproveitando o momento, e a bebedeira de Ashton, suas mãos vagaram por todo seu peitoral assim como seus olhos acompanhavam todos os seus dedos pelo local. A parte favorita de cada momento próximos e íntimos era que Calum poderia observar os contrastes que a pele alva de Ashton tinha conta a sua, assim como o domínio que tinha sobre seu corpo.
Quando voltou a observa-lo Ashton já mantinha a cabeça erguida apenas apreciando o toque que Calum passava a ter contra sua pele. Hesitante, o moreno deslizou sua mão pelo corpo do mais velho, atingindo a barra de sua calça onde passou apenas as pontas de seus dedos pela extensão da mesma deixando que um sorriso largo se formasse nos lábios carnudos de Calum ao escutar seu parceiro arfar de maneira sofrida, a vulnerabilidade do momento era própria para que Calum pudesse toca-lo do modo que desejava.
O sorriso largo não durou muito quando as mãos de Ashton seguraram a sua assim que se atreveu adentra-la dentro de sua calça para tocar o que guardava dentro do tecido. A resistência do mais velho o deixou desconfortável sabendo que ele não deixaria que aquilo fosse longe demais, só que ao perceber isso Ashton soltou a mão menor e colocou as dele atrás da cabeça, erguendo uma sobrancelha como uma permissão silenciosa para que Calum continuasse a tocar seu corpo antes da precoce intervenção.
Confiante, Calum se afastou da pia e empurrou o corpo de Ashton sutilmente para trás lhe dando mais espaço para fazer o que planejava. Seus lábios tocaram a pele alva de seu pescoço deixando um rápido chupão contra o mesmo, seus beijos se abaixaram assim como seu corpo que se ajoelhou no chão beijando toda extensão da barriga de seu parceiro enquanto tocava sua língua no abdômen definido.
Ao chegar na barra de sua calça, Calum o provocou ao colocar a ponta de sua língua contra a pélvis passando o membro resistente e molhado pela extensão de sua cintura fechando seus olhos ao escutar um rouco gemido escapar da boca de Ashton.
Suas mãos correram até a calça jeans a desabotoando logo a abaixando minimamente apenas para que parte da boxer vermelha aparecesse. Uma de suas mãos tatearam parte do membro de seu parceiro ainda coberto, acariciou vagamente a ereção visível formando um sorriso largo em seus lábios ao escutar o claro gemido de Ashton. Satisfeito, mas nem tanto, Calum adentrou sua mão na boxer tendo maior contato com o membro volumoso de seu desejado parceiro.
Um pouco anestesiado com a sensação que se passava por seu corpo, Ashton agarrou um de seus próprios pulsos, o apertando na intenção de reprimir os gemidos que deseja libertar assim que Calum começou a tatear a parte mais sensível de seu corpo podendo jurar que seus olhos estavam presos impedindo que pudesse enxergar, mas sim apenas sentir tudo que o rapaz fazia e as sensação que não precisavam ditas que causava em seu corpo.
Impedido de comprimir mais um de seus gemidos, Ashton deixou um escapar ao sentir a língua molhada e macia de Calum contra sua glande que latejava por aquilo fazendo um arrepio ser sentido em sua espinha o fazendo arfar assim que seu membro foi colocado para fora da boxer pouco abaixada. Podia sentir suas unhas curtas contra pele de seu próprio pulso na tentativa de se liberar daquele prazer. Seu lábio fora preso por seus dentes assim que sentiu os lábios do mais novo contornarem toda a base de seu membro, mas seu lábio preso não foi o suficiente para que seus gemidos fossem abafados, pelo contrário, se entregou ao momento deixando que seus gemidos fossem escutados em bom tom pelo garoto ajoelhado em sua frente.
Provocativo, Calum abandonou sua boca do membro de Ashton passando sua língua por toda extensão do mesmo e parando sobre sua glande onde a passou lentamente contra o local tão sensível. Relutante, Ashton retirou a mão de seu pulso e tombou sua cabeça para frente ao levar sua mão até o curto cabelo de Calum, acariciando o mesmo assim que observou o que fazia. Sorriu largamente puxando o cabelo de Calum levemente logo empurrando sua cintura para frente obrigando o moreno a colocar seu membro por completo em sua boca com certa dificuldade.
Calum já tinha como adivinhação que a vulnerabilidade de Ashton não duraria muito, mesmo em estado alcoólico, passou então a mexer sua boca contra o membro do parceiro assim como o mesmo queria, apoiando suas mãos nas coxas onde apertou levemente. Os gemidos altos e roucos poderiam ser músicas que tocavam nos ouvidos de Calum já que ritmo de sua boca se aumentou e os movimentos se tornaram mais rápidos, com isso obrigou Ashton puxar o cabelo do moreno com rapidez afim de retirar seu membro da boca do mesmo já que não queria gozar na boca tão singela tão cedo, apesar de sua vontade ser maior do que o raciocínio.
O braço de Ashton contornou a cintura fina e magra de Calum, o virando logo o curvando contra a pia que era agarrada pelo moreno há um curto tempo. Seu tronco pressionou as costas de Calum podendo jurar que o escutou arfar apenas com esse toque simples, seus lábios tocaram suas costas enquanto sua mão puxou o seu cabelo negro fazendo com que ele deitasse levemente sua cabeça para o lado deixando parte de seu pescoço exposto. Tendo isso como aproveito, Ashton deixou breves e molhados beijos contra a pele local apenas para o prazer de sentir a pele morena arrepiar embaixo da sua.
As mãos ágeis e rápidas de Ashton se dirigiram à calça jeans preta que Calum usava não demorando muito para a mesma cair sobre o tênis do moreno assim como sua boxer esverdeada. Calum tombou sua cabeça para baixo assim que Ashton se afastou, quando seus olhos foram abertos pode observar um dos joelhos de Ashton tocarem o chão sabendo exatamente o que seria feito sendo assim, Calum voltou a fechar seus olhos deixando um longo gemido escapar de sua boca assim que Ashton tocou vagamente seu membro.
Afim de escuta-lo gemer novamente, Ashton acariciou sua pele do quadril até a panturrilha pouco satisfeito ao sentir a pele novamente arrepiada embaixo de seus dedos. Aproximou sua boca da parte posterior da coxa morena beijando a mesma demoradamente e subindo seus beijos para o quadril bem marcado. Disparou uma breve mordida contra a nádega do seu parceiro e voltou a subir sua boca em rápidos beijos por toda extensão de suas costas. Os gemidos de Calum poderiam ser escutados em um tom baixo, manhoso e excitante para Ashton.
Assim que voltou a encostar seu tronco nas costas de Calum, Ashton passou sua mão por baixo do corpo do mesmo tateando a pele morena de seu abdômen até seu membro, circulando sua mão contra o mesmo e movimentando-a minimamente.
Em um gemido alto e libertador, foi instantâneo e suficiente para Calum erguer seu quadril em direção ao de Ashton enquanto liberava gemidos ao sentir o membro ereto do parceiro contra sua bunda e a mão de Ashton contra seu membro. Os movimentos lentos eram como tortura para o corpo do mesmo, suas pernas estavam bambas e seu abdômen se contorcia de maneira torturante gradativo para aos movimentos da mão de Ashton.
De maneira inesperada Ashton posicionou seu membro contra entrada do mais novo o fazendo morder com força seu lábio inferior, apertando suas mãos contra as laterais da pia. Os movimentos da mão de Ashton se sessaram assim que a palma da mesma se dirigiu até sua língua molhando parcialmente seus dedos antes de passar por sua própria glande antes de voltar a se posicionar na entrada de Calum.
Mais uma vez, um arrepio grande percorreu o corpo de Calum ao sentir o início do membro do seu parceiro contra sua entrada. Um gemido arrastado e doloroso saiu do moreno ao sentir toda base de Ashton se deslizar para dentro de si, seu quadril se contraiu assim como seus olhos marejaram brevemente enquanto seus lábios se pressionaram um no outro. Comprimindo um gemido, Ashton apenas encostou sua testa no ombro do garoto e beijou demoradamente o local como um pedido de desculpas pela invasão não avisada.
Calum apenas sorrindo largamente empurrando seu quadril para trás sentindo-se dolorido, aquilo foi suficiente para Ashton erguer seu tronco segurando em um dos ombros de Calum passando a se mexer de maneira lenta e sutil deixando com que o mesmo ficasse confortável com o momento.
Mesmo com tal preocupação da parte de Ashton, Calum não se importava com aquilo já que sabia que não demoraria muito para toda preocupação de Ashton se tornar apenas prazer. Ainda um pouco dolorido, Calum pressionava seu corpo para trás, fazendo a velocidade de Ashton ser aumentada sem muito pensar sendo possível escutar o barulho da bunda do moreno batendo contra as coxas e virilha de Ashton.
Os gemidos já não eram mais presos, Ashton estava totalmente entregue a Calum e Calum estava totalmente entregue a Ashton, as mãos de Ashton vagavam pela curva que as costas do moreno faziam assim arranhando com as curtas unhas a pele bronzeada e Calum já não aguentava mais segurar sua vontade de tocar o garoto.
As costas de Calum deixou de ser curva para se erguer permanecendo o contato com o peito de Ashton. Suas mãos se espalmaram no vidro machado e sujo daquele banheiro dando apoio ao parceiro que o penetrava rápido e fundo.
Os olhos de Ashton não permaneciam mais abertos já que o arrepio em seu corpo estava intenso e a excitação do momento apenas o fazia gemer alto e em bom tom capaz de passar pela porta trancada causando especulações do lado de fora.
A mão grande de Ashton deslizava pela barriga de Calum até atingir sua ereção voltando a circular sua mão o membro do mesmo passando a fazer movimentos rápidos e cuidadosamente para não o machucar, a boca comprida de Calum entregava o seu ápice próximo assim como seus sussurros similares a baixos e manhosos gemidos próximo ao ouvido de Ashton em pura provocação.
– Porra!
Calum pronunciou em um gemido alto, longo e arrastado não conseguindo manter o controle sobre seu corpo com os movimentos acelerados de Ashton. Um jato quente e breve anunciou o ápice do moreno escorrendo brevemente pela mão do mais velho. Satisfeito com isso, Ashton balançou sua mão retirando o líquido quente vagamente da mesma voltando a concentrar-se em seus movimentos.
Querendo que seu parceiro também tivesse seu limite atingido, Calum voltou a se curvar pressionando seu quadril novamente para trás passando a comandando os movimentos que Ashton desejava. Um sorriso malicioso surgiu nos lábios do mais velho que então deixou que seu corpo parasse para observar os movimentos de Calum que olhava seu rosto por cima dos ombros.
Ofegante, Calum mexia seu quadril em movimentos circulares fazendo as pernas de Ashton bambear e sua mente se desligar por alguns minutos pronunciando um gemido alto que escapa dos lábios finos e rosados, anunciando que seu ápice havia sido atingido. A mão de Ashton foi diretamente para cintura de Calum, apertando a mesma com força não demorando muito para que seu corpo se afastasse de seu parceiro. Um suspiro escapa da parte de Calum ao sentir sua bunda dolorida, assim como sua entrada, quando se vira pode observar Ashton começar a recolocar sua roupa.
Antes de se abaixar para pegar a camisa e a jaqueta, o mais velho se aproxima segurando o rosto do moreno para tocar seus lábios nos dele passando a beijando-o lentamente. Sua língua adentra em sua boca sutilmente em uma sincronia perfeita e discreta apesar do que havia acontecido, a retribuição imediata fora quebrada por um demorado selar da parte de Calum que causa estranhamento.
– O que foi?
Um pouco confuso, Ashton questiona ao observar todo corpo exposto do Calum, mas que logo começava a ser coberto pela boxer e calça jeans, fazendo os lábios finos de Ashton entortarem e um riso baixo escapa dos lábios carnudos de Calum que encolhe seus ombros.
– Não ria de mim, mas eu estou com nojo. Não de você, mas olha o lugar onde escolheu transar, Ashton.
Calum resmungou se abaixando para pegar sua camisa e se vestir rapidamente, escondendo seu corpo novamente de Irwin, passando suas mãos uma na outra ao vê-las manchas devido ao espelho em que se apoiou, Ashton apenas cruzou seus braços revirando seus olhos ao deixando um rápido riso sair.
– Vamos para casa, está tarde e, bem, meu estado não está lá estás coisas.
Ashton apenas se afasta caminhando até a porta fazendo Calum se incomodar com tal atitude, sua indiferença com seu achismo era sufocante fazendo sua vontade de abandona-lo de vez, mas não passava de uma vontade. Calum sabia que não poderia se desligar de Ashton, não entendia como podia ser um grifinório e tão frio ao mesmo tempo, poderia até ser exagerado, mas não se dava para abandonar algo intenso com o que eles faziam e sentiam.
Em silêncio, Calum seguiu Ashton por toda a boate repleta de trouxas, até chegar finalmente na saída de todo aquele barulho. O moreno sentia sua cabeça começar a doer com a música alta e o pouco álcool em seu sangue, mas o que mais incomodava era o silencioso Ashton que permanecia com suas mãos dentro da jaqueta e mesmo alcoolizado, o grifinóriano tinha total controle da situação e de suas malditas emoções.
Naquele mesmo ambiente, Luke estava se divertindo junto de Arzaylea Rodriguez, sua namorada há 02 anos. Luke era um grifinório carregando dentro de si as verdadeiras características da casa, Luke é conhecido pela sua bondade, companheiro e leal aqueles que estão ao seu lado. É um bruxo mestiço, mas isso não o importa muito já que sente que todos são iguais por apenas serem bruxos.
Luke vem de uma família simples, seu pai é um bruxo filhos de trouxas que vive na Califórnia devido ao seu trabalho em uma companhia de vassouras enquanto sua mãe é uma bruxa corvina que residiu na casa como aluna e professora até abandonar suas funções de bruxa para se dedicar e viver no mundo bruxo, querendo uma vida sem mágia. Quando Luke foi colocado na Grifinoria, sua mãe deixou claro que sua maior dúvida no dia de sua seleção foi entre Grifinória e Corvinal, ficando feliz pelo filho não ter que ir para longe se fosse colocado na Sonserina.
Sua mãe acabou desenvolvendo um certo rancor sobre a Sonserina, não gostando da casa que foi a maior responsável pela destruição de Hogwarts devido ser a casa de Lord Voldemort e a maioria dos comensais da morte apesar de tudo ter acontecido antes de ingressar em Hogwarts. A má fama de Sonserina foi imediato e não tendo os membros da casa no mesmo lugar que Luke, sua mãe, Liz, ficou mais aliviada ao deixa-lo ir até sua escola tão querida apesar de seu abandono.
Luke tinha além características boas, sua beleza era marcante e chamativa, os seus belos cabelos loiros e os olhos tão claros quanto o mar mediterrâneo o deixavam com uma presença mais intensa apesar de seu jeito completamente meigo e dócil aqueles que bem o conhecia.
– Aqueles não são Calum e Ashton?
A voz de Arzaylea fez com que Luke desprendesse seus olhos da pista de dança para namorada e o local para onde apontava. A voz de Arzaylea era suave parecendo cordas vocais delicadas que poderiam romper a qualquer momento, um sorriso fraco se prendeu nos lábios de Luke ao observar os olhos forçados da menina que tinha uma forte ligação.
Arzaylea tinha os cabelos castanhos pouco abaixo de seus ombros, sua pele era bronzeada devido as férias que havia passado no mundo trouxa com sua mãe, também bruxa. Seu sangue é puro tendo ambos os pais bruxos apesar de ter perdido seu pai ainda pequena, sua mãe acabou por ser sua melhor companheira mostrando que tudo deveria ser feito com grande amor para todas as coisas, mas sem deixar que sua razão seja prejudicada, sua inteligência deveria vir em primeiro lugar e assim é como uma corvina deveria pensar.
A família de Arzaylea sempre teve uma descendência pura e assim como o sangue, todos residiram na casa Corvinal, os mais inteligentes. Mesmo sem saber se Arzaylea iria para Corvinal, Bethany, sua mãe, sempre a ensinou tudo que precisava ser ensinado despertando na menina a facilidade de raciocínio e a inteligência sempre além da media sendo o destaque na escola trouxa que fazia parte até completar 11 anos e ir para Hogwarts tendo a certeza que sua casa era definitivamente a Corvinal, não deixando de ser um belo destaque em diversas categorias que não a relacionasse com o esporte, era péssima em esportes.
– Vamos falar com eles!
Sem pensar muito, o jeito extrovertido de Luke falou mais alto pegando na mão de Arzaylea para caminhar em direção a saída onde seus amigos saiam. Ashton e Luke eram companheiros de quarto e apesar do comportamento retraído de Ashton, Luke nunca desistiu de sua amizade e sempre se manteve junto do companheiro em todas as horas, mesmo que o mesmo não quisesse companhia.
– Ashton!
A voz de Luke saiu alta assim que passou pela porta estreita até da saída ainda segurando a mão de Arzaylea e um copo de rum em suas mãos, conseguir bebidas se tornou bem mais fácil quando se possui a magia ao seu favor e pode usar ela para o que quiser, era bom sentir o gosto do álcool.
Do outro lado, os ouvidos de Ashton pareciam pouco tampados devido a saída brusca do ambiente barulhento, misturado com o álcool que deixavam suas pernas bambas e as pontas dos dedos de seu pé dormentes. Calum escutou o pronunciar alto de Luke o fazendo se virar para trás para olhar a figura que chamava seu companheiro, fazendo com que sua mão batesse de leve na jaqueta de Ashton que se virou para olhar um pouco embaçado quem Calum apontava.
– Luke! Achei que te veria apenas amanhã!
Ao contrário do esperado, Ashton o recebeu com um sorriso de canto se aproximando para bater nas costas do amigo e cumprimentar rapidamente, com um beijo no rosto, Arzaylea que agora se agarra em Luke para se proteger do frio local. Um pouco confortável com a situação e a consciência de ambos de sua relação com Calum, Ashton fez o mesmo, puxando a cintura de Calum para que o mesmo o abraçasse.
Sem entender muito, Calum apenas abraçou rapidamente Ashton recebendo um beijo em sua testa e se afastando em seguida. Ainda se mantinha chateado, não gostava da maneira repentina e momentânea que Ashton o tratava, um minuto bem e no outro ruim, era como uma linha toda torta em relação a eles, a incerteza era tão grande que sua vontade de chorar era maior.
– Não vai embora, vamos aproveitar nossa última noite!
A sugestão de Luke fez com que Calum erguesse uma sobrancelha olhando para Ashton atentamente em aguardo por sua resposta que simplesmente foi um balançar de ombros, mordendo seu lábio inferior e colocando a mão na nuca que era coberta pela gola da jaqueta.
– Acho que tudo bem, é nossa última noite.
Com um sorriso satisfeito, Luke olhou rapidamente para Calum não entendendo exatamente o que estava acontecendo em sua cabeça ou então o que havia ocorrido entre eles antes de sua chegada. Um ligeiro arrepio surgiu no corpo de Calum assim que seus punhos se serraram dentro do bolso da jaqueta que usava fazendo sua cabeça negar com a atitude de seu amigo. Ashton não tinha tempo para falar sobre eles pois estava “levemente alterado”, mas podia curtir a última noite no mundo trouxa.
– O que foi?
Ashton se dirigiu a Calum colocando a mão da maça do rosto do menino que rapidamente virou o rosto negando com a cabeça novamente. Luke limpou a garganta observando a troca de olhares em sua frente entre os dois rapazes que pareciam se comunicar silenciosamente, o cenho franzido de Ashton entregava sua confusão mental enquanto a sobrancelha franzida de Calum mostrava sua indignação.
– Luke!
Uma voz suave pairou no ar fazendo Arzaylea e Luke olhar para o menino animado que se aproximava rapidamente logo passando os braços pelos ombros de Luke e Calum sorrindo ao observar a pequena roda formada. Se tratava de Kian Lawley, outro grifinório completamente aéreo do mundo que vivia.
Kian era um grifinório de 17 anos que tinha seu sangue sujo, seus pais eram trouxas e com isso demorou um pouco para entender o que realmente era magia e o poder que continha. Sua relação familiar se tornou um pouco abalada depois que entrou para Hogwarts e se deslumbrou pelo mundo em que vivia, além de seu pai não aceitar ter como filho uma “aberração”. Kian então teve que se desligar de sua família paterna passando a morar em uma lanchonete construída por sua mãe.
Kian possui os cabelos lisos e castanhos quando o sol batia no mesmo, seus olhos pareciam duas bolas de avelas enquanto seu corpo era magro e com poucas tatuagens espalhadas por seus braços. Kian tinha a personalidade neutra, sua mania era achar que todos deveriam ser amigos e se manter unidos independente de qualquer coisa e mesmo com alguns medos, como o medo que sentia da casa Sonserina, acreditava que não se devia julgar uma parte pelo todo e achava injusta a exclusão da casa de Hogwarts. O coração tão bondoso era uma das características do menino que tinha em mente que sempre deveria proteger seus amigos sendo certos ou não.
Com a chegada de Kian, Calum se soltou dos braços do moreno que circulava seus ombros passando a caminhar em passos largos pela rua fria com suas mãos enfiadas firmemente nos bolsos da jaqueta encolhendo juntamente os ombros não se preocupando em olhar para trás quando passou a ouvir a voz de Ashton chamar por seu nome. Calum estava se sentindo completamente sozinho, sentia que não podia contar com Ashton já que o mesmo estava preocupado demais querendo manter as aparências pelas quais acreditava.
– Eu fiz algo?
A voz de Kian saiu um pouco baixa preocupado com o que havia acontecido para Calum sair daquela maneira, odiava quando parecia incomodar em alguma coisa apesar de sentir o clima um tanto quanto pesado assim que chegou. Contudo, Ashton apenas negou rapidamente referindo-se a pergunta de Kian e ao mesmo tempo pela atitude de Calum. Um sorriso amarelo se fez presente da parte do garoto que voltou a olhar seus amigos e logo apontar com a cabeça para entrada da casa noturna em que estava já não parecendo se incomodar com a ausência do rapaz.
– Ele não sabe o que está perdendo, vamos entrar.
Distante daquele lugar, precisamente em uma das ruas frias de Oslo, Michael Gordon Clifford estava sentado em uma mesa de lanchonete se deliciando silenciosamente de um copo de Coca-Cola e uma pequena porção de batatas fritas. O único barulho da lanchonete era na cozinha onde a produção era demorada, apesar da comida ser deliciosa, havia também o barulho do noticiário local falando sobre a possível extinção de baleias brancas. O assunto não o interessava nem um pouco já que acreditava que aquilo não seria relevante para sua vida já que um balanço de sua mão contra um objeto de madeira tornaria tudo mais rápido e fácil em sua vida.
Michael era um menino australiano, que acabou vindo à Noruega ainda com 10 anos graças a sua mãe recém-separada afim de ficar livre de qualquer raiz feita entre ela e Daryl, seu pai. Despachado para o solo norueguês, Michael viveu seis anos com sua avó paterna, Giselda Clifford uma simples e doce senhora, até descobrir que seu sangue tinha grande significância para o mundo bruxo onde logo conheceu quando completou 11 anos. Apesar do amor que cresceu tendo de sua avó e a mente ocupada pela Escola de Magia e Bruxaria, Michael, ainda sim, sentia falta de sua mãe da qual não teve mais notícias desde que entrou naquele avião para seu destino atual, mesmo que depois tenha tentado encontrá-la, mas como uma boa bruxa conseguiu esconder todos os seus passos.
Ele ainda podia sentir o cheiro do perfume dela em suas camisas sabendo que ela era contraditória, todos os dias em que acordava sentia que ela poderia ligar afim de receber notícias, mas era apenas uma ilusão sendo que ela, provavelmente, tinha excluído de sua memória que tinha um filho. Separado de tudo que amava, Michael se fechada num mundo em sua mente, preferindo se fechar do que dizer o que sentia ou o que faria para melhorar tal situação vivida e quando vinha em sua mente as lembranças de sua mãe, se afogava em whisky barato já que mesmo com a pouca idade já havia ficado em coma alcoólico três vezes em apenas um ano.
Havia conseguido uma cicatriz localizada atrás de sua nuca sendo um superficial corte mal cicatrizado na qual aderiu ao cair de cima do telhado de um dos seus antigos amigos, aquilo havia sido a gota d’agua para Giselda, que com relutância fora obrigada a sair da vida do menino após muitas ameaças.
Não pense que isso o ajudou amadurecer, apenas piorou sendo que suas amizades não passaram a ser as melhores, ele encontrou sua própria turma e aquilo passou a criar em sua mente que todos o esquecia como sua mãe e sua avó sendo algo que nunca mudaria, era relevante o fato de todos encontrar um caminho melhor, passando assim a viver cada dia como se fosse o último.
– Comer sozinho deveria ser um pecado mortal.
A suave voz carregada com o leve sotaque que não poderia ser deixado de jeito nenhum, tinha como proprietário Jesse James Rutherford que além do tom de voz suave continha curtos cabelos negros erguidos em um breve topete acompanhado de pequenos olhos castanhos marcantes similares a uma atmosfera negra iluminada por raios de solares obscuros.
– O que está fazendo aqui, Jesse?
O tom ácido de Michael não era capaz de tirar o breve sorriso fraco que bordava os lábios de Jesse, o moreno não estava desistindo de seu amigo que havia conhecido há seis anos graças a casa comunal de ambos, Sonserina. Haviam criado uma conexão muito forte, um elo que não poderia simplesmente ser deixada de lado, como Michael pensou que aconteceria em algumas semanas.
Jesse era o único louco para se aproximar de Michael quando ele estava com sangue nos olhos para acabar com alguém ou quando estava bêbado desejando quebrar todo seu quarto ou casa de quem estava. Jesse havia se mudado para Noruega há seis anos junto de suas duas irmãs, havia conhecido Michael assim que chegou o país sabendo então que ambos pertenciam a mesma casa comunal.
– Vim te fazer companhia, Clifford, um garoto como você não pode simplesmente andar sozinho por estas ruas perigosas.
Ironizou o moreno esticando sua mão para pegar um pouco da porção de batatas fritas que faziam sua boca salivar, quando sua mão se dirigiu até sua boca seus olhos se focaram em Michael que apenas concordou bebendo um pouco do refrigerante que logo fora oferecido para seu amigo diante de seus olhos.
Michael sabia que não tinha como recusar a companhia de Jesse já estava pronto para fazer besteira assim que saísse dessa lanchonete, provavelmente acordaria na cama de alguma desconhecida fedendo a vodca misturada com energético, então ter o amigo ao seu lado seria como uma breve clareza que não poderia perder a hora para amanhã.
– O que está pensando? Amanhã começa nosso último ano, não deveria estar feliz por isso?
Mais uma vez a voz suave soou pelo ambiente apenas para que Michael escutasse, o moreno desviou seus olhos até a televisão onde a reportagem continuava a ser das baleias entrando em extinção o que faz um sutil bico se formou nos finos lábios de Jesse que apoiou seu queixo na palma da mão e em um pensamento alto voltou a olhar para Michael.
– Será que um dia vamos entrar em extinção? Imagina você sem eu!
Totalmente diferente dos assuntos, Jesse pronunciou podendo ver os olhos verdes de Clifford se revirarem drasticamente deixando um riso seco escapar enquanto retirava o canudo vermelho de sua boca.
– Pode fazer uma pergunta de cada vez? Está começando a ser irritante, Rutherford.
O mais velho anunciou limpando suas mãos no short jeans que usava logo se levantando e pegando a blusa que estava na cadeira ao seu lado, empurrou o copo grande de refrigerante em direção a Jesse que pegou, bebendo um gole do mesmo, se levantando assim como o amigo.
– Estou animado, vou me livrar daquele lugar apesar de ter que ir para Inglaterra. E eu não sei, você não é tão legal assim, Jesse, não vejo a hora de me livrar de você.
O tom mal-humorado de Michael o fez rir assim que sentiu um soco em seu ombro vindo do companheiro assim que passou a caminhar até a saída da lanchonete afastada de qualquer pessoa que poderia encontra-lo exceto Jesse, que o conhecia tão bem que qualquer lugar era um novo ponto de partida para Michael. O loiro abriu a porta de vidro escutando o sino soar esperando que Jesse passasse primeiro pela abertura, assim que o moreno fez tal ato pode cruzar seus braços segurando o copo de refrigerante em uma de suas mãos, seus olhos estavam arregalados demonstrando indignação com a fala recente.
– Por que sou seu amigo? Você é um idiota.
A brincadeira tinha um fundo de verdade, Michael era um idiota indiscreto com a língua afiada para te deixar mal em qualquer assunto imposto que precisasse de sua opinião, tal explicação fez com que um baixo riso escapasse assim que ambos os olhares finalmente se encontraram quando Jesse parou na frente do carro de Michael.
– Por favor, cale a boca.
O resmungo de Michael saiu mais como um riso disfarçado e quando finalmente chegou no carro se virou para Jesse ainda parado na frente do veículo, um fraco sorriso bordou seus lábios fazendo o mesmo passar a língua por eles. Michael entrou rapidamente no carro, agarrando o volante ao esperar Jesse entrar.
Sem entender a feição mais seria de Michael, Jesse apenas voltou a grudar seus lábios um pouco confuso com seu amigo e então passou a mão pelo rosto enquanto caminhava até a porta do passageiro não demorando muito para entrar no carro, passou o cinto por seu corpo deixando escapar um suspiro baixo, encostando seu cotovelo no apoio da porta e olhar para o lado de fora mesmo com o carro ainda parado.
– Eu queria poder ocupar minha mente por hoje, estou pensando na minha mãe e isso está me deixando maluco.
A pronuncia de Michael deixou Jesse um pouco mais curioso, talvez até mais do que já fosse. Os olhos verdes de Michael se concentraram na chave contra a ignição que fora girada, não esperando para dar uma leve partida no carro passando a dirigir seu carro pelas frias da Noruega, enquanto isso os olhos castanhos de Jesse focaram-se no rosto alvo de Michael que tentava se concentrar na estrada por onde passavam, sabendo exatamente o que deveria fazer para ajudar seu amigo.
– Bom, eu tenho um pouco de pó de flu em casa, poderíamos pegar as meninas e adiantar nossa estadia na Inglaterra.
Depois de anos, a Sonserina novamente iria voltar a ser uma casa comunal da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts devido a uma parte de ex-alunos e pais que não acham justo a maneira que estavam tratando uma casa que poderia dar tudo a oferecer pela escola já que nem todos que estavam lá mereciam ser exilados daquela maneira, com isso, foi decretado que a casa comunal voltaria à Inglaterra.
Pó de flu se tratava de um pó reluzente e prateado usado por bruxos para viajar através da Rede de Flu. A Rede se conecta a casas e edifícios bruxos. Embora possa ser dito que o ingrediente principal para o pó de Flu é Flu, a composição precisa é um segredo muito bem guardado. Os bruxos que tentam fazer este pó ficam universalmente frustrados e pelo menos uma vez ao ano, O Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos relata casos de bruxos que jogaram um pó caseiro em uma lareira e sofreram as consequências.
O pó transforma as chamas de uma lareira em fogo inofensivo e verde esmeralda, é preciso atirar um punhado de pó em uma lareira conectada à rede de Flu, caminhar para as chamas e indicar o destino em voz alta e clara para garantir a chegada no local adequado.
O riso animador de Michael foi o suficiente para Jesse abrir a porta e saiu rapidamente do carro assim que o mesmo parou na frente do apartamento trouxa onde vivia com suas duas irmãs. Seus passos eram rápidos assim que entrou no ambiente quase vazio, dando uma breve corrida até o elevador para chama-lo enquanto Michael se colocava atrás do amigo, entrando no elevador assim que o mesmo para no térreo.
– Vamos para o mundo trouxa? Eu iria gostar de mexer com alguns bruxinhos também, só para ter o gostinho de vingança pela nossa exilação.
Novamente a voz de Michael soou baixa porem com um pouco de excitação presente na mesma fazendo Jesse sorrir largamente em concordância como se quisesse o mesmo, sabendo que errado no momento já que estavam voltando para “casa”.
– Óbvio que vamos, aterrorizar os bruxinhos inexperientes, é por isso que mais cedo que os outros.
Rapidamente o moreno concordou com a proposta, os passos voltaram a comandar ambos os corpos em direção a porta do apartamento de Jesse e suas irmãs de consideração.
Michael se aproximou enfiando a mão no bolso da calça observando as caixas pequenas que se colocavam no corredor enquanto a porta se mantinha aberta, podendo ver a TV onde se passava algum clipe de música da atualidade. Ele sabia exatamente que gostava daquele tipo de música, Taylor Selfridge Pettersen, a mais bela da casa de Sonserina, pelo menos na opinião de Michael que se sentia levemente atraído pela menina, tendo de manter isto em completo sigilo já que, por mais que Jesse fosse seu melhor amigo, não aceitaria de modo nenhum que se aproximasse de sua irmã com segundas intenções.
Taylor tinha a mesma idade de Jesse, 17 anos incompletos, sua personalidade era forte, tinha a bravura e a teimosia de seu pai. Odiava ter que admitir estar e errada e muita das vezes ignorava este fato apenas para tentar se sobressair, era difícil fazer a menina admitir algum erro por mais claro que ele fosse. Não deixava de lado os princípios de seu pai, detestava qualquer contato com outras pessoas que não fossem do mesmo sangue que o seu, ou seja, os puros sangues e os trouxas.
Com o jeito mais parecido com o de seu pai, sua aparência também acabara se tornando, tinha os olhos azuis quase escurecidos por uma névoa acinzentada, seu rosto era oval e seu maxilar pouco aparecia, sua sobrancelha era arqueada deixando seu olhar um pouco mais atrevido, mais audacioso como ela mesma era. Sua boca carnuda e o nariz arrebitado também eram herança de seu pai. Seu cabelo era cumprido que ia até pouco abaixo de seus ombros, era um tom único e loiro, única característica herdada de sua mãe, assim como as sardas em suas maças do rosto e o centro de seu nariz.
– Até quem fim!
A voz doce e agradável de Taylor atingiu os ouvidos de Michael que não conseguiu resistir a um sorriso largo que se formou em seus lábios, quando adentrou no apartamento pequeno, pode observar mais caixas e também Taylor com um short cinza da malha fina e uma regata lisa branca, os pés descalços caminharam até o loiro que a abraçou, recebendo um beijo em sua bochecha e os magros braços da loira contornando sua cintura permanecendo abraçada com o mesmo que sentia seu coração levemente acelerado pela aproximação.
– Estava com Mike em uma lanchonete.
Jesse deposita um beijo na testa da irmã, acariciando seu ombro ao caminhar até o sofá passando a jogar algumas coisas do mesmo em uma caixa ainda vazia no chão, agilizando a guardar das coisas enquanto pensava em uma maneira de levar tudo antes para Inglaterra, apesar de saber que metade das coisas não entraria na casa comunal, que apesar de grande não aceitaria tanto supérfluo.
– Vamos para Inglaterra hoje.
O sussurro de Michael fez Taylor dar um pulo de surpresa e de animação com a notícia que fora dada, Michael apenas desejava ver o sorriso tão largo e brilhante de Taylor na qual não durou muito assim que passou a mão em seu cabelo e olhou suas vestes, assim que olhou para Michael estava com o cenho franzido não entendendo a mudança de humor repentino na menina que parecia tão animada.
– Não estou pronta para ir!
Anunciou desesperadamente, deixando um bufar escapar e logo seus braços se cruzarem em direção a Jesse que apenas arcou uma sobrancelha escapando-lhe um riso ao observar a maneira que o pé de sua irmã postiça batia o pé contra o chão em uma pirraça consciente.
– Nunca me conta nada do que planeja fazer!
A voz de Taylor não chegou a ser ameaçadora, apenas fez Jesse rir e olhar um pouco confuso para Michael que apenas deu de ombros se jogando no sofá assim que a loira saiu para subir as escadas do pequeno apartamento para seu quarto. Sozinhos, Jesse apenas se sentou no carpete, olhando para o apartamento em um pequeno pensamento de como sentiria falta daquele lugar, assim como da Noruega, que havia se tornado sua segunda casa longe da Inglaterra.
– No que tanto pensa, James?
A voz de Michael veio logo seguida de uma almofadada na cara do melhor amigo que riu, colocando a objeto macio atrás de sua cabeça assim que se deita no chão, passando a mão pelos fios negros de seu cabelo em um suspiro profundo.
– Mike, olha para tudo isso, eu tinha quatro anos quando decidiram mudar a Sonserina para cá. Eles mudaram nossa vida e agora vão mudar de novo, me sinto uma marionete que a qualquer coisa que aquela merda de Congresso fala tenho que obedecer.
O final da fala de Jesse mais pareceu um julgamento já que sua boca se arredondou e quando terminou seu lábio se comprimiu como se quisesse falar algo sobre o ministério, apesar de não poder já que seu pai trabalhava naquela área. Jesse tinha um grande respeito por Shaun Mark, já que o mesmo havia acolhido ele como um real filho.
Shaun Mark Pettersen é um sonserino que trabalha como Auror no MoM, Ministério da Magia, que, mesmo seus filhos estando na Noruega, onde também há um Ministério, decidiu ficar na Inglaterra garantindo aos seus filhos que os trariam de volta ao seu país em busca de seus direitos apesar de esta área não ser de seu departamento. Shaun, ou Sean, trabalhava na prisão de bruxos e bruxas das trevas com mal-uso da magia, quando finalmente conseguiu ingressar nesta área, o julgamento havia sido grande já que sua casa comunal e formação era Sonserina. Pai biológico de duas meninas e pai adotivo de um menino, Sean perdeu sua precocemente aos 38 anos tendo que conciliar sua vida entre o trabalho recém-concebido e dois filhos de apenas 02 anos junto de um recém-nascido na qual valeu a vida de sua mulher que morreu logo após o nascimento de sua filha mais nova.
– Ok, Jesse, você é um pouco revoltado com isso, mas passamos quase 10 anos longe da Inglaterra, nós estamos voltando para um lugar que nunca deveria ter sido tirado da gente. Se quer fazer uma revolução contra o Ministério da Magia, faca quando já estivermos em Hogwarts, eu estou cansado demais para ficar de um lado para o outro desse jeito.
A voz de Michael era bem-humorada e com isso faz Jesse rir fracamente, lhe atacando a almofada de volta ao se levantar se espreguiçando. Os olhos castanhos se fecharam assim como um suspiro baixo fora arrancado pelas costas estalando assim que se colocou de pé.
– Eu vou ver a Jose.
Anunciou para o melhor amigo enquanto, rapidamente, passava seus olhos pelo móvel que tanto sentiria saudades, negou com a cabeça olhando para Michael jogado em seu sofá de qualquer maneira lhe arrancando um riso baixo ao ter conhecimentos que Michael seria capaz de dormir em sua cama para não se separar daquele que mais confiava, afinal ele faria isso apenas se realmente gostasse de alguém. Clifford não era o tipo de rapaz que demonstrava sentimentos, ele os reprimia mesmo que severamente, demonstrando apenas para as pessoas que o fazia se sentir amado.
– Você vai é beijar, sem vergonha.
Com isso, um riso fraco escapou de Jesse assim que passou a caminhar pelo carpete em direção as escadas cobertas com o mesmo carpete que abafava a movimentação sobre o mesmo, deixando o som quase inaudível. Com isso, Jesse sentia seu coração acelerar apenas de pensar em como Jose poderia estar.
Josephine Frida Pettersen era a mais nova de sua família com apenas 15 anos, sua aparecia era quase idêntica a mãe, seu cabelo continha um loiro quase embranquecidos assim como um par de olhos esverdeados com um fino contorno preto em volta dos mesmos, seus lábios eram finos com uma coloração rosada que combinavam perfeitamente com o tom branco de sua pele. Além da aparência atraente e delicada de Jose, sua personalidade se distinguia do que pensavam daqueles que na Sonserina estavam, poderia se dizer que Josephine representava o que existia de bom, era gentil sempre procurando ajudar aqueles que precisavam e, diferente da irmã e do namorado, não acredita que todos precisavam ter o sangue tão puro quanto a maioria pensava que tinham de ter.
De maneira sorrateira, Jesse pode empurrar a porta branca com algumas rosas avermelhadas com ramificações verdes que tinham contorno perfeito na parte superior da madeira. Quando pode observar o quarto esbranquiçado, Jose estava ajoelhada aos pés da cômoda baixa onde guardava alguns de seus pertences dentro da caixa de papelão consideravelmente grande com as letras de suas iniciais contra a mesma identificando suas coisas. De certo modo, Jose parou de guardar seus troféus de líder de torcida, do campeonato de matemática e alguns porta-retratos com fotos suas com Taylor, Michael e Jesse para observar a figura da mulher que nunca havia tido a oportunidade de realmente ver. Com isso, Jesse teve que se revelar tentado evitar um momento sentimental de Jose que já estava cansado de ver.
– O que está fazendo?
Os braços cruzados acima do peito fizeram com que Jose virasse a fotografia, a escondendo entre as demais, rapidamente deixando que um sorriso largo bordasse seus lábios assim que observou a figura de Jesse em sua frente com uma feição leve, diferente do que costumava realmente já que sempre se estressava com algo pequeno com qualquer um, seu jeito explosivo acabava sendo, muitas vezes, cansativo.
– Estou arrumando minhas coisas, ainda não sei como vou me desapegar daqui, foram quase 5 anos nessa casa e agora vamos nos mudar.
Um rápido olhar entretecido passou pelos olhos verdes de Jose que logo se levantou pegando seu porta-retratos com seu pai para se levar afim de colocá-lo em outra caixa para levar a Hogwarts, local onde estaria propensa a habitar a partir de amanhã. Para chegar a caixa localizada na sua cama do lado oposto ao que estava teria que passar por Jesse que logo tratou de entrar em seu caminho, segurando o braço da menor logo a puxando delicadamente para perto de maneira que seu peito se curvasse para selar os lábios de ambos de maneira rápida.
– Eu preciso arrumar minhas coisas, Jesse...
Um sussurro pode ser ouvido da menina deixando sua voz fraca assim que suas narinas identificaram o perfume marcante de Jesse que apenas sorriu ao abrir seus olhos castanhos observando os olhos ainda fechados de Josephine tendo como par seus lábios rosados entreabertos.
– Ou, nós poderíamos fazer algo mais interessantes do que empacotar tudo.
Novamente foi escutado um sussurro, desta vez pela parte de Jesse que levou sua mão até a de Josephine onde segurava firme o porta-retratos colocando o mesmo novamente em cima da estante baixa que estava antes. As mãos grandes foram em direção a cintura da menina pequena que fora colocada em cima da mesma estante rosada enquanto o corpo do maior era colocado entre as pernas de Josephine que rapidamente contornou a cintura do rapaz que agora se curvada para distribuir rápidos beijos pelo pescoço de onde exalava o cheiro doce que era impregnado no corpo de Jose.
Os olhos esverdeados se fecharam rapidamente assim que pode sentir os beijos molhados do mais velho marcando sua pele, sua mão se aproximou da nuca do maior podendo sentir os fios negros de seu cabelo roçarem sua pele do modo que seus dedos sentisse a maciez presente no local que rapidamente fora puxado pelos dedos finos e pequenos. Não demorou muito para os lábios de ambos se unirem um beijo feroz ansiando um ambas as mãos de Jesse puxava a cintura de Jose em sua direção deixando que a costura de sua calça jeans tocasse sua breve ereção o suficiente para que a menina sentisse fazendo com que um baixo grunhido sentindo seu ventre se contorcer lentamente já que suas mãos passava pelo peitoral do parceiro subindo até seus ombros onde suas mãos puderam sentir o tecido fino da camisa preta que usava estendendo suas mãos para retirar a jaqueta jeans que usava tendo caminho ao chão.
– Jose! Jesse!
A pronuncia de Taylor fez o beijo voraz ser interrompido rapidamente, assim como o rosto de Jesse que se virou para observar, de canto de olhos, a porta onde Taylor já se encontrava pronta, Jose também olhou para porta assim que tirou Jesse de seu campo de visão quando deitou sua cabeça para o lado rapidamente franzindo sua testa ignorando o fato de sua boca e nariz estarem avermelhados devido ao beijo recente de Jesse.
– Vai dormir pronta?
Um sorriso rápido surgiu no rosto da mais nova logo deixando sua língua repousar entre seus dentes assim que sua cabeça foi encostada na parede de papel de parede cor de rosa que ia até a metade da parede com algumas mandaladas. Taylor apenas negou com a cabeça caminhando até os dois presentes no quarto deixando uma distância razoável, seus olhos caíram sobre a jaqueta jeans de Jesse contra o chão pensando que o irmão estivesse de alguma brincadeira com sua cara ao faze-la se produzir toda.
– Michael disse que iriamos para Inglaterra hoje à noite, se for uma brincadeira eu vou cortar esse volume na sua calça.
Um rosnado por se ouvir da loira mais velha que deixou seu indicador apontado contra a ereção de Jesse, que logo tratou de pegar sua jaqueta para cobri-la pressionando o local quando se aproximou para enxotar Taylor do quarto afim de continuar aquilo que havia começado com Jose que naquele momento mantinha seu cenho franzido processando o que sua irmã havia acabado de dizer sobre a viagem. Um suspiro lhe escapou quando se levantou da estante.
– Tire essa capa, vá apenas com o cachecol, não queremos os trouxas questionando nossas vestes no meio da madrugada como se fossemos Comensais da Morte.
Jesse deixou seu humor se destacar enquanto empurrava Taylor não muito contente pelo fato de ter sido expulsa do quarto de Jose que não disse nada enquanto Jesse caminhava até ela para novamente beija-la, ao invés disso recebem um obstáculo impedindo de continuar. A mão de Josephine estava contra seu peito não deixando que prosseguisse.
– O que quer fazer no mundo trouxa, Jesse? Nossas passagens para o Expresso são apenas para amanhã, por que quer ir hoje?
A sobrancelha loira, quase camuflada, de Jose se levantou como se soubesse que seu parceiro escondesse algo que iria fazer fazendo o mesmo gemer, sua cabeça se balançou negativamente ao se afastar até a estante onde pegou o porta-retratos de seu pai adotivo com sua namorada jogando o mesmo na caixa endereçada a Hogwarts na tentava de fugir do olhar penetrante de Jose e sua persuasão aguçada.
– Eu pensei em ir até uma boate nos divertir.
Sorriu quando pode se defender rapidamente novamente se aproximando da meia irmã que parecia ter acreditado em sua desculpa já que apenas seus braços estavam cruzados deixando que as mãos de Jesse voltassem a segurar sua cintura para depositar rápidos beijos por seu pescoço e bochecha.
– É apenas isso?
E novamente o afastou indo até sua mala aberta na cama onde retirou o cachecol da Sonserina passando por seu pescoço, aparentemente para Jesse ela havia aceitado a ideia apesar de não saber que a ida era para uma boate de maioria bruxo.
– Sim, Jose, vamos!
O mais velho pode revirar seus olhos estendendo a sua mão em direção a namorada que ignorou indo até o espelho onde observou sua camisa de manga branca tendo como conjunto sua calça jeans justa enquanto em seus pés ainda sim mantinham-se descalços apesar de cobertos por uma meia azul com pequenos cupcakes bordados por sua extensão. Seu olhar foi um pouco desdenhoso já que insistia dizer que o cachecol de sua casa não era muito agradável com suas roupas tradicionais. Com isso, suas mãos macias acariciaram o tecido de linho de sua camisa puxando as mangas da mesma para seguir reta por seus braços.
Enquanto isso, Jesse deixou um sorriso singelo em seu rosto por ora quando seus olhos observaram Jose examinando a si mesma na frente do espelho presente no quarto com algumas fotos sem moldura pregadas na lateral da madeira branca. Lentamente, aproveitado que a mais nova estava distraída, caminhou até a mala da menina retirando dali um sobretudo preto indo em direção ao espelho onde se coloca atrás da loira que leva seu olhar até o mesmo que rapidamente coloca o tecido pesado sobre os ombros pequenos e retos.
– Eu amo o modo como se veste mesmo que em seus pés estejam suas meias animadas.
Um riso é retirado da mais nova assim que escuta Jesse enquanto colocava seus braços dentro do sobretudo que tinha um acabamento melhor em seu corpo. As mãos de Jesse se aproximam do pescoço de Jose que sente sua pele se arrepiar levemente quanto seus dedos passaram a ajeitar o cachecol.
– Você ama minhas meias.
Dito isso, a menina se virou em direção ao mais velho que deixou um grande sorriso bordar seus lábios quando deixou um singelo selar contra os lábios bem rosados, os braços pequenos, agora aquecidos pelo sobretudo, tiveram caminho até os ombros largos de Jesse podendo então ser erguida para que suas pernas se prendessem na cintura não muito larga do rapaz que deu sua jaqueta para que Jose segurasse enquanto se retirava de seu quarto para finalmente sair da casa para seus novos destinos.
Enquanto Jesse pegava seu cachecol sonserino, Michael continuava jogado no sofá da casa esperando por seus amigos. Em sua mão estava sua varinha, era feita por teixo e pena de fênix, seu tamanho beirava em torno de 35 centímetros, que apesar do tamanho e a maneira simples de sua preparação era poderosa, Michael se sentia completo quando a tinha em suas mãos, sentia que poderia derrotar tudo aquilo que o atormentava apesar de não poder impedir seus pensamentos. Por alguns anos, o jovial sonserino pensou que poderia retirar todas as lembranças de seus pais de sua cabeça, mas após refletir sobre aquilo, não aceitou aquela atitude sobre si mesmo já que poderia tirar todas os momentos bons e as poucas lembranças do rosto de sua mãe de sua cabeça. Desejava saber onde ela estava, mas assim como uma bruxa poderosa, ela conseguiu esconder todos os seus rastos como se fosse algo simples e programável a se fazer. Michael se prendia nas noites de confissão que tinha com Jose, era a única a qual confessava seus pecados e seus tormentos apesar de Jesse ser seu melhor amigo, sentia que com a garota poderia se enraizar sem precisar se soltar ou precisar partir. Ele nunca a deixaria, foi uma de suas promessas noturnas feitas em seus momentos de embriaguez. Jose era doce, representava a pureza que lhe fora tirado fazendo isso ser transformado em uma balança de equilíbrio para sua mente. A essência de Jose era igual a de Jesse, talvez dois por cento mais alto, eles o controlavam.
Da varinha de Michael saia uma fina luz branca que o fazia rabiscar o nada em sua frente, não era um desenho simétrico ou como uma obra de arte, era apenas um rabisco encaixado no outro de modo pequeno como a linha de tempo de sua vida, completamente confusa e entrelaçada com as pessoas que moravam naquela casa que também fazia parte já que preferia ficar com a família Pettersen ao invés de ir para própria casa olhando para sua avó que lembrava seu pai em todos os aspectos.
– Mikey!
A pronuncia feita não poderia ser de ninguém menos que Josephine, a pequena menina estava presa pelos braços tatuados de Jesse que não demorou para soltar a mesma que rapidamente correu ao melhor amigo jogado em seu sofá recém arrumado. Não se importou quando seu rosto tocou o gélido do desenho de Michael que chegou a ser insignificante o desaparecer das linhas brancas já que não passavam de um passa tempo. Sua varinha agora se encontrava contra a lombar de Jose, abraçando a mesma com força como se fosse a primeira vez na semana que haviam se visto. Sua mão livre subiu pelas costas da mesma indo até os fios embranquecidos para afaga-los enquanto estavam presos um ao outro. O rosto de Jose se encaixava perfeitamente contra a curva do ombro do menino embaixo de seu corpo, seu nariz com a ponta avermelhada e gélido estava inalando o cheiro amadeirado misturado com o cheiro de cigarro que chegava a ser normal já que era costume o mesmo cheiro estar nas roupas de Jesse toda vez que pegava para serem lavadas.
– Você está mais pequena desde a última vez que nos encontramos, Frida.
Brincou o maior fazendo com que recebesse um tapa quase indolor da menina que se levantou, ou melhor, Jose havia rolado no corpo de Michael deixando que seu corpo caísse no chão do modo que suas mãos ficassem atrás de suas costas para que não as encostassem no chão, suas nádegas contra o chão gélido não incomodaram já que foram rapidamente retirados do local com a ajuda de Michael que a puxou quando estava em pé. Jesse já não se fazia mais presente na sala, mas sua presença foi substituída por Taylor sorridente entrando na sala para dar uma rápida volta mostrando a roupa que vestia.
Os olhos azuis se destacam pelo rímel e batom avermelhado, em seu pescoço estava enrolado o típico cachecol com listras grossas intercaladas entre branco e verde esmeralda, ambos os lados onde se acabam havia o brasão da cobra representando a Sonserina, a casa tão temida no mundo bruxo. Seu corpo tinha acabamento perfeito em uma calça jeans azul clara, uma camisa xadrez, provavelmente pertencente a Jesse, sendo coberta por uma jaqueta de coro.
– Você está linda, Tay.
A pronuncia de Michael fora dita no mesmo instante que Jesse adentrou no local lançando um olhar desconfiável para o melhor amigo abraçado com sua namorada, que o cutucava em provocação já que era a única ciente dos sentimentos presentes naquela sala, claramente mantida em segredo, pois não havia muito sucesso acreditar que Taylor amasse alguém mais do que amava a si mesma.
– Ok, vamos para uma loja próxima a boate, mentalizem A Loja de Penhores Geyley.
Jesse ia dizendo enquanto abria um pequeno saquinho bruxo que concentrava um pó verde, que rapidamente começou a ser distribuído nas mãos dos três restantes daquela sala. Michael torceu seu nariz assim que recebeu o pó grosso em suas mãos, enquanto Taylor apenas empurrava Jose para ir primeiro já que seria sua primeira experiência com o tele transporte. Como esperado, a mais nova caminhava com as pernas bambas até a lareira apagada, não tendo muita dificuldade em entrar na mesma. Seu coração batia acelerado em seu peito sentindo seu coração acelerado apesar de conceber o toque leve de Jesse em sua mão livre. Mais uma vez seus lábios receberam o selar demorado do mesmo que sussurrou antes de se afastar:
– Você vai conseguir, só precisa dizer o nome corretamente e em voz alta, você é minha bruxinha.
Um rápido beijo fora depositado no nariz da mesma antes do bruxo mais experiente se afastar, sentindo um pequeno orgulho de saber que Jose estava se saindo bem como uma bruxa, mesmo que não tendo muita experiência com coisas magicas Jose conseguia se destacar mais que Taylor e Jesse, que não se importavam muito. Rapidamente, Jose fez sua pronuncia em voz alta jogando em seus pés o pó que fora distribuído podendo sentir-se englobado por uma chama verde que fez seu corpo adormecer por alguns minutos antes de lança-la delicadamente contra o chão sentindo um irritável cheiro de mofo quando se viu em um ambiente escuro que era iluminado minimamente com a fraca luz do lampião sobre a mesa. Seu cenho fora franzido quando se aproximou do mesmo colocando seu indicador como se realmente quisesse tocar a chama mesmo que estivesse coberta pelo vidro protetor. Tudo naquela loja de penhores parecia estranho já que todos os objetos eram trouxas, não tendo muita finalidade para Jose já que sabia nunca se retirar de suas raízes bruxas. Não demorou muito para receber um abraço apertado podendo enfim reconhecer o cheiro de Taylor sem muito se assustar com o ato.
– Você ficou tão linda sendo engolida pela chama verdinha, você conseguiu!
Comemorou a mais velha desabraçando a irmã para depositar um rápido beijo em sua bochecha, quando Jose passou os olhos pelo local novamente a figura de Michael apareceu um pouco desastrosa, seu corpo havia sido atirado bruscamente contra o chão fazendo um palavrão sair de sua boca.
– Eu odeio pó de flu.
Apesar da aterrissagem não muito bem-vinda, Michael comemorou erguendo seus braços para Jose que riu pelas bochechas lívidas estarem sujas de pó, mas que também tiveram companhia das mãos de Jesse que aterrissou no local de modo também desastrosa ficando contra o chão por alguns minutos antes de se levantar para ir até Jose que fora abraçada após as mãos limpas do namorado orgulhoso por tudo ter sido bem-sucedido.
– E então, vamos nos divertir?
Taylor questionou puxando Michael para ir com ela na frente, deixando Jesse e Jose atrás dos mesmos, a porta da loja de penhores fora aberta deixando que os quatro corpos fossem englobados pelo frio local que fez Taylor gemer descontente com aquilo que fez ela esconder as mãos na jaqueta, mas a lateral de seu corpo fora aquecida por Michael que passou seu braço contra os ombros da menina, passando a andar abraçado com a mesmo.
Os quatro pareciam andar em câmera lenta até a boate que já poderia ser avistada, Jose estava brincando com Jesse que ria com Michael sobre as caixinhas estranhas de correio dos trouxas, sem contar Taylor gargalhando quando Jose comentava sobre a rua tão vazia quando a mente da irmã. Eram felizes de um jeito bom apesar dos olhos maldosos sobre quem na Sonserina habitavam, não havia diferença para eles serem felizes do modo que eram, era engraçado tudo que faziam junto assim como as histórias noturnas que poderiam contar. Enquanto eles eram felizes entre eles, eram também temidos por aqueles que estavam na porta da boate conversando, seria o primeiro contato dos bruxos malignos com os considerados bons.
Luke sentiu um intenso frio contra seu corpo quando observou a rua pouco movimentada, seus olhos pairam contra um grupo de quatro pessoas que se aproximavam com certa objetividade. Seus olhos se fixaram contra o rapaz de frio loiros que tinha como companhia uma loira com a cara agora fechada fazendo o grifinório ter certeza de que existia uma sombra de um sorriso no rosto da mesma. Não demorou muito para entender o frio repentino que havia sentido, o australiano tinha certeza que não era o clima, estava tão acostumado com o frio da Inglaterra que estranhava mesmo o calor. Seus olhos apresentavam agora uma certa repulsão com o brasão bordado no cachecol que era enrolado no pescoço de cada um. O frio era o medo e a maldade que eles traziam com si.
– O que eles estão fazendo aqui? Eu achei que meu pesadelo começaria amanhã!
A namorada de Luke se escondeu atrás do mesmo olhando por cima do ombro dos mesmo os sonserinos se aproximando cada vez mais de onde estavam, podia sentir seu estomago embrulhado apenas de olhar nos olhos azuis reluzentes da loira a frente, a sobrancelha levemente franzida junto com a cara fechada não ajudavam em uma boa primeira impressão. Kian não se pronunciou diante aquilo, sua boca havia sido aberta um pouco surpresa pela audácia dos adiantados que não pareciam se importar com a presença dos outros, o ego de cada um não caberia em uma boate só. Ashton por sua vez sentiu seu coração ser preenchido não por frio, mas sim por algo quente que parecia correr por seu corpo até sua cabeça que começou a doer de modo suportável assim que os olhos verdes de uma garota se focaram nos dele, seu cabelo esbranquiçado era jogado para trás e seus olhos não se desgrudaram do menino levemente embriagado que apenas observou a movimentação de sua mão até a do moreno que ascendia um cigarro preso entre seus lábios.
De uma coisa todos tinha certeza, o fim dos tempos estava começando a voltar e junto deles uma casa,
Sonserina estava de volta ao mundo bruxo, eles voltaram para casa.
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