handporn.net
História Cinco vezes Choi - Um Lim entre Chois - História escrita por ShiroKohta - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Cinco vezes Choi >
  3. Um Lim entre Chois

História Cinco vezes Choi - Um Lim entre Chois


Escrita por: ShiroKohta

Notas do Autor


Gente!!Eu peço mil perdões, mas eu esqueci!
Eu cheguei em casa no domingo a noite com a postagem desse capítulo em mente, mas simplesmente esqueci!
Peço perdão!
(╥﹏╥)

Capítulo 7 - Um Lim entre Chois


Fanfic / Fanfiction Cinco vezes Choi - Um Lim entre Chois

Youngjae se bateu mentalmente por ter achado que Yugyeom estava com um resfriado normal. Deveria tê-lo levado ao médico muito antes, então não teria um pequeno vomitando tudo o que comia, com uma febre que nunca cessava. Yugyeom passou a noite acordado, chorando de insatisfação toda vez que Youngjae tentou deitar e levá-lo consigo. O Choi mais velho não havia conseguido pregar um olho, muito menos sentar mais de dois minutos por causa da criança que não queria nada além de colo. Foi por isso que só esperou os primeiros raios de sol surgirem no horizonte para poder sair de casa, não podia deixar Jackson sozinho com os outros irmãos e não tinha para quem ligar aquela hora da madrugada. Encarava a sua lista de contatos com o cenho franzido, poderia ligar para Mark, porém o amigo andava muito estressado e um dia inteiro no hospital não iria ser bom, Nayeon estava em um encontro, nunca que atrapalharia a foda da coitada. Seu dedo deslizou pela tela do aparelho até parar no nome de Jaebeom. O mais velho havia lhe dito que o ajudaria no que fosse, porém não sabia se era certo ou não recorrer a ele, talvez estivesse muito cedo para isso, afinal, não haviam colocado rótulos, não estavam namorando, ao menos achava que não, mas ele já estava bastante entrosado com os pequenos. Porém, talvez, não fosse uma má ideia chamá-lo, ele queria fazer parte de suas vidas afinal, não iria demorar para ele perceber que nem sempre era um passeio no parque.

Levou cinco toques para a voz rouca e embebida de sono do Lim preencher sua audição.

— Tudo bem? — Ele perguntou ao ouvir o choramingo de Yugyeom quando o Choi tentou se sentar pela milésima vez, já não aguentava mais segurá-lo, seus braços estavam cansados.

— Não. O Yugyeom tá doente e eu tenho que sair para levá-lo a emergência, mas não tenho com quem deixar os outros. Se eu fosse voltar logo até deixaria o Jackson com eles, mas eu vou demorar e o Jackson só tem treze… — A voz de Youngjae se perdeu, foi diminuindo o tom, até se tornar um burburinho abafado.

— Youngjae-ah, respira. — Fez o que foi lhe pedido, do outro lado da linha além da voz de Jaebeom escutou o farfalhar dos lençóis, uma porta se abrindo. — Eu estou saindo agora, chego aí o mais rápido possível, tudo bem?

— Oh hyung. — Youngjae queria muito não ter chegado àquele extremo.

— Não se preocupa. Já já eu chego.
 

 

Se era isso que Jinyoung havia caracterizado como bomba, Jaebeom estava mais do que pronto para enfrentar. A quem estava enganando? Não estava pronto coisa nenhuma, estava apavorado. Não sabia o que esperar quando chegasse na casa de Youngjae, nunca havia ficado sozinho com uma criança na vida, quem dirá com três.

Havia discretamente perguntado a sua mãe como cuidar de crianças acima dos cinco anos, porém seu jeito de ser discreto só acarretou em perguntas que eram difíceis demais de responder, acabou desistindo e pedindo para a mais velha esquecer o que claramente ela não fez, tinha incontáveis mensagens de texto em tom de ameaça pedindo explicações sobre seu súbito interesse por crianças. Estava um pouco desesperado, mas também estava feliz, porque mesmo sabendo que era a última opção sabia que se Youngjae havia lhe ligado era porque confiava em si. E ter a confiança de Youngjae era a única coisa que lhe importava.

Estacionou o carro em frente a casa dos Choi, para a sua surpresa Youngjae estava na porta com o caçula nos braços, ele se balançava o corpo de um lado a outro, e se aproximando deles notou que cantava baixinho para a criança. Quando o viu todo seu corpo pareceu despencar em alívio, Youngjae esboçou um sorriso sem dentes e Jaebeom parou na sua frente lhe tocando de leve nos braços.

— Desculpa. — Ele ditou ao qual Jaebeom dispensou.

— Está tudo bem. Você chamou um táxi? Eu posso te levar e depois voltar rápido para ficar com os meninos.

— Eu acabei de chamar um Uber. E o Bambam acordou, ele tá na sala na mamadeira. — Youngjae ditou, seu estado era deplorável. Jaebeom se inclinou sobre ele dando uma olhadinha no pequeno dormindo nos braços do pai, rosto contra o pescoço alheio, respiração chocada. — Ele só conseguiu dormir agora pouco.

Endireitou a postura e sem aviso envolveu uma mão atrás do pescoço do Choi e o puxou até ter acesso a sua boca e lhe deixar um beijo casto nos lábios ressecados.

— Pode ir tranquilo que eu cuido dos garotos.

— Obrigado, de verdade hyung, eu que é tão ocupado, atrapalhei seu sono, mas eu realmente não tinha mais ninguém a recorrer, mas pensando melhor, não seria problema o Jackson ficar com os irmãos e…

— Choi Youngjae. — Jaebeom Interrompeu o monólogo alheio, um tanto risonho. — Relaxa, hm, se eu não quisesse nem estaria aqui. — Levou as duas mãos para o rosto do Choi, acariciou as maçãs de seu rosto com o polegar. — Tá tudo bem.

Eles ficaram por ali, até o carro chegar e Jaebeom entrar pegando a bolsa em cima do sofá, dando uma olhada rápida em Bambam que tinha os olhos semicerrados, a mamadeira na boca, porém já vazia.

Quando Youngjae foi embora, voltou para dentro, trancando a porta da frente e voltou para a sala. Encontrou a mamadeira do Bambam no chão, a apanhou colocando-a na mesinha de centro e caminhou até o garoto desmaiado para o mundo no sofá.

— Hey Bamie. — Jaebeom o segurou no colo, por alguns segundos ele despertou, mas logo voltou a dormir quando foi deitado contra o ombro do mais velho.

Ele seguiu com o garoto nos braços  até os quartos, primeiro foi no quarto dos mais velhos, olhou por entre a porta semi aberta, checando as figuras de Jackson e Wonwoo deitados em suas respectivas camas, um beliche no canto do quarto. Então seguiu para o quarto do Choi. Como Youngjae havia o ensinado uma vez ele deitou Bambam no berço o segurando com uma mão apoiando a cabeça e a outra o bumbum. Prendeu a respiração quando o garotinho se moveu, porém ele não acordou.

Não havia muito o que fazer, já eram duas da manhã, então voltou para o sofá e lá se deitou.



 

Jackson não era muito de acordar cedo em um fim de semana, gostava de dormir até o meio dia e geralmente conseguia, Youngjae não se importava muito, o único problema mesmo eram seus irmãos caçulas que tinham o talento de perturbar a paz. Como naquele momento em que tentava a todo custo voltar para os braços do sono, porém sentiu o quinto cutucão na bochecha, grunhiu se afundando mais ainda no travesseiro e tentando levar os lençóis para cobrir seu rosto, mas com o corpo extra em cima se mostrou uma tarefa difícil. Não ousou abrir os olhos, sua intenção era ignorar por completo a outra presença na sua cama.

— Hyung. — Wonwoo sussurrou soprado bem pertinho de sua orelha lhe causando cócegas.

— Não. — Respondeu choramingando. Não sabia o que ele queria, mas a resposta seria não para o que fosse. Afinal, só queria dormir poxa.

— Mas hyung!! O papai sumiu e o hyungie tá no sofá. — O beliche balançou perigosamente quando mais novo se mexeu passando por cima de si para ficar do lado da parede. — Hyung!!!

— Que? — Abriu um olho tentando discernir a figura embaçada de seu irmão.

— O papai sumiu e o hyungie tá no sofá.

— Que hyungie? — Não estava entendendo nada com nada, aquilo tudo deveria ser um sonho muito do estranho.

— Jaebeom hyungie dãããã! — Wonwoo retrucou exasperado jogando os cabelos para trás, de forma petulante.

Seu cérebro recém desperto demorou um pouco para assimilar as palavras alheias, porém quando o fez se sentou na cama rápido demais, totalmente grogue.

— Sério? — Perguntou a Wonwoo que balançou a cabeça em afirmativo bem devagar. Jackson por sua vez nem se deu ao trabalho de reclamar, precisava ver aquilo com seus próprios olhos.

Desceu da cama apressado, quase tropeçando nos degraus finos de madeira e correu porta a fora. Passou pelo quarto do Choi mais velho encontrando-o vazio de Youngjae, apenas com a presença de Bambam agarrado a sua chupeta e fralda no berço. O que era estranho porque seu irmãozinho era sempre o primeiro a acordar, a não ser que tivesse passado a noite acordado. Chegou na sala e fazendo as palavras de Wonwoo verdadeiras, deitado no único sofá do recinto estava Jaebeom. Parou ao lado do mais velho, a cabeça tombada para o lado, cenho franzido enquanto avaliava a situação tentando achar uma razão para aquele homem estar ali, em uma posição desconfortável, suas perna pendendo do lado de fora daquele pequeno sofá de três lugares.

— Ele tá vivo? — Wonwoo perguntou parando ao seu lado, seu irmão deu alguns passos para frente até estar praticamente pairando em cima do adulto.

— Shhhhh ele vai acordar idiota. — Ditou baixinho puxando o menor pela gola do pijama para trás.

— Shhhh você idiota. — Wonwoo rebateu lhe empurrando ao qual não deixou barato.

— Idiota é você. — Jackson puxou um punhado de cabelo do irmão, os dois esquecendo completamente a terceira presença no cômodo e o motivo de estarem ali.

— Au, isso dói vou dizer ao papai.

— Conta então, pivete.

Jackson só teve tempo de dizer aquelas palavras e quando deu por si já estava preso pelo pescoço em um mata leão frouxo, porém firme, olhou para o lado e encontrou seu irmão na mesma posição. Jaebeom mantinha o controle dos dois, — havia acordado a tempo de impedir que os duas crianças se batessem — e começou a balançar ambos de um lado para o outro. O pré adolescente não perdeu tempo e começou a se contorcer para se livrar do ataque do adulto, mas parecia uma missão impossível. Wonwoo por sua vez ria, ele gritava e esperneava para ser solto e então ria toda vez que Jaebeom o cutucava.

— Hyung!! — Retrucou para o adulto que conseguiu se manter imperturbável mesmo com ele e o irmão fazendo de tudo para se soltarem. O que ele estava esperando era que jaebeom pedissem para ele e Wonwoo pedirem desculpas um ao outro como Youngjae e Mark gostavam de mandá-los fazer, mas para a sua surpresa não foi isso:

— Se rendem? — O Lim perguntou risonho.

— Sim! Não! — As duas crianças responderam ao mesmo tempo.

— Wonwoo me ajuda aqui. — Jaebeom falou e mais uma vez Jackson foi pego de surpresa ao ser jogado no sofá e atacado por dois pares de mãos lhe fazendo cócegas. Conseguiu durar dois minutos inteiros sem emitir som algum, até que uma série de gargalhadas altas saíram de sua boca, e seus olhos se encheram de lágrimas.

— E-eu m-me rendo! — Gaguejou soprado enquanto tentava, respirar, rir e falar ao mesmo tempo.

As cócegas cessaram, e ficaram os três, um Lim e dois Choi jogados no meio da sala, cansados e suados, enquanto tentavam recuperar o fôlego, o som das risadas altivas e gostosas de Jackson e Wonwoo pareciam ainda ecoar pelas paredes da pequena casa.  Fazia tempo que não começavam uma manhã tão animada assim.



 

Jaebeom não sabia muito o que fazer, tinha duas crianças sentadas à mesa da cozinha que comiam pão torrado com leite e um celular a sua frente com uma mensagem do Youngjae perguntando se estava tudo bem a qual havia respondido com vários emojis de coração e uma foto dos dois Choi que estavam em sua companhia. Até então, realmente, Jaebeom não havia feito nada, Jackson que tinha preparado o café da manhã sozinho, até mesmo para Bambam que nem havia aparecido por ali ainda. Estava nervoso, poderia até parecer bobo, mas queria mais do que tudo a aprovação daquelas crianças, queria estar cem por cento integrado com todos eles e conquistar o Youngjae ainda mais. Porém, não sabia nem por onde começar.

— O que vocês fazem geralmente? — Questionou as crianças, que estavam entretidas com suas refeições.

— Eu geralmente vou para meu quarto jogar no celular, o Wonwoo gosta de ler e o Bambam vai passar o dia assistindo o rei leão.

Jackson respondeu.

— O dia todo?

— É, todos nós já decoramos as falas, pelo menos não é Frozen. Mas não se preocupa ele dorme a tarde e aí o wonwoo começa a assistir Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban, é o favorito dele.

— O hyungie vai assistir comigo, certo?

Jaebeom olhou entre um garotinho e outro.

— Claro. — Sorriu, não tinha como dizer não.

— Papai. — Bambam apareceu na porta da cozinha arrastando um pedaço de pano preso a chupeta que tinha na boca. Seus olhos inchados procurando a figura de Youngjae entre eles, mas não tendo sucesso.

O Lim observou Jackson ir até o irmão ajoelhando na sua frente. Passou com carinho as mãos nos cabelos pretinhos e apertou as bochechas fofinhas.

— Hey Bamie. O papai não tá, ele levou o Gyeomie no médico. Tudo bem ficar comigo, Wonu e Jaebeom hyung? Depois a gente liga pro papai tá?

O pequeno assentiu e Jackson o pegou nos braços. Jaebeom tinha consciência de que o garoto tinha mais responsabilidade que uma criança de treze anos deveria ter, mas tendo a oportunidade de ver de perto ele sendo tão proativo com os irmãos lhe deixou impressionado e com um pouco de dó. Aquela era uma criança muito adulta para a idade.

 

Não queria dar a impressão errada ao Choi, Não queria também que ele pensasse que estivesse invadindo sua privacidade, mas se tinha uma coisa que não suportava era bagunça. E a quantidade de brinquedos e roupas espalhadas pelo chão daquela casa estava lhe deixando levemente incomodado, então antes mesmo que percebesse se viu organizando tudo. Como Jackson havia dito, depois que todos tomaram seus banhos, escovaram os dentes e abandonaram seus pijamas, cada criança foi para seu canto. Bambam ficou pedindo insistente para alguém ligar o dvd e colocar “o leão” para rodar. Jackson sumiu de volta para o quarto e lhe sobrou apenas o Wonwoo que lhe seguiu para todos os lados como uma sombra, muito interessado em lhe questionar sobre toda sua vida e feliz o bastante por ter alguém para escutá-lo falar sem parar.

— Uau, você tem o controle incrível sobre sua respiração. — Ditou depois de Wonwoo ter terminado de falar detalhadamente sobre todos os seus amigos da escola.

— Wonu! — Escutaram Bambam chamar e o Wonwoo saiu correndo de volta para a sala deixando Jaebeom sozinho para trás.

Quando terminou o que fazia e voltou para a sala, as duas crianças estavam jogadas no chão, deitadas uma ao lado da outra, olhos vidrados nos animais animados. Se o resto do dia fosse daquele jeito constatou que seria fácil demais lidar com os filhos de Youngjae. Mas tinha lido em algum lugar que crianças deveriam fazer atividades que bastassem energia. Talvez fosse um conhecimento de senso comum que ficar muitas hora na frente de uma televisão não era saudável para ninguém, quem dirá mini humanos com faixa etária entre cinco e oito anos. Remexendo a caixa de brinquedos das crianças Jaebeom encontrou o que procurava para colocar seu plano em prática. Parou ao lado do garotinho de oito anos que esperava paciente seu irmão terminar de assistir o filme para colocar o seu pra rodar.

— Wonwoo-ah. — Chamou baixinho, o garoto em questão lhe encarou. — Você gosta de futebol, certo?

— Gosto.

— O hyung também gosta, mas não sabe jogar. Você quer me ensinar?

Girou a bola nas mãos como fazia com uma bola de basquete os olhos infantis encaravam a si com interesse.

— O hyung não sabe? Sério?

— Sério! Então, vamos jogar?

— Mas… — Ele olhou para a televisão depois para o adulto. Quase conseguia ver todo o dilema escrito em seu rostinho.

— Por favorzinho. O hyung realmente não sabe.

— Tá bom!

Jaebeom sorriu, um garotinho havia sido conquistado, falta mais dois. O pouco tempo que passou conversando com Wonwoo o interesse de Bambam também havia despertado, uma coisa que Jaebeom havia notado era que ele não era muito fã de ficar sozinho, todas as vezes em que saíram de seu campo de visão ele gritou chamando um dos dois, sabia que por tabela ele acabaria os seguindo.

Segurou Wonwoo pela mão e sem nem lançar um olhar sequer na direção do pequeno de cinco anos, puxou o maior paramos fundos da casa. O quintal da casa dos Choi era pequeno, mas tinha espaço suficiente para eles jogarem bola, o chão de terra batida estava um pouco lamacento por causa da chuva fina que havia caído naquela madrugada, iria render algumas belas manchas de terra nas roupas deles, mas nada que uma boa lavagem não resolvesse. Esperou Wonwoo demarcar onde seriam as barras com quatro tijolos e enquanto chutava a bola de um pé descalço para o outro escutou o seu nome ser chamado ao longe.

Foram três minutos certeiros para sua teoria ser posta em prática.

— Wonuuuuu — Escutaram o gritinho fino e logo em seguida Bambam apareceu na porta, um bico nos lábios e os olhos lacrimejando.

Com suas pernas curtas ele correu até onde estavam se jogando nas pernas de Jaebeom. O mais velho se ajoelhou no chão de terra, se sentindo mal por ter feito o pequeno chorar.

— O que foi, Bamie? — Perguntou abraçando o pequeno.

— Fiquei sozinho. Não gosto de ficar sozinho tá.

— Desculpa, Bamie! Quer jogar com a gente? — Wonwoo perguntou ganhando um aceno de cabeça do irmão mais novo.

Jaebeom ficou de pé e colocou o garotinho no chão e logo os três se entreteram em um jogo injusto de dois contra um, onde ele não fazia gol nenhum e ainda tinha que se deixar levar uma goleada. Só faltava um, porém ainda não sabia como bater de frente com um telefone celular.




 

Jackson meio que havia mentido para Jaebeom quando dissera que passava a maior parte do tempo trancado no quarto. Ele até ficava por ali sim, geralmente em uma call com a Jessie e o Jooheon, ou dando RT em memes no twitter. Mas a maior parte do tempo passava mesmo era com os irmãos. Não era que não gostasse de Jaebeom, em todas as vezes em que ele esteve na sua casa o achou bem legal, mas havia sido por pouco tempo e Youngjae sempre tava por lá para distrair o Lim. O negócio era que tinha ficado com vergonha, não era muito bom em conversar, apesar de falar pra caramba, — sempre lhe diziam que falava demais — só já sabia que cedo ou tarde iria acabar perdendo a atenção para os irmãos mesmo. E também, não queria atrapalhar, Mark havia lhe dito que Jaebeom e seu pai estavam se encaminhando para um relacionamento, não entendeu muito bem, mas sabia o que namorados queriam dizer, e gostava do sorriso que Youngjae sempre tinha quando estava junto com Jaebeom

E para Jaebeom ficar e seu pai ficar feliz, o Lim precisava gostar deles, e na sua mente nada melhor do que três pequenos para lhe encantar do que um pré adolescente chato. Então, preferiu ficar fora do caminho, observando de longe, mas aquilo tudo estava o matando. Afinal, era uma borboleta social, Jackson mesmo se reprimindo gostava bastante de interagir e as vozes altas, risadas e gritos alegres de seus irmãos vindo do quintal de casa eram como tortura, queria tá participando daquilo também.

Chegou por ali sorrateiro, ficou sentadinho no sofá velho que tinha ali observando atento seus irmãos correrem com a bola nos pés, Bambam como não conseguia chutar forte por muitas das vezes acabava segurando o objeto com as mãos, fofo.

— Quer jogar? — Foi pego de surpresa nem havia reparado que Jaebeom já não estava mais com seus irmãos que não prestavam mais atenção na bola totalmente interessados em se sujarem de lama. Youngjae iria matá-los.

Olhou para o homem à sua frente hesitante. Se queria jogar? Queria pra caramba. Achava que deveria? Não. Porém, olhou mais uma vez para Choi Wonwoo e Choi Bambam, sorriu minimamente e seguiu Lim Jaebeom em direção a seus irmãos.




 

Passar uma madrugada e manhã na emergência pediátrica foi estressante em uma maneira absurda. De criança chorando à bate boca entre pais e profissionais da saúde houve de tudo naquele hospital. Para a sua não tão surpresa, Yugyeom havia contraído uma virose, nada anormal, era um simples surto que estava atacando crianças e adultos, até mesmo imaginou quantas outras viagens iria ter que dar naquele lugar com suas outras crianças. Porque era assim que funcionava, bastava um melhorar para outro ficar doente.

Yugyeom entrou em casa correndo. Totalmente diferente do monstrinho manhoso que só queria colo, nem de longe estava cem por cento, mas já estava pronto para aprontar com os irmãos. Youngjae seguiu logo atrás e riu baixinho ao escutar a voz de Bambam empolgada por finalmente ter o parceiro no crime de volta pra casa.

— Yugieeee! O Yug voltou! — Ele ditou abraçado ao irmão um ano mais novo.

Ninguém pareceu notar a sua presença no portal que dividia a sala da cozinha e aproveitou para observar com atenção a cena a sua frente. Jackson e Wonwoo estavam sentados à mesa, na frente dos dois tinham seus cadernos e livros da escola, Bambam parecia estar fazendo algo parecido aos mais velhos antes de se distrair com o caçula, tinha lápis de cor e folhas de ofício coloridas espalhadas pela mesa. Jaebeom por sua vez estava agachado no chão para ficar na altura dos dois pequenos, e Youngjae focou na conversa que eles estavam tendo.

— ...Aí, o médico fez pique na minha mão e no bracinho, olha. — Yugyeom mostrou os locais onde tinham dois band-aids protegendo os machucados. Nem parecia que havia feito um escândalo ao ser furado pelas enfermeiras que tiveram dificuldade em achar sua veia, tendo que furar em ambos os lugares até encontrar.

— Uou, deve ter doido. — Jaebeom comentou segurando a mãozinha que lhe foi estendida para olhar, ao mesmo tempo em que tentava não derrubar Bambam que havia contornado seu corpo e se pendurado em suas costas.

— Nem chorei. — O mentiroso do seu filho disse e se conteve para não rir. Deveria repreendê-lo, mas preferiu deixar passar

— Tudo bem por aqui? — Anunciou sua presença.

— Papai!! — Num piscar de olhos tinha dois pirralhos agarrados a si. Pegou Bambam nos braços, o segurando rente a sua cintura, lhe deixou uns beijos nas bochechas e abraçou Wonwoo, com o braço livre lhe deixando um beijo no topo da cabeça.

Escutou atento eles falarem um por cima do outro não tendo coragem de pedi-los para respirarem e falar um de cada vez, foi difícil, mas conseguiu entender boa parte dos acontecimentos e tudo que haviam feito em sua ausência. Quando finalmente conseguiu acalmá-los, colocou Bambam de volta no chão, que logo correu de volta para o lado do caçula. Contornou a mesa parando atrás do Jackson, lhe tocou de leve o pescoço e deixou um beijo no topo de sua cabeça, e então estava de frente a Lim Jaebeom. O mais velho sorriu, e Youngjae conteve uma vontade imensa de se encostar contra o corpo alheio e descansar nem que fosse por alguns segundos. Deitar sua cabeça contra os ombros largos e confortáveis do Lim e dormir. Mas Jaebeom quebrou qualquer barreira de hesitação que tinha, lhe puxou pela barra da camisa e lhe envolveu em um abraço.Tinham quase a mesma altura, porém nos braços alheios se sentia pequeno.

— Como você está? — Suspirou contra a clavícula alheia, apertando os braços ao redor da cintura do Lim.

— Me sentindo um lixo. — Seu corpo vibrou junto com o balançar do corpo do Lim graças a sua risada.

— Com fome?

— Não.

— Então você deveria tomar um banho e se deitar um pouco. Eu seguro as pontas por aqui.

Jaebeom lhe afastou de seu corpo e percebeu que nenhum de seus filhos estavam mais por ali os deixando sozinhos no recinto.

— Vem comigo. — Estendeu a mão para o mais velho segurar, mas ele apenas a encarou confuso.

— Tomar banho?

Revirou os olhos e desferiu um tapa no peitoral do Lim.

— Deitar, Jaebeom. Ando precisando de um travesseiro novo, um que faça carinho nos meus cabelos.

— E as crianças?

— Elas se viram.

— Vai tomar um banho Choi, aí eu penso no seu caso.

Youngjae foi levando Yugyeom consigo e por consequência levando Bambam também. Lutou para manter o controle dos dois monstrinhos de baixo do chuveiro, tentando impedir que caíssem e se machucassem cortesia do porcelanato do banheiro. Para vesti-los e se vestir foi igualmente cansativo, mas deu um jeito como sempre dava. Quando voltaram para a sala, encontraram uma pilha de edredons e almofadas em seu tapete e em cima de tudo isso estavam Jaebeom e Wonwoo deitados lado à lado assistindo as cenas iniciais do filme favorito de seu bebê de oito anos. Chamou Jackson para ficar ali com eles, mas o garoto preferiu ir para seu quarto. Tentou não pensar muito em como aquilo tudo estava doméstico demais, em como tendo passado apenas um dia sozinho com suas crias Jaebeom parecia que sempre esteve ali inserido em seu contexto. Sabia que ao começarem a sair, ao deixar que o mais velho frequentasse sua casa as crianças iriam se apegar, mas tentou não pensar muito naquele cenário para não ser atacado pela insegurança e o medo de tudo dar errado.
 

Os pequeninos brincavam entre si com suas peças de lego, enquanto Wonwoo via com o maior interesse, como se fosse a primeira vez, Harry Potter ser atacado por um dementador na locomotiva a caminho de Hogwarts. Jaebeom e Youngjae conversavam baixinho, deitados lado a lado, ele tinha a cabeça do Lim apoiada em seu braço suas testas quase coladas. De tão perto conseguiam ver as imperfeições de suas peles, os vários sinais que tinham espalhados pelo rosto. Sentiu uma vontade imensa de traçar com a pontinha dos dedos as sobrancelhas bem feitas de Jaebeom e assim o fez, seus dígitos acariciando o rosto bonito alheio.

— Sabe o que eu percebi? O Jackson te chama de pai às vezes. — Jaebeom tinha os olhos fechados e Youngjae queria que estivessem abertos para poder admirar aquele oceano escuro, tempestuoso.

— É. Deve ser por causa dos mais novos, de tanto escutar você acaba condicionado. E quando as pessoas não sabem a minha idade elas sempre deduzem que eu sou o pai deles, então não importa muito.

— Mas isso é o que você é, não é? Pai deles.

— Eu sou.

Sorriu ladino. Seus dedos fizeram todo o caminho pela maçã do rosto alheia, maxilar, para baixo até parar com a palma no pescoço dele, seu polegar deslizou de leve pelo proeminente pomo de adão.

— Hyung. — Falou tão baixinho, que até mesmo duvidou se havia proferido a palavra. Os olhos de Jaebeom se abriram, e poder encarar de perto aquela imensidão castanha, olhos rasgados, misteriosos, foi como um murro bem em seu âmago. Poderia fazer aquilo por toda a eternidade.

Youngjae se inclinou sobre o mais velho devagar, seus olhos perdidos entre manter o contato visual e fitar a boca entreaberta, os lábios convidativos do Lim. Primeiro suas testas se tocaram, depois a ponta do nariz, então suas bocas, em um beijo simples, um roçar de lábios inocente, casto. Tão íntimo quanto um beijo arrebatador.

— Obrigado por hoje. — Ditou, suas respirações se misturando. Jaebeom tinha uma mão embrenhada em seus cabelos, dedos carinhosos contra seu couro cabeludo.

— Não precisa agradecer, sempre que você precisar pode contar comigo. — Foi a vez do Lim de perseguir seus lábios, em um beijo mais demorado que o anterior, que lhe arrancou um suspiro. — Tá ficando tarde, melhor eu ir andando.

Jaebeom se sentou passando as mãos nos cabelos assanhados. Youngjae também o fez, se sentindo frio, não queria que ele fosse embora, tinha o pedido na ponta da língua, mas não sabia se deveria fazê-lo. Nenhum das suas três crianças estavam acordadas. Quando Jaebeom ficou de pé, se viu segurando a barra de sua calça moletom.

— Não vai, fica comigo.

Não o encarou, os olhos fixos em seu colo, estava com vergonha, o que não conseguia entender, como poderia estar tão tímido com algo tão simples.

— Youngjae. — As duas sílabas de seu nome foram pronunciadas pausadamente e isso teve sua atenção. Fixou seu olhar no rosto do Lim.

— Fica.

Sorriu, quando Jaebeom sorriu.

— Eu fico.

 

Antes de deitar Youngjae verificou se tudo estava em seu devido lugar, portas trancadas, luzes apagadas, Jackson e Wonwoo em suas respectivas camas. Quando entrou em seu quarto, deu uma olhada no berço, verificou se ambos os bebês estavam respirando e finalmente seguiu para sua cama. Era estranho ter outro corpo no seu espaço, mas a estranheza logo passou quando Jaebeom passou o braço e pernas por cima de si, o puxando até estar totalmente colado no mais velho, sendo abraçado por ele. Dormiu escutando as batidas do coração de Lim Jaebeom.

 


Notas Finais


Avisando de antemão que talvez não consiga postar o 8 nos dias programados.
Peço desculpas ◕︵◕


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...