Enquanto alguns cidadãos da cidade corriam para se esconder, Emma perseguia a criatura com o carro da polícia, Henry foi deixado aos cuidados de Granny em seu estabelecimento absurdamente lotado, a boa velhinha perguntava-se porque os habitantes sempre abrigavam-se naquele local. A lua estava quase pronta no céu noturno e algumas nuvens se formavam mas o calor estava muito grande. Granny fazia o seu melhor para acalmar a todos, indo de pessoa em pessoa para tentar explicar aquilo.
– Mas tem uma fera a solta. – Dizia um cliente.
– Aquela coisa vai nos matar queimados. – Outro falava alto.
– O que era aquela coisa? – Alguns perguntavam. Todos estavam muito aflitos.
– Acalmem-se, Emma está fazendo o melhor que pode para que nada aconteça. – Disse Granny.
– A xerife não pode nos salvar. – Outro cliente disse
– Parece que algo já aconteceu. – Um rapaz entrou no estabelecimento da vovó, respirando pesado, e soava bastante tambem.
– Baelfire! – Disse August no meio de tantas pessoas dentro do Granny's.
– Malévola está sobrevoando a cidade. – Falou Baelfire olhando para todos e inclusive para August.
Quando o rapaz disse tais palavras, os clientes de Granny, e tambem aqueles que estavam ali apenas para buscar um lugar para se esconder, começaram a alterar as vozes por medo, alguns estavam nervosos, outros cochichavam mas tinham nos olhos o temor.
Henry comia um tipo de doce no balcão, mas observava a conversa calado.
– Onde está David e Mary Margaret? – Perguntou Ruby vindo da cozinha com um copo de água.
– Eu não sei, eu não os encontrei. A casa está totalmente vazia. – Disse Baelfire ainda em pé na frente da porta que acabara de se fechar atrás dele.
– E onde está Sidney quando precisamos dele. – August perguntou negando com a cabeça o fato de absolutamente ninguém aparecer com uma explicação.
– Eu vou procurá-lo, e vocês continuem aqui, talvez ele esteja na mansão com Regina, David e Mary Margaret planejando algo para deter Malévola. – Disse Baelfire.
– Ela parece assustada. – O garoto falou sentado em uma das cadeiras do balcão, limpando a boca com um guardanapo. Ele parecia muito despreocupado e todos o olhavam. – Pela maneira que ela está voando e cuspindo fogo em todos os lugares, é medo.
– Mas o que você está fazendo aqui garoto? Perguntou Baelfire olhando confuso para o seu filho.
– Minha mãe deixou que eu ficasse com Emma depois da escola, e ela ia me ensinar a cuidar da cidade se a minha avó não estivesse lá fora. – Explicou Henry levantando da cadeira e indo até seu pai.
– Tudo bem, eu vou até Regina, você quer ir tambem? Acho que ela vai querer que você esteja por perto. – Perguntou o rapaz.
– Sim! – Afirmou Henry.
– Então eu acho que tambem deveria ir. – Uma ruiva de olhos verdes apareceu no estabelecimento de Granny, com algumas névoas verdes ao seu redor, era Zelena.
– Ok então, vocês precisam ir. Nós vamos pegar todas as mangueiras que tivermos, baldes e água, para apagar o fogo que ainda está queimando lá fora. – Disse Ruby olhando para todos, esperando da parte deles alguma reação. E exatamente todos assentiram com a cabeça e reagiram para encontrar tudo o que precisavam.
– Temos mangueiras lá atrás na lavanderia. – Disse Granny o mais alto que podia, para que a escutassem.
August, Baelfire e Henry foram levados pela névoa de Zelena até a mansão Mills. A ruiva sentia que devia ajudar e mesmo que não ganhasse nada com isso, pensava em ser útil para Regina. Elas não conviveram uma com a outra mas Zelena ainda a considerava uma irmã mais nova que precisava de sua proteção.
Quando adentraram a mansão, Zelena subiu as escadas junto com os demais para procurar pela prefeita, mas em nenhum cômodo ela estava.
– Pra onde será que ela poderá ter ido? – Perguntou-se Zelena no corredor do andar de cima. August e Baelfire estavam em outro cômodo do andar, e Henry procurava por todos os quartos que a casa tinha.
– Pessoal, é melhor vocês darem mais uma olhada nesse quarto. – Disse Henry o mais alto possível, ele estava no quarto da prefeita e tinha uma feição perplexa.
– Eu já procurei aqui Henry! – Exclamou Zelena adentrando o quarto decepcionada. Atrás dela vinha August e Baelfire baste curiosos.
– Mas você não viu aquilo. – Apontou o menino, para algo que havia na parede do quarto da prefeita.
– O que é isso? – Perguntou a bruxa olhando para um tecido escuro na parede.
– Eu não sei. – Henry deu de ombros e sentou-se na cama da mãe.
– Deixa comigo. – Disse Bael indo até a parede e esticando a mão direita. Devagar e em silêncio, ele puxou o tecido e arregalou os olhos quando viu, que aquilo escondia algo muito intrigante. Um espelho redondo e negro que por ocasião não refletia sua imagem.
– Por Merlim! – Exclamou Zelena surpresa ao olhar. – Não pode ser.
Da cama de sua mãe, Henry formou uma expressão de surpresa e não conseguia entender.
– Mas se Malévola está aqui. Quem está lá fora? – Perguntou August estupefato vendo que Malévola e Sidney ocupavam o mesmo espelho.
Zelena não esperou mais, ela gesticulou com as mãos como se desenhasse no ar e Malévola junto a Sidney saíram do espelho aparecendo em sua frente, muito exaustos.
– Regina está descontrolada. – Disse Malévola ofegante ao sair do espelho.
– Por mais algumas horas batendo e gritando em vão, desmaiariamos de exaustão. – Falou Sidney também respirando pesado.
– O velho truque de sempre. – Começou Zelena. – Regina usou o espelho para prendê-los no silêncio. – Negou ela com a cabeça achando aquilo inacreditável. – Se Henry não tivesse notado o tecido sobre a parede, nunca teríamos encontrado vocês.
– Regina foi atrás do Rumplestlstiskin sozinha. – Disse Sidney preocupado.
– Mas e o nosso plano? – Perguntou Bael.
– Ela queria distrair vocês. Lhes dar algo para se ocupar enquanto ela se arriscava sozinha, mas parece que os planos dela também foram por água abaixo quando se transformou sem controle.. – Disse Sidney.
– Eu vou atrás dela, vou impedi-la antes que o meu pai a mate. – Bael deu as costas e apressou-se em sair dali.
– Ele não entende. Regina nunca se transformou antes. Ela nao sabe o que está fazendo, ela pode matá-lo. Está indefesa. – Disse Malévola.
– Indefesa? Ela colocou fogo na cidade. – Informou August com um tom sarcástico.
– Hora, saia da minha frente rapaz. Minha filha precisa de mim. – Disse Malévola, determinada, assim como Baelfire ela saiu da mansão com muita pressa. Mas os que ficaram, olharam-se um para o outro sem saber para onde ir.
– Temos que pensar. – Falou Sidney olhando para Zelena e August.
– Ela é a prefeita, não precisa de ajuda. – Disse Henry de braços cruzados, muito confiante para com a sua mãe Regina e ao ouvi-lo Zelena sorriu.
Na casa de Rumple uma moça assustada procurava por todo lugar um objeto específico que lhe ajudasse a escapar dali. O quarto que Bella dormiu a primeira noite em Storybrooke, tornou-se a partir daquela noite a sua prisão, ela havia confiado em Rumplestlstiskin, mas ao adormecer naquela mesma noite, o homem a trancou e garantiu que ninguém pudesse escutar seus gritos. Por dias ela estava sozinha e arrependia-se de ter confiado nele. Quando a moça escutou o som do dragão pela cidade, ficou assustada sem saber o que acontecia e já estava cansada de esperar o pior, assim começou a lutar para sair dali. Quando a noite se debruçou sobre a cidade e o calor começou a lhe fazer soar, a moça retirou, todas as peças quentes de seu corpo, ficando apenas com roupas finas, pois o calor lhe tiraria a concentração e por tanto atrapalharia a sua tentativa de escapar. Ela tentou quebrar uma pequena janela que havia no quarto mas a mesma nem sequer trincou o vidro, pois era muito resistente. Então, Bella lembrou-se de uma pequena e delicada presilha que ela havia ganhado de seu pai antes de ser levada da floresta encantada e por anos carregava como uma lembrança de sua vida passada. Com aquela presilha a moça forçou a fechadura da porta e a abriu.
No porão a muitas escadas abaixo estava o senhor das trevas. Ele parecia concentrado em tudo o que fazia e não tirava os olhos dos frascos de substâncias desconhecidas que estava em sua frente.Quando Bella se aproximou da porta dos fundos, viu que um clarão surgia do chão. Ela abriu a porta e passou por ela à francesa para não fazer barulho. Finalmente estava fora, e mesmo que dali ela pudesse correr e pedir ajuda, a moça caminhou um pouco mais seguindo as paredes em silêncio e abaixou-se ao canto da parede a fim de ver por uma janelinha que havia ali, o que Rumple fazia de tão importante no porão. Ela observou-o por alguns segundos e notou que o homem colocava dentro de um frasco vários objetos que pareciam ser de uso pessoal, com um conteúdo que logo mudou de cor, ficando num tom roxo vivo. Sabendo que aquilo não era nada bom, a moça levantou-se do chão devagar e ficou em pé pronta para ir, mas alguém surgiu na sua frente.
– Você disse que me ajudaria, e para isso eu a trouxe. – Disse Rumple carregando no rosto um sorriso perigoso e exalando determinação.
Mas Bella continuava calada, apenas ouvindo e olhando, de repente suas pernas não pareciam fazer parte de seu corpo e ela ficou imóvel.
– Eu sinto muito Bella mas não tem outra maneira de fazer isso. – Rumple aproximou-se da moça e com agilidade e força ele enfiou sua mão direita no peito dela, ela o olhou com medo e dor, sentindo uma lágrima escorrer pelo seu rosto à medida que o senhor das trevas retirava sua mão com o coração dela, mergulhado em sangue. Com o último suspiro, o corpo dela caiu no chão sem vida. Rumple vendo o que havia feito, ajoelhou-se ao lado dela com o órgão em sua mão e se pôs a chorar.
– Eu sinto muito Bella. – Disse ele chorando lágrimas verdadeiras porém vans. Os olhos verdes de Bella pareciam olhá-lo enquanto sofria pelo que fez e quando Rumple sentiu mais culpa lhe atingir, fechou os olhos dela com a mão desocupada.
– O que você fez? – Perguntou Baelfire as costas do pai.
Rumple levantou-se secando as lágrimas e virou, para olhar para o rapaz.
– Tudo o que fiz foi para ter nossa família. – Respondeu ele.
– Você é doente, as trevas te transformaram em uma pessoa repugnante. – Falou Bael entristecido e com desprezo pelo pai. Ele foi até o corpo de Bela e a pegou no colo com muito cuidado.
– Bael! Eu não queria… E-eu sinto muito. – Rumple lamentou, mas o rapaz não ficou para ouvir e tão pouco lhe deu atenção.
Bael caminhou pelas ruas com Bella em seus braços, algumas árvores da cidade ainda pegavam fogo e as lágrimas que ele derramava brilhavam com a luz das chamas.
– REGINA! – O rapaz gritava pelas ruas querendo o socorro da prefeita, enquanto as pessoas olhavam assustadas e tristes, ele não se importava mais com o que viria a acontecer a cidade, apenas lamentava a perda de alguém tão doce como Bella.
Mas Regina não lhe escutava, ela mesma lutava contra si no meio da floresta da cidade, emitindo sons e mais sons assustadores. Emma lhe chamava atenção e tentava ajudá-la mas sem sucesso Regina incendiava todas as árvores que via pelo caminho. Por sorte uma mãe desesperada vinha de encontro a ela, de longe Emma percebeu uma bela mulher loira se aproximar do dragão, sem medo algum, Malévola, andava como se não estivesse acontecendo nada e num piscar de olhos ela também se transformou, nessa hora os olhos de Emma se arregalaram e a loira ficou imóvel observando tudo do chão, sentindo-se ainda mais pequena Emma sorriu, pois notou uma forma de comunicação entre as duas grandes criaturas que pareciam conversar entre si.
– Incrível não é? – Uma voz familiar vinha de trás de uma árvore.
– Quem está aí? – Perguntou Emma olhando em volta.
– É uma pena que eu não possa admirar um pouco mais. – Kilian aproximou-se e Emma o reconheceu quando as chamas de algumas árvores clarearam seu rosto.
– O que faz aqui? – Perguntou Emma.
– Eu vim buscar o que é meu, é claro. – Disse ele apontando para uma mulher próxima a Regina, ela caminhava também sem medo algum.
– O que a madre superiora está fazendo? – Emma deu um passo rápido para ir atrás da mulher mas antes que pudesse o fazer, Kilian interveio.
– Ela está hipnotizada Emma, ela não sabe o que faz. – Disse gancho.
– Ela… – Emma foi interrompida.
– Cora prometeu me ajudar mas como ela está ocupada, enviou outra pra fazer isso. – Começou ele a explicar. – Vocês estavam tão ocupadas pensando no que Rumplestlstiskin queria, que nem se deram conta de quem estava realmente correndo perigo.
– Regina tinha Razão. – Disse Emma com desprezo. A loira caiu em si e lembrou-se das palavras da prefeita. Emma encheu-se de raiva e por extinto sacou sua arma e a apontou para o pirata. – MANDE-A PARAR. - Gritou a xerife.
– Eu não posso, ela só vai parar quando estiver feito. – Informou o pirata sorrindo despreocupado. – Observe Emma, Observe sem poder fazer nada.
– Você me usou. – Emma acusou-o enojada.
– Você permitiu. Achando que todos podem ser boas pessoas. – Falou Kilian sorrindo.
Emma olhou para a madre superiora que conjurava magia com uma varinha nas mãos, causando dor na prefeita Mills.
– FAÇA-A PARAR. – Gritou Emma outra vez.
– Não! Eu vou levar o que vim buscar. – Disse Kilian determinado. – Tenho negócios a fazer, eu ficarei rico.
Regina não tinha consciência do que acontecia e não sabia o que fazer, mas entendia quem era aquela segunda criatura ao seu lado e entendia o que ela fazia. Malévola derrubou a prefeita no chão e ficou na frente dela, abriu as asas e a guardou ali pois ela era muito maior, então a magia da fada azul encontrou Malévola e a fez agonizar. Mesmo que Regina não entendesse o que acontecia, um impulso forte a levou a voltar a seu estado humano que nem ela mesma conseguia explicar, a prefeita reapareceu deixando o dragão dentro dela adormecer outra vez. Emma que observava de longe, lamentava não poder fazer alguma coisa para ajudar. A Prefeita estava próxima de uma criatura em tortura e podia se machucar. Foi aí que a chuva voltou para a cidade apagando todo o fogo que consumia a floresta. A fada azul deu meia volta e desapareceu em uma névoa estranha, no mesmo momento Kilian também se foi na mesma névoa e Malévola voltou ao seu estado humano, mas desacordada. Emma correu para ajudar no meio da chuva e Regina segurava sua mãe em seu colo sentada no meio da lama, ainda com a mente confusa.
– Você está bem ? – Emma perguntou ao se aproximar delas.
– Eu não entendo. – Falou a prefeita.
– Vamos sair dessa chuva. – Emma agachou-se passando a mão no rosto por causa da água que escorria.
A prefeita olhou para Emma confusa mas assentiu com a cabeça, concordando em sair do meio da floresta, e sua névoa roxa as cobriu levando-as dali.
No Granny's uma multidão de cabeça baixa, chorava. A morte de Bella foi para alguns um choque, os cidadãos a conhecia mas não a tinham visto na cidade até então.
– O Doutor Whale disse que o pai dela a levará quando estiver pronta. – Disse Baelfire tomando uma dose de whisky no balcão. – Ele nos odeia.
– A culpa não foi sua meu filho. – Disse Granny do outro lado do balcão.
– Devíam tê-la tirado de lá a tempo, mas só pensavam em si mesmos. – Disse Zelena ao entrar no estabelecimento segurando a mão de Henry. O menino estava triste e seus olhinhos vermelhos mal se mantinham abertos.
– Ainda temos uma ameaça para enfrentar. – Disse Sidney também ao lado de Zelena, e as pessoas o escutavam.
A noite estava longe para terminar para aqueles cujo desejo era fortemente alimentado. Cora estava na floresta de Storybrooke, em uma velha casa, aguardando a hora que colocaria os planos em prática. Porém, um casal destemido também estava longe de desistir.
Mary convenceu David a dar um passo a frente contra Cora e com muito esforço, encontraram o lugar onde a mulher estava se escondendo. Mas nada se sairia exatamente como esperavam, porque Cora tinha cartas na manga e Mary sabia disso. Eles observavam a velha casa atrás de uma árvore um pouco afastada.
– Foi fácil demais encontrá-la. – Falou a moça com algumas flechas a suas costas e um enorme arco nas mãos. Ela mais do que David estava ciente que Cora gostava de Jogos e os fazia conforme o nível de dano que queria causar Ao adversário.
– Ela sabe que estamos aqui. – Disse David com uma espada nas mãos.
– Então porque se esconder. Vamos acabar logo com isso. – A moça começou a caminhar até a casa mas David a sustentou longe dali segurando o braço dela.
– Não vamos resolver nada assim. – Disse o príncipe, Mary o olhou relutante.
– Não vão mesmo. – Disse Cora atrás deles, a mulher tinha um sorriso maléfico no rosto. David e Mary reagiram na mesma hora, a princesa apontou uma flecha contra Cora e David segurou firme a sua espada.
– Não sejam precipitados. Eu não lhes quero fazer mal. Eu só preciso da colaboração de vocês. – Cora ergueu sua mão e soprou algo que havia na palma dela. Um tipo de pó escuro foi de encontro às narinas do casal real e instantâneamente eles soltaram suas armas e ficaram parados no tempo.
– Tragam Regina para mim. – Pediu ela e os encantados se puseram a andar em direção a cidade.
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