"Esse jeito de durona foi,
foi só uma capa de proteção contra qualquer outra coisa que tente me machucar novamente. Por dentro, ninguém é mais sensível que eu."-Mallu Moraes
Fizemos como tio Aaron nos instruiu, fomos verificar os álibis. Bom, não sei o que tava acontecendo entre nós, porém, eu ainda preciso saber quem é Maeve. Entramos no mesmo carro que viemos, não falamos uma palavra até, como sempre, eu me manifestar.
-Reid...sei que não tenho nada com a sua vida, sei que não tinha nem que estar perguntando, mas o fato de você falar isso ontem, e ainda com o fato de algumas coisas que aconteceram ontem, me deixaram curiosa. Quem é Maeve?-no mesmo instante que termino a pergunta, seu olhar fica triste, sem vida. Isso não parece bom.
-Maeve era minha na-namorada.-a voz dele falhou, mas ele continuou.
-Iriamos nos conhecer, mas pegaram ela. E-e ma-ma-mataram ela na minha frente.-observo uma lágrima cair do rosto dele.
Parabéns Alice, fez ele lembrar da namorada morta, muito gentil da sua parte.
-Que idiotice da minha parte, me desculpe. Eu só queria saber o porque estava me chamando de Maeve ontem.-abaixei meu olhar para o chão.
Ele não respondeu nada, e nem teria como responder. Já percebi que não passo de uma substituta, mas não o culpo. Depois de uns minutos em silêncio, ele finalmente se manifesta.
-Eu não sei o que falar, desculpa. É que eu sempre amei Maeve e..-o interrompi rapidamente.
-Não precisa me contar de sua vida, doutor.-enfatizo o doutor novamente.
Depois de algum tempo, lá estávamos nós, com aqueles caras que nunca vi na vida. Nem me imagino segurando em uma arma, eu só queria meu arco agora. Talvez eu seja mais útil nele do que arraza do mais o coração de pessoas como Spencer. E é isso o que eu faço, sou um monstro. Afinal, olhe quem é meu pai! Como ser diferente!? Só a sensação de pensar em "pai" e "Carter" junto já me embrulha o estômago.
Spencer entrou em um lugar, que, pelo que o suspeito disse, seria uma boate, mas o terreno estava vazio, não tinha nada. Apenas pó e algumas madeiras no chão.
-Ele mentiu.-disse Spencer parecendo mais um sussurro.
-Percebi, Reid.-Spencer me olhou com a expressão confusa, mas não falou nada. Meu tom de voz indicava que eu estava irritada, mas eu estava? Com o que? Não tenho direito de ficar irritada com Spencer, ele só queria a namorada de volta, ué. Se ele acha que vou ser a "Maeve temporária" dele, ele está enganado. Sofri bastante nessa vida para virar fantasia de outra pessoa. Tem vezes que eu penso em largar tudo. Absolutamente tudo. Viajar pelo mundo sem rumo, me divertir, fazer amigos, ter uma vida social.
Saimos do local da suposta "boate", e fomos ao que o segundo suspeito disse que seria um salão de beleza. Chegamos lá e...falso. Era um Pet Shop.
-Isso não faz sentido! Porque nos mandar a lugares errados, se vão ser presos por isso!?-Spencer pensou alto.
-Ganhar tempo talvez? Talvez só queiram afastar a gente, doutor.-enfatizo o "Doutor" mais uma vez.
-Tá legal, o que tá acontecendo?-ele se vira pra mim.
-Absolutamente nada.-pergunto, ríspida.
-Alice...-sei aonde aquela conversa vai parar, então o interrompo imediatamente.
-Doutor, nós já descobrimos que os álibis são falsos, eu quero ir pra U.A.C! Quero treinar! Será que alma bondosa e carinhosa pode me levar até lá? Ou vou ter que ir a pé?-ele me olhou tentando descobri o que estava acontecendo. Tinha me esquecido o quão ele é bom em analisar as pessoas, afinal, é o trabalhos de um profiler. Mas eu não podia deixar ele conseguir tão fácil assim.
Como antes, sem falar nada, ele apenas dirigiu de volta para a U.A.C.
-Vai demorar tanto assim?-pergunta do nada.
-Demorar o que, doutor?-me faço de desentendida.
-Para me contar o que está acontecendo.-fala como se fosse óbvio.
Meu problema não era Maeve, longe disso! Maeve sempre o amou, assim como ele sempre a amou e eu ficava extremamente feliz por isso. Porém, eu não queria me aprofundar, meus traumas não permitem isso, e, não quero que quando estivermos em um lugar preservado ele me chame de Maeve. O verdadeiro problema, é que ele não sabe da parte da história que entra a Esther, e acontece com todos que cruzam comigo. Ele já foi tão machucado, não quero machucar mais ainda esse menino que é tão forte por fora, mas por dentro sofre em silêncio. Tio Hotch fez eu aprender a me relacionar com as pessoas de novo, depois de tudo e eu me apeguei demais nesse menino, desde quando demos o primeiro beijo. O que não é bom.
-Só estou com sono.-digo tentando me esquivar, em vão.
-Alice, você sabe que eu sou um profiler, não sabe?-viro para ele.
-Perfeitamente, doutor.-pisco para ele.
-O que acha de sairmos hoje?-olha esperançoso, e como aquele olhar me tortura.
-Hoje não dá, doutor. E, não seria bem apropriado.-falo.
-Você tá parecendo eu dando um fora em uma pessoa sem discretamente.-ele olha espantado pra mim.
-Aprendi com o melhor.-dou um sorrisinho
Chegamos finalmente, aquilo tudo estava parecendo um funeral.
-Ei..-ele segura meu queixo. Que mania é essa que ele tem de fazer isso, não tá ajudando.-Tem certeza que não quer sair comigo?-a distância entre nós vai diminuindo, mas eu o interrompo.
-Tenho Spencer.-falo sem olhar nos olhos dele.
Spencer tem uma mente brilhante, era só ele pensar. Ligar as coisas a Maeve, mas o máximo que ele descobrirá é isso. Pensei na possibilidade de sermos apenas amigos, mas isso me tortura. O que esse menino está fazendo comigo? Mal conheço ele é já estou quase tento uma crise de pânico. Meu desejo era me aproximar, mas eu não posso. Se ele não está entendendo o recado, eu me afasto. Eu fujo, sempre fiz isso a minha vida inteira mesmo.
Entrei rapidamente na U.A.C. pensando que teria alguém, mas esqueci que todos estavam envolvidos no caso ainda. Mas ainda tinha uma pessoa.
-Penelope?-digo abrindo a porta e encontro a mesma dormindo em cima de um dos computadores, olho para a tela do mesmo e vejo que tem muitas coisas escritas. Provavelmente ela caiu de cabeça no teclado.-
-Penelope!-grito fazendo a mesma dar um pulo da cadeira.
-Penelope Garcia se apresentando, senhor. Sempre as ordens.-diz automaticamente, não consigo manter a risada e pareço até uma foca com falta de ar rindo. Até que sinto dois braços envolverem minha cintura e sinto meu corpo inteirinho se arrepiar. Spencer. Jesus Cristo! De fato amigo você não está cooperando!
Não podia ser mal educada, até porque apesar de tudo à minha mãe me deu educação e meu tio também. Virei para ele e dei um enorme abraço no mesmo, que ficou confuso, mas feliz ao mesmo tempo.
O que você está fazendo, Alice!? Você só trás confusões mesmo.
Me desvencilho de seus braços rapidamente, saindo da sala. Garcia mesmo depois de acordar e falar todo aquele negocio que parecia do exército, voltou a dormir. Passou a noite toda procurando sobre a vida dos suspeitos, merece um descanso.
Spencer vem logo atrás de mim, pega minha mão e me puxa para a sala de treinamentos.
-O que tá acontecendo, Alice? Pensei que tinha gostado de ontem à noite, de nós.
Meu Deus do céu, assim não dá.
-Não, não gostei, Spencer. E acho que você tem que ficar longe de mim.-menti, fingindo estar irritada. Não gostei da noite de ontem? Cara, depois de muito tempo eu consegui dormi bem pela primeira vez na minha vida!
Ainda com a expressão confusa, ele foi para disparar alguns tiros. Sua mira não era tão boa quanto a de JJ ou de Derek, mas parecia estar melhorando desde a última vez que estivemos no local de treinamento.
Eu não queria uma arma agora, eu não estava preparada para relembrar alguns de meus pesadelos e provavelmente se eu pedisse "ajuda" a Spencer, ele ficaria bem bravo depois de tudo o que eu disse.
Eu dependo de todo mundo para alguma coisa. Aquela expressão triste, sem ver aquele sorriso por minutos já estava me torturando.
-Alice, respira. Você sabe o certo a se fazer.-pensava.
Ah Spencer Reid, se você me conhecesse saberia que eu não sou nada inofensiva. Saberia o que eu estou tentando proteger você...proteger você de mim.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.