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História Cativo - Yi Fan, nos ajude - História escrita por luhangerie - Spirit Fanfics e Histórias
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História Cativo - Yi Fan, nos ajude


Escrita por: luhangerie

Notas do Autor


Oi, pimpolhos!

Demorei um pouco mais, não é? A única desculpa que posso dar é que enrolei pra reescrever o capítulo 7 (já que eu estou propositalmente adiantada) e ainda veio uma semana de provas pra acabar de vez comigo. Também teve a recorrente falta de vontade/ânimo/vontade de fazer qualquer coisa, mas isso já é normal, então conto mais como desculpa.

Enfim, a partir deste capítulo as coisas vão começar a esquentar e espero que eu fique satisfeita com a história desta vez, porque eu já poderia estar bem mais adiantada com o projeto do livro se não fosse por esse rolê de Cativo. Espero que gostem dele e comecem a comentar um pouquinho mais já que a história tá começando a ficar com mais ação.

Boa leitura!

Capítulo 5 - Yi Fan, nos ajude


O vento gelado preenchia o quarto, parecendo cortá-lo em pedacinhos que ardiam, enquanto a chuva fina atingia seu rosto em respingos constantes. Chanyeol não ligava nenhum pouco para todos aqueles detalhes. Sua atenção estava total e completamente no celular o qual segurava, esperando por uma resposta de Yi Fan que parecia nunca vir.

Já esperava pela voz do antigo amigo de gangue há mais tempo do que gostaria diante daquele situação, tudo só piorando ao lembrar-se de Baekhyun sozinho lá embaixo, provavelmente perguntando-se o que diabos acontecia em seu apartamento. Chanyeol bufou contra o telefone, perguntando-se se não poderia conseguir a resposta que queria de outro jeito, logo ouvindo um puxar de ar, como se alguém estivesse se preparando para falar. Chanyeol esperou ansioso pela voz que esperava ouvir do outro lado.

Puta merda. – ouviu o chefe sussurrar do outro lado da linha — Chanyeol? Está me ligando da cadeia?

A voz grossa a qual não ouvia há anos fez-se presente, surpresa. Chanyeol umedeceu os lábios, de repente sentindo-se estranho por ouvir Yi Fan falar. Não o culpava pela confusão referente à sua pena. Dez anos era um longo tempo o qual ninguém conseguiria contar dia por dia e saber exatamente quando a espera acabaria. Para Yi Fan, Chanyeol ainda provavelmente tinha alguns anos na prisão.

— Não, eu saí já faz um tempo. – respondeu — Mas, olha cara, esse não é o assunto. Eu tô precisando da sua ajuda.

Yi Fan fez um som consentindo o que havia acabado de dizer, dando permissão para Chanyeol seguir em frente.

Qualquer coisa para você, Chanyeol. – respondeu Você sabe que eu te devo uma.

É, deve.

Do que precisa? Armas? Contatos? Serviços do meu pessoal?

Preciso que venha até um apartamento, eu tenho uma coisa para você.

Você ‘tá sério, cara. – notou – O que aconteceu?

Eu preciso da sua ajuda pra descobrir. – respondeu, os olhos vidrados no pedaço de pano úmido em suas mãos – Traga um pouco do seu pessoal. Uns três ou quatro caras. Eu preciso de um pouco de segurança enquanto resolvemos umas coisas.

Onde você tá? – levantou da cadeira o qual estava sentado – Tô indo pra aí.

— Em Seocho-gu, na parte mais simples. Mais afastada do sudoeste de Gangnam.

— Certo. – concordou, Chanyeol ouvindo uma movimentação do outro lado da linha — Chanyeol. – chamou.

O quê?

Você fez alguma besteira?

Não, mas vou fazer se toda esta merda for o que eu estou pensando.

Desligou o celular e colocou-o no bolso. Chanyeol encarou o pano que ainda estava em sua mão e apertou-o, controlando-se para não quebrar alguma coisa ali dentro. Suspirou fundo e guardou o objeto no bolso. Diria para Baekhyun subir e ficar mais seguro enquanto esperavam por Yi Fan.

Ou isso, ou pensaria demais enquanto esperava pelo amigo. E isso não seria nada bom.

Quando Baekhyun foi chamado pelo porteiro, logo sendo avisado que seu amigo – que o velhinho tratou, na verdade, como um terrorista ou qualquer pessoa terrível – estava o chamando de volta para o apartamento, Baekhyun não se sentiu nenhum pouco aliviado. O baixinho sentia que algo estava por vir e que com toda certeza não era nada bom.

Subiu de elevador até o seu andar, nervoso e perguntando-se como sua vida tinha virado aquilo, completa de cabeça para baixo enquanto se via em um provável perigo. Saiu da caixa de metal e encontrou Chanyeol em frente à porta de seu apartamento, apoiado na parede e sério, provavelmente o esperando. O grandão o encarou em silêncio, sem dizer nada. Baekhyun chegou mais perto, as batidas de seu coração aumentando conforme chegava mais perto de Chanyeol.

Chanyeol, - murmurou meio relutante aconteceu alguma coisa?

O grandão encarou-lhe da parede, de braços cruzados, e depois veio de encontro à Baekhyun. Chanyeol analisou o rosto cansado e temeroso de Baekhyun, e suspirou. Ele não merecia nada daquilo. Passou a mão gelada pela bochecha do amigo, sentindo-o tremer um pouco pelo choque térmico, e acariciou onde seus dedos pararam, em um movimento não pensado.

Um amigo meu está vindo pra cá.

Baekhyun voltou à realidade com a voz de Chanyeol, e franziu o cenho ao analisar as palavras.

Que amigo? – perguntou, curioso Eu conheço ele?

Não, e eu sinceramente gostaria que não tivesse de conhecê-lo. – murmurou, as palavras saindo grossas e quase num sussurro

Baekhyun calou-se. Já tinha entendido que amigo era aquele, e perceber isso fez com que ficasse ainda mais temeroso. O único motivo para que um dos velhos conhecidos de Chanyeol estivesse a caminho dali significava que algo nada bom estava acontecendo, fazendo Baekhyun começar a duvidar de sua segurança. O mais velho suspirou e passou pela porta de seu apartamento, a qual Chanyeol segurava aberta há alguns minutos.

Sentou-se em seu sofá, encolhido, tentando não notar na bagunça que sua casa estava. A vontade de chorar veio novamente e Baekhyun esforçou-se muito para não desabar ali mesmo. Sua vida com certeza estava em perigo, mas o baixinho não fazia a menor ideia do porquê. Perguntava-se se havia feito algo de errado em algum momento; se havia dito alguma coisa que irritou alguém. Tentava encontrar um motivo se quer para provavelmente estar em perigo agora.

Passaram algum tempo em silêncio, Baekhyun pensando no sofá e Chanyeol voltando a encostar-se na parede, desta vez de frente para Baekhyun, observando o velho amigo que parecia se remoer por dentro. Quando o interfone da cozinha tocou, Baekhyun soube que ele havia chegado. Chanyeol caminhou até o aparelho, falou poucas palavras com o porteiro e abriu a porta da sala, permanecendo parado, encarando o corredor escuro do prédio que só se acenderia quando Yi Fan chegasse.

Minutos depois, Baekhyun ouviu vozes vindas do corredor e alguns barulhos que pareciam vir dos toques das mãos que eles provavelmente usavam para se cumprimentar. Logo em seguida, Chanyeol apareceu na sala sendo acompanhado por um homem mais alto que ele, e mais três caras mais baixos que Chanyeol. Eles vestiam roupas chiques, como se tivessem acabado de sair de alguma multinacional e trabalhassem com isso. Era uma pena que seus trabalhos eram muito mais sombrios do que isso.

Todos pararam no final do corredor, de frente para a sala, em silêncio. Os homens encaravam o apartamento por inteiro, analisando cada detalhe, enquanto o maior, que parecia ser como um chefe, permanecia sério. O maior de todos ali encarou Baekhyun, e voltou seu olhar para Chanyeol.

Quem é ele?

Não é isso que importa agora, Yi Fan. – Chanyeol respondeu – Eu preciso que venha comigo, eu preciso te mostrar uma coisa. – Yi Fan concordou. Chanyeol encarou os outros três ali e depois olhou para Baekhyun. Tao, Jongin e Yixing, um de vocês fica aqui de olho no Baekhyun. Os outros dois vão ficar de guarda em algum lugar do prédio.

Por que precisamos ficar de olho nele? – um moreno perguntou, sério Ele fez merda?

Apenas fique de olho nele e o proteja, Jongin. Eu não sei o que pode acontecer, enquanto eu falo com Yi Fan.

O moreno assentiu em silêncio, já acostumado com ordens, e apoiou-se na parede clara da sala de estar, cruzando os braços e encarando um Baekhyun temeroso no sofá. Os outros dois saíram do apartamento, provavelmente cumprindo as ordens de Chanyeol – que Baekhyun nem sabia que ele era capaz de dar -, enquanto o grandão lhe encarou, quase sumindo no corredor em direção aos quartos.

Fica calmo. Eu já volto. – e então desapareceu no corredor, sendo seguido pelo tal Yi Fan

Baekhyun suspirou ainda sentado no sofá e tentou ficar mais calmo. Encarou o moreno em pé que fazia o mesmo consigo, desviando-se rapidamente do olhar penetrante. Ouviu um som metálico baixinho vindo de onde o homem estava e logo em seguida um cheiro forte de tabaco. Torceu o nariz. Odiava aquele cheiro. Quando o homem deu a primeira tragada e depois a soltou no ar, Baekhyun prendeu a respiração.

Pode fumar em outro lugar? – murmurou Eu não gosto desse cheiro.

O moreno encarou Baekhyun em silêncio com o cigarro na boca, um pouco de fumaça saindo pelo canto da boca. O homem deu uma risada soprada, um pouco cínica, mas logo desencostou-se da parede e seguiu em direção a sacada. Baekhyun bufou ao observar a reação do moreno e voltou a ficar quieto, não sabendo o que fazer ou como reagir àquilo tudo. Não fazia a menor ideia do que Chanyeol conversava com aquele cara e nem o que todos eles faziam em seu prédio. A única coisa que sabia era que aquele sentimento de que nada estava bem ainda se apossava de si.

Permaneceu alguns minutos sentado no sofá, enquanto o homem – Jongin, pelo o que se lembrava – ainda fumava na sacada, de vez em quando lhe encarando sob os ombros, parecendo não se importar com a chuva e com o frio. Chanyeol ainda estava com Yi Fan, provavelmente conversando sobre algo que o baixinho ainda não sabia. Mordeu a ponta do dedo como de costume quando ficava nervoso, querendo que Chanyeol voltasse para poder sentir-se seguro e talvez saber sobre o que estava acontecendo. Baekhyun teve de esperar mais alguns minutos para isso, até que Chanyeol aparecesse pelo corredor, sério, com Yi Fan em seu encalço.

Quando os dois homens altos pararam em sua frente, um de braços cruzados e outro apoiado com os cotovelos no joelho, sentado em frente a si, Baekhyun soube que coisa boa não estava por vir.

Baekhyun, - Chanyeol começo encarando-o de perto – quando eu fui até o seu quarto, eu encontrei isto no chão. – mostrou um pedaço de pano rasgado, parecendo um pouco úmido Já viu isso em algum lugar? Conversou com alguém que tinha uma parte deste desenho?

— Não, eu nunca vi isso. – respondeu, confuso e com um pouco de medo — Por que pergunta?

— Isso foi deixado pelo cara que entrou no seu apartamento, provavelmente quando estava prestes a sair pela janela. – Chanyeol respondeu — Se for o símbolo que estamos pensando, talvez alguém perigoso esteja atrás de você.

Baekhyun mordeu os lábios fortemente, um frio passando por sua espinha. Cerrou os punhos, impedindo-os de tremer e conteve as lágrimas que queriam se formar. Aquilo tudo era um pesadelo sem motivos e explicações.

Por que eu estou em perigo, Chanyeol? – perguntou, o medo voltando a tomar conta de si

— Eu não sei. – murmurou, logo depois de suspirar nervosamente – Suspeitamos que seja de alguém de uma gangue inimiga da Wu Family. O símbolo é muito parecido.

Por quê?! Por que tem que ser eu? pediu, mais uma vez, por uma explicação. Baekhyun sentia seu nariz arder e seus olhos marejarem. O baixinho estava com medo e, mesmo que não quisesse, não conseguia não conter as lágrimas.

Chanyeol comprimiu os lábios e olhou para baixo. Sentia-se um grande idiota por não conseguir ao menos pensar num motivo do por que alguém daquela gangue maldita estaria atrás de Baekhyun; Sentia-se um grande merda por também não saber como confortar o amigo desesperado a sua frente. Chanyeol suspirou, não conseguia falar. Não sabia o que dizer. E quando Baekhyun estava preste a perguntar de novo, insistindo em uma resposta, Yi Fan respondeu por Chanyeol:

— É uma gangue grande e perigosa que não tem relações boas com o meu pessoal. – falou, Chanyeol encarando Yi Fan de canto de olho. O amigo continuou. – Eles têm motivos para perseguir a todos nós, mas ainda não encontramos relação no porquê de terem vindo atrás de você.

Chanyeol deu uma risadinha sarcástica, balançando a cabeça.

E eu pensando que a prisão já tinha sido castigo o suficiente. – suspirou, de cabeça baixa, e logo depois voltou a encarar Baekhyun como se nada tivesse acontecido Yi Fan e os caras que vieram com ele hoje vão me ajudar a descobrir mais sobre isso.

Mas, Chan-

Enquanto isso, – interrompeu – nós ficaremos em uma cabana, longe daqui, para você não correr perigo.

Você também não corre perigo? – Baekhyun perguntou, preocupado.

A sua segurança é o que me interessa, Baekhyun. – respondeu, sem expressão — Além do mais, se eles vieram até sua casa, é porque você é o alvo. Eles não estão atrás de mim.

— Acha que pode ser um engano? – Baekhyun perguntou, um pingo de esperança preenchendo seu coração — Eles podiam saber que você estava morando aqui e por isso invadiram, tentando te encontrar. Pode ser isso, não é?

Baekhyun encarou os dois homens a sua frente, os olhos grandes e esperançosos. Não queria que a pessoa que corresse perigo fosse Chanyeol, mas com toda certeza ele saberia lidar muito melhor com aquilo do que Baekhyun. Provavelmente já conhecia as formas de ataque da gangue inimiga da Wu e assim poderia prever como o atacariam. Mas Baekhyun não conhecia nada, nem ao menos sabia que a Wu tinha uma gangue inimiga.

Chanyeol encarou Yi Fan de baixo, o amigo retribuindo o olhar de canto, sério. Olhou para Jongin na sacada, jogando o cigarro lá embaixo enquanto encarava a cena, e suspirou alto. Passou as mãos pelo cabelo, o ar parecendo rarefeito. Aquela era uma noite tensa demais.

— Não achamos que seja isso, Baekhyun. – respondeu — Esses caras tem informantes em todos os lugares da cidade, saberiam que eu já não estou mais morando aqui desde que eu fui embora no dia seguinte à ligação da minha mãe.

Baekhyun suspirou, passando a mãe pelos cabelos, puxando-os numa tentativa de esquecer o que estava acontecendo. Não era possível que era um alvo para uma gangue inteira. O que tinha feito para que estivessem atrás de si? Baekhyun queria gritar diante de tantas perguntas sem resposta.

— Vai mesmo ir para este lugar comigo? Eles podem começar a vir atrás de você, Chanyeol.

Chanyeol de um sorriso triste, quase imperceptível.

Eu já perdi você durante 10 anos, Baekhyun. Eu não vou perder de novo.

Os dois antigos amigos entraram no quarto bagunçado de Baekhyun. Chanyeol fechou a porta para que tivessem privacidade, e Yi Fan olhou pela janela, não se importando, assim como o Chanyeol, com o frio e chuva que ainda seguia-se lá fora. Os trovões ainda tomavam conta dos céus assim como os pingos de chuva, dando um ar tão macabro quanto aquela noite.

Que porra está acontecendo, Chanyeol? Quem era aquele garoto sentado no sofá?

Chanyeol não respondeu com palavras. Colocou a mão no bolso e tirou o pano que tinha achado no chão daquele quarto, mais ou menos no mesmo lugar em que Yi Fan estava. Ergueu a mão em direção ao homem mais alto que si à sua frente, e viu-o pegar o pano ainda úmido, de cenho franzido. Yi Fan pareceu reconhecer de primeira da onde aquilo viera.

Porra, onde encontrou isso, Chanyeol?! – encarou o amigo, com raiva.

Chanyeol cruzou os braços e apoiou-se na cômoda, suspirando baixinho.

Isso estava exatamente onde você está agora, no chão. – apontou para a janela – Tá vendo a janela aberta? Provavelmente foi por aí que a pessoa que deixou isso cair, saiu ou entrou.

Puta merda, cara! – bradou

Yi Fan, foi por isso que eu te chamei aqui. Eu preciso da sua ajuda. – o amigo o encarou, dando atenção – Eu não faço a porra da menor ideia do porquê de um filho da puta desses ter entrado no apartamento do Baekhyun, e muito menos o que ele queria. Eu só sei que provavelmente o Baekhyun é um alvo para aqueles imundos e eu não consigo encontrar nenhuma resposta.

Yi Fan analisou o pedaço de pano com cuidado, o olhar sério e concentrado. Voltou a olhar para Chanyeol, um brilho de determinação em seu olhar.

O que eu preciso fazer pra te ajudar?

Me ajude a descobrir mais sobre a pessoa que entrou aqui e por que entrou. A metade desse desenho se parece muito com o símbolo da Yangeuni e só de pensar que são eles que estão aprontando isso... – socou a madeira da cômoda – Merda! Se esses filhos da puta tocarem no Baekhyun, Yi Fan, eu juro que eu-

Você não vai fazer nada! – Yi Fan interrompeu, sério – Você não vai se vingar mais uma vez e ir preso de novo, Chanyeol. Eu já me descuidei de você uma vez, não vou deixar isso acontecer de novo.

Chanyeol bufou e bagunçou os cabelos. Só de imaginar aqueles malditos da Yangeuni fazendo alguma coisa com Baekhyun, seu sangue fervia. Baekhyun era sua família desde sempre, junto de sua mãe e seu pai, ele sempre estava ao seu lado. Não deixaria nada acontecer com ele.

— Você não é mais meu chefe.

— Mas eu sou o seu amigo. – respondeu, o dedo indicador tocando o peito de Chanyeol — Eu me importo com você e não deixarei você ser preso de novo, só porque eu tirei meus olhos de você durante um maldito segundo!

Chanyeol bufou e desviou o olhar, parecendo entender e aceitar os motivos de Yi Fan.

Eu vou falar com alguns dos meus caras e pedir para eles analisarem esse pano, ver se tem alguma digital ou outro tipo de DNA. Te dou a resposta em alguns dias. – disse depois de um tempo em silêncio O que vai fazer com o garoto?

Ele não é uma criança, Yi Fan. É mais velho que eu. – murmurou – E eu vou arranjar algum lugar para ficarmos. Assim eu consigo protegê-lo sem pensar que a cada esquina tem um assassino atrás dele.

Eu ainda tenho aquela cabana de madeira no meio da floresta. Fica há alguns quilômetros de Seul, ao lado da estrada que leva até Icheon. Pode ficar lá durante um tempo.

Chanyeol assentiu, ainda respirando rápido. A raiva ainda fazia parte de si, e tudo só piorava ao se lembrar do quanto seu melhor amigo estava assustado quando chegou no prédio. Baekhyun corria perigo e nem ao menos sabia o motivo. Com isso em mente, protegeria Baekhyun com sua vida, não se importando mais com nada.

Valeu, Yi Fan. – agradeceu

Tudo por você, cara.

Chanyeol decidiu que ficaria no apartamento de Baekhyun durante a noite depois que os rapazes e Yi Fan foram embora. Logo cedo no dia seguinte seguiriam com o pé na estrada, em direção a cabana que Yi Fan havia deixado os dois ficarem enquanto as investigações começam.  Chanyeol não estava completamente feliz com aquilo, já que teria que adiar mais um pouco o tempo com sua família e a reconstrução da sua vida, mas não poderia fazer nada. Baekhyun estava em perigo, e o quanto antes fizesse de tudo para protegê-lo, menos propenso a se machucar ele ficaria.

Por via das dúvidas, Chanyeol pediu que Yi Fan mandasse dois de seus caras ficarem de olho em sua casa e em seus pais. Ainda não tinham informação do porquê de estarem atrás de Baekhyun, mas poderiam saber que Park Chanyeol, um cara que todo aquele grupo com certeza se lembrava muito bem, estaria protegendo o alvo, pensando deste jeito, decidiu proteger sua família caso usassem dela para chantagear Chanyeol e o fazer se afastar de Baekhyun.

Naquele momento, Chanyeol ajudava Baekhyun, que já havia se acalmado um pouco, a arrumar as coisas para que o maior dormisse. Chanyeol decidiu que ficaria mais perto de Baekhyun naquela noite, assim como em todas as outras em que passariam juntos, e, por isso, arrumavam improvisadamente uma espécie de cama ao lado da do baixinho. Mesmo que Baekhyun reclamasse a toda hora de que estava frio e dormir no chão não era nada bom, Chanyeol apenas ignorava e continuava a arrumar sua cama improvisada, ouvindo o amigo bufar baixinho ao seu lado. Quando tudo estava pronto e eles já estavam quase prontos para dormir, Chanyeol lembrou-se que deveria avisar sua mãe sobre o que faria dali em diante.

Avisou para que Baekhyun fosse dormir e que ele já estaria de volta ao quarto. Depois de um pedido de cuidado vindo de Baekhyun, foi até a sacada da sala, aproveitando que a chuva já havia parado, e sacou seu celular do bolso logo discando o número de casa. Alguns toques depois, a chamada foi atendida por sua mãe que tinha uma voz sonolenta e preocupada.

Filho?

Chanyeol suspirou e engoliu o bolo que juntava em sua garganta. Era tão difícil ter que dizer que teria que passar mais um tempo longe dela.

Oi, mãe. – murmurou contra o telefone

Ainda está no apartamento do Baekhyun? Quer que eu busque você?

Tá tudo bem, eu vou dormir aqui hoje.

Vai voltar amanhã cedo?

Chanyeol comprimiu os lábios e apoiou-se na barra de ferro da sacada, cruzando os braços quando o vento frio atingiu sua pele que era protegida apenas por uma regata preta. Encarou o céu limpo depois da chuva e suspirou pesadamente.

Mãe, eu vou ficar alguns dias fora da cidade. – murmurou Tem algumas coisas acontecendo com o Baekhyun e ele precisa de mim agora. – coçou a nuca

O Baekhyun está bem, filho? O que está acontecendo? – perguntou, a voz se tornando preocupada Vocês estão em perigo?

Não, mãe. O Baekhyun só precisa... Descansar. – mentiu E eu quero ficar com ele, enquanto ele descansa. – suspirou Me desculpe.

Chanyeol... – falou, com a voz chorosa – não me diga que você se meteu novamente com essas coisas.

Eu vou ficar bem, mãe.

Chanyeol! – chorou contra o telefone. Chanyeol segurava-se para não chorar também O que eu vou falar para o seu pai, filho? – fungou E se acontecer alguma coisa com você, Chanyeol?

Me desculpa. – murmurou com a voz trêmula Eu vou ficar bem, eu juro. Em pouco tempo eu volto para casa.

Filho...

Boa noite, mãe.

Quando Chanyeol encerrou a chamada, ouvindo os fungos de sua mãe do outro lado da linha, o maior apertou o celular e comprimiu os lábios. Era uma péssima hora para tudo aquilo estar acontecendo. Agora se arrependia ainda mais do que fez no passado, antes de ser preso. Se não fosse por aquilo, sua vida estaria muito tranquila agora com Baekhyun ao seu lado, sorrindo e fazendo-o feliz assim como na infância, e seus pais o apoiando.

Infelizmente, a vida não era tão fácil assim.

No outro dia, os rapazes acordaram cedo apenas para prepararem-se para ir até a cabana que Yi Fan havia disponibilizado a eles. Acordaram quando sol estava nascendo, tomaram um rápido café da manhã feito por Baekhyun, arrumaram as malas – colocando o máximo de coisas possível no mínimo de malas possível já que não sabiam quanto tempo teriam que ficar ali – e pegaram a estrada.

Foram em um carro junto de Yi Fan e os comparsas que apareceram no apartamento de Baekhyun, e mais um carro cheio de mais capangas atrás deles, os protegendo. Tomavam toda precaução possível para que nada acontecesse durante o caminho já que a gangue inimiga da qual suspeitavam também era muito poderosa – ficando atrás apenas da Wu Family. Estavam preparados para qualquer coisa que pudesse acontecer durante o caminho, carregando armamento pesado, bombas e outras coisas letais, tudo a mando de Yi Fan.

Baekhyun apenas observava tudo aquilo em silêncio, ao mesmo tempo em que encarava a estrada a todo o momento, preocupado de alguém estar seguindo eles e estar realmente tramando alguma coisa. Chanyeol em um dado momento percebeu e, tentando confortar o baixinho, passou os braços pelos seus ombros e sussurrou um “tá tudo bem” rente ao ouvido do amigo. Baekhyun encarou Chanyeol de perto, que estava ao seu lado no carro, e acenou lentamente. Chanyeol deu um sorriso bonito de lado e voltou a prestar atenção na conversa de Yi Fan e Yixing sobre os dias que passariam na cabeça, o outro chinês ouvindo todas as coisas que teria que seguir.

Baekhyun voltou a olhar para frente e suspirou. Apesar de estar em uma situação perigosa, ver Chanyeol fazendo aquilo por si, desde leva-lo para um lugar mais seguro para ficar até pedir ajuda de outras pessoas que conhecem o perigo pelo qual estava passando, fazia Baekhyun sentir-se um pouco seguro com aquilo tudo. Afinal, o amigo entendia muito bem sobre aquela área da sociedade.

No final de tudo, era muito bom ter Chanyeol ao seu lado.

Certo, aqui está a chave da cabana. Não vou deixar alguns do meu pessoal aqui protegendo o Baekhyun, porque eu tenho mais coisas para resolver e eu preciso deles. Por isso, eu disse para alguns colocarem um estoque de armas e outras coisas que podem ajudar caso alguma coisa aconteça. – avisou – O estoque de comida da casa também foi renovado.

Chanyeol acenou com a cabeça para o amigo, enquanto segurava algumas bolsas nos ombros. Colocou-as no chão apenas para abraçar Yi Fan em despedida e agradecer por tudo que estavam fazendo. Resolveram que manteriam contato um com o outro, principalmente sobre a investigação que estava começando referente a quem estava atrás de Baekhyun. Despediu-se dos comparsas de Yi Fan, sendo alguns deles seus conhecidos também, enquanto Baekhyun apenas curvou-se em agradecimento ao seu lado.

Os rapazes foram embora, deixando os dois velhos amigos sozinhos. Chanyeol deu uma olha na cabana e não deixou de acha-la extremamente aconchegante por fora. Era feita de troncos de madeira cortados, com grandes janelas no andar de cima e janelas na vertical no andar de baixo. Era uma casa que dava uma sensação de conforto, o que era muito bom para a situação, já que Baekhyun parecia tudo, menos confortável.

Abriu a grande porta do lugar, deixando Baekhyun passar primeiro. Ouviu um muxoxo surpreso e encantado vindo do amigo e soltou uma risadinha antes de entrar. A sala era grande, com sofás castanhos que pareciam ser extremamente confortáveis, uma televisão de tela plana na parede, e uma lareira logo embaixo para esquentá-los naqueles dias frios. Ao lado havia uma entrada que dava direto para a cozinha. Ambos conseguiam ver que o cômodo também era espaçoso e muito bonito. Logo atrás deles, tinha um pequeno banheiro e as escadas que davam para o segundo andar.

Esse lugar deve ser caríssimo. – Baekhyun comentou, surpreso. Chanyeol deu um pequeno sorrisinho, observando Baekhyun olhar para tudo, encantado – Deve ser maravilhoso morar aqui.

O grandão riu.

— O mundo do crime dá muito dinheiro. – falou — Com certeza isso aqui não é nada comparado com todo o dinheiro que Yi Fan tem.

Baekhyun concordou.

Por que seu amigo tem essa cabana?

Não sei. – deu de ombros – Talvez seja para tirar umas férias da máfia. É bem cansativo, sabe? Ou pode ser para esconder-se dos inimigos ou despistar a polícia durante uns dias.

Chanyeol fez um sinal com a cabeça em direção à escada, silenciosamente dizendo para subirem e deixarem as coisas ali. Baekhyun pegou suas três malas, e Chanyeol pegou sua única, acabando por roubar uma de Baekhyun para ajuda-lo a subir. Quando chegaram ao andar de cima, era apenas um corredor não muito grande, com três portas: duas para os quartos e uma para o banheiro, já que um deles não era uma suíte.

Chanyeol percebeu que a casa tinha sido feita para um grupo de quatro pessoas já que havia uma suíte de casal e mais outro de casal, sem banheiro.

Fica com a suíte, eu durmo no outro.

Baekhyun encarou Chanyeol, surpreso.

Tem certeza? Lembro que você ia muito no banheiro durante a noite.

Chanyeol soltou uma risadinha, achando fofo o fato do Byun lembrar-se de suas antigas manias.

— Tenho certeza sim, quero que você se sinta confortável aqui e se esqueça do motivo pra estarmos nos mudando para cá. – respondeu — Além disso, eu já não faço mais isso desde que fui preso. Eu não podia acordar toda hora para mijar, senão meus colegas de cela me espancariam pelo barulho.

Baekhyun parou de sorrir quando ouviu Chanyeol contar sobre a prisão, um sentimento triste se apossando de seu corpo. Chanyeol parecia ter sofrido muito naquele lugar e seu sorrisinho descontraído não mudava isso. O baixinho mordeu os lábios, vendo Chanyeol analisá-lo, observando a repentina mudança em sua expressão, então voltou a falar.

 — Certo... Eu vou colocar minhas coisas no quarto, então.

— Ei. – puxou o amigo pelo pulso — O que foi?

Baekhyun suspirou e voltou a encarar Chanyeol, não querendo conversar sobre aquilo.

— Eu não gosto quando fala da prisão. – respondeu — Deve ter sido muito difícil e eu odeio te imaginar ali.

— Não precisa disso, Baekhyun. – soltou os pulsos do amigo — Foi uma escolha minha cometer um crime e ir para lá.

— Mas você se arrependeu.

— Isso não apaga os meus dias na penitenciária. – respondeu — Tudo o que eu quero agora é te proteger e te deixar confortável aqui, enquanto eu e o Yi Fan resolvemos isso, e se falar sobre a prisão não te faz ficar assim, então eu paro.

Baekhyun concordou em silêncio, o coração aquecendo ao ver o quanto Chanyeol se importava consigo. Encarou o amigo durante segundos, o rosto terno encarando Chanyeol.

— Por que tá me olhando assim?

— Eu gosto quando você demonstra se importar tanto. – foi sincero

Chanyeol riu rápido.

— Você é mais importante do que imagina, Baekhyun.

O grandão sorriu de canto, acompanhando Baekhyun, e pegou as próprias malas do chão, seguindo em direção ao quarto de casal. Baekhyun observou-o durante alguns segundos e logo depois voltou a fazer o mesmo, sorrindo largo pelas palavras que ainda ecoavam em sua mente.

Durante o resto do dia, Baekhyun e Chanyeol passaram conhecendo a casa grande e aconchegante do amigo chinês de Chanyeol. Fizeram algumas comidas na cozinha, já que a geladeira estava totalmente cheia, e reservaram um tempo para ficarem na sala e assistirem televisão.

O corpo de Chanyeol aliviava-se um pouco toda vez que via Baekhyun sorrindo em direção a televisão, tudo graças ao programa ao vivo que assistiam, demonstrando ter esquecido, mesmo que por um momento, de tudo o que andava acontecendo consigo. Baekhyun ria baixinho, sorria pequeno com o programa que se desenrolava e tudo o que Chanyeol sabia fazer era observá-lo, enquanto lembrava-se de tudo o que aconteceu nos últimos dias.

As coisas mudaram muito e era quase assustador o quanto a situação em que Baekhyun se encontrava tinha passado de normal para totalmente perigosa. Agora tudo o que restava ao amigo era viver às custas de Chanyeol e de Yi Fan, enquanto o grandão o protegia e fazia de tudo para que Baekhyun não terminasse morto. Era a porra de uma enorme injustiça fazer Baekhyun passar por aquilo e tudo o que Chanyeol conseguia esboçar era raiva, por não fazer ideia do por que daqueles imundos estarem atrás logo de Baekhyun.

Tinham que descobrir rapidamente quem estava por trás de tudo aquilo e por qual motivo, porque ou pegavam o maldito, ou Baekhyun corria um sério risco de ser morto.

Chanyeol suspirou alto e tirou seus olhos de Baekhyun, mirando-os para a televisão de tela plana. Era um programa divertido, mas depois de lembrar-se de tudo o que estava acontecendo, o grandão não tinha vontade nenhuma de vê-lo. A raiva voltou a crescer em seu peito e tudo o que queria fazer era dar um jeito de tirá-la de seu corpo.

Levantou-se do sofá, resolvendo dar uma volta pelo terreno e conhecer a parte de fora daquele lugar, e avisou Baekhyun, o qual concordou e disse para que voltasse logo. Chanyeol saiu porta afora, instantaneamente sentindo o vento cortante vindo de encontro ao seu rosto.

O terreno da cabana era de apenas árvores. Tudo o que existia ali era a construção e árvores em volta, de todos os tipos, mas que no momento pareciam iguais pelas folhas que haviam caído. Resolveu afastar-se um pouco da propriedade, entrando na pequena floresta ali do lado. Andou, descendo por um barranco um pouco íngreme, encontrando alguns animais, flores e mais árvores. Com dois minutos de caminhada, avistou um rio parcialmente grande, com várias pedras de diferentes tamanhos na margem. Subiu em uma delas, tomando cuidado para não cair na água gelada, e observou a paisagem. O final da tarde já tinha chegado e o céu logo escureceria. O sol estava preparando-se para se esconder e trocar de posto com a lua.

A vista era muito bonita, e Chanyeol pensou no quanto Baekhyun poderia gostar daquele lugar, pensando em leva-lo até ali algum dia. Resolveu voltar para a cabana e terminar de dar a volta no terreno, checando se não tinha perdido alguma coisa. Depois de alguns minutos de caminhada, o vento forte batendo, tendo de se encolher para o frio, Chanyeol percebeu que havia uma pequena casinha – de madeira, como tudo ali – atrás da cabana.

Andou até o local e parou, em frente à ela, perguntando-se o que poderia ter ali. A porta estava um pouco desgastada, então foi fácil de abri-la. Acendeu a luz apenas puxando uma cordinha presa ao teto, e encontrou uma mesa de madeira, com algumas ferramentas pregadas na parede. Chanyeol não sabia se aquilo era usado pelo antigo dono da casa – se é que a casa teve um antigo dono – ou se Yi Fan usava aquele lugar para alguma coisa.

Embaixo das ferramentas, havia uma espécie de balcão de madeira colado à parede e, embaixo deste, haviam maletas pretas no chão. Chanyeol pegou uma nas mãos e colocou-a em cima da mesinha de madeira posta no centro. Não tinha cadeado ou senha, era só abrir. Ao fazê-lo, não evitou sorrir pequeno. Yi Fan havia avisado que encontrariam aquilo na casa, mas Chanyeol não tinha parado para procurar ainda. Era uma maleta cheia de armas, desde pistolas, até metralhadoras automáticas. E com toda certeza havia muito mais, de todos os tipos, nas outras maletas embaixo do balcão.

Checou se a arma estava destravada e carregada, logo a encontrando totalmente cheia, sem nenhuma bala faltando. Chanyeol analisou a pistola em suas mãos. Precisava de uma limpeza, com certeza estava ali há um tempo. A ideia de atirar com ela por aí passou por sua cabeça, fazendo Chanyeol julgar não ser uma ideia tão má assim. Há dez anos que não segurava uma arma, muito menos apertava o gatilho de uma. Treinar um pouco para se prevenir não era uma má ideia.

Guardou a pistola no bolso e pegou um pouco mais de munição ao procurar por entre as coisas da cabana. Afastou-se um pouco do lugar, ainda estando no terreno, porém um pouco afastado da casa, e escolheu uma árvore um pouco distante de si. Mirou até ela já que não tinha alvos corretos para aquilo e, depois de respirar fundo e deixar o punho rígido pelo tranco, atirou. O barulho ecoou pela floresta, fazendo alguns pássaros voarem das árvores, assustados pelo tiro.

Chanyeol sorriu, a adrenalina tomando conta do seu corpo. Fazia tanto tempo que não sentia aquela sensação que voltou a pensar ser a primeira vez que atirava em sua vida. Encarou o tronco ao longe, o tiro não sendo tão preciso assim, decidido a melhorar aquilo. Ajeitou sua postura, deixou o punho rígido novamente e mirou antes de atirar. O grandão voltou a sorrir para si mesmo ao escutar o eco do tiro.

Mesmo que fosse perigoso atirar daquele jeito depois de anos, Chanyeol não podia negar que a sensação era incomparável.

Baekhyun ainda assistia televisão, encolhido no sofá e já debaixo das cobertas que pegou no andar de cima. Chanyeol tinha saído há alguns minutos e Baekhyun esperava pelo barulho da porta sendo aberta atrás de si, já que já fazia um tempo que o grandão estava lá fora. O sol já estava se pondo, fazendo com que a luz alaranjada passasse pelas janelas altas da casa.

Encarou a janela e o matagal do lado de fora, um pouco afastado o terreno, e observou se Chanyeol não aparecia por ali, voltando para a cabana. Contudo, percebeu que isso não aconteceria já que ouviu um alto barulho, fazendo Baekhyun se assustar. O baixinho franziu o cenho, perguntando-se o que era aquilo, e logo depois ouviu mais uma vez.

Arregalou os olhos, reconhecendo o barulho. Eram tiros.

A ideia de que Chanyeol poderia estar sofrendo nas mãos de alguém lá fora passou-se pela sua cabeça, fazendo Baekhyun levantar-se do sofá e andar rapidamente até o lado de fora, na pequena varanda de madeira em frente a casa. Esperou por mais um barulho de tiro, para que pudesse segui-lo, mas tudo o que ouviu foi uma risada animada e meio rouca. Andou até onde vinha o som, chegando na parte de trás da casa, um pouco mais afastado da porta da cozinha, e viu Chanyeol, apontando uma arma em direção à floresta, ao lado de uma casinha velha, dando risada.

Abraçou o próprio tronco pelo vento que passou por ali, não parecendo incomodar um Chanyeol extasiado, e caminhou a passos curtos até o mais novo. Baekhyun, conforme chegava perto, percebia que Chanyeol mirava num tronco de árvore ao longe, servindo como alvo para suas balas.

O amigo parecia animado em atirar, e algumas vezes até chegava a sorrir pequeno e rir baixinho. Chanyeol estava de lado, com o corpo rígido assim como seus punhos, Baekhyun conseguia perceber. Sua atenção era dada totalmente ao seu alvo, parecendo não se lembrar de nada ao seu redor. Quando Chanyeol parou para carregar a arma, usando as balas que estavam no chão dentro da caixinha de munições, o maior percebeu a presença do amigo ali. Esperou encontrar qualquer traço de medo no rosto de Baekhyun, mas o baixinho parecia realmente entretido em assisti-lo. Chanyeol deu um sorrisinho e Baekhyun retribuiu, chegando mais perto.

Não está com frio? – perguntou Já anoiteceu e você está aqui fora, atirando, apenas com uma regata.

Não, para falar a verdade eu estou até com um pouco de calor. – sorriu de lado Fazia tempo que eu não atirava e sentia essa adrenalina no meu corpo. Isso fez eu me esquecer de tudo à minha volta. – viu Baekhyun acenar com a cabeça Por que saiu da cabana? Eu estava atrapalhando?

Não, - gesticulou com as mãos eu só fiquei curioso e vim ver. Não é perigoso ficar atirando assim, ao ar livre?

Está perguntando se alguém poderia nos ouvir? Bem, só se alguém estiver acampando aqui por perto. De resto, não dá para ouvir porque a estrada é longe daqui.

Baekhyun maneou a cabeça, concordando com Chanyeol, e então encarou a arma nas mãos grandes do amigo. Era uma pistola, a única coisa que sabia sobre a arma. Era de um tamanho médio, mas que o baixinho sabia poder fazer um estrago se fosse usada contra alguém. Era bonita e brilhante, combinando sua cor escura com a noite. Chanyeol sorriu pequeno e olhou para a arma em suas mãos.

Quer tentar?

Baekhyun encarou Chanyeol, depois a arma e mais uma vez Chanyeol. Mordeu os lábios, ponderando por alguns segundos.

Eu posso mesmo?

Ao ver a confirmação do amigo, Baekhyun pegou o objeto das mãos de Chanyeol, sentindo-o pesar mais do que o esperado. Estranhou por um momento ao perceber que tinha uma pistola nas mãos, mas depois sorriu. Mirou no mesmo tronco que Chanyeol atirava há algumas horas e lambeu os lábios, preparado para atirar. Quando apertou o gatilho, o som do tiro ecoou pela floresta, provavelmente acordando os animais que já dormiam. Desequilibrou-se um pouco pelo tranco que não esperava e, quando prestou atenção, viu que o tiro tinha pegado muito acima de onde Chanyeol tinha conseguido atirar.

Ouviu a risada grossa atrás de si, acabando por suspirar meio decepcionado. Era tão difícil assim conseguir acertar no lugar que mirava?

Ouviu alguém caminhar pela grama em sua direção e, ao olhar por cima dos ombros, viu Chanyeol estava atrás de si, já perto demais, envolvendo-o nos braços. O amigo pegou as duas mãos de Baekhyun e juntou-as, fazendo o baixinho segurar a arma de um jeito mais firme.

Você sempre tem que se lembrar do tranco. – murmurou perto do ouvido de Baekhyun. O baixinho mordeu os lábios. Por isso sempre segure uma arma com as duas mãos.

Colocou as mãos em cima das menores que seguravam o objeto e apertou um pouco ali, logo depois traçando um caminho até o punho mais fino que o seu, apertando de leve também.

Mantenha as mãos rígidas. Se não lembrar-se do tranco, muitas coisas vão sair erradas.

Desceu as mãos grandes até a cintura de Baekhyun, apertando-as apenas para ajeitar a postura do menor. Baekhyun estremeceu, os olhos fixos no alvo a frente, tentando esquecer do quanto aquilo lhe agradava.

Fique numa posição confortável e deixei os pés rígidos. Assim você não se desequilibra. – murmurou rente aos ouvidos Agora atire.

Baekhyun soltou todo o ar que segurava e repassou as instruções de Chanyeol em sua cabeça, esforçando-se para lembrar-se de todas e não apenas da voz grossa perto de si. Deixou o corpo rígido, tomando cuidado para não mexer-se muito já que Chanyeol estava muito próximo de si, e apertou o gatilho. O barulho alto ecoou mais uma vez e Baekhyun conseguiu enxergar onde o tiro tinha acertado. Alguns poucos centímetros acima dos tiros de Chanyeol. Sorriu animado ao ver que apenas mudando algumas coisas, conseguiu atirar de um jeito muito melhor, quase tão animado quanto Chanyeol toda vez que apertava o gatilho.

O mais alto sorriu pequeno ao ver que Baekhyun tinha acertado num lugar muito mais próximo de seus tiros anteriores. Encarou o baixinho à sua frente, bem próximo de si, e analisou todas as partes de seu rosto que conseguia naquela posição. Passou os olhos pelo maxilar perfeito e bem moldado de Baekhyun, até chegar na nuca que tinha algumas pintinhas. Conseguia perceber que o baixinho estava um pouco arrepiado e Chanyeol tinha a impressão de que o causador daquilo não era o frio.

Apertou levemente a cintura de Baekhyun e sentiu-o voltar a estremecer. Percebeu muito bem que conseguia fazer o amigo ter sensações gigantes por todo o corpo, apenas com um toque seu. E Chanyeol estranhamente gostava muito daquilo. Sempre gostou, na verdade, já que desde adolescente sabia das reações de Baekhyun sempre que chegava perto demais. E tudo era recíproco sempre fora.

Parabéns, baixinho. – murmurou, os lábios quase encostados propositalmente na orelha de Baekhyun

Chanyeol havia construído aquela tensão totalmente de propósito. Não poderia negar que todos os desejos que já havia sentido por homens e principalmente por Baekhyun durante a sua vida, haviam voltado desde que encontrou o amigo depois de dez anos. Sua pele fervia para que tivesse um contato mais profundo com Baekhyun há anos, desde que se tornaram adolescentes com os hormônios à flor da pele.

Baekhyun permanecia parado, sem saber como reagir a tudo aquilo, porém aproveitando tudo em silêncio. Aquele contato com Chanyeol estava bom demais e, se fosse por ele, ficariam assim o resto da noite: tocando-se, enquanto os corpos estavam colados.

Infelizmente, antes que qualquer um ali pudesse tentar alguma coisa, o celular de Chanyeol começou a vibrar dentro do bolso, informando uma ligação. O maior bufou baixinho e afastou-se de Baekhyun, que fingiu que nada aconteceu, mesmo que suas bochechas estivessem quentes assim como o resto do seu corpo. Chanyeol tirou o celular do bolso e quase perdoou a interrupção ao ver que era Yi Fan, provavelmente com uma noticia importante.

Diga, Yi Fan. Tem novas notícias?

Tenho, o Baekhyun está aí?

Está aqui do meu lado. – chamou a atenção do baixinho e colocou o telefone no viva-voz Agora fala o que tem de importante.

Encontramos o DNA, mas não tinha um rosto no banco de dados.

Baekhyun encarou Chanyeol que franzia o cenho.

— Como assim não tinha um rosto?

— Algumas informações sobre esse homem estavam lá, mas simplesmente não tinha foto. – suspirou, meio perdido em tudo aquilo — É como se tivessem tirado propositalmente aquilo dali. Eu nunca vi algo desse tipo.

— Quais eram as informações? – perguntou, depois de deixar de lado a questão da foto. Aquilo era importante, mas antes precisavam saber algumas coisas sobre aquele homem.

— Não tem nome, nem endereço. Só diz que o homem tem menos de trinta anos. – começou — Tem passagens por tráfico de drogas e é suspeito de alguns assassinatos. Foi preso por furto há anos, mas solto horas depois, provavelmente por ser de menor na época. Aqui diz que é procurado em algumas regiões de Seul por ter sido flagrado colaborando com uma gangue. – citou todas as informações de que se lembrava — Lembro de uma anotação da polícia dizendo que ele provavelmente fazia parte desta gangue.

— Citam o nome de algum grupo?

— Não, nenhum. Mas se nos lembrarmos daquele pedaço de pano no apartamento de Baekhyun...

Chanyeol praticamente grunhiu.

— Então o desgraçado é mesmo da Yangeuni?

— Há grandes chances. Quase cem por cento.

Chanyeol não queria acreditar que estava certo. A Yangeuni estava mesmo atrás de Baekhyun, mas não sabiam nem quem era e o porquê. Era como um labirinto onde tinham que achar o membro da gangue que caçava Baekhyun, antes que ele encontrasse o baixinho.

— Qual sua opinião sobre isso?

Ouviu um suspiro pesado do outro lado da linha e alguns segundos em silêncio.

— Analisando a ocorrência mais recente desse cara... — parou a própria fala, voltando depois de parecer ter se recomposto — Nós achamos que ele invadiu o apartamento naquele dia para matar Baekhyun.

 

 


Notas Finais


Obrigada por lerem o capítulo e não esqueçam de comentar o que acharam! Qualquer coisa eu tô lá no Twitter (aviso que hoje só teve eu dando uma de exo-l orgulhosa por causa do EXO nas Olimpíadas) e no Curious.cat, porque eu adoro receber bilhões de perguntas legais no site.

Um beijo e até a próxima!

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