Já passava das 19:00 PM horas e o grupo de Graham ainda estavam presos dentro da caverna que enchia de água, a água entrava com uma correnteza forte e a chuva lá fora não dava trégua. A água já alcançava seus tornozelos.
Os celulares de todos eles já estavam com a bateria esgotada, principalmente o celular de Sidney que estava usando lanterna todo esse tempo.
– Vamos morrer aqui. – Leroy falou quebrando o silêncio que se mantinha no lugar a segundos atrás. Emma e Sidney ficaram calados sentados em pedras, eles já estavam exaustos, com sede e famintos mas mantinham a calma, ao contrário de Leroy que quanto mais sua fome apertava mais nervoso ele ficava, andando para todos os lados.
– Shi! Silêncio! Estou escutando alguma coisa. – Graham ficou atento, ele escutava sim alguma coisa, escutava passos quebrando galhos no chão e murmúrios.
– É Barnabás! – Emma falou se levantando da pedra. E Leroy suspirou aliviado.
– OI ESTAMOS AQUI! BARNABAS! AQUI! ESTAMOS PRESOS! – Graham gritou o mais alto que pôde e os outros começaram também.
– AQUI! ESTAMOS AQUI! – Gritaram alto e com freqüência esperançosos que fossem ouvidos. E finalmente escutaram os passos e vozes se aproximando deles.
– Xerife? São vocês? – Barnabás perguntou perto da grande rocha que os prendiam.
– Sim! Nos tirem daqui! – Graham respondeu sorrindo aliviado e esperou poder sair de lá.
Barnabás e seus amigos, fizeram o possível para retirá-los com segurança da caverna. Eles voltaram para a caminhonete e entraram na floresta pela mesma trilha que Graham seguiu, Barnabás prendeu a rocha com cabos e amarrou na caminhonete dando partida, quando mais ele acelerava mais as pedras em cima da rocha rolavam ao chão até conseguir retirar a grande rocha da saída da caverna, o que não demorou muito.
Eles saíram da caverna rapidamente, queriam chegar a delegacia para saber o que acontecia e quando saíram, a caverna toda se desfez, todas as pedras e rochas que a constituíam foram ao chão. Emma não demorou para ir até seu carro, ela foi correndo até ele e deixou todos para trás, algo a dizia que alguma coisa muito ruim aconteceria se ela não se apressasse. Emma deixou Sidney com Graham e portanto ele voltaria para a cidade no carro do xerife, ela entrou em seu fusca toda molhada pela chuva e procurou sua chave pelos bolsos, quanto mais tinha pressa menos conseguia sair do lugar, ela encontrou a chave e tentou colocá-la na ignição mas não conseguia, a sensação era de que a fenda estava menor e a chave não conseguia entrar nela, como se tudo estivesse contra ela naquele momento tentando impedi-la de ir, mas quando Emma se acalmou e parou para respirar fundo, ela segurou a chave firme e a colocou na ignição com mais calma e suspirou aliviada.
Antes de Partir Emma achou sua garrafa de água entre o banco do carona e o dela então a abriu tomando todo o conteúdo da garrafa e com mais serenidade e raciocinando melhor ela deu partida no carro e seguiu caminho para a delegacia.
Durante o percurso até seu destino, Emma pensava se estava fazendo o certo ir sozinha e se sua atitude de deixar os outros para trás não teria sido um ato precipitado e imaturo, mas ao mesmo tempo ela pensava no que estaria acontecendo dentro da cabeça de Regina para condenar todos a sofrer com sua fúria. E também pensava ela, se Regina estava correndo perigo ou matando alguém, veio em sua mente a imagem de Mary Margaret sendo morta brutalmente e a sangue frio pelas mãos da rainha, então Emma acelerou seu veículo.
Não demorou até que Emma estacionasse seu fusca em frente a delegacia, assim que a loira saiu de dentro dele e pisou na calçada ela pode ver as ruas da cidade deserta e a chuva correr pelas ruas até escorrer para dentro dos bueiros. Ela olhou para o andar de cima da delegacia e viu luzes piscando descontroladamente, por isso seu único impulso foi entrar na delegacia às pressas, suas pernas não paravam de correr. A respiração de Emma já pesava em seu peito quando ela chegou no corredor que dava acesso a sala de Graham, ela parou por um instante e tentou elaborar o que fazer, mas não havia o que fazer, sua única opção era caminhar até lá e entrar na sala.
– Tudo bem Emma você já está acostumada com perigo. – Emma falou para si mesma com a voz falha e caminhando devagar até a sala de Graham. Ela deu um último passo até chegar a frente da porta então a abriu depressa pois senão o fizesse desta maneira, desistiria de estar ali.
Nesta mesma hora, minuto, segundo, Emma visualizou a sala de Graham completamente destruída, móveis jogados, papéis por todo lado e por fim a cela de Regina destruída, sua sala também estava destruída, os vidros quebrados ao chão e a porta arrancada. Ela viu alí no meio da sala de Graham, uma figura encapuzada, suas vestes eram velhas e rasgadas mas não permitia mostrar seu rosto.
Emma ficou estupefata e em frente, seus olhos virão Robin desacordado no chão e Regina suspensa no ar pelo pescoço, na mão direita da criatura não identificada. Quando Regina a via ali parada, quase sem forças estendeu a mão esquerda como se estivesse tentando segurar as mãos de Emma para sair daquela situação ou simplesmente pedindo ajuda, mas nada aconteceu além de uma última palavra sair da boca dela.
– Emma… – Regina chamou a loira em um sussurro e sem forças para lutar, ela se entregou fechando os olhos e permitindo ser detida. Foi tudo muito rápido para Emma processar em sua cabeça, a figura encapuzada desapareceu na sua frente levando Regina consigo.
Emma ficou parada olhando para o lugar onde ele estava em pé há um segundo atrás e agora não tinha mais ninguém, ela não piscava e parecia não pensar em nada, era apenas um corpo em transe. Robin abriu os olhos e viu Emma na porta da delegacia em completo choque; ele sentiu seus olhos pesarem e seu coração diminuir suas batidas então voltou a desmaiar.
Emma demorou cerca de 2 minutos para voltar em si, mas mesmo que seu corpo se movesse em direção ao Robin para socorrê-lo, sua mente repassava a cena várias vezes a lembrando que algo severo tinha que ser feito para trazer Regina de volta. Ao retomar a consciência Robin sentou-se em uma cadeira que sobrou inteira depois de toda a bagunça, ele tentou explicar a Emma tudo que tinha acontecido, e como tinha acontecido mas as lembranças eram poucas e inúteis pois Robin foi o primeiro a ser atacado por aquele ser que ninguém sabia quem era ou o que era.
Aquela noite seguiu tensa e estranha para todos na delegacia, eles aguardavam alguma ligação ser feita com respeito ao sequestro de Regina mas o telefone não tocava. Eles arrumaram toda a sala mas o trabalho mais pesado teria que ser feito por profissionais que entendessem de arquitetura. Emma, Graham, Leroy, Robin, Barnabás e seus Homens estavam em silêncio depois de organizarem o que puderam, eles não ousavam fazer mais do que respirar e cada um convivia com seus pensamentos para si.
Emma era de todos a que mais lidava com problemas, veio em sua cabeça o momento em que teria de contar ao filho que sua mãe foi sequestrada por alguma coisa e para algum lugar que não sabiam onde era. Eles haviam procurado pistas no meio de toda a destruição que ficou na delegacia mas nada encontraram. Enquanto Emma planejava como contar a notícia a Henry, Robin tentava lembrar-se de algo que pudesse ajudá-los a encontrá-la, e lamentou-se por não conseguir. Graham tentava juntar as pontas soltas mas nenhuma se encaixava a não ser por Regina ter muitos inimigos por toda a Storybrooke, assim ele pensava, mas como interrogados uma cidade inteira? Graham saiu de seus pensamentos no minuto que o telefone tocou, seu coração foi a mil e Emma rapidamente levantou-se da cadeira que estava sentada e ficou estupefata, ela ansiava por notícias de Regina e nada doía mais que imaginar a rainha morta. Ela não sabia o porque mas essa preocupação atingiu a alma de Emma de um jeito estranho que a incomodou profundamente.
– Xerife falando… – Graham começou atendendo o telefone, ele estava em pé e o telefone em sua mão pois a mesa estava quebrada. Graham tremia mas não percebeu isso acontecer. Todos o olhavam apreensivos, esperaram que notícias ruins viessem primeiro.
– Ah tudo bem, ela está aqui sim. – Graham informou a alguém no outro lado da linha mas mesmo que seu rosto assustado estivesse aliviado agora, ele não controlou suas mãos que tremiam.
– É pra você Emma. – Graham tirou o telefone do ouvido o entregou a Emma, ela ainda estava pasmada mas pegou o telefone automaticamente.
– Detetive na linha… Ah Oi Henry – Emma sentiu seu Coração pulsar mais rápido e seu estômago revirar, ela estava nervosa o suficiente para suar e assim aconteceu.
– Henry nós conversamos quando eu chegar em casa, eu to com problemas de trabalho agora, mas acho que sua ideia é excelente. Nos vemos mais tarde OK? – Emma falou ao telefone com seu coração quase pulando do peito, ela não sabia com que cara chegaria em casa, mas de uma coisa ela sabia, ela não esconderia nada dele. Depois que Henry concordou em esperar Emma chegar em casa a loira desligou o telefone mais aliviada.
Entre todos os sonhos de Regina, que a deixava com insônia a noite toda, nenhum se comparou a esta noite, este sonho parecia mais real, e mais perturbador que os outros, ela sentiu cheiro de grama e terra molhada, e sentia também a presença de magia ao seu redor, ela caminhava entre as árvores e podia ver os arbustos molhados tocar seus braços, a chuva fina e gelada tocava sua pele e escorria por todo seu corpo deixando-a molhada, seus cabelos balançavam mas não bagunçavam. A mente de Regina parecia vagar fora de seu corpo e ela andava sem saber o porquê de estar andando, caminhava passos curtos, ela respirava tão lentamente que mal dava para perceber se ela estava mesmo respirando, era dia, um dia feio e sem graça, um fim de tarde sem sentido e sem humor, nada naquela floresta parecia estar em seu lugar, Regina estava vestida com um vestido vermelho e um cinto fino afivelado bastante delicado abraçando sua cintura mas por incrível que pareça ela estava descalça. Regina passou um bom tempo andando em linha reta, ela não mudava sua direção nem seus olhos mudavam de visão, eles estavam tristes olhando para a trilha a frente onde Regina seguia. Até um barulho despertá-la, e fazê-la voltar em si, ela olhou para os lados incrédula como se estivesse despertado de um transe e não entendia o que fazia descalça no meio de uma floresta. Ela olhou ao seu redor e procurou compreender mas um barulho estranho voltou a adentrar seus ouvidos a chamando atenção, foi aí que Regina parou para escutar e procurou com os olhos, a origem daquele barulho, mas ele parecia estar em todo o lugar, quando Regina fechou os olhos escutou o barulho se transformar em um sussurro, depois mais outro apareceu, e outro seguido de mais alguns, ela tentou entendê-los e a medida que se concentrava em focar sua mente naquilo, os sussurros aumentavam seu tom se transformando em vozes aleatórias, eram alguns pedidos de socorro e outros pareciam acusações violentas que eram pronunciadas com muita raiva. Quando Regina caiu em si entendendo o que falavam, sua mente parecia pesada e seu corpo exausto, ela colocou a mão nos ouvidos e começou a caminhar outra vez procurando uma saída dali, mas ela ficou em pânico minutos depois e isso só fez tudo piorar, não adiantava tampar os ouvidos com as mãos, não adiantava andar às pressas nem procurar saída, quanto mais ela tentava se afastar dali, mais escutava aquelas vozes desesperadas e zangadas, quanto mais ela andava mais longe estava de uma saída e quando ela saia da trilha outro caminho a levava de volta ao mesmo lugar mas Regina não parava de andar, não parava de lutar contra o que ouvia. Depois de muito tempo sem desistir, Regina resolveu parar, ela tirou as mãos dos ouvidos e escutou cada voz que falava com ela, suas lágrimas começaram a escorrer e seus olhos ficarem avermelhados, ela sentiu todo o peso da morte das pessoas que ela havia sentenciado em seus dias passados então as vozes se foram. Regina fechou seus olhos e tentou sair dali recorrendo a magia mas sua névoa roxa não apareceu para ela, porém algo maior estava diante dela quando ela abriu seus olhos, corpos e mais corpos sem vida estavam por toda a floresta e seus sangues cobriam todo o chão, Regina olhou para eles com pesar e culpa. Ela olhou ao seu redor e viu que estavam por toda a parte, alguns nem ao menos tinha membros e outros estavam simplesmente suspensos nas árvores com seus corpos enfincados em galhos grossos e afiados. Ela abaixou-se ao chão para ver de perto um dos corpos a sua frente, ela queria ter certeza que eram reais e que sua culpa era merecida mas quando ela ergueu suas mãos na frente do corpo para tocá-lo, viu que estavam cobertas de sangue, ela levantou-se voltando a ficar de pé no meio deles e observou suas mãos, ela caminhou seus olhos por onde o sangue estava e viu em sua roupa grandes machas dele, ela ficou em pânico e tentou retirar as manchas mas elas pareciam ter possuído seu vestido que estava mais vermelho onde o sangue sujava.
– Não fui eu, não fui eu, eu sinto muito, não fui eu! – Regina repetia várias vezes para si enquanto chorava e passava as mãos em seu vestido.
– Você matou seu filho Regina, como pôde matar o único que a amava? – Uma Regina diferente surgiu no ambiente e começou a caminhar para perto da ex prefeita ela apontava para um lugar específico enquanto caminhava se aproximando e a ex prefeita por sua vez observou-a entre fechando os olhos pois não acreditava no que via, era ela mesma a poucos passos a frente, estava vestida com um vestido longo e negro, a saia desse vestido era muito dispersa, bastante apertado na cintura e decotado, tinha em seu pescoço um colar enorme com rubis e diamantes negros nele, ela tinha também um penteado exagerado, era uma espécie de coque grande e uma corôa dourada e cheia de jóias no topo de sua cabeça, seu vestido varria o chão não deixando espaço para mostrar seus pés pois os cobriam. No momento em que ela se calou a prefeita olhou para o chão onde a rainha apontava e Regina olhou pasma, o corpo de Henry estava a dois passos à esquerda da prefeita mas quando ela foi até ele, desapareceu.
– Você fez isso! Você arruinou a minha vida. – Regina apontou para sua cópia, ela tinha nos olhos, uma confusão estranha de medo raiva e dor. Mas a mulher frente a ela apenas gargalhava.
– Olha o que você fez a si mesma Regina. – A mulher de vestido negro apontou para si mesma rindo.
– Você se transformou na rainha que todos temem, você matou seus súditos, escravizou seus vilarejos e amaldiçoou seu próprio reino. – A mulher continuava a falar com um sorriso divertido no rosto mas no mesmo instante que se calou, formou uma expressão séria em seu rosto.
– Olhe para você, está horrível, você deixou que a prendessem, deixou que a sequestrassem. Depois de tudo o que fez… Virou uma mulher fraca. – A Rainha falava séria mas seu semblante começara a decair mostrando algumas lágrimas encherem seus olhos e em seguida rolar pelo seu rosto. Ela não parecia perceber mas acabará de Deixar Regina um tanto zangada e mesmo sem magia nas mãos a ex prefeita caminhou pesado até a rainha.
– VOCÊ É FRUTO DA MINHA IMAGINAÇÃO, VOCÊ NÃO PODE ESTAR MESMO AQUI NA MINHA FRENTE PORQUE QUEM CRIOU VOCÊ FUI EU E ESTÁ DENTRO DE MIM. – Regina explodiu suas palavras e empurrou a rainha que dava passos para trás e ficou incrédula sem saber o que falar para rebater as palavras de Regina. E no minuto em que ela abriu a boca para isso, Regina a empurrou com mais força a fazendo cair no chão, mas assim que a rainha caiu, se transformou em uma fumaça fina e negra que subiu pelo ambiente desaparecendo no topo das altas árvores, foi aí que Regina acordou devagar, ela sentiu seu ferimento no ombro doer com mais intensidade e cordas grossas prenderem seus braços e seus tornozelos; e sentiu-se fraca para se mexer, ela abriu os olhos piscando lentamente até despertar totalmente, e olhou em volta mas não conseguiu identificar onde estava pois estava muito escuro, mas Regina sentia cheiro de folhas secas então percebeu que não estava em Storybrooke. Ela passou a língua nos lábios sentindo-os ressecados e uma forte sede em seu corpo suplicar por água. Quando Regina escutou passos e uma claridade atingir seus olhos por uma porta a ser aberta, ela tentou ver quem se aproximava mas seus olhos não conseguiam se manter abertos ainda, ela conseguia ver aos poucos, conforme seus olhos abriam e fechavam tentando se acostumar com a claridade, uma pessoa estava se aproximando dela então Regina sentiu uma forte dor quando lhe atingiram forte na cabeça a fazendo desmaiar.
A neblina da Floresta já começara a se espalhar por toda a cidade fazendo o frio parecer eterno mas a chuva já não dava mais sinais, ela havia ido embora a poucos minutos. A detetive Emma partiu para casa, e o relógio marcava 21:00 PM horas, era difícil pra ela conseguir enxergar com toda a neblina no seu caminho mas ela dirigia com cautela e sem pressa.
– Não é possível… Essa coisa parece ter vida própria. – Emma viu a neblina lá fora ficar cada minuto mais densa transformando-se totalmente em um nevoeiro gelado, ela entre-fechava seus olhos tentando ter mais visão por onde conduzia seu carro, e fechou os vidros de seu fusca, para não ter mais frio do que já sentia. A medida que Emma se aproximava de sua casa, seu coração pulsava forte como se implorasse por ajuda, ela sentia já falta de Regina na delegacia e falta das implicâncias dela por ter Henry só pra ela, a detetive se encontrou sorrindo todo o caminho até estacionar seu fusca na frente de sua casa. Ela nem percebeu onde estava, seu corpo parecia ter controle próprio e sua mente vagava à procura de lembranças por Regina. Emma retirou sua chave da ignição e retirou seu cinto que guardava a sua segurança durante o caminho, ela cruzou os braços e deixou que as lembranças de Regina preenchessem todo o seu ser. Ela olhava para o nevoeiro lá fora como se estivesse vendo a ex prefeita dentro dele, ela levou seus pensamentos no dia em que viu Regina usar sua magia para proteger Henry e sorriu por muitos minutos por causa disso.
– Onde você está rainha? Em que problema se meteu agora? – Emma suspirou enquanto perguntava imaginando se Regina pudesse respondê-la. Ela deitou no banco de seu fusca e não percebeu as horas passarem conforme pensava em como seria os próximos dias na cidade.
A vida de Emma ter virado do dia para a noite a fazia sentir-se outra pessoa, ela não tinha mais a mesma sensação de apenas ser responsável por seu emprego, agora, ela teria de pensar no Henry em primeiro lugar em sua vida e isso a deixava vulnerável ao insensato, ela estava aprendendo a ser mãe ainda. A adolescência de Henry nem a preocupava tanto pois ela não sabia o que pais e mães enfrentavam quando os filhos cresciam, ela se preocupava apenas com a infância dele e não queria que ela fosse perdida ou tomada dele por causa de mortes e da magia. Mas acima de tudo Emma sentia medo de criar Henry sozinha, ela não se sentia capaz sem Regina para dar as ordens, ela viu como a ex prefeita cuidava do filho e como o protegia, Emma sabia que tinha a mesma capacidade de amor e proteção mas se sentia incapaz de enfrentar problemas que talvez Henry enfrentaria, como perder Regina para sempre por exemplo, pois ninguém sabia se ela voltaria, ae a encontrariam- ou se nunca mais a veriam de novo. Isso a perturbava mais do que ela gostaria.
Depois de poucos mais de 1 hora apenas pensando, Emma resolveu entrar em sua casa, ela torcia para Henry estar dormindo e ter mais tempo de formular respostas e explicações para dar ao garoto, ela procurava a melhor forma de dar a notícia para conseguir consolá-lo depois mas sabia que não era tarefa fácil. Emma saiu de seu fusca apertando os olhos para não irritá-lo com o nevoeiro e para tentar ver o máximo que podia, ela fechou a porta do fusca e o travou, guardou as chaves no bolso traseiro da calça jeans e ligou a lanterna de seu celular, ela seguiu para a porta de sua casa com cuidado para não tropeçar em nada que estivesse em seu caminho, as luzes dos postes não ajudavam muito na iluminação mas o nevoeiro também não estava tão denso assim a ponto de não conseguir enxergar completamente.
Emma abriu a porta da casa e subiu as escadas, ela desligou o celular e parou em frente a porta de dava acesso total a sua casa, ela parou e respirou fundo tomando para si uma coragem maior do que ela tinha, então colocou as mãos na maçaneta, mas, não abriu a porta ainda, ela escutou vozes vinda de dentro da casa a fazendo parar para escutar. Pareciam pessoas assustadas e zangadas, ela não esperou mais, abriu a porta e entrou. Emma ficou incrédula com o que viu, esbugalhou os olhos e os piscou várias vezes para ter certeza que que nao estava tendo ilusões.
– Wow o que está acontecendo aqui? – Emma chamou atenção de todos que estavam em sua casa no maior blá blá blá. Ela estava confusa e assim ficou até Mary se aproximar dela e fechar a porta atrás dela.
– Emma! Finalmente você chegou. – Mary segurou o braço esquerdo de sua filha a trazendo para mais dentro da sala, ela sorria mas Emma continuava confusa.
– Mãe! – Henry foi até Emma correndo e a abraçou, ela não percebeu mas Henry estava com o rosto vermelho e olhos cheios de lágrimas.
– Henry eu me atrasei, não tive escolha, o tempo lá fora está estranho…. – Quando Emma se afastou de Henry para vê-lo percebeu seu semblante decaído.
– Ele já sabe de tudo Emma, Leroy ligou para David. – Mary revelou rindo fraco.
– Oh Henry eu sinto muito, nós iremos fazer o possível para encontrá-la, eu prometo. – Emma começou a falar e Beijou a testa do filho procurando palavras em sua cabeça para dizer a ele, a fim de tranquilizá-lo, ela o abraçou forte e sentiu seus olhos encherem de água.
– Não era assim que eu queria que você soubesse. – Emma falou triste, ela se arrependeu de não ter chegado em casa a tempo de falar com Henry.
– Não importa, ela não vai voltar. – Henry expressou triste, e começar a soluçar.
– Venha Henry, você precisa ir pra cama agora, Regina não iria querer que você dormisse tarde. – Mary segurou a Mão de Henry o tirando do abraço de Emma, mas ele só deu passos para longe dela quando a mesma, assentiu positivamente com a cabeça aprovando sua ida para dormir.
Emma ficou na sala enquanto Mary levava Henry para a cama de Emma, o quarto dela era o mais afastado da casa e portanto ninguém atrapalharia o sono de Henry com barulho.
A pequena multidão que estava na casa de Mary permaneceu em silêncio aguardando a volta dela para a sala, eles a consideravam a líder por ter grande afeição uns pelos outros e ela muito mais por eles, ela os protegia de Regina no passado e então encontraram em Mary e David um Refúgio onde se abrigar quando ao ruim acontece.
Depois de alguns minutos fazendo companhia a Henry, finalmente o garoto adormeceu, Mary fechou a porta do quarto o deixando num silêncio tranquilo e apenas a luz de um abajur no canto de uma parede iluminando levemente o cômodo. Ela se retirou do quarto e voltou para a sala, e mal sabia ela que todos a esperavam para continuarem com o assunto. Ela os olhou sem entender quando pisou os pés na sala e os percebeu a observando, e Emma sentada em uma cadeira um pouco afastada deles.
– Muito bem… Onde paramos?... Ah sim eu me lembro, a volta para casa. – Mary começou a falar e chamou a atenção de Emma involuntariamente.
– E onde está o nosso príncipe? – Archie perguntou destacando-se da multidão dando um passo para perto de Mary Margaret.
– David está ocupado, o trabalho dele exige muito de seu tempo mas ele estará aqui em breve.– Mary respondeu sorrindo e calma, ela mais do que ninguém, gostaria de confiar que tudo ficaria bem e tentou passar essa confiança para os demais.
– Por favor temos que nos ajudar, não há como voltarmos, agora Storybrooke é o nosso lar. Não precisam temer, ninguém mais ficará em perigo se continuarmos juntos. – Mary concluiu sorrindo, seu sorriso sempre confortou a todos mas pela primeira vez em sua vida, ninguém se sentia assim. Emma apenas observava, ela estava cansada demais para participar da conversa, ela queria descansar seus pensamentos em algum lugar longe dos problemas.
– Se até a rainha não conseguiu se defender como podemos ter certeza que nós conseguiremos? – Uma mulher baixa e magra, uma possível camponesa no passado, estava agora questionando a confiança de Mary, ela tinha ao seu lado, uma criança de aparente 6 anos, era uma menina que mexia em seus próprios cabelos desconhecida da conversa ao seu redor.
– Pelo menos agora não temos que nos preocupar com Regina. – Um homem sarcástico saiu e perto da multidão e os olhou sorrindo, ele tinha cabelos negros e um rosto largo, não passava de 1,70 cm, e cheirava a madeira, um possível marceneiro depois de um dia exausto de trabalho, mas não parecia ter humildade alguma no coração.
– Olha lá como você fala. – A detetive se levantou de sua cadeira chamando a atenção de todos e deixando Mary Margaret de olhos esbugalhados, pois defendeu a rainha com aquelas palavras.
– Não chegou ao conhecimento de vocês mas Regina não era uma ameaça a vida de vocês, mais do que todos ela queria que Storybrooke fosse segura para sua população – A loira falou sem parar, até concluir com uma testa franzida e olhar de decepção para eles.
– Regina sabe que Storybrooke não é segura, ela mesma construiu a cidade assim, uns dos preços dessa maldição foi ligar a cidade a ela e por tanto se Regina está em perigo, Storybrooke também estará. – Sidney Glass saiu do meio das pessoas se aproximando de Emma, ela ficou espantada por vê-lo ali.
– Você? Que horas chegou aqui? – Emma perguntou surpresa.
– Não muito tempo antes de você, o xerife me deixou aqui depois que voltamos da floresta, eu já deixei todos a par do que acontecerá com a cidade. – Sidney respondeu convicto de que estava certo e mostrava orgulho em suas palavras, pois ele mais do que ninguém conhecia Regina muito bem, ninguém a conhecia tanto quanto ele. E não havia ninguém que pudesse entender Storybrooke melhor que ele, pois ele presenciou quando tudo foi criado, desde o princípio da cidade.
– Não devia ter feito isso Sidney, você vai acabar fazendo a cidade entrar em pânico, isso não é bom pra segurança pública. – Emma esbravejou sem gritar. Depois olhou para todos ali.
– O melhor que podem fazer agora é voltarem para suas casas, não há mais nada que conversar, amanhã assim que o sol nascer vocês poderão nos encontrar no Granny’s para serem orientados pelo David e Mary, mas agora por favor eu estou cansada e Mary também, todos precisamos de uma boa noite de sono. – Assim que Emma terminou de falar, Mary sorriu para todos, concordando com Emma. Emma não foi grossa com ninguém e menos ainda mal educada, ela também queria resolver os problemas da cidade mas ficar acordada até tarde da noite não ajudaria e era isso que ela queria que todos percebessem. Não demorou para que todos fossem embora, um a um foram saindo até restar Sidney, ele parecia ainda ter assuntos para tratar com Emma e por alguns minutos eles conversaram.
No dia em que Regina criou Storybrooke, todos os guardas do castelo foram mandados para a forca, a magia poderosa da rainha, os hipnotizou os fazendo Matar um a um até não sobrar nenhum deles, no total 39 homens foram mortos naquele dia, a rainha estava mais fragilizada do que nunca, ela havia perco seu pai depois de envenená-lo com chá de maçã, contra sua própria vontade, sim, Regina matou sem pai a contra gosto. O rei estava morrendo aos poucos, ele estava doente por ter sido picado por uma Mamba Negra durante uma viagem de negócios em prol do reinado da filha. Ao descobrir seu grave estado Regina cuidou do pai desenvolvendo uma poção que o mantinha vivo mas que não podia poupá-lo de seu sofrimento, depois de anos assim, o Rei ordenou a filha que o deixasse morrer e quando Regina viu a oportunidade de fazer com que a morte do pai não fosse em vão, envenenou-o e quebrou todos os frascos de antídotos que tinha em seu castelo, para que ela não acabasse voltando atrás em seu arrependimento. Quando seu pai morreu, Regina retirou seu coração e o fez pulsar fora do corpo, depois o guardou numa espécie de cofre o mantendo seguro até o dia que precisasse usá-lo em seus planos, mas não importava o que planejava, pois mesmo assim ela não curava seu coração da dor que sentia por perder mais alguém e agora se sentia sozinha pois nem mesmo sua mãe estava ao lado dela. Uma outra hora embarcaremos na história de Cora, mas por hora me permita concluir.
Era um dia infeliz para a rainha e ao mesmo tempo muito glorioso, enfim ela poderia sentir o bom gosto da sua vingança contra branca e contra todos os camponeses que ficaram do lado da moça enquanto Regina a caçava para matá-la. Neste dia de grande glória nem Branca de Neve nem seus amigos poderiam escapar da fúria da rainha má, ela não tinha mais nada a perder então não voltaria atrás para poupá-los de sua ira. Regina tinha apenas uma pessoa ao seu lado, para ajudá-la a obter sucesso em sua maldição, ele era Rumpelstiltskin, a criatura dona das trevas que havia se apossado da rainha, pois sim, Regina aprendeu a arte das trevas com ele, que um dia foi seu instrutor. Rumple e Regina fecharam um acordo de criarem Storybrooke para matar a sede de vingança da Rainha e dar uma grande vida a dois para Rumple, pois ele estava apaixonado por uma princesa que a muito tempo tentou conquistar mas por ela saber quem ele era de verdade, recusou os esforços contínuos dele, de aproximar-se dela. E a maldição de Regina ajudaria Rumple a ter uma nova identidade e enfim ganhar o amor da moça. O acordo deles estava muito bem combinado, a receita para lançar a magia vinha de Rumple que de bom grado e confiança entregou a Regina para libertar-la no mundo. A parte de Regina nesse acordo era promover todos os ingredientes necessários para essa receita, e estes ingredientes eram: 1 fio de cabelo de sua maior inimiga, 1 lágrima de amor perdido, 1 pingo do sangue da responsável pela maldição para que ligasse sua vida a cidade que seria criada, 1 coração da pessoa que Regina mais amava e 1 objeto precioso do senhor das trevas para que a maldição o levasse a ser bem sucedido em tudo que procurasse realizar e por fim a força vital da magia de Regina. Depois que a mulher juntou tudo em um caldeirão imenso, ela mesma ativou a maldição fazendo sua magia ser transferida para seus ingredientes. Esta foi uma hora de muita alegria para Regina mas ao mesmo tempo que ela via a maldição espalhar-se por todo o lugar, ela também chorava por tudo o que havia perdido e não podia recuperar, poderia vingar-se e no fim fazer seu coração pulsar em paz.
A maldição da rainha demorou ser de 1 dia e meio para espalhar-se por todo seu reino e quando ela levou todos embora dali, destruiu o mundo que conhecia deixando apenas destroços e terras estéril para que nunca mais pudesse ser habitada e cultivada. Ao levar todos para a cidade que conhecemos hoje como Storybrooke, a magia de Regina os deu novas lembranças e novas identidades, e também os fazendo parar no tempo para que ninguém envelhecesse assim viveriam por muito tempo amaldiçoados. Para eles tudo estava como sempre deveria ser e ninguém exceto Regina e Rumple sabia da verdade, Emma não estava entre eles, anos antes da maldição ser lançada Regina anunciou seus planos no casamento de Branca de neve com o príncipe, mas mesmo sabendo do que os aconteceria eles não desistiram de formar uma família, depois de muito tempo na espera por serem amaldiçoados, guardando na mente o dia marcado para isso, Branca de neve implorou as fadas para que sua magia de luz protegesse a criança, até o dia em que a maldição fosse quebrada de alguma forma e a mãe pudesse ir atrás da filha, Emma já tinha 2 anos de idade quando foi separada de seus pais. Mas ninguém sabia como quebrar essa maldição então os pais de Emma confortaram-se em apenas proteger a filha num ato lindo de amor, a criança seria poupada.
Os primeiros dias deles na cidade não foi estranho e nada parecia fora do lugar, cada um havia ganho habilidades e profissões mas David e Branca de Neve estavam separados, eles nem ao menos lembravam um do outro, eles se esbarravam de vez em quando mas nada, nenhum brilho nos olhos despertava sentimentos um no outro e era isso que Regina havia planejado, ela queria separar Branca de seu amor verdadeiro assim como havia acontecido com ela e Daniel, e nada a satisfazia mais do que ver eles desconhecendo um do outro.
Os cidadãos de Storybrooke viviam como robôs, todos acordavam iam para seus trabalhos, criança s estudavam, e a prefeita governava a cidade sem ser questionada, sendo muito temida durante anos. Mas algo estava fora do lugar, a moça que Rumple pretendia conquistar não estava entre eles, Rumple a procurou por todos os lugares mas nem mesmo a prefeita sabia do paradeiro da princesa, ela simplesmente não estava em Storybrooke e isso despertou raiva e fúria em Rumple, constantemente ele lembrava a Regina quem ela era antes de conhecê-lo e quem ela perdeu por não ser capaz de fazer algo a respeito, ele até a ameaçou várias vezes a fim de reprimi-la a encontrar a moça mas nada funcionou.
Nos dias atuais Sidney já havia ido embora e Emma estava jantando com Mary na hora em que David chegou exausto.
– Nossa vocês ainda estam acordadas? – Ele entrou e assim que as viu na bancada da cozinha sorriu e se aproximou, ele beijou a testa de Emma e de Mary.
– Desculpe ter que te deixar sozinha, eu não contava com aquele imprevisto. – David começou a falar enquanto caminhava até a pia do outro lado da bancada.
– Tudo bem, Emma chegou minutos depois e conseguiu dar um jeito de aliviar. – Mary falava enquanto passava geleia de morango em uma torrada.
– E como foi? Me contem, a minha filha é parecida com o pai nas palavras? – David perguntou orgulhoso e bastante convencido, ao mesmo tempo brincalhão. Mas Emma só observava.
– Ela sabe como lidar com o que estamos passando, Emma é uma ótima líder como você. – Mary opinou e piscou para o marido sorrindo. E Emma sorriu seguida de David que gargalhou.
– Eu tenho uma notícia para vocês. – David fez suspense esperando alguém falar algo mas elas apenas o observavam. Ele começou a lavar as mãos.
– Rumple acordou a mulher que estava em coma… Não não, eu esqueci outra vez, O Senhor Gold acordou a mulher que estava em coma. – David piscou algumas vezes concluindo e sorrindo por se confundir, eles concordaram em viver com seus nomes atuais e esquecer seus passados mas ainda era difícil para eles. Ele roubou a atenção de Emma a fazendo parar de tomar seu suco de uva, ela olhou com olhos esbugalhados.
– Que bom, e ela está bem? Ela… – Mary tentou falar mas Emma não a deixou terminar, a loira incrédula se levantou do banco que estava sentada frente a bancada. E David a observou secando as mãos.
– O acordo de Gold com Regin! – Ela mencionou e parou no tempo como se pensasse profundamente, ela nem ao menos escutava David chamar seu nome.
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