handporn.net
História Cativo - Baekhyun está em perigo - História escrita por luhangerie - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Cativo >
  3. Baekhyun está em perigo

História Cativo - Baekhyun está em perigo


Escrita por: luhangerie

Notas do Autor


Desculpem não ter postado essa semana, o capítulo não está betado <3

Capítulo 4 - Baekhyun está em perigo


Chanyeol acordou com o barulho incessante do telefone da sala. O aparelho estava longe de si, mas perto o bastante para fazê-lo acordar com um pequeno mau humor. Encarou a porta que dava para a varanda do apartamento e pôde perceber, mesmo com as cortinas na frente, que já estava claro o bastante para ser, pelo menos, umas sete da manhã. Era cedo demais para sequer pensar em se levantar, mas o barulho era tão alto que ou teria que fazer alguma coisa para pará-lo ou teria dor de cabeça mais tarde.

Olhou para seu corpo estirado no sofá, os pés para fora do móvel já que era grande demais, e percebeu que haviam manchas de suor pela sua camiseta, claramente vindas dos incessantes pesadelos que tivera durante a noite. Seu cabelo provavelmente estava muito mais bagunçado do que deveria e até mesmo poderia ter falado durante a noite. Ainda se lembrava claramente de seu pesadelo e do quanto as lembranças daqueles dias terríveis ainda pareciam tão vívidas em sua mente.

Chanyeol resmungou ao perceber que o telefone ainda tocava irritantemente e, não querendo atender apenas para ouvir alguém perguntando sobre Baekhyun – já que ele era o dono da casa -, o maior resolveu seguir até o quarto do baixinho e acordá-lo, mesmo que aquela não fosse a melhor solução. Chanyeol poderia muito bem apertar no botão “desligar” sem nem ao menos tirar o telefone do gancho e lembrar que Baekhyun tinha uma ligação para retornar, depois, porém o medo de ser algo importante no trabalho de Baekhyun, por exemplo, e acabar prejudicando-o o levou a levantar-se do sofá preguiçosamente, as costas doendo um pouco, e começar a caminhar em direção ao quarto.

Ao chegar lá, o baixinho ainda dormia profundamente em sua cama. Encolhido no meio do lençol e cobertor, Chanyeol chegou perto do corpo menor que o seu e o balançou levemente. Baekhyun resmungou algumas vezes, não querendo acordar, mas logo teve que abrir os olhos pelas chacoalhadas insistentes de Chanyeol. Encarou o grandão de cabelo bagunçado ao seu lado, de pé ao lado de sua cama, tentando manter os olhos abertos.

O que foi, Chanyeol? – perguntou, sonolento Aconteceu alguma coisa?

Não, é só que... – coçou a nuca. Olhando para Baekhyun daquele jeito, sonolento e claramente querendo dormir mais, Chanyeol percebeu que talvez não tenha sido uma boa ideia. O telefone está tocando.

A sorte era que Baekhyun era alguém extremamente calmo e compreensível. O baixinho riu rapidamente de sua fala, com a voz grossa do jeito que Chanyeol se lembrava, e tirou as cobertas de cima do corpo, logo se levantando. O grandalhão percebeu que o corpo do amigo não tinha mudado muito desde a época da faculdade. Baekhyun apenas emagreceu um pouquinho e, apesar disso, as coxas e bunda muito bem formadas, ainda estavam lá.

Chanyeol se lembrava muito bem daqueles dois pedaços de carne. O homem tinha muitas lembranças do quanto ficava confuso sobre gostar tanto de olhar para elas e querer apalpá-las a todo momento na época em que era adolescente. Chanyeol costumava travar uma batalha mental naquela época, e o único culpado era Baekhyun e suas coxas e bunda que atraiam muito os olhos grandes de Chanyeol, e, apesar de ter sido algo muito estranho, o mais novo dizia ser elas o motivo para ter uma pequena tara por esse tipo de parte, seja em mulheres ou homens. Chanyeol não se definia em nada já que não achava necessário tal coisa, mas parecia mais do que claro que Baekhyun era o motivo para ter percebido também sentir atração por caras.

O baixinho andou até a sala e Chanyeol o seguiu, indo até o sofá, pronto para voltar a dormir quando Baekhyun parasse de falar ao telefone. O menor parecia animado enquanto falava com a pessoa do outro lado da linha, mas Chanyeol nem ao menos tentava ouvir. O grandão encarava o teto da sala, enquanto tinha os braços atrás da cabeça, os pés remexendo sobre o braço do sofá e uma música qualquer tocando em sua cabeça. Estava alheio à conversa de Baekhyun, achando que era algo pessoa dele sobre o trabalho ou algo que o amigo poderia ter dito. Alguns minutos depois, o mais velho parou de falar e, depois de alguns segundos de silêncio, Baekhyun apareceu com a cabeça perto da de Chanyeol, sorrindo largo e parecendo mais animado ainda.

Grandão, você não vai acreditar! – Baekhyun comentou, nem parecendo notar na forma como tinha chamado Chanyeol. O mencionado sorriu de canto, um pouco contagiado pelo sorriso do baixinho, e sentou-se no sofá, pronto para ouvir o motivo de toda aquela animação. A sua mãe acabou de me ligar e disse que estava conversando com seu pai durante esses dias e que, depois de muita conversa e um acordo, você já poderia voltar para casa!

Os olhos de Chanyeol aumentaram de tamanho e uma onda de felicidade atingiu o coração do grandão ao ouvir tais palavras. Era como se estivesse sonhando, não poderia acreditar no que ouvia. Ele realmente poderia voltar para casa e para seus pais depois de dez anos? Chanyeol sorriu largo do sofá, enquanto Baekhyun comemorava, em pé, de frente para maior.

Quando eu posso voltar?

Sua mãe disse que amanhã você já pode ir, já que hoje eles vão arrumar o seu quarto que, de acordo com ela, ainda está intacto. – sorriu largo, mas logo depois ficou sério. Baekhyun apontou dedo para o grandão Chanyeol.

O quê?

Nós temos que comemorar. – o maior dos dois riu Eu vou sair pra comprar algumas garrafas de vinho e champanhe. Você vai pedindo a comida, qualquer uma tá bom. – comentou, apressado.

Baekhyun já estava pegando suas chaves, a carteira e andando até a porta para colocar o tênis quando Chanyeol o parou.

Vinho e champanhe? Pedir comida? – comentou, confuso  Baekhyun, ainda é de manhã.

O baixinho encarou Chanyeol da porta, sorriu brincalhão enquanto terminava de colocar o sapato, e disse:

Chanyeol, já são mais de meio-dia.

Depois de comerem e Chanyeol arrumar suas poucas coisas, os dois esperavam o interfone tocar, aguardando pela chegada da mãe de Chanyeol, que estava vindo buscar o filho. Os dois estavam sentados no sofá, sem dizer nada, ansiosos demais pelo barulho do interfone. Baekhyun não parava de mexer nas unhas, e Chanyeol não estava diferente balançando os pés a cada segundo, enquanto encarava do relógio até o que conseguia ver da cozinha, esperando que o interfone tocasse a qualquer momento.

Quando o que ambos esperavam finalmente aconteceu, os dois amigos levantaram-se em um pulo do sofá. Chanyeol pegou sua pequena mala num canto da sala, enquanto Baekhyun corria para pegar suas chaves. Desceram correndo as escadas até chegar à portaria e, quando Baekhyun já estava prestes a falar com o porteiro para manda-lo abrir o portão, o baixinho foi surpreendido por Minseok.

Baekhyun, o que faz aqui? Vai sair? – o amigo baixinho, perguntou surpreso por o amigo apressado ali na portaria E quem é esse cara?

Baekhyun mordeu os lábios e fechou os olhos rapidamente. Minseok tinha que aparecer bem naquele momento? O segundo mais velho dos três encarou Chanyeol, que o observava sério e confuso, provavelmente se perguntando o porquê da sua reação. Baekhyun virou-se para Minseok, que estava atrás de si, e sorriu amarelo.

Min, o que está fazendo aqui? Não me disse que vinha.

Eu enviei uma mensagem no seu celular antes de eu sair de casa. – Baekhyun suspirou. Não viu aquela maldita mensagem porque estava com Chanyeol — Quem é ele?

Minseok não parecia estar muito feliz em ver Chanyeol ali. Seu amigo gostava de saber de tudo que se passava em sua vida e odiava ser o último a saber de algo, o que ele parecia entender que era exatamente o que acontecia ali. O jeito de Chanyeol poderia denunciar algo não muito bom para os olhos de muitos, principalmente para Minseok que já parecia estar com raiva da situação.

Min, esse é o Chanyeol. – apontou para o maior que observava tudo calado Ele é um velho amigo.

Viu seu amigo franzir o cenho, julgando suas palavras. Seu maxilar enrijeceu e percebeu o corpo pequeno do amigo ficar duro.

Aquele Chanyeol?

É. – a voz tremeu

Já tinha contado para ele, em algum momento de sua vida, quem era Park Chanyeol e o impacto que o mesmo teve durante a sua infância. Minseok não gostava nenhum pouco de Park Chanyeol pelo o que ele tinha feito e qual escolhe tinha decidido tomar, mesmo que esta estivesse sendo a primeira vez que o via pessoalmente.

Quando seu amigo ficou quieto, Baekhyun soube que ele estava sim com raiva e que assim que subissem, conversariam sério. O baixinho se voltou para Chanyeol, sorriu de canto, meio envergonhado pela cena que tinha feito o amigo presenciar, e o guiou até o portão. Deu um sinal para o porteiro, abriu o portão para Chanyeol e, antes que pudesse dizer alguma coisa, escutou o amigo dizer:

Pelo jeito não disse coisas muitos boas sobre mim, não é? – murmurou sério Tenha um bom dia.

E então fechou o portão, Baekhyun nem ao menos conseguindo ver a senhora Park como queria e nem se despedir direito do velho amigo. De qualquer forma, o menor poderia resolver aquilo depois. Agora tinha um assunto para tratar com um raivoso Minseok, que pelo visto já tinha subido até seu apartamento.

Suspirou pela décima vez desde que desceram, encarou o porteiro que o observava quieto, e subiu, tentando se preparar para a bronca que receberia.

Depois de um tempo considerável em silêncio, com Minseok andando pela sala de estar parecendo completamente puto da vida, Baekhyun finalmente decidiu que deveria ser o primeiro a falar alguma coisa. Julgando pelo estado do amigo, ele passaria um bom tempo ali tentando dissipar sua raiva dando voltas no apartamento, para então começarem a conversar. O problema era que Baekhyun odiava aquele clima misterioso e não aguentaria aquilo por muito tempo.

Minseok, eu-

Não fala nada. – murmurou, o maxilar ainda duro e o cenho franzido. Minseok estava com raiva Eu tô pensando.

Mas Min, se você continuar pensando nós-

Me deixa pensar, Baekhyun! – andou mais um pouco, minutos depois bufando alto. – Eu tenho dois motivos muito bons para estar puto para caralho você neste momento, mas eu não quero começar a gritar antes de confirmar alguma coisa. – respirou fundo Baekhyun, por que eu só soube agora que Park Chanyeol, o cara que entrou para uma máfia na adolescência, matou um homem e foi preso, estava fazendo na sua casa, presumo eu, durante alguns dias?

— A mãe dele me pediu este favor.

— E por que aceitou, porra?! Ela te prometeu um milhão de dólares por acaso?

— Porque... O Chanyeol não tinha onde ficar. – sussurrou mais para si mesmo — Eu quis ajudar.

— E por acaso se esqueceu de toda a merda que ele fez? – gritou — Baekhyun, ele matou um homem! Pelo amor de Deus, o que não te fez se perguntar se ele poderia tentar algo ruim com você? - Baekhyun respirou fundo. Precisava se acalmar também e explicar da melhor maneira possível do porquê de Park Chanyeol que matou alguém ter passado algum tempo em seu apartamento, sem Minseok saber.

Minseok, eu não me esqueci de tudo o que ele fez. – começou, firme. Viu o amigo cruzar os braços, sinalizando que prestava atenção, mesma que a expressão fosse raivosa – Mas eu sentia que ele estava em uma situação difícil e de repente tudo o que passamos na infância me veio à cabeça, e então resolvi aceitar, colocando na cabeça de que eu quebraria o acordo a qualquer momento se ele estivesse estranho. – explicou – Só que, Minseok, Chanyeol mesmo me disse que se arrependeu e eu achei que precisava confiar nas palavras dele, porque se não for eu a confiar, quem vai ser? Durante esse mês, eu vi que ele tinha mudado e nunca mais faria aquilo novamente.

Ele permaneceu aqui durante um mês e eu não soube disso? – perguntou, parecendo não ligar para o resto da história Você passou um mês com um assassino, Baekhyun?!

— Você ouviu alguma coisa que eu disse? – perguntou, a raiva começando a aparecer — Porra, eu odeio o fato de você estar julgando-o deste jeito sem nem ao menos nunca tê-lo conhecido!

Ele ainda é um assassino.

Baekhyun estalou a língua.

Ele entrou para uma gangue durante a faculdade, com certeza ele não fez isso por querer. Alguém deve tê-lo persuadido.  – viu seu amigo dar uma risada irônica. Baekhyun blefou naquele momento e o amigo percebeu, não tinha a menor ideia se aquilo era verdade – Minseok, você realmente acha que eu estaria aqui agora se Park Chanyeol fosse essa pessoa horrível que você julga ser?

Viu seu amigo suspirar e cruzar os braços novamente, parecendo um pouco mais convencido.

Baekhyun, eu não confio naquele cara. – encarou o amigo, sério Me diga que você não vai manter contato com ele.

— É claro que eu vou.

Por favor, Baekhyun.

Baekhyun encarou a face preocupada de Minseok e cruzou os braços. Passou a língua pela parte interna da bochecha e suspirou, encarando o amigo nos olhos. Não gostava de contraria Minseok já que sempre ficavam brigados durante dias, mas teria que fazê-lo daquela vez. Não daria um gelo em Chanyeol, o qual claramente não merecia por não ser mais como era na Wu Family, só porque Minseok mandava. Baekhyun balançou a cabeça, negando firmemente. Viu Minseok bufar alto, pegar o casaco e a carteira e sair porta a fora, batendo os pés com raiva.

Chanyeol sentia-se alguém novo. Sentia-se alguém completamente diferente ao perceber que, finalmente, estava voltando para casa. Fazia tempo que não ficava feliz daquele jeito, tanto tempo que quase não lembrava-se mais da sensação. Contudo, ao sentir o carro parar aos poucos e ver sua mãe lhe dirigir um sorriso completamente doce, Chanyeol lembrou-se muito bem de tal sensação e gostaria muito de senti-la mais vezes.

Saíram do carro juntos, mãe e filho, sorrindo como se o mais novo da família tivesse acabado de voltar de uma viagem de anos era melhor pensar deste jeito, no final das contas. Ajudou sua mãe com as chaves como sempre fazia e ao abrir a porta percebeu que finalmente ficaria por ali, para nunca mais sair.

Adentrou o lugar, indo direto para a sala de estar. Arrumada como sempre e com o mesmo cheirinho de incenso que sua mãe adorava deixar pela casa, colocou sua pequena mala no chão ao lado do sofá, e olhou ao redor, sentindo nostalgia. Não fazia muito tempo que havia entrado naquela casa, então tudo ainda estava fresco em sua memória e a saudade já não era mais tanta, contudo, Chanyeol ainda assim estava feliz e nostálgico por perceber que agora estava ali para ficar.

Ouviu sua mãe chamando seu velho depois de alguns segundos em silêncio, talvez observando o próprio filho sorrir para as paredes, e logo um senhor alto e sério apareceu na sala de estar. O ambiente era silencioso e Chanyeol já não ficava mais apreensivo com o olhar sério de seu pai para si, ele era assim desde sempre. Sério e firme, sempre querendo parecer alguém forte. Observou o pai aproximar-se aos poucos da mãe e filho, para só então falar:

Olá, Chanyeol. – disse, sério

Oi, pai.

Eu e a sua mãe conversamos e ela conseguiu me convenceu a te deixar voltar para casa. – Chanyeol assentiu de leve – Mas saiba que eu ainda não estou cem por cento habituado com o que fez, e muito menos feliz.

Chanyeol assentiu novamente, em silêncio. Seu pai encarou-o, ainda sério, e o observou de baixo para cima. Alguns segundos e depois de um sinal claro de sua mãe para seu pai, o senhor estendeu a mão. Era um clima estranho, seu pai não costumava dar carinho de forma explícita, mas Chanyeol não sentia-se mal com aquilo. Era o jeito do seu velho e só de reconhecer que ele estava deixando-o voltar para casa, o grandão já sentia-se feliz.

O filho do casal encarou a mão enrugada e grande de seu pai, e sorriu pequeno para então aperta-la. Mesmo que seu pai não quisesse dizer, sabia que aquilo significava um “bem-vindo de volta”.

Os dias haviam se passado, a rotina de Baekhyun voltou, e uma nova rotina foi adicionada à vida de Chanyeol. Os dois amigos conversavam apenas por mensagem, já que sempre estavam ocupados – um com o trabalho, e o outro com a família, mas ainda assim mantinham a relação relativamente boa que estabeleceram assim que conseguiram sentir-se confortáveis um com o outro. Baekhyun finalmente voltara a se dedicar mais ao trabalho – já que saber se Chanyeol precisava de alguma coisa enquanto estava em casa, sempre o desconcentrava – enquanto o maior procurava por um emprego e tentava tocar a sua vida, mesmo que fosse consideravelmente mais difícil pela sua ficha criminal e seu currículo em branco.

Ter não só Baekhyun, mas também seus pais ao seu lado estava ajudando muito na vontade de Chanyeol de voltar à ativa e afastar-se de assuntos como gangues e assassinatos. Estava feliz como há tempos não se sentia, e prometeu a si mesmo que nunca mais se meteria em coisas como aquelas.

Dias depois e totalmente cansados de apenas se comunicarem por celular, Baekhyun e Chanyeol decidiram se encontrar em uma cafeteria perto do trabalho de Baekhyun, apenas para conversarem e se verem. Marcaram no horário do almoço e, quando o dia finalmente chegou, ambos, mesmo que não admitissem, sentiam-se ansioso. Eram apenas dias sem o outro, mas apenas um mês foi o suficiente para que fizesse os dois se acostumarem com a presença alheia.

Era estranho para Chanyeol não acordar no sofá da sala bonita e bem decorada de Baekhyun, assim como era estranho para o menor não ouvir os passos barulhentos de Chanyeol pelo apartamento.

Oi, Baekhyun. – Chanyeol saudou ao ver o amigo sentando-se a mesa. Baekhyun encarou-o, e sorriu mostrando aquelas duas pressinhas que Chanyeol se lembrava de estarem ali desde pequenos

Como vai? Soube que anda procurando emprego.

Ando sim, eu quero mudar a minha vida. – tomou um gole do café – E você, o que anda fazendo?

Só trabalhando, sabe? Voltando à rotina normal. – sorriu pequeno A casa fica vazia sem você, Chanyeol. Eu meio que me acostumei com a sua presença.

Sente minha falta? – perguntou, brincalhão

Sempre senti, Chanyeol.

 Chanyeol desfez o sorriso ao perceber o que Baekhyun queria dizer. O baixinho claramente destacava os dez longos anos em que ficaram separados por Chanyeol estar preso. O maior encarou o amigo, sério igual ao mesmo, e disse.

Sinto muito. - murmurou

Pelo quê?

Por ter me afastado tão de repente. Por ter abandonado você. – suspirou Você me avisou tantas vezes. Me deu tantas broncas, mas eu era só um adolescente que achava legal se meter com o crime.

Encarou o próprio colo, com raiva e vergonha de si mesmo. Aquilo nunca passaria e Chanyeol agora deveria conviver com todo o seu passado. Sentiu mãos menores que as suas em cima da sua direita, esquentando-a aos poucos. Olhou para frente e viu Baekhyun lhe encarando, terno.

Isso agora é passado. O que importa é que está aqui agora, tocando a vida e se arrependendo de todas as escolhas que fez.

Baekhyun deu um sorriso de canto, meio tímido, e voltou a tomar um gole de sua bebida quente. Chanyeol encarou sua mão antes tocada por Baekhyun e percebeu que não só ela, mas que seu peito também havia ficado quente. Baekhyun ainda era a melhor pessoa que conhecia.

Então é isso...

Estavam na frente do café, despedindo-se depois de quatro copos de bebidas quentes, e várias lembranças da época em que nada era difícil. Encaravam um ao outro, agasalhados e sem saber o que dizer, enquanto do lado de fora, depois do toldo, chovia consideravelmente forte. Baekhyun estava um pouco encolhido em seu cachecol, pensando no que poderia dizer propriamente antes de se despedirem. Já Chanyeol encarava o amigo de volta, sorrindo pequeno com as mãos no bolso.

Foi muito bom hoje. Obrigado por me convidar, Baekhyun.

Tudo bem. – murmurou contra o cachecol azul ciano. De repente pareciam um casal de filme americano que estava se despedindo após um encontro muito romântica. Baekhyun mordeu os lábios ao ter esse pensamento em sua cabeça. Como vai para casa?

Minha mãe vem me buscar, e você?

Meu carro está perto daqui, eu vou andando até ele e depois vou para casa. – encarou a chuva que parecia aumentar cada vez mais, o trânsito formando-se aos montes Eu acho que já vou indo, eu tenho que andar um pouco e a chuva parece estar ficando cada vez mais forte.

Tudo bem, me manda uma mensagem quando chegar em casa.

Certo. – sorri pequeno. Ambos se encararam, em silêncio, com sorrisinhos nos lábios. Então, tchau.

Despediram-se e Baekhyun logo suspirou ao ver a chuva que pegaria durante o caminho que faria até o seu carro. Preparou-se como se fosse correr uma maratona e logo estava correndo pela rua, em direção à esquina, onde estava seu caminho. Chanyeol riu baixinho ao ver o amigo sair correndo na chuva, tentando se proteger dos pingos gelados que caíam.

Ouviu o som de uma buzina ao fundo e olhou, percebendo ser sua mãe, estacionada, enquanto acenava para si de dentro do carro. Correu na chuva até o carro, nem percebendo que tinha acabado de imitar Baekhyun.

Finalmente estava em casa depois de ter pegado um trânsito considerável durante o caminho. Estavam no centro, onde tudo era mais cheio, e a chuva não colaborava em nada. Quando chegou a seu prédio, cumprimentou o velhinho que assegurava que apenas moradores entrassem ali e subiu até o seu apartamento.

Enquanto estava no elevador, sentiu seu celular vibrar e, pensando ser uma mensagem de Chanyeol, Baekhyun pegou-o do bolso, logo vendo que na verdade era Minseok. O amigo perguntava a ele se estava em casa. Baekhyun sorriu contra o telefone. Apesar da briga de dias atrás, Baekhyun sempre gostava de manter Minseok informado sobre tudo e sua saída com Chanyeol fora uma delas. E, mesmo que o baixinho tenha ficado com raiva da teimosia de Baekhyun, ele ainda assim importava-se o suficiente com ele para deixar isso de lado perguntar como estavam as coisas.

Baekhyun apenas respondeu um “sim” e guardou o celular no bolso. Baekhyun sabia que Minseok muita vezes tentava-o proteger e que na maioria delas acabava passando dos limites, e, apesar de entender a preocupação do amigo e querer respeitar isso, não deixando-o preocupado, Baekhyun não gostava nenhum pouco da ideia de ter que ficar afastado de Chanyeol. Não via o amigo há dez anos e agora queria aproveitar o tempo com ele, antes que alguma coisa acontecesse, e este era um belo motivo para ter negado o decreto de Minseok.

Quando o elevador parou em seu andar, saiu do mesmo e pegou suas chaves na pequena mochila que carregava. Abriu a porta já pensando em tomar um banho quente, tirar as roupas molhadas e dormir, aproveitando cada segundo, quando percebeu que a porta estava entreaberta.

Entrou em sua casa e percebeu que seu apartamento estava todo bagunçado. Móveis fora do lugar, coisas no chão, vasos e molduras quebradas e tudo desorganizado. Baekhyun entrou em desespero ao ver aquilo e perguntou-se quem poderia tê-lo feito. Segurou o choro ao ver o seu apartamento todo destruído e pegou uma foto sua de infância que tinha sido quebrada, onde seus pais estavam. 

Voltou para a porta, fechou-a e pegou seu celular, trêmulo. Viu mensagem de Minseok sendo enviadas para si à todo segundo, mas ligar para ele nem ao menos passou-se por sua cabeça. Baekhyun foi até os contatos e decidiu ligar para Chanyeol, não hesitando em discar pelo número. Depois de alguns segundos de espera, a chamada foi atendida pelo amigo.

Baekhyun, já chegou em casa?

Chanyeol. – murmurou, com medo, alguém ainda poderia estar lá. Chanyeol imediatamente percebeu o tom de sua voz e começou a fazer várias perguntas Entraram no meu apartamento.

—Tá tudo bem? Tá machucado? – perguntou, preocupado

Sim, eu estou bem. – murmurou, mordendo os lábios. Era assustador pensar que se estivesse ali naquele momento, algo terrível poderia ter acontecido Você pode vir aqui? Eu estou com medo, Chanyeol. – encolheu os lábios.

Eu já estou indo. – disse Você está fora do apartamento?

Sim.

Vai pra portaria, alguém ainda pode estar aí. – mandou Eu te encontro na entrada do prédio.

Desligaram a chamada e Baekhyun desceu rapidamente as escadas do apartamento, apreensivo sobre ainda ter alguém em seu apartamento, há poucos metros de si.

Chanyeol chegou em poucos minutos. O maior, assim que entrou no prédio, correu até Baekhyun e o analisou da cabeça aos pés. Ele parecia querer chorar pelo susto, o corpo encolhido pelo medo. Chanyeol correu em direção a Baekhyun, colocando ambas as mãos na lateral de seus ombros, encarando Baekhyun, preocupado.

Tá tudo bem mesmo? – Baekhyun assentiu. Chanyeol suspirou e o abraçou, tentando acalmá-lo e acalmar a si mesmo, já que havia levado um susto durante a ligação. Chanyeol não saberia o que fazer se algo acontecesse com Baekhyun.

Sentiu o corpo pequeno envolver-se ao seu e tremer de leve. Baekhyun parecia estar assustado, chorando um pouco contra o seu corpo. Afastou-se do amigo e o encarou nos olhos.

Você tem ideia de quem possa ter sido?

Não. – movimentou a cabeça e fungou – Eu não sei porque isso aconteceu.

Tinha alguém te seguindo enquanto vinha pra cá? Alguém te seguiu em algum dia?

E-Eu tive a sensação de estar sendo observado alguns dias atrás. Eu estava com você no parque quando isso aconteceu.

Porra! – bradou, a raiva consumindo todo seu corpo Baekhyun, tem alguém querendo te fazer mal. Viu os lábios de Baekhyun tremerem, deixando claro que o amigo estava com medo. Eu vou subir.

O quê? Chanyeol, ainda pode ter alguém lá.

Baekhyun, eu sei como desarmar alguém. Você sabe disso. – segurou o amigo pelos ombros Fica aqui, tenta se acalmar e não deixa o porteiro chamar a polícia até eu pedir, entendeu?

Assim que viu seu amigo concordar, Chanyeol subiu correndo até o andar de Baekhyun. Foi até a porta e abriu-a, logo encontrando o apartamento completamente bagunçado. Com certeza alguém esteve ali e não parecia estar procurando alguma coisa e, sim, querendo dar um aviso.

Chanyeol entrou devagar no apartamento, observando tudo e qualquer barulho. Graças aos céus Baekhyun tinha conseguido lhe ligar a tempo, alguém ainda poderia estar ali. O maior adentrou devagar a sala, a passos lentos, e observou cada lugar onde alguém podia se esconder. Olhou a cozinha, os dois banheiros da casa e respirou fundo ao ver a porta do quarto de Baekhyun fechada. Chanyeol apertou os punhos, prontos caso houvesse alguém ali dentro, à espreita, esperando que alguém abrisse a porta, e entrou lentamente.

Olhou cada detalhe do cômodo. Embaixo da cama, nos armários, e não achou ninguém. Remexeu as roupas, as cobertas e as decorações que Baekhyun tinha no quarto. Nada havia sido implantado. Nenhuma escuta, câmera ou até mesmo algo pior como uma pequena bomba. Suspirou, a casa estava vazia novamente.

Enquanto dava mais uma olhada no quarto de Baekhyun – que estava igualmente bagunçado -, percebeu que a janela do cômodo estava aberta, molhando o chão pela chuva que ainda se seguia, deixando uma poça já grande no chão de madeira.

Chegou perto da janela e olhou lá fora. Provavelmente tinha sido ali que alguém tinha entrado ou saído. Chanyeol só não sabia como, Baekhyun morava no terceiro andar. Era difícil para qualquer um descer ou subir por ali sem usar nenhum tipo de ferramenta. Notou estar pisando em algo macio e, ao tirar os pés de cima, viu ser um pedaço de pano rasgado. Pegou-o do chão e, ao vira-lo, notou parte de um desenho ali.

O desenho era em vermelho, destacando-se pelo pano preto. Havia um canivete desenhado e a metade de alguma letra ocidental que não reconhecia por estar rasgada ao meio. Chanyeol jurava que já havia visto aquilo em algum lugar, mas não sabia onde. A pessoa deveria ter saído por ali deixado o pano ficar preso em alguma parte da janela, rasgando-se e caindo no chão.

Analisou aquilo durante mais um tempo e finalmente percebeu o que era aquilo. Chanyeol xingou baixinho e buscou desesperadamente pelo celular no bolso, apreensivo sobre o motivo de aquilo estar ali, e discou um número que se lembrava muito bem.

O que foi? – a voz de um homem atendeu

Yi Fan, sou eu, Chanyeol. – murmurou em tom sério, o barulho dos trovões ao fundo Eu preciso que venha até aqui, é urgente.


Notas Finais


É a partir daqui que as coisas vão começar a esquentar! Obrigada por lerem mais um capítulo sz

Twitter: twitter.com/luhangerie
Curious Cat: curiouscat.me/luhangerie

https://twitter.com/luhangerie/status/962698578270539776


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...