A noite, resolvi ficar em casa. Tava cansada, o Diego até tentou ficar, mas coloquei ele pra correr, precisava ficar sozinha. Peguei uma cartolina e meu estojo e comecei a desenhar uma estrutura, coloquei a play list do Luan pra tocar e fiquei imaginando como poderia ser o show.
- Preciso de outra musica - coloquei David Guetta - musica sempre me ajuda.
Comecei a fazer um rascunho de palco, entrei no YouTube, comecei a ver videos de músicos internacionais, principalmente do David Guetta. Mas não vinha nada.
- Vou dormir, não vai sair nada dessa cabeça hoje.
Tomei banho, escovei os dentes, vesti meu pijama de dormir sozinha. Toda mulher tem ele, deitei na cama e liguei a tv. Tava passando o filme meu malvado favorito. Tava quase dormindo, quando ouvi uma musica que me fez pular da cama.
- É isso!!! - peguei o celular e digitei: "Festivais de musica eletrônica! O que acha? É diferente e acho que vai gostar!". Apertei enter e enviei pro Luan, depois deitei. Agora sim rs, fechei os meus olhos e dormi tranquilamente.
Quando acordei, tinha varias mensagens dele, a ultima dizia: "Te espero no e-book, as 8:30 pra tomarmos café juntos, ai conversamos sobre o projeto".
Abri a mensagem e respondi: "Combinado! Achei que só acordasse as três da tarde, e depois resolvia seus assuntos". Apertei enter e desliguei a tela do celular. Olhei pro relógio, seis e quinze da manhã, vou dormir só mais um pouquinho... Pura ilusão, logo a paçoca pulou em cima da cama lambendo meu rosto, já sei que ela ta com fome.
- Sai paçoca - falei empurrando ela.
- Au au au au - ela latiu e mordeu minha mão de leve.
- Ai que saco! Cachorra chata.
Ela entrou embaixo das cobertas e ficou quietinha. Alguns minutos depois, ela começou a puxar meu lençol, até que derrubou no chão.
- Eu vou arrumar um cachorro bem feio pra namorar com você, só assim me deixa em paz - falei me levantando da cama. Sai zangada e enchi a vasilha dela até a borda. Ela correu e foi comer. Não ia conseguir mais dormir, peguei a toalha e fui tomar banho.
Vesti uma saia com pregas no meio da coxa, uma camiseta branca e uma camisete feminina com transparência por cima. Calcei uma sapatilha e fiz um make no estilo, to de maquiagem mas ninguém percebe, só pra não sair com a cara amassada. Quando tava saindo, dei de cara com a Tata.
- Ta indo pra onde essa hora? Hoje não tem reunião.
- Tenho sim Tata - peguei o celular e mostrei pra ela a mensagem.
- No e-book? Não é aquele café que também é biblioteca?
- É Tata. Em falar nisso, podia ir comigo.
- Ah não, tenho muita coisa pra fazer - ela falou entrando.
- Volta aqui - peguei ela pelo braço. - coloca as patas ai e vamos.
- Aff - ela bufou e fez o que eu mandei.
Descemos, peguei o carro e fomos, no caminho ela começou a perturbar meu juízo.
- Saia de prega, sapatilha, blusa transparente.
- O que é que tem a minha roupa?
- Sei lá, ta menina romântica com quero te seduzir RÁ - Ela gritou e eu me assustei - O batom clarinho, maquiagem fraca, mas bonita e o cabelão solto.
- O Tata, cê quer voltar pra casa?
- Volto com todo prazer, mas só se ao invés de ir pro café você ir pro motel com aquele Delícia!
- Desisti de você.
- Não vive ai dizendo que não se apaixona, que homem nenhuma te amarra? Pega ele, e me conta, quero saber se aquele volume todo é o que eu to pensando - ela falou e eu parei o carro bruscamente.
- Desce do carro - falei.
- Oxi, desço nada.
- Desce agora nordestina malacabada.
- Pode me chamar de nordestino, sou mesmo com muito orgulho...
- Carrego a honra de ser do Pernambuco, eu já sei a sua ladainha.
- Oxi, preconceito é crime.
- Não tenho preconceito contra os nordestino, tenho contra você!
- Ficou nervosa? Kkkk. Sinal de que o bofe ta mexendo contigo.
- Eu não vou discutir com você.
- Anda logo que a gente já ta atrasada, o gatoso já deve ta te esperando.
- Ele que espere - falei desdenhando.
- Quem vê assim até pensa que não ta interessada.
- Chegamos - falei estacionando o carro.
Descemos e entramos no café. De longe ele acenou com a mão e fomos pra mesa em que ele estava.
- Bom dia - ele falou me dando dois beijos no rosto.
- Bom dia - Tata falou.
- Bom dia - ele respondeu e sorriu. É! Olhando de mais perto ele até pode dar um caldinho.
- Entendeu o que quis dizer? Tipo dos festivais de musica eletrônica? - perguntei me sentando.
- Entendi sim. Façam os pedidos – ele falou e pedimos.
- Então, eu tava pensando... - ia falando quando ele me interrompeu.
- Come primeiro - ele falou enquanto o rapaz nos servia - ai a gente conversa tranquilamente.
- Não posso, tenho pilhas de coisas pra fazer - falei.
- Mentira... - Tata baixinho e eu dei uma cotovelada nela.
- Tudo bem. Eu entendi sim, bom eu acho. Quer que façamos um show cheio de tecnologia, algo surpreendente.
- Isso! Algo que não tenha muito no meio sertanejo. Podemos colocar coisas meio que circense, com luzes, podia ser em um lugar amplo.
- É uma boa ideia, eu gostei.
- Mas só que teria que ir nos Estados Unidos comprar a maioria dos equipamentos, luzes, fogos. Porque tem que escolher ao seu gosto.
- Por aqui não tem ne? - ele perguntou.
- Não, nisso o Brasil é fraco.
- Mas isso não é agora! Ou é?
- Não, mas se fizermos assim, já dá pra começar a pesquisar os preços, onde tem os melhores equipamento. Apesar de que quando chegar lá vai ser necessário uma pesquisa de mercado.
- Bom, eu não entendo muito disso! Tipo, o que deve comprar e tals - ele falou.
- Tem problema não, a Lena vai com você - Tata falou e eu fuzilei ela com os olhos. Essa bocuda, eu juro que ainda mato a Tata!!!
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