Alexia Lewis POV
Acordei com gritos de crianças, levantei assustada e fui até a janela do quarto, me aliviei ao ver que era apenas crianças brincando.
Prendi meu cabelo num rabo de cavalo firme e fui até o banheiro, lavando o rosto para "acordar".
Desci e fui até a cozinha, sendo guiada pelas vozes masculinas.
Nate e Sammy já estavam ali, pareciam conversar de algo sério.
— Ahm Ahm.. — forcei minha garganta e os dois me olharam, parando de falar no mesmo instante.
— Olá, Alexia. — Nate disse, me aproximei do balcão onde eles estavam encostados, havia uma arma ali. Levei minha mão até a mesma, mas Sammy a puxou de mim.
— Qual é? Eu preciso de uma arma também. — cruzei os braços — Ou acham que vou esperar vocês me defenderem?
Os dois se olharam, avistei a arma de Nate e olhei as balas em cima do balcão. Ótimo, a arma do loiro estava descarregada.
Me incline no balcão de braços cruzados, o que fazia meus seios ficarem mais a mostra. Então Nate dirigiu seu olhar aos mesmos. Sorri de canto e puxei sua arma na cintura rapidamente.
Sammy apontou a sua arma para mim, fiz o mesmo com a arma de Nate, apontando para ele.
— Homens. — ri debochada e encarei Sammy. — Vai atirar em mim? O que está esperando? — vi Nate se mexer e mirei a arma para ele. Sammy colocou o dedo no gatilho e eu fiz cara de tédio.
Coloquei o dedo no gatilho da arma que eu segurava e mexi a cabeça, estralando o pescoço.
— Atire, Sammy. — apertei mais um pouco o dedo, mas sem pressão para que disparasse. Observei o movimento de Sammy, ele iria atirar. Nate riu fraco observando, parecia já ter entendido. Então quando o platinado apertou o gatilho, apenas fez barulho, mas nenhuma bala saiu.
Ele olhou a arma sem entender e eu comecei a rir, depois olhou o balcão e percebeu. Sammy me encarou sério e travou o maxilar.
Nate riu do amigo e recebeu um olhar de desaprovação.
— O que está rolando? — ouvi a voz de Gilinsky atrás de mim e me virei, o mesml olhou a arma em minha mão e arregalou os olhos. — Opa, opa.. Solta isso, Alexia. — ri e lhe entreguei a arma, já travada.
— Apenas estava mostrando à seus amigos que nem toda garota é indefesa. — sorri maliciosa de canto e ajeitei minha blusa.
Andei até o armário e o abri encontrando apenas teias de aranha.
— Já virou clichê abrir armários e não encontrar nada, mas esperei que vocês tivessem algo. — me virei os olhando.
— Na verdade nós temos, mas não fica nesse armário. — Gilinsky falou e eu o olhei.
— Seria bom se me levasse lá, porque estou com fome.
— Essa garota já está folgada demais. — ouvi o murmúrio de Sammy e ignorei.
— Eu te levo lá, tenho que pegar algumas coisas mesmo. — Gilinsky colocou sua arma na cintura.
Olhei os garotos e então percebi a falta de Johnson.
— Aonde está o Johnson? — perguntei e Nate se mexeu desconfortável.
— Ele tem suas obrigações. — Gilinsky disss dando de ombros. — Vamos. Nate, Sammy, já sabem, temos que nos preparar.
— Precisamos recarregar as armas e falar com Johnson. — Sammy se pronunciou e JG assentiu.
— Falamos com ele pelo rádio, ele vai nos chamar quando escurecer, temos que aproveitar a ronda de vocês hoje. — Gilinsky disse e dessa vez os garotos assentiram.
Fui para a porta esperar Jack vir, e logo o mesmo me acompanhou saindo da casa.
— Você vai vir conosco. — Gilinsky falou após alguns minutos andando.
— Para fugir? — arqueei a sombracelha e ele me olhou.
— Fala baixo. — reprendeu. — Sim, para fugir. Depois eu te explico.
Entramos num lugar que parecia ser uma garagem com várias pratileiras com comidas enlatas.
Jack abriu sua mochila, que eu só tinha reparado agora, e colocou algumas latas lá dentro.
— Eles não vão dar falta? — perguntei o seguindo.
— Se der, não vai ser mais problema nosso. — sorriu e eu ri fraco. — Fica aqui, eu vou buscar alguns carregamentos para as armas.
Assenti e segui Gilinsky com o olhar até ele entrar em uma salinha, mas senti um toque em meu braço e me assustei.
— Ora, ora.. Que supresa de rever. — me virei, senti calafrios ao ouvir aquela voz, foi o cara que me abusou pela primeira vez.
— Não toca em mim! — me afastei e ele se aproxímou.
— Tão marrenta. — colocou minha franja para trás da orelha, bati em sua mão e ele segurou meus pulsos.
— Me solta! — o babaca começou a beijar meu pescoço, respirei fundo e então chutei sua barriga, ele se afastou por alguns segundos e logo me prensou na parede, sem escapatória.
— Solta ela! — ouvi a voz grossa de Jack, ele soltou a mochila e partiu para cima do cara, eu comecei a chorar pensando que poderia ter acontecido aquilo novamente.
Gilinsky socava o homem com raiva, e o nariz do cara já sangrava, ele iria mata-lo, era isso que eu queria.
Mas o cara conseguiu se virar e socar Gilinsky, ficando por cima dele.
— Para! Para! — fui até a mochila que tinha algumas armas e peguei uma, mirando no cara com as mãos trêmulas, o que dificultava.
Toby, minha fámilia, Kendall e Millie. Minhas âncoras.
Mirei e atirei na cabeça, Gilinsky soltou o cara assustado e se levantou me olhando.
Seu rosto estava cheio de sangue, sua camisa também. Soltei a arma e comecei a chorar.
Jack correu até mim e me abraçou, tentando me acalmar.
— Está tudo bem, tudo bem. — acareciou meu cabelo e eu apertei sua camisa.
— Obrigada, Jack. — retribui o abraço e ele logo me soltou delicadamente. Seu rosto estava levemente ferido, com alguns arranhões, mas nada grave.
— Vamos sair pelos fundos. Vem. — pegou a mochila e me puxou pela mão até as portas do fundo, saímos dali, vendo um gramado com algumas placas de madeira.
— O que são essas placas? — perguntei segurando sua mão.
— Covas. — olhou as placas e suspirou.
— Pessoas importantes, certo? — perguntei e ele assentiu.
— Nem todas.. Mas a única que eu convivi aqui era ela.— segui seu olhar e vi uma plaquinha escrita "Madison Beer".
— Quem era? — o olhei e ele suspirou.
— Minha namorada. — me mexi desconfortável e percebi que nossas mãos ainda estavam juntas, soltei de sua mão e voltamos a andar.
Eu queria perguntar como a namorada dele havia morrido, mas preferi ficar calada, talvez perguntasse em outro momento.
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