Depois de um fim de semana de angústias e tensões dentro de si, quando a segunda-feira finalmente chegou, Dipper se surpreendeu duas vezes no período da manhã.
A primeira surpresa era a de que, assim que pôs um pé no território escolar, ele não foi acertado por nada na cabeça e ninguém parecia estar o caçando na espreita pelos corredores.
A segunda foi quando ele abriu o armário para retirar de lá o material necessário para suas aulas e encontrou uma carta.
Apesar de seu rosto inteiro ter se iluminado e seu coração ter dado um salto de desespero até sua garganta, ele estava terrivelmente dividido entre quebrar o ritual e abri-la logo pela manhã ou deixar para mais tarde na saída, como já estava acostumado a fazer.
A hesitação durou apenas uma fração de segundos, pois logo o Pines estava rasgando o envelope e desdobrando aquela folha, encontrando a carta mais longa que já recebeu naquele mês, se comparada com as outras.
“Querido Pinetree,
Estou ficando louco ou você surtou quando viu que as cartas daquela semana andavam parando em mãos erradas esse tempo todo?
Foi um milagre você não ter reparado em minha presença, mas logo quando eu ia te ajudar a sair daquela conversa divertida com seu amigo perturbador, você já havia dado um jeito.
Não pense que eu estava te seguindo naquele momento, pois já tinha planejado há algum tempo mandar aquela alma sem luz de volta para o Inpherno, mas agradeço por ter sido mais rápido.
Sabe, você é encantadoramente violento quando está bravo, seu All Star abriu uma bela fratura na mandíbula dele, mas não se preocupe, ele já está no hospital, os pais dele vão o mudar de colégio e os amigos decidiram manter segredo quanto a quem fez aquilo. Sabemos que o motivo é óbvio, não?
De qualquer forma, saiba que estou ficando ansioso, espero que me encontre logo! <3”
Dipper leu e releu mais algumas vezes todas aquelas palavras, tendo múltiplas reações para todos os parágrafos, porém, mesmo tendo muitas opiniões e observações sobre aquele assunto, a única coisa que ganhou uma completa atenção de sua mente foi aquela palavra: Inpherno.
Com “ph”.
Aquilo era um tanto quanto arcaico e, aparentemente, seu remetente pouco se importava com a mudança na nova forma de escrita — se é que em algum momento da história da humanidade "inferno" já foi escrito com "ph".
Portanto, fica a dúvida: quem naquele mundo ainda escrevia fazendo o uso de PH?
Apesar de confuso, Dipper guardou a carta nos bolsos e pegou seus livros para começar o dia com uma aula de História.
Se seu remetente, realmente, era de sua turma e tinha essa forma peculiar de escrita, alguma coisa o dizia que ele estava prestes a descobrir quem roubou seus pensamentos por todos aqueles dias.
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