História Cavaleiro queimado (Imagine Arthur Boyle) - Capítulo Único

Arthur encarou os outros dois oponentes na quadra do esquadrão. Eram Maki e o demônio. Contra demônios, ele sabia lutar para defender seu castelo e sua princesa perfeita, mas contra uma mulher forte e musculosa tipo Maki, já não tinha tanta certeza. Não podia fraquejar agora, não quando a princesa era sua dupla e precisava que ele cuidasse dela. 

Todos estavam com o uniforme laranja, atrás de uma linha no chão que delimitava os espaços de cada um quando Maki pegou a bola de borracha e ateou fogo nela. Do lado dela, Shinra quase engasgou.

— Você quer matar eles, é?! — gritou, olhando para os oponentes com seus olhos de ametista. — Tipo, pode matar o Arthur, mas a [Nome] é gente fina! 

— Agradeço a preocupação, Shinra-kun! — A moça acenou com um braço, rindo do que ele disse. Maki não estava nem aí, era até competitiva quando se tratava de queimada. Sua maior ameaça e oponente era a colega, namorada de Arthur. — Eu posso me cuidar e proteger o Arthur também. 

O orgulhoso cavaleiro franziu as sobrancelhas. Como ela podia ser uma princesa tão perfeita e forte, capaz de proteger a si mesma e a ele? Não duvidava, mas seu código de honra como Cavaleiro Rei comandava seu coração. Com agilidade, afastou os cabelos loiros da testa e prendeu com o elástico, formando aquele minúsculo rabo de cavalo ridículo. 

— Vocês podem tentar, mas o cavaleiro sempre vai proteger seu castelo e a princesa linda atrás dele. — Posicionou-se com as pernas afastadas e os braços abertos, os olhos azuis brilhantes fixos na bola de borracha. Então eles iriam pegar pesado? Ótimo, ele gostava. 

[Nome] sorriu pra ele. Era tão bobo mas ainda assim tão fofo que simplesmente deixava que seguisse sua fantasia. Mesmo que fosse ridículo em todas as situações possíveis, Arthur realmente não media esforços em proteger ela de tudo e cuidar para que tivesse tudo o que precisasse. Era um burro de coração enorme. 

Era só um jogo de queimada sem supervisão do capitão e do tenente. Os quatro eram bons amigos e sempre arranjavam formas de se divertirem nas horas vagas, como naquele momento em que um brutal jogo se iniciou. Shinra nem conseguia tocar na bola graças a fominha da Maki. Parecia que ela estava jogando sozinha, mirando em [Nome] para em algum momento pegá-la de surpresa. Ela era a mais forte deles, conseguiria agarrar uma bolada fervente de Maki, mas naquele instante, seu namorado cavaleiro não estava disposto a deixar que ela se ferisse. 

— Quem aqui é uma gorila ciclope mesmo?! — berrou Maki, finalmente encontrando o ângulo perfeito para atingir [Nome], que já estava em posição para agarrar. 

— Ninguém disse nada!! — gritou Shinra com a paranóia em ser chamado daquele jeito pela senpai. 

Foram necessários apenas alguns segundos para que Arthur visse o projétil em chamas, uma bola de fogo atirada por um dragão em direção a sua princesa perfeita, em incrível velocidade e força. Os olhos azuis se arregalaram. Não estava usando armadura infelizmente, nem sua Excalibur. Não tinha como pensar, não quando podia correr o risco de perder sua princesa para aquele dragão cuspidor de fogo. 

— Não~ ! 

Só deu tempo de berrar e se atirar como um goleiro protegendo um gol de um pênalti. Seu corpo já estava diante de [Nome], recebendo aquela bolada com força no estômago, chamuscando sua camisa e expondo o abdômen treinado. Todos olharam atônitos para a cena por três segundos, até que suas expressões relaxaram com tamanha estupidez de Arthur. Ele realmente era muito idiota. 

— Nossa, como você é burro — Maki reclamou, revirando os olhos e relaxando a postura, cruzando os braços com tamanho drama. 

— Opa! Um já foi! — exclamou Shinra pronto para um hi-5 com Maki. 

No campo inimigo, [Nome] suspirou longamente, olhando para a cara cheia de dor do namorado. Aproximou-se dele, com as mãos na cintura e abaixando o tronco um pouco para falar caso ele não pudesse ouvir. Ele era corajoso, mas era tonto. Se fizesse isso em campo de batalha e tivesse se ferido de verdade? Ela não o perdoaria por isso. 

— Você é meu cavaleiro herói, mas devia pensar antes de fazer as coisas — disse ela, abrindo um pequeno sorriso. Ergueu a mão para que ele pegasse impulso para se levantar, mas ele não o fez, e sim a puxou para ficar mais perto. — Ai~ ! 

De joelhos no chão, sua mão foi colocada sobre o peito do rapaz, onde o coração batia com força. Ele tinha um olhar dramático e ao mesmo tempo muito sério e cheio de honra. 

— Eu não podia deixar minha princesa ser atacada por aquele dragão… eu precisava proteger você. 

Era tudo uma brincadeira, mas as palavras de Arthur foram verdadeiras. Ele estava disposto a qualquer coisa para salvar [Nome], pois nem em cinquenta anos poderia imaginar que teria o coração da mais bela e forte princesa de todos os reinos. Precisava honrar aquilo todos os dias, ele não era nada, podia ser pisado por ela que agradeceria por isso. 

Ignoraram uma Maki irritada quase avançando neles pela palavra dragão. 

[Nome] balançou a cabeça soltando uma risadinha. Ela abaixou a cabeça então, dando um beijo suave na bochecha de Arthur. Viu que a pele dele ficou avermelhada em alguns instantes. 

— Você sabe que eu podia ter agarrado aquela bola e devolvido pra ela na mesma força né? 

— Oh…

Ele ficou tão vermelho que quase explodiu. Era claro que ela conseguia, ela era a princesa mais forte de todos os reinos, a mais poderosa e perfeita. Ele se sentou, não mais sentindo dor. O orgulho preenchia seu peito. 

— Claro que eu sabia, você é a melhor de todas. Ainda assim, como cavaleiro e seu servo, devo te proteger. 

[Nome] riu outra vez, abraçando o pescoço de Arthur. Sentiu que ele retribuiu, segurando sua cintura. Ela adorava Arthur mais que tudo e como era bravo e corajoso, apesar de sua imaginação fértil e estupidez. Aquilo era o que fazia dele alguém único e especial, capaz de tomar seu coração e além de amar, proteger. 

— Vamos continuar e dar uma surra naqueles dois, juntos — disse ela, outra vez beijando a bochecha do rapaz, por várias vezes seguidas. 

— Falou e disse, princesa.